Para conhecimento e para quem viu e é saudosista, vejam alguns estádios que não mais existem pelo Brasil afora:
Estádio da Floresta
O Estádio da Floresta foi um dos primeiros palcos onde se jogou futebol em São Paulo. Situado junto à Ponte das Bandeiras, às margens do rio Tietê, ficava em uma chácara. Serviu inicialmente como casa da Associação Atlética das Palmeiras após ser adquirido ao Clube de Regatas São Paulo. Mas com a extinção do clube, passou a ser utilizado pelo São Paulo da Floresta. Dados históricos apontam que o embrião do São Paulo Futebol Clube jogou neste local 71 vezes com 52 vitórias, 14 empates e apenas cinco derrotas.
Tinha capacidade para 10 mil pessoas. Hoje, ainda existe dentro do Clube de Regatas Tietê, bem distante de sua fisionomia original.
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Vejam o Corinthians posando para foto no lendário e saudoso estádio da Chácara da Floresta. Foto: arquivo do Corinthians
Estádio de General Severiano
Não se pode contar a história do Botafogo sem passar pelo estádio de General Severiano. Em 1913, no dia 13 de maio, o alvinegro disputou pela primeira vez um jogo no local justamente contra o Flamengo. Venceu por 1 a 0 com gol de Mimi. Naquela ocasião, as equipes atuaram da seguinte forma:
Botafogo: Álvaro Werneck, Edgard Dutra e Edgard Pullen; Pino, Rolando de Lamare e Juca Couto; Villaça, Abelardo de Lamare, Facchine, Mimi Sodré e Lauro Sodré
Flamengo: Casusa, Píndaro e Nery; Gallo, Amarante “Zalacain” e Lawrence; Orlando ‘Bahiano’, Alberto Borgerth, Figueira “Joca”, Dell Nero e Raul de Carvalho
Vinte e quatro anos depois, o estádio passou por reformas e ganhou arquibancadas de cimento. Foi reinaugurado com uma partida em que o Fogão bateu o Fluminense por 3 a 2. Em 1948, diante de 20 mil pessoas, o time da estrela solitária ganhou em sua lendáruia casa o Campeonato Carioca ao bater o Vasco por 3 a 1.
No entanto, na década de 1970, o Botafogo perdeu a posse de General Severiano, o que gerou a demolição de parte de sua estrutura. Em 1990, o terreno foi recomprado. No local, hoje existe uma ótima infra-estrutura com campos de treinamento, concentração, ginásio e piscinas.
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Estádio de General Severiano na década de 1930 já com arquibancadas de cimento
Estádio do Andaraí, do América do Rio
O estádio Wolney Braune, no bairro do Andaraí, no Rio de Janeiro, foi utilizado pelo América a partir da década de 1960. Em 1961, o clube adquiriu a praça de esportes junto ao Andaraí com dinheiro recebido pela venda do volante Amaro para a Juventus de Turim, jogador que, quando retornou ao Brasil, defendeu o Corinthians. Em 1993, o terreno onde situava-se o Andaraí foi vendido a uma empresa que, no local, construiu o Shopping Iguatemi. Com o cofre cheio, o América encontrou fôlego para construir um novo estádio em Édson Passos, onde manda seus jogos atualmente.
No dia 20 de janeiro de 1977, quando a cidade do Rio de Janeiro comemorou mais um aniversário, o América reinaugurou o estádio do Andaraí com novos lances de arquibancadas em um jogo amistoso contra o Palmeiras. A partida, curiosamente, não terminou, já que após as expulsões de Vasconcelos, Jorge Mendonça e Toninho, Rosemiro e Samuel simularam contusões e o Palmeiras ficou sem condições legais de prosseguir em campo. Até então, o time carioca vencia por 1 a 0 com um gol de pênalti marcado por Bráulio.
Abaixo, a ficha técnica desta partida.
AMÉRICA 1 X 0 PALMEIRAS
Local: Estádio Wolney Braune, no Andaraí.
Público pagante: 4.129
Juiz: Luís Carlos Félix
Auxiliares: Roberto Costa e Mário Leite Santos.
Gol: Bráulio de pênalti aos 24 minutos do primeiro tempo.
Substituições: no América, César no lugar de Ailton.
Ocorrências: cartão amarelo para Samuel e vermelho para Jorge Mendonça, Vasconcellos e Toninho (todos do Palmeiras)
América: País, Uchoa, Alex, Biluca e Álvaro; Renato, Bráulio e Gilson Nunes; Reinaldo, Lincoln e Ailton.
Palmeiras: Fernandinho, Rosemiro, Samuel, Jair Gonçalves e Zeca; Ivo, Jorge Mendonça e Vasconcelos; Edu, Toninho e Nei.
