G.E. Fluminense (depois G.A. Eberle) – Caxias do Sul (RS)

Contando com preciosa colaboração do amigo e pesquisador Douglas Marcelo Rambor, segue o Grêmio Esportivo Fluminense, que posteriormente passou a se chamar Grêmio Atlético Eberle foi uma agremiação da cidade belíssima cidade de Caxias do Sul (RS). O clube foi Fundado no dia 15 de Novembro de 1934, e as suas cores foram o azul e amarelo.

HISTÓRIA

Ao contrário que se atesta em alguns informes o clube foi fundado como G.E.
Fluminense
e não como G.A. Eberle nome que só surgiria quatro anos depois.

 

O Fluminense era ligado ao Metalúrgica Eberle, grande empresa que dava muitos empregos na cidade. O fundador da metalúrgica Sr. Abramo Eberle era simpático ao futebol mais não apoiou muito o Flu nos seu primeiros anos de vida, assim
a equipe só disputava amistosos na cidade e nos municípios vizinhos não
chegando a jogar os municipais, apesar de Caxias do Sul ter organizado novamente
sua Liga no ano de 1936 (L.S.C. – Liga Sportiva Caxiense)
mais em 1938 a empresa (Eberle) decidiu dar um maior ênfase ao futebol para
proporcionar um espaço de lazer aos seus funcionários decidiu se incorporar de
vez o Fluminense a metalúrgica.

Sem saber precisar dia e mês foi mudado o nome para Grêmio Atlético Eberle, as
cores foram alteradas para alvianil, rapidamente com ajuda da empresa o clube
cresceu em 1938 disputou o citadino de Caxias com as equipes do Juventude do Flamengo e do 9º Batalhão A.C, o Eberle perdeu os dois jogos para a dupla Fla-Ju e ganhou os pontos dos jogos contra o 9º b.c que havia desistido do certame.

Vale salientar que o Eberle jogava no campo denominado Colina
Fantasma
que fora alugado junto ao G.S Maguary que tinha enrolado a
bandeira em 1938.

 

 

Em 1939 mais uma vez jogou o citadino perdendo seu 4 jogos conta a dupla
Fla-Ju Em 1940 no citadino perde o primeiro jogo para o Flamengo mais
vence o segundo no returno por 1 x 0, primeira vitoria dos metalúrgicos. Já
para o Juventude, uma derrota e um empate no segundo jogo, mais esta fora do campeonato.em 1941.

 

O Eberle aposta forte no seu futebol pois tinha cacife para isso
a empresa assim lhe proporcionava ,era o amadorismo marrom,a metalúrgica obriga
seu funcionários a torcer para clube e assistir os jogos. Quem não aceitava
estava fora a equipe. O clube começa a aliciar os jogadores da dupla oferecendo
altas somas na época 3,000 cruzeiro por transferência, mais ainda não seria
desta vez o Eberle perde seus dois jogos contra o dupla e no segundo turno
vence por 1 x 0 o flamengo e 4×2 o juventude,no terceiro perde seus dois jogos
por 2×1 o Flamengo vence o citadino
deste ano quebrando o tricampeonato do Juventude.

Em 1942 mais investidas do Eberle vão enfraquecendo os quadros
do Juventude com a contratação do
grande jogador na época Mario Martini e ao Flamengo
dos jogadores Sarara, Lambança e Rui, além de manter seu grupo do ano anterior
na primeira fase empata com o Juventude
em 0 x 0 e vence o Flamengo por 4 x 3,
no segundo turno perde seus dois jogos respectivamente 0 x 3 e 0 x 2, no
terceiro 5 x 4 no Juventude mais
perdem de 3 x 1 para Flamengo não
seria ainda a vez dos industriários como eram conhecidos vencer o citadino de Caxias.

Em 1943 o clube aposta mais ainda no título dentro e fora de campo, além
de trazer os craques da cidade para suas cores o clube passa a oferecer
subornos a Liga e as atletas das outras equipes, o Eberle passa a ser
chamado de “linguiceiros” sinônimo
de trapaça pois o cheiro se sentia de longe .assim nos descreve Francisco Michelin
em seu livro “assim na terra como no céu”

 

Em 1943, as denúncias de suborno se constituem no
prato quente e recheado. Tal de Tito Rodrigues, preposto do Grêmio Esportivo Eberle, entra em cena
como vilão – ele, com sua mala preta. É acusado, frontalmente, de aliciar
jogadores tanto do Juventude como do
Flamengo. Seu objetivo: fazer com
que, se desse e fosse possível, os jogadores amolecessem, barganhando
resultados, que não se empenhassem, cometendo aqueles atos “suicidas”: perder
um gol na cara do goleiro; cobrar pênalti para os quintos dos infernos; cometer
pênalti; tomar um semifrango. Enfim, jogadinhas que resultassem a favor do
comprador
.

mais o Eberle perde seu primeiro jogo
de 0 x 1 para o Flamengo e vence na estádio
do Juventude esta
equipe por 2×1,na segunda etapa vence o Flamengo
2 x 0 e empata com o Juventude
2×2,onde o escalação do juventude esta muito suspeita,assim notícia um
jornal da cidade.

