– Marlene olhou pidona para o noivo:
“Miro, vamos ao cinema domingo à noite? O Cine Real tá levando o filme “A Ponte de Waterloo” com a Vivien Leigh e o Robert Taylor. É a história de uma jovem que se prostitui pensando que o noivo morreu na 2ª guerra mundial. Dizem que é lindo!”
– Miro coçou a cabeça pensativo.
Domingo, o seu América iria fazer o segundo jogo da decisão contra o Flamengo. Fez então uma promessa: “Se o América ganhar do Flamengo eu te levo ao cinema”.
Pela primeira vez Marlene uniu-se ao namorado para ouvir a narração de um jogo de futebol pelas ondas da rádio Tupi do Rio de Janeiro.
Na primeira partida, o Flamengo vencera por 1 a 0 com gol do Evaristo. Marlene roeu unhas até sangrar e, para sua felicidade, o América goleou o Flamengo por 5 a 1. Parecia mentira, afinal era 1º de abril.
Miro cumpriu a promessa: colocou Marlene no guidão de sua bicicleta e dirigiu pelas poeirentas ruas do Guarani até o cinema no centro de Brusque, onde assistiram ao filme.
A revanche vitoriosa do Mequinha levou a decisão do campeonato carioca para um terceiro jogo. Na quarta-feira, do dia 4 de abril. Maracanã lotado. Na negra, o Fla conquistou o Tri para tristeza do Miro que lamenta até hoje o fato de que Tomires tenha alijado da partida Alarcón – meia-esquerda paraguaio do América –com um pontapé no tornozelo.
Alarcón permaneceu em campo até os 38 minutos da primeira etapa, quando abandonou o gramado chorando. O craque vinha se constituindo na principal peça do time americano, que ficou com 10 jogadores até o final da partida.
Na época não havia substituições. O segundo tempo foi um passeio rubro-negro diante da fragilidade do adversário desfalcado.Este jogo deu ao Clube de Regatas Flamengo o título de tricampeão carioca, 1953/54/55.
C.R. FLAMENGO (RJ) 1 X 0 AMERICA F.C. (RJ)
LOCAL | Estádio Mario Filho, o Maracanã, no bairro do Maracanã, na Zona Norte do Rio/RJ |
CARÁTER | 1º jogo da final do Campeonato Carioca de 1955 |
DATA | Domingo, do dia 25 de Março de 1956 |
HORÁRIO | 16 horas (de Brasília) |
RENDA | CR$ 1.455.219,00 |
PÚBLICO | 87.623 pagantes |
ÁRBITRO | Frederico Lopes (FMF) |
FLAMENGO | Chamorro (nº 1); Tomires (nº 2), Pavão (nº 3), Jadir (nº 4), Dequinha (nº 5) e Jordan (nº 6); Joel (nº 7), Duca (nº 8), Evaristo (nº 10), Paulinho (nº 9) e Zagallo (nº 11). Técnico: Fleitas Solich. |
AMERICA | Pompéia (nº 1); Rubens (nº 2), Édson (nº 3), Ivan (nº 4), Maneco (nº 5) e Hélio (nº 6); Canário (nº 7), Romeiro (nº 8), Leônidas (nº 9), Alarcon (nº 10) e Ferreira (nº 11). Técnico: Antônio Carlos Mangualde. |
GOL | Evaristo de Macedo aos 44 minutos (Flamengo), no 2º Tempo. |
DESCRIÇÂO | Duca tocou para Evaristo. O zagueiro Édson estava na sua frente no centro da risca da área. Evaristo pega a bola e busca o passe para algum companheiro. Sem ter a quem passar, partiu para cima de Édson. Gingou o corpo, passou e soltou uma bomba para o gol. Pompéia quando percebeu pulou atrasado, e viu a bola morrer no ângulo direito de sua meta. |
AMERICA F.C. (RJ) 5 X 1 C.R. FLAMENGO (RJ)
LOCAL | Estádio Mario Filho, o Maracanã, no bairro do Maracanã, na Zona Norte do Rio/RJ |
CARÁTER | 2º jogo da final do Campeonato Carioca de 1955 |
DATA | Domingo, do dia 1° de Abril de 1956 |
HORÁRIO | 16 horas (de Brasília) |
RENDA | CR$ 1.699.842,80 |
PÚBLICO | 102.002 pagantes |
ÁRBITRO | Mário Vianna (FMF) |
AUXILIARES | Frederico Lopes (FMF) e Wilson Lopes (FMF) |
