Nenhum outro jogador mexeu mais com a rivalidade entre botafoguenses e rubro-negros que o mitológico goleiro Manga. Ele defendeu o Alvinegro por dez anos, de 1959 a 1969, sagrando-se duas vezes bicampeão carioca, em 1961/62 e 1967/68.
Naqueles tempos em que craques como ele, Nílton Santos, Didi, Garrincha, Amarildo, Zagallo e, depois, Gérson, Jairzinho e Paulo César defendiam o Fogão, as vitórias nos clássicos contra o Flamengo eram favas contadas. Tão contadas que às vésperas de cada encontro Manga repetia uma frase hoje imortalizada: “Já mandei a ‘nega véia’ fazer a feira, porque o bicho do jogo de amanhã está garantido…”
Ficou famosa, também, a troca de faixas entre as duas torcidas em função das goleadas de 6 a 0 que um time já aplicou no outro. Depois do jogo de 15 de novembro de 1972, pelo Brasileiro, em que o Botafogo goleou com direito a um dos gols marcados de letra por Jairzinho, os botafoguenses passaram a levar para o estádio uma faixa com os seguintes dizeres: “6 a 0 é igual a 5, porque gol de letra não vale…”
Nove anos depois, pelo Campeonato Carioca de 1981, no dia 8 de novembro de 1981, a vingança rubro-negra: o Mengão devolveu os 6 a 0, para satisfação de seus torcedores. Que nos jogos contra o Botafogo passaram a responder à provocação dos rivais com uma outra faixa: “Nós gostamos de v0 x 6…”
PRINCIPAIS CLÁSSICOS – [img:escudos_1.jpg,thumb,vazio]
10/09/1944 – BOTAFOGO 5 X 2 FLAMENGO – O brilho eterno da estrela.
O Campeonato Carioca de 1944 corria empolgante. O Fluminense liderava a três pontos do Flamengo; o Botafogo vinha logo atrás, com um a menos que o Fla. Naquele 10 de setembro, General Severiano estava lotado para ver desfilar no seu gramado Heleno de Freitas, Zizinho, Geninho, Jaime de Almeida… Heleno faz o primeiro e, dez minutos depois, Jaime empata. Ninguém quer perder o Fluminense de vista. Outra vez o Botafogo fica em vantagem com o gol do argentino Valsek. Depois de mais 3 gols do Botafogo e um do Flamengo, o estádio assiste a um lance insólito: o Flamengo rebela-se contra a arbitragem, o time inteiro senta no meio do campo, e sentado fica até o derradeiro apito do juiz, 14 minutos depois do gesto injustificável.
15/12/1962 – BOTAFOGO 3 X 0 FLAMENGO – Show de Garrincha e Cia.
Se o Botafogo empatasse, adeus ao título carioca de 1962. Mas com um time daqueles (Manga, Paulistinha, Jadir, Nilton Santos e Rildo, Aírton e Édson, Garrincha, Quarentinha, Amarildo e Zagalo), o alvinegro era o favorito contra o Flamengo. Tarde de gala no Maracanã e o Brasil inteiro ligado na partida, que começou com uma investida fulminante de Dida, a bola raspando a trave de Manga. A pressão rubro-negra durou até que Garrincha, ganhando na corrida de Jordan, chutou cruzado e rasteiro no canto, sem defesa para Fernando: 1 x 0. Aos 35, Amarildo, mesmo com um estiramento na coxa, toca para Garrincha, que dribla dois, cruza para Quarentinha que emenda para o gol: 2 x 0. O Botafogo estava á vontade, imprimia ao jogo um ritmo cadenciado, na base do toque. Aos 2 minutos do segundo tempo, Garrincha fecha o placar, 3 x 0. E tome festa alvinegra.
15/11/1972 – BOTAFOGO 6 X 0 FLAMENGO – A histórica goleada.
Certamente nenhum botafoguense ou flamenguista jamais irá esquecer aquele 15 de novembro de 1972. Era feriado nacional e aniversário do Flamengo quando o Maracanã assistiu à uma das maiores goleadas do time de General Severiano sobre o rubro-negro. Uma goleada humilhante, que certamente Zagalo, técnico do Flamengo, nunca sonhou sofrer um dia no Maracanã. Jairzinho, logo aos 15 minutos de jogo, fez 1 x 0 para o Fogão. O segundo gol, aos 35, veio com um chute fulminante do argentino Fischer. Seis minutos depois, o mesmo Fischer fez 3 x 0, completando de cabeça um cruzamento de Zequinha. Jairzinho e Fischer faziam a festa na defesa rubro-negra. Aos 23 do segundo tempo, Jairzinho chutou no canto direito de Renato e levou a torcida do Botafogo à loucura. O quinto gol foi marcado também pelo “Furacão” Jairzinho, aproveitando outro passe de Zequinha e concluindo de letra. E era demais para o Flamengo. A torcida do Botafogo gritava “chega, chega” gozando o adversário. Para fechar a goleada, o grandalhão Ferreti, que entrara no lugar de Fischer, fez o sexto gol. Para ninguém esquecer mais. Essa goleada foi motivo de gozação dos botafoguenses para com os flamenguistas por anos. Até que veio a vingança.
29/04/1979 – FLAMENGO 2 X 2 BOTAFOGO – Campeão Invicto.
O Flamengo já era campeão carioca quando chegou ao último jogo contra o Botafogo no Macaranã. Se não perdesse, seria campeão invicto. O Botafogo vinha para pôr água no chopp do Flamengo. Mas os rubro-negros tinham Zico. E numa tarde inspirada, o “Galinho” fez dois gols em uma de suas melhores exibições com a camisa rubro-negra. Gil e Luisinho Lemos ainda empataram para o Botafogo, mas Zico, acalmando sua defesa, que queria partir pra cima e vencer o jogo, segurou o empate até o apito final. O Flamengo era campeão invicto.