 

Futebol em Caxias

Comédia em 3 atos.
Os dois primeiros são desenrolados nos gramados esportivos. O último
intitula-se ‘o estouro da linguiça’. Terminara o espetáculo com uma magnífica
apoteose, intitulada: ‘A voz da justiça.

No terceiro turno o campeonato e suspeito por denuncia de suborno do Caxias
e do Juventude o liga paralisa o certame passa a resolução
a federação, esta propõe a continuação do campeonato as equipes em primeira mão
aceitam depois o Flamengo desiste
assim não tendo mais como ser superado o Eberle
e declarado campeão do citadino.ainda em 1943 vence a zona colonial do Gauchão
de amadores até então uma espécie de Segunda Divisão, perdendo nas semi finais
para o EC São Lourenço.

E 1944, com o Juventude e o Flamengo licenciados o Eberle e proclamado bicampeão da
cidade. Pelo estadual de amadores ganha de 5 x 0 do Esportivo e de 7×4 do Lajeadense
sendo bicampeão da Zona Colonial, vence nas semifinais o Riograndense de passo fundo 6 x 1 e nas finais e eliminado pelo Cruzeiro
de Porto Alegre por apertados 4 x 3 e 5 x 4.

Em 1945 com a volta do Juventude aos gramados em
um amistoso o Eberle enfia 8 x
3, e, pelo citadino vence por 1 x 0, num episódio chamado de ‘a volta dos linguiceiros’ pois o árbitro
não deu dois pênaltis para o Juventude, no segundo jogo empate
em 2 x 2 no terceiro vitoria do Juventude 2 x 1 na final,
fora de casa, Eberle goleou por 4 x 0, faturando tricampeonato da cidade.

Já nos amadores perdeu de 1 x 0 para o Esportivo e foi eliminado do certame, a verdade e que com a morte
do seu patrono Abramo Eberle no início do ano a empresa foi divida entre seu
dois filhos que não tiveram interesse em continuar com departamento de futebol.

Assim, no final do ano foi resolvido rebaixar o clube apenas em nível de
futebol interno na empresa, alguns saudosistas na satisfeitos com a resolução
conseguiram fazer que a estrutura usada pelo time fosse repassada a eles assim
como o estádio Colina Fantasma que agora era posse do clube, assim em 1946
volta o time a denominasse Grêmio Esportivo Fluminense e a ter
as cores azul e amarelo.

No
citadino de 1946 agora era o Juventude
que aliciava os jogadores do Fluminense levando cinco atletas
seus inclusive repatriando Mario Martini,o Juventude
vence o primeiro jogo na Colina Fantasma por 3 x 2 e perde seu dois últimos
jogos na quinta dos pinheiros por 2 x 1 e 3 x 1, Fluminense tricampeão de Caxias,
pelo estadual de amadores mais uma vez eliminado pelo Esportivo 1 x 0.

Em 1947 volta o flamengo a disputar o certame vence o Flu por 5×2,era a Fla -Flu do Sul, sendo eliminado do torneio ,em 1948 mais uma participação
sem expressão perde todos seu jogos. Em 1949 idem, em 1950 no primeiro turno
perde de 5 x 3 pro Juventude e 1 x 1
com o Fla, no segundo perde de 3 x 2
e 2 x 0 respectivamente,no terceiro 5 x 2 e 3 x 2,na década de 1950 foi cada
vez decaindo mais ate deixar de existir meu ultimo relato da existência do
clube foi em 1953.

 

FONTES: Jornal O Pioneiro; livro ‘Assim na Terra como no Céu’m de Francisco Michielin; monografia de Alessandro Valim e livro historia de Caxias do sul  ,4º
tomo,autor João Spadari Adami.

Este post foi publicado em 01. Sérgio Mello, Escudos, História do Futebol, Rio Grande do Sul em por .

Sobre Sérgio Mello

Sou jornalista, desde 2000, formado pela FACHA. Trabalhei na Rádio Record; Jornal O Fluminense (Niterói-RJ) e Jornal dos Sports (JS), no Rio de Janeiro-RJ. No JS cobri o esporte amador, passando pelo futebol de base, Campeonatos da Terceira e Segunda Divisões, chegando a ser o setorista do América, dos quatro grandes do Rio, Seleção Brasileira. Cobri os Jogos Pan-Americanos do Rio 2007, Eliminatórias, entre outros. Também fui colunista no JS, tinha um Blog no JS. Sou Benemérito do Bonsucesso Futebol Clube. Também sou vetorizador, pesquisador e historiador do futebol brasileiro! E-mail para contato: sergiomellojornalismo@msn.com Facebook: https://www.facebook.com/SergioMello.RJ

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