Pôsteres dos craques dos anos 40: Domingos da Guia

Finalizando “Um Crack por semana”, do Globo Sportivo da década de 40, o maior zagueiro da história do Clube de Regatas Flamengo: Domingos Antônio da Guia (Rio de Janeiro, 19 de novembro de 1912 — Rio de Janeiro, 18 de maio de 2000), ou simplesmente Domingo da Guia.

Revelado pelo Bangu, assim como seus três irmãos e filho (Ademir da Guia, o Divino). Sua ligação com o Bangu é tão grande que seu nome é citado no hino do clube.

Além do Bangu, Domingos da Guia jogou e teve grande destaque no Flamengo, Vasco, Corinthians, Nacional de Montevidéu e Boca Juniors da Argentina.

Quando Domingos foi contratado para jogar no Uruguai, os uruguaios se revoltaram alegando que não precisavam de zagueiro, pois tinham Nasazzi. Quando Domingos foi embora, disseram que só aprenderam o verdadeiro significado da palavra “zagueiro” após a passagem de Domingos pelo país (MAZZIERO DE SOUZA, Kleber – Divino: a vida e a arte de Ademir da Guia. Rio de Janeiro: Editora Gryphus, 2001).

Zagueiro clássico e de excelente técnica, é apontado como o melhor zagueiro brasileiro de todos os tempos. Sua “marca registrada” era sair driblando os atacantes adversários.

Tal jogada de extrema habilidade e risco, mas que sempre foi perfeitamente executada por Domingos da Guia, ficou conhecida como “Domingada”. Pela seleção brasileira foram 30 jogos, sendo 19 vitórias, 3 empates e 8 derrotas. Jogou a Copa do Mundo de 1938, tendo o Brasil ficado em terceiro lugar. Com a seleção ele foi campeão da Taça Rio Branco, em 1931 e 1932, e da Copa Rocca em 1945.

Domingos é pai de Ademir da Guia, maior ídolo da história do Palmeiras e irmão de Ladislau da Guia, o maior artilheiro da história do Bangu (com 215 gols), clube que revelou as duas gerações de craques.

Foi considerado por Obdulio Varela o melhor jogador do Brasil. “O melhor que vocês já tiveram foi Domingos, completo. Campeão lá [Brasil], aqui [Uruguai] e na Argentina”, declarou a um repórter brasileiro em 1970.1

 

Na década de 1930, as competições esportivas internacionais ganharam grande simbolismo e importância. Sobre este aspecto, Eric Hobsbawm afirma que “a dimensão identitária da nação tem um lócus especial nos esportes, estes seriam uma espécie de reduto do nacionalismo moderno, e as Copas do Mundo de futebol ao longo de sua história se transformaram em evento símbolo desse nacionalismo.”

No Brasil, seria a 1° vez que a seleçao brasileira iria completa para a competição – nas últimas duas edições a equipe sempre tinha ido desfalcada por causa de brigas internas. Graças à constituição social e racial do time brasileiro, o time de 1938 se tornou um cristalizador dos ideais de harmonia social e furor nacionalista que eram propagandeados pelo recém instaurado Estado Novo.

Na 1° partida, após grande atuação do zagueiro Domingos e do atacante Leônidas da Silva, ambos mulatos, a equipe nacional venceu os poloneses por 6X5. Por outro lado, a Alemanha perdera seu jogo por 4X2 para a Suíça. Em meio a popularidade de teorias raciais no período, em especial da superioridade da raça ariana propagada pelo regime nazista, começa a se construir no Brasil um discurso que ao contrário de anos anteriores, via na mestiçagem um fator positivo. Tal concepção sobre a constituição étnica brasileira tem em Casa-Grande & Senzala de Gilberto Freyre um dos trabalhos mais importantes.

Dessa forma, o cartunista baiano Djalma Pires Ferreira, mais conhecido como Theo, fez uma caricatura retratando Domingos da Guia, alto e forte, contra um Hitler, baixinho, barrigudo e extremamente assutado com a imagem do brasileiro. Nessa imagem metafórica se inverteria a suposta superioridade racial afirmada por Hitler, estariam os alemães em desvantagem em relação aos mestiços brasileiros, e o resultado esportivo comprovaria tal afirmação.

 

Fontes: Wikipédia – Globo Sportivo

 

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Sobre Sérgio Mello

Sou jornalista, desde 2000, formado pela FACHA. Trabalhei na Rádio Record; Jornal O Fluminense (Niterói-RJ) e Jornal dos Sports (JS), no Rio de Janeiro-RJ. No JS cobri o esporte amador, passando pelo futebol de base, Campeonatos da Terceira e Segunda Divisões, chegando a ser o setorista do América, dos quatro grandes do Rio, Seleção Brasileira. Cobri os Jogos Pan-Americanos do Rio 2007, Eliminatórias, entre outros. Também fui colunista no JS, tinha um Blog no JS. Sou Benemérito do Bonsucesso Futebol Clube. Também sou vetorizador, pesquisador e historiador do futebol brasileiro! E-mail para contato: sergiomellojornalismo@msn.com Facebook: https://www.facebook.com/SergioMello.RJ

4 pensou em “Pôsteres dos craques dos anos 40: Domingos da Guia

  1. Sergio Mello Autor do post

    Valeu Virginio!!

    Gosto desse tipo de reportagem, sobretudo,
    num tempo em que a tecnologia não é lá grandes coisas!

    Abração!

  2. Sergio Mello Autor do post

    Valeu meu irmão!!
    Gosto desse estilo de posteres!
    Nesse tamanho gigantesco melhor ainda! Rs

    Abração

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