No Brasil era inimaginável pensar há alguns anos em um time grande
disputando a segunda divisão. Viradas de mesa, como se define maracutaias
para evitar o descenso deste ou daquele eram comuns, até 2002. Naquele ano,
os grandes e ex-campeões nacionais Palmeiras e Botafogo foram rebaixados. E
em 2003 tiveram que disputar a Segundona.
Voltaram à Série A no campo, mas depois foram seguidos por Grêmio (2003) e
Atlético-MG (2004). E finalmente o futebol brasileiro pôde se assemelhar em
algo ao futebol de outros países: por lá, diversas potências já tiveram sua
passagem pela divisão de acesso. Vejamos:
ITÁLIA
Dos poderosos, apenas o Internazionale de Milão nunca flertou com o
descenso. Mas curiosamente os rebaixamentos de dois grandes, o Juventus e o
Milan, se assemelham um pouquinho ao que aconteceu com o Corinthians em
2007: escândalos.
O Timão foi rebaixado no campo, ao contrário dos italianos, que caíram por
decisão de cartolas depois que vieram à tona denúncias. Em 1980, o Milan se
envolveu na máfia da loteria, que arrumava resultados com jogadores
envolvidos. Foi para a Série B, se desestruturou, voltou, mas em 82 caiu de
novo, desta vez nas quatro linhas.
O Juventus esteve envolvido nos problemas de arbitragem, em 2006, pouco
antes da Itália ser campeã do mundo. Foi para a Segundona e voltou na
temporada seguinte, segurando muito dos figurões em seu time, apesar da
queda.
O Corinthians teve devassada sua parceria com o Grupo MSI este ano.
Denúncias de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, que acabaram
refletindo no desempenho do time em campo e no rebaixamento.
FRANÇA
O Olympique de Marselha era a potência da França, algo como o Lyon é hoje.
Mas no início dos anos 90, o time teve suas finanças investigadas e foram
encontradas irregularidades que rebaixaram o Olympique. Para piorar, o time
perdeu o direito, em 93, de disputar a final do Mundial Interclubes contra o
São Paulo, em Tóquio, já que perdeu seu título de campeão europeu para o
Milan naquela temporada. Eles nunca mais foram os mesmos após a queda.
INGLATERRA
Não há grande que não tenha caído na Inglaterra. O Manchester United, que já
foi considerado o clube mais rico do planeta e prioriza o planejamento, caiu
em 1974, voltando no ano seguinte. O Liverpool, campeão europeu em 2005,
visitou a segundona inglesa por cinco oportunidades: 1892, 1895, 1904, 1942
e 1954.
E o Arsenal, da capital Londres, caiu já faz tempo, mas caiu: foi 1913. Lá
não tinha virada de mesa nem na época do amadorismo…
ARGENTINA
Boca Juniors, River Plate e Independiente jamais disputaram a segundona. Mas
nossos hermanos têm um regulamento que facilita para os grandes, sempre mais
ricos que os rivais: o rebaixamento é feito com base na média na
participação de oito (quatro clausuras e quatro aperturas) campeonatos
seguidos. E fica impensável imaginar Boca ou River dando vexames algumas
temporada seguidas.
O PIONEIRO NO BRASIL
Fluminense Football Club: O Pioneiro da queda dos grandes no Brasil
Em 1996, o clube foi rebaixado para a segunda divisão. Devido a um escândalo
envolvendo compra de árbitros e manipulação de resultados, cujo pivô era o
diretor da Comissão de Arbitragem na época, Ivens Mendes, o Fluminense foi
reconduzido à Série A.
Mas a lição não foi aprendida e os mesmos erros continuaram a ser cometidos.
O clube sofreu sua segunda queda seguida. Desta vez, caiu mesmo. Em 1998, o
momento mais humilhante da história do Fluminense. O time foi rebaixado para
a terceira divisão.
Dos grandes do Brasileirão, os times que nunca disputaram a série B do
Brasileirão está ficando num “clube” cada vez menor:
Flamengo, Cruzeiro, São Paulo, Internacional, Vasco e Santos.
A tendência é este ” clube ” ficar menor ainda.
Conforme o site www.forumdeprima.com, segue mais uma informação para
enriquecer o tópico dos grandes clubes:
Inglaterra: todos já caíram
França: todos já caíram
Itália: apenas a Inter nunca caiu
Alemanha: apenas o Hamburgo nunca caiu
Espanha: apenas Atletic Bilbao, Real Madrid e Barcelona nunca caíram.
Como o rebaixamento deixa muita tristeza em seus torcedores, fica aqui registrado o depoimento de uma jornalista que viajou para Porto Alegre com a Fiel na última partida do Corinthians no Brasileirão de 2007:
Porto Alegre, 2 de dezembro de 2007.
Querido Corinthians,
Escrevo-te para pedir desculpas. Desculpa-me por eu ter fraquejado, por ter perdido as esperanças, por não mais ter tido voz para te empurrar nem forças para ficar de pé. Peço perdão por não ter conseguido conter a emoção e ter derramado lágrimas diante de nossos opositores.
Desculpa-me por eu ter te deixado, meu amado Corinthians, por tanto tempo nas mãos de corruptos. Sei que demorei demais para correr em seu socorro. Perdão por eu ter tolerado, por tanto tempo, jogadores que não honraram seu nome e tradição, que não deram valor à sua camisa.
Grande Corinthians, mais que tudo, me perdoe por estar sentindo raiva. Você, que sempre me deu tanto orgulho e alegria, não merece nada disso. Não merece o desprezo, a humilhação, não merece o rebaixamento. Desculpe mais uma vez por eu ter deixado que tudo isso te atingisse.
Prometo que esses erros jamais se repetirão. Prometo a ti, Corinthians amado, não perder mais um minuto me lamentando. Gastarei minhas energias lutando por seu renascimento. E se você vai para a Segundona, é para lá que eu vou também!
“Eu nunca vou te abandonar, porque eu te amo. Eu sou Corinthians!”
Débora Miranda tem 28 anos e é repórter do G1
Fonte: Globoesporte.com
Gilberto muito interessante esta matéria e acho que pode originar uma outra que sempre ocasionou dúvidas, O QUE SE PODE CONSIDERAR COMO TIME GRANDE???Quais critérios seriam definidos, irei postar aqui e pedir a opinião dos colegas. Por exemplo na argentina existem segundo a própria mídia e aí que mora o perigo, cinco clubes grandes, RIVER PLATE, BOCA JUNIORS, INDEPENDIENTE,RACING E SAN LORENZO.