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O estádio do Andaraí lotado em dia de jogo do América. Em 1993, o terreno onde estava localizado foi vendido e, no local, construído um shopping center. Fonte: site do América
Estádio dos Eucaliptos
O antigo estádio dos Eucaliptos, do Sport Club Internacional, de Porto Alegre, foi a casa colorada até a inauguração do Beira Rio, em 06 de abril de 1969. Sua história começou a ser contada em 1931 em um Gre-Nal, vencido pelo Inter por 3 a 0. Tinha capacidade para 10 mil lugares. Javel marcou os três gols do encontro, apitado por Heitor Deste. O Inter jogou com Penha; Miro e Risada; Ribeiro, Magno e Moreno; Nenê, Javel, Ross, Honório e Ricardo. O Grêmio com Lara; Sardinha I e Sardinha II; Dario, Luiz Carvalho e Russo; Domingos, Artigas, Foguinho, Corô e Nenê. Em 1950, sediou duas partidas da Copa do Mundo do Brasil: Suiça e México e México e Iugoslávia.
Em março de 1969, dias antes da inauguração do Beira Rio, o estádio recebeu sua última partida. O Inter bateu o Rio Grande por 4 a 1. Tesourinha, um dos maiores ídolos do clube, entrou em campo mesmo com 48 anos nos minutos finais e, ao apito do árbitro, arrancou uma das redes para guardar de recordação.
Em 2007, o Inter tentava negociar o terreno onde situa-se o estádio. O preço mínimo: R$ 20 milhões. No local, existem quadras de futebol com grama sintética para aluguel.
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Imagem aérea do estádio dos Eucaliptos, casa colorada até a inauguração do Beira Rio. Fonte: site do Internacional
Estádio Joaquim Américo, do Atlético Paranaense, antes de ser demolido para a construção da Arena da Baixada
Quem assiste a jogos na Arena da Baixada, pertencente ao Atlético Paranaense, sente-se em um templo do futebol com ares europeus. Com capacidade para 32 mil pessoas sentadas, o estádio, cujo nome é Joaquim Américo, é uma referência sul-americana de modernidade. No entanto, até 1997, existia no local um outro estádio com capacidade inferior e com o mesmo nome. Obra idealizada por Joaquim Américo em 1914, quando ocupava a presidência do Internacional, um dos clubes que originou o rubro-negro. Ao ser fundado em 1924, o Atlético herdou este patrimônio e, anos depois, batizou o estádio com seu nome.
Em 1994, a diretoria do clube realizou melhorias no local que duraram apenas três anos já que, em 1997, decidiu-se pela demolição do estádio. Assim surgiu a Arena da Baixada, construída em apenas dois anos.
Na época, cartolas atleticanos decidiram utilizar o modelo europeu conhecido como arena, com capacidade para sediar não apenas jogos de futebol mas também espetáculos, além de oferecer vários serviços como restaurantes e estacionamento.
O novo estádio foi inaugurado em 24 de junho de 1999 com o jogo entre Clube Atlético Paranaense e Cerro Porteño do Paraguai.
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Estádio Joaquim Américo antes da demolição. Palco de grandes jogos do Atlético até 1997, deu lugar à maravilhosa Arena da Baixada. Fonte: Site do Atlético
Estádio Mário Alves de Mendonça
Cartaz exposto nas ruas de Rio Preto em 1948 anuncia a partida inaugural do estádio Mário Alves de Mendonça entre o América local e o América do Rio de Janeiro. Cita, inclusive, que o time carioca havia acabado de regressar invicto de uma excursão por Colômbia e Equador. Fonte: site do América
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Inaugurado em 27 de junho de 1948 na partida em que o América de Rio Preto empatou por 1 a 1 com o América do Rio, o estádio Mário Alves de Mendonça serviu de palco para o América paulista até 1996. A partir de então, o Diabo passou a mandar seus jogos no estádio Benedito Teixeira, bem maior e mais moderno. Sem ser utilizado, o Mário Alves de Mendonça foi demolido para a construção, no mesmo local, de um grande supermercado.
O gramado da antiga praça de esportes tinha 110 metros de cumprimento por 78 de largura. As arquibancadas, capacidade para 20 mil pessoas. Foi construído em três meses para o clube jogar na segunda divisão paulista.
Inicialmente, o campo era de terra batida, sem grama, e podia receber apenas três mil pessoas. Em 1957, a capacidade foi ampliada.
O maior público do estádio aconteceu em 1979, quando 23.800 pessoas acompanharam o empate sem gols entre América e Corinthians pelo Campeonato Paulista.
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O antigo estádio serviu de palco para o América até 1996. Tinha capacidade para mais de 20 mil pessoas
Dagoberto, eu tenho amizade com um gaucho aqui no Rio, torcedor do Internacional. Conversamos sempre sobre o zagueiro Airton Pavilhão do Grêmio, um dos maiores do Brasil. Na metade do ano de 1954, foi cedido ao Grêmio por 50 mil cruzeiros mais o antigo pavilhão social do Estádio da Baixada. Obsoleto para a modernidade de um Estádio Olímpico prestes a ser inaugurado oficialmente, mas grandioso para o acanhado Estádio da Timbaúva, localizado na atual rua Dr. Alcides Cruz, 125. Ali ainda hoje se encontra o saudoso pavilhão. Mas o estádio está a venda.
Em Porto Alegre também não existe mais, alem dos
Eucalíptos do Inter, o estádio da Baixada, do Grê
mio, O Tiradentes do Renner, A Colina Melancólica
di Cruzeiro, o estádio da Timbaúva do Força e Luz
e a Chácara das Camélias, do Nacional. São os que
me lembro no momento.