O Grêmio Esportivo Anapolino foi uma agremiação de vida efêmera da cidade de Anápolis (GO). ‘O Grande Vingador‘ foi Fundado em 1970, a sua história tem um aspecto político e racionalizador. Nos anos 60, o futebol amador anapolino era o mais expressivo de Goiás, chegando a superar o futebol da capital. Contudo, na esfera profissional, a cidade era capenga.
As razões para essa discrepância eram várias. Talvez a principal era a falta de um estádio à altura da paixão do povo de Anápolis. Outro ponto era a falta de dirigentes capacitados para gerir um time profissional. Outra questão era a falta de apoio dos empresários da cidade.
Em resumo, o futebol de Anápolis não estava em má fase por carência de condições financeiras e mesmo sociais, mas por inexistência de uma infraestrutura adequada e de mentalidade mais arejada dos dirigentes.
O triunfo do Anápolis ao se sagrar campeão Estadual de 1965, pode ser creditado diretamente à construção do Estádio Jonas Duarte (capacidade para 3.500 torcedores), que, àquela época, representava o que de mais moderno havia em Goiás.
O fim da rivalidade
Em todas as opiniões, uma coincidência: falta de um estádio à cidade. Mas, também, um esquecimento. E nesse fator talvez esteja residindo o ponto maior desgaste do futebol profissional no município: a ausência de uma rivalidade clubística local.
Segundo teóricos, o sucesso do futebol da cidade está na razão direta da rivalidade entre dois clubes de maior torcida, capazes de arrastar aos estádios plateias apaixonadas.
Um bom esboço estava no próprio Campeonato Citadino, quando o Anápolis e o Ipiranga dividiam a cidade, com participação eventual do Anapolina, que na época de dimensões mais modestas, sem grande torcida, que só entrava em cena para instigar, ainda mais a rivalidade entre os tricolores (Anápolis) e o alvinegros (Ipiranga). É que a rubra (Anapolina) perdia para todo mundo e cismava de endurecer para cima de Anápolis e Ipiranga.
Prefeito cria o G.E. Anapolino
Mas a saudável rivalidade entre Anápolis e Ipiranga cessou em 1970, quando a Prefeitura, na gestão do médico Henrique Santille, entendeu de encampar o futebol da cidade, “disciplinando-o” e “racionalizando-o“.
Alegava o prefeito que era uma cidade pequena para três clubes e que os cofres públicos não poderiam auxiliar todos.
Sugeriu, então, uma fusão entre o Ipiranga, Anápolis e Anapolina, a fim de que da soma de dois grandes e de um clube médio pudesse nascer um super esquadrão invencível, fadado a colocar no chinelo os times da capital. Com isso, surgiu o Grêmio Esportivo Anapolino. A escolha do escudo foi simples: o brasão da cidade.
Os três clubes entraram com pedido de licença na Federação Goiana de Desportos (FGD), e, cedendo provisoriamente seus patrimônios e atletas para “O Grande Vingador” (alcunha do clube).
No entanto a ‘estratégia política’ não funcionou. A começar pelos torcedores que não eram simpáticos ao novo clube. O Anapolino recebeu diversos apelidos irônicos como “Belo Antônio“, pois era muito bonito, mas não dava no “couro”. A torcida abominava até mesmo o uniforme azul e branco (cores da bandeira da cidade). Sem grandes rendas a fusão foi desfeita em 1972.
O resultado dessa frustrada politicagem dentro de campo também não deu certo. No Campeonato Goiano de 1970, terminou na 5ª colocação; e em 7º lugar em 1971, mostrando que o futebol é feito de paixão e organização.
Fontes: Revista Placar – Livro ‘Arquivos do Futebol Goiano’, de autoria de João Batista Alves Filho
Sobre o outro escudo do Anapolino (uma bola com a sigla dentro),
não descarto e nem afirmo que seja fake.
Mas se existiu foi no segundo e último ano desta agremiação: 1971
Abs.