Meus amigos, o torcedor da Portuguesa é um apaixonado pelo seu time. Dizia um radialista ao narrar um gol no campo da lusa: Delírio no Canindé. Pois é, dizem que vinte portugueses na arquibancada fazem mais barulho que cem torcedores de outro time.
Fui testemunha da alegria de dois torcedores da Portuguesa que estavam sentados na fileira abaixo onde me encontrava, nas numeradas do estádio Osvaldo Teixeira Duarte, o Canindé. Era o dia 13 de abril de 1986 e o Corinthians ia jogar contra a Portuguesa. Como as partes das arquibancadas foram tomadas pela torcida do Corinthians, tive de comprar ingresso nas sociais, onde se concentrava parte da torcida da Portuguesa.
Fiz amizade com estes dois torcedores lusos, educados, e conversamos sobre as possibilidades dos times na partida, coisas do tipo.
Aos 16 min. do 2o tempo, a Portuguesa fez o gol que seria o da vitória, de Hamilton Rocha.
Vou resumir a alegria dos dois torcedores num lance corriqueiro do futebol.
Após o gol, a Portuguesa fez uma triangulação na lateral do campo, próximo às sociais, jogada até banal no futebol, e seguiu em frente pela ponta direita. Até aí nada demais.
Mas os dois torcedores, após esta triangulação, viraram para mim com aquele sorriso maroto e um deles me falou: MAS NÃO PARECE UM RELÓGIO?
Eu fiquei com aquele sorriso amarelo, afinal estava triste porque meu time estava perdendo. Mas esta frase e a alegria dos dois torcedores com este lance não me sai da memória.
Abs
Gilberto Maluf
Gilberto desculpe a indiscrição mas o gol da Portuguesa foi de Hamilton e nõa Hamilton Rocha. Esse Hamilton jogou um ano antes no meu Sâo Bento e foi muito bem. Era um jogador atarracado mas muito eficiente na pequena área. Hamilton Rocha jogava na ponta direita e passou pelo Fortaleza, Palmeiras e Guarani.