“Causos” de Norte a Sul no futebol – Letra A

Para homenagear os torcedores de todos os Estados brasileiros, a coluna de Celso Unzelte começa a publicar nesta semana curiosidades e pequenas histórias de futebol colhidas de Norte a Sul, com os devidos créditos a seus autores ou às publicações de onde foram retiradas. Comecemos pela letra “A”. No Acre, campeonatos de futebol são disputados desde 1921, quando a Liga Acreana de Esportes Terrestres(Laet) organizou a primeira disputa amadora. Naquele período extra-oficial, o Rio Branco chegou a ganhar 13 títulos seguidos, entre 1935 e 1947.Seria um verdadeiro recorde nacional, batendo, até, os decacampeonatos do ABC (campeão potiguar dez vezes seguidas, de 1932 a 1941) e do América (também dez vezes seguida campeão mineiro, de 1916 a 1925). Mas como a Federação local oficializa apenas os resultados dos campeonatos a partir de 1947, o Rio Branco não pode se gabar desse recorde. Futebol profissional no Acre, só de 1989 para cá. ***************************************************************************
Talvez o maior craque de toda a história do futebol de Alagoas tenha sido Edevaldo Alves de Santa Rosa, o Dida, campeão mundial pela Seleção Brasileira em 1958 e maior artilheiro da história do Flamengo até o surgimento de Zico. Curiosa é a história de como ele trocou o Centro Sportivo Alagoano (CSA), de Maceió, pelo rubro-negro carioca.“Como cheguei ao Flamengo? Foi praticamente um seqüestro”, afirmou o velho craque, em 1990, a Edilberto Coutinho, autor do livro Nação Rubro-Negra, da coleção Grandes Clubes do Futebol Brasileiro e Seus Maiores Ídolos, da Fundação Nestlé de Cultura. Quem descobriu Dida, na verdade, foi a delegação do time de vôlei do Rubro-Negro, que excursionava pelo Nordeste. Em um momento de folga, os cariocas resolveram ver um jogo entre as Seleções de Alagoas e da Paraíba, em que Dida marcou três gols. De volta ao Rio, recomendaram o nome dele ao técnico do time de futebol, Fleitas Solich, que mandou buscar o jogador em Alagoas.
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Diz a lenda que a linha demarcatória do meio de campo do gramado do Estádio Milton Corrêa, em Macapá, capital do Amapá, fica bem em cima da Linha do Equador. Metade do campo ficaria no Hemisfério Norte e a outra metade no Hemisfério Sul. ***************************************************************************Carlos Zamith, autor do livro Baú Velho, é o grande historiador do futebol do Amazonas. É ele quem conta a seguinte história.“No ano de 1939, o Paysandu, de Belém, veio a Manaus sob o patrocínio do Fast Club para uma série de jogos amistosos. […] O time paraense era o campeão da temporada 1939 em seu Estado, após 25 anos de espera. […] A delegação visitante ficou alojada na sede do Fast, na época nos altos de um prédio da rua Tamandaré.O Paysandu estreou contra a União Esportiva Portuguesa e venceu pela contagem de 3 a 1 […]. O jogo seguinte foi contra o Olympico Clube […]. O marcador acusava 2 a 2 até os 30 minutos do segundo tempo. Houve um tremendo sururu em campo em virtude de uma jogada violenta do zagueiro Tuta no atacante paraense Heitor. O jogo ficou por algum tempo parado e não chegou a ser concluído. Os paraenses, inconformados com a atitude do árbitro, que não expulsou o jogador amazonense, retiraram-se de campo.No dia seguinte, a notícia correu a cidade: os jogadores do Paysandu viajaram de volta pelo navio Almirante Jaceguai, mas em represália fizeram xixi e cocô nas taças conquistadas pelo Fast em outras batalhas, que estavam bem guardadas em uma estante… ***************************************************************************

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