AMERICA | Pompéia (nº 1); Rubens (nº 2), Édson (nº 3), Ivan (nº 4), Osvaldinho (nº 5) e Hélio (nº 6); Canário (nº 7), Romeiro (nº 8), Leônidas (nº 9), Alarcon (nº 10) e Ferreira (nº 11). Técnico: Antônio Carlos Mangualde. |
FLAMENGO | Chamorro (nº 1); Tomires (nº 2), Pavão (nº 3), Jadir (nº 4), Dequinha (nº 5) e Jordan (nº 6); Joel (nº 7), Duca (nº 8), Evaristo (nº 10), Paulinho (nº 9) e Zagallo (nº 11). Técnico: Fleitas Solich. |
GOLS | Ferreira aos 16 minutos (America); Joel aos 35 minutos (Flamengo); Alarcon aos 45 minutos (America), no 1º Tempo. Canário aos 5 minutos (America); Leônidas aos 40 minutos (America); Romeiro aos 42 minutos (America), no 2º Tempo. |
C.R. FLAMENGO (RJ) 4 X 1 AMERICA F.C. (RJ)
LOCAL | Estádio Mario Filho, o Maracanã, no bairro do Maracanã, na Zona Norte do Rio/RJ |
CARÁTER | 3º jogo da final do Campeonato Carioca de 1955 |
DATA | Quarta-feira, do dia 4 de Abril de 1956 |
HORÁRIO | 21 horas e 30 minutos (de Brasília) |
RENDA | CR$ 2.492.334,40 |
PÚBLICO | 147.661 pagantes |
ÁRBITRO | Mário Vianna (FMF) |
AUXILIARES | Frederico Lopes (FMF) e José Monteiro (FMF) |
FLAMENGO | Chamorro (nº 1); Tomires (nº 2), Pavão (nº 3), Servílio (nº 4), Dequinha (nº 5) e Jordan (nº 6); Joel (nº 7), Duca (nº 8), Evaristo (nº 10), Dida (nº 9) e Zagallo (nº 11). Técnico: Fleitas Solich. |
AMERICA | Pompéia (nº 1); Rubens (nº 2), Édson (nº 3), Ivan (nº 4), Osvaldinho (nº 5) e Hélio (nº 6); Canário (nº 7), Romeiro (nº 8), Leônidas (nº 9), Alarcon (nº 10) e Ferreira (nº 11). Técnico: Antônio Carlos Mangualde. |
GOLS | Dida aos 15 e 43 minutos (Flamengo), no 1º Tempo. Romero aos 6 minutos (America); Dida aos 16 e 44 minutos (Flamengo), no 2º Tempo. |
COMENTÁRIOS SOBRE A FINAL DE 1955
Roberto Vieira disse…
Bom lembrar do pontapé… a história oficial por vezes esquece.
2 de Agosto de 2008 04:42
Mauro disse…
O campeonato de 1955 foi disputado em três turnos. Os dois primeiros classificavam uma equipe para a final, e o terceiro turno, com apenas seis clubes, classificava o outro finalista, se o vencedor fosse diferente do primeiro. A soma total de pontos nao tinha relevância. E adivinha quem foi o time com maior numero total de pontos? Pois é. E a gente não perdeu para aquele time que foi campeão roubado. Inclusive, ganhamos de 3 x 0 no terceiro turno. Quem nos derrubou foi o Fluminense. Hoje em dia, eles são fregueses, mas na época do Castilho o “osso era duro de roer”. Até pênalti do Ademir ele pegava.
4 de Agosto de 2008 14:27
Adalberto Day disse…
Que pena que o América não ganhou a decisão, mas é assim mesmo – tiveram que tirar um de campo para o Flamengo ter vantagem… Brincadeirinha. O Flamengo tinha um grande time. A nova roupagem do blog está muito boa.
Parabéns que continue a nos brindar com as suas histórias pelos comentários esportivo.
Adalberto Day cientista social de Blumenau
4 de Agosto de 2008 14:57
Anônimo disse…
Comentários: 1º) vi esse jogo. De fato, o time do Flamengo era bom, como todos, em termos: Dequinha, Joel, Evaristo, Dida e Zagalo eram “feras”; Chamorro e Jordan: bons; Duca: médio; Tomires e Pavão: dois Brucutus. O América não ficava atrás: Édson, Osaldinho, Hélio, Canário e Alarcon: “feras”; Pompéia, Romeiro e Ivan: bons; Rubens e Ferreira: médios; Leônidas: o melhor adjetivo para ele seria: Folclórico. Evidente que a retirada de Alarcon facilitou (e quanto!) para o resultado.