08/11/1981 – FLAMENGO 6 X 0 BOTAFOGO – Nove anos depois, a vingança.
E a vingança veio, nove anos depois daquele 15 de novembro de 1972, pelo Campeonato Carioca. O primeiro gol foi aos 6 minutos de jogo: Nunes, emendando um cruzamento de Adílio da direita. Aos 27, tabela de Nunes e Adílio, a bola que estoura na defesa e volta para Zico fazer 2 x 0. O Botafogo não consegue passar do meio-de-campo. Aos 33 minutos, Lico aumenta, 3 x 0. Seis minutos depois, Adílio faz o quarto, escorando de cabeça uma falta de Zico. “Seis, queremos seis”, grita a torcida rubro-negra. Quando a bola sobrava para Jairzinho, único remanescente do Botafogo vitorioso, a torcida silenciava em respeito aos 3 gols que fizera naquele dia. Aos 29 minutos, Rocha derruba Adílio na área, Zico bate o pênalti com raiva e converte: 5 x 0. Faltando apenas 3 minutos, Adílio centra da esquerda, Zico sobe na área, Jorge Luís rebate para fora, mas na medida para Andrade, o camisa 6, que fulmina no ângulo esquerdo de Paulo Sérgio. Eram 6 x 0.
21/06/1989 – BOTAFOGO 1 X 0 FLAMENGO – A noite de 21 anos depois.
Aquele 21 de junho, certamente, foi um dos dias mais felizes na história do Botafogo. O time alvinegro estava há 21 anos sem conquistar um título e há três sem vencer um clássico carioca. Do outro lado, entretanto, estava o Flamengo de Zico, campeão de tudo na década de 80. O primeiro jogo terminara empatado, 0 x 0. O Botafogo vinha invicto, mas o Flamengo foi quem começou pressionando, tentando reviver o rolo compressor que marcara invejáveis 50 gols até então. No primeiro tempo, apesar da marcação ferrenha de Luisinho, Zico consegue levar perigo para o gol de Ricardo Cruz. Por sua vez, o Botafogo não consegue incomodar o arqueiro Zé Carlos. Começa o segundo tempo e Zico bate uma falta que passa raspando a trave de Ricardo Cruz. Mas a torcida alvinegra previa que algo de especial estava para acontecer. E o lançamento do herói Luisinho para Mazolinha na ponta-esquerda desencadeia uma série de incríveis coincidências: é o dia 21, o marcador do Maracanã marca 21 graus e Mazolinha prepara-se para fazer o 21º cruzamento do jogo aos 12 (21 invertido) minutos. A bola vem alta e cai no pé direito de Maurício que chuta. Era o primeiro chute do Botafogo ao gol de Zé Carlos. É gol! Era o que faltava para coroar a campanha rumo ao título invicto, depois de 21 anos de sofrimento.
19/07/1992 – BOTAFOGO 2 X 2 FLAMENGO – Pentacampeão Brasileiro.
Houve momentos em que só mesmo a fanática torcida rubro-negra parecia acreditar no título de 1992. O Flamengo terminava a fase de classificação em quarto lugar, atrás de Vasco, Botafogo e Bragantino. Fazendo-se valer da mítica capacidade de reação, o Mengo eliminou Vasco, Santos e São Paulo, chegando à final contra o Botafogo. O alvinegro, que se considerou melhor durante toda a competição, sucumbiu por 3 x 0, um show de Piá, Nélio e do onipresente Júnior. No jogo seguinte, quando o Fogão precisava de três gols de diferença, o empate em 2 x 2 bastou. O “vovô” Júnior, comandando a nação rubro-negra, abiu o placar aos 42 do primeiro tempo. Júlio César aumentaria a vantagem para o Flamengo aos 10 do segundo. O Botafogo reagiu e empatou com Pichetti e Valdeir. Mas de nada adiantou. O Flamengo conquistava seu quinto título brasileiro.
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celso unzelte
Eu estudei com o Adalberto 2 anos em 2000 e 2002, muito gente boa, uma pena ter parado tão cedo
Em 1985 o Flamengo sapecou 6 a 1 com um show de bola de Adalberto que marcou duas vezes no dia 24/03/1985 pelo campeonato brasileiro. E em 1979 num jogo que o Flamengo vinha com uma serie de 52 jogos sem perder acabou caindo diante o Botafogo com um gol de Renato Sá, o mesmo que um ano antes derrubou uma serie invicta do Fogão também com 52 jogos sem derrota.
Eu também já fui embora no intervalo rs . Foi contra o Palmeiras em novembro de 1964, tinha 13 anos. Tomamos um gol aos 15 segundos, de Servílio. Era dada a saída, bola recuada para Djalma Santos, que lançou o ponta Gildo que cruzou para o Servílio. Vavá aos 33 e Servílio aos 43 do 1° tempo, 3 x 0 e um abraço, fui embora.
O jogo também terminou 4 x 1.
Eu como botafoguense acrescento dois jogos, 3×3, em 1989 quando perdíamos por 3×1 e empatamos no finalzinho com gol do Vítor, depois desse jogo realmente demos a arrancada para o título e o 1×0 que os reservas venceram em 1997 gol do Renato.Para não ser parcial eu n esqueço dos 6×1 em 1985, quando saímos na frente gol do Elói, fui embora no intervalo, estava 4×1 se não me engano.