2º) vi Teixeirinha jogar no nosso Botafogo em 1947, quando eu tinha 14 anos. O time era: Ari, Sarno e Gérson; Nílton II, Nílton I e Juvenal; Santo Cristo, Geninho, Heleno, Otávio e Teixeirinha. Na ponta esquerda revezavam-se Teixeirinha e Rogério, um jogador vindo do Benfica, de Portugal.
Espero não ter cometido nenhum erro de memória. Em todo caso, converse com ele a respeito, e veja se confere.
Um abração alvinegro do seu amigo Carlinhos.
4 de Agosto de 2008 20:20
Antonio Estevam disse…
Valdir,
Vc sabe de onde vem essa expressão ” vai ter a negra”, ou ” vamos à negra”.
Segundo li, quando da existência de escravos no Brasil, o pessoal em roda de carteado quando não tinha mais o que apostar apostava uma negrinha “saborosa” que estivesse à disposição.
Satisfeito o vencedor, paga estava a dívida.
Em direito do trabalho seria chamado de PAGAMENTO IN NATURA. Rsrsrsrs
Abração.
Saudações vascaínas.
6 de Agosto de 2008 10:02
Lucídio disse…
Nota 10!
Blog, a história de Miro, a lembrança de Alarcon
Um abraço
Lucídio
FONTES: Valdir Appel – Diversos jornais cariocas
O time acima está com.a escalação errada!
Onde se lê Vicente, coloquem Milton Copolillo e onde vê-se escrito Chico, pelo amor dos meus filhinhos, coloquem nosso eterno ponta esquerda, BABÁ!!!
Flamengo nunca teve Vicente na zaga e Chico jogou no Flamengo, anos atrás, nesta época estava no freguês Almirante…
O vascaíno, lá em cima o Mauro está dizendo, o que não é verdade! O Flamengo ganhou o seu segundo tri campeonato carioca roubado onde amigo? Olha bem, a grande “marmelada” e os roubos escandalosos, aconteceram contra ao Flamengo, no ano seguinte, no campeonato carioca de 1956, quando pelo que eu já li e estudei muito, a respeito disto, a federação carioca, a comissão de arbitragem, as diretorias dos outros clubes, em um conluio, levaram o Vasco a ser campeão e o Fluminense vice campeão, armarem toda a ladroagem possível, só um exemplo, sem envolver o Flamengo, diretamente, mas, que nos prejudicava e muito, do que eles armaram, ao longo de todo o campeonato, no jogo Vasco da gama 2 X 1 Bangu, o roubo foi tanto a favor do Vasco da Gama, que até o Zizinho, que não era de reclamar com a arbitragem foi para cima do Eunápolis de Queiroz, tal a ladroeira, a favor do Vasco da Gama! Nos jogos do Flamengo, naquele ano, então, nem se fala o quanto fomos prejudicados. Dizem os torcedores mais antigo, do rubro negro, que já iam para o estádio, na certeza que o Flamengo seria prejudicado e não dava outra, assim mesmo, com toda a roubalheira, o Vasco da Gama só ficou dois pontos à frente do Flamengo! Assim se conta uma história verdadeira, expondo os fatos e não da boca para fora, pois, aí é fácil, vascaíno, meu amigo! Nada contra você mas, tudo pela verdade dos fatos! Um abraço!
Silvio Porto Bretas, boa noite!
O gol do Evaristo de Macedo não foi do meio de campo. Na verdade foi da entrada da área.
Vou colocar entre aspas como o jornal descreveu o gol:
“Aos 44 minutos, Duca tocou para Evaristo. O zagueiro Édson estava na sua frente no centro da risca da área. Evaristo pega a bola e busca o passe para algum companheiro. Sem ter a quem passar, partiu para cima de Édson. Gingou o corpo, passou e soltou um chute forte para o gol. Pompéia quando percebeu pulou atrasado, e viu a bola morrer no ângulo direito de sua meta”
Forte abraço!
Gostaria que, se possível, me confirmassem se em 1956 o gol do Evaristo no um a zero para o Flamengo no primeiro jogo da final foi “do meio da rua”.
Grato.
Sílvio Porto Brêtas.
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