A breve passagem do Juventus de Natal pelo futebol potiguar

Dos velhos torcedores que ainda acompanham o futebol potiguar  quase ninguém lembra-se que, no distante ano de 1947 um grupo de rapazes constituído  pelos irmãos Jarbas e Heriberto Bezerra, Luiz Carlos Abott Galvão, Aldo Vianna, Temístocles, Jurandyr Navarro, Ivanildo Paiva, entre outros fundou o Juventus Esporte Clube.

 A característica desse clube é que nenhum jogador recebia nada. Pelo  contrário, teria que assumir as despesas com aquisição do material esportivo que  utilizava e ainda contribuir para o aluguel de uma sala no prédio da “Sorveteria Cruzeiro”, em pleno Grande Ponto.

Nos anos 40 quem imperava no futebol da capital era a dupla ABC/América, o Alvinegro ainda saboreando a conquista do seu decacampeonato, de 1932 a 1941. O rival América havia quebrado a longa série de títulos ganhando o tumultuado campeonato de 1942,que teve a intervenção da Confederação Brasileira, porém no ano seguinte a bola da vez foi o Santa Cruz (hoje extinto).

Entre os chamados pequenos, lá estava o Juventus com sua estranha camisa vinhada, com certeza sugerida por algum fundador para ficar igual à do Juventus de São Paulo. Coube aos rapazes dessa equipe protagonizarem a maior zebra do campeonato de 48, quando o América só não se sagrou campeão invicto porque perdeu uma partida para o time juventino.

Ainda no mesmo ano, decidindo um torneio em benefício das crianças carentes o Juventus derrotou também o ABC e se sagrou campeão. Detalhe curioso também no time juventino é que nunca revelou umjogador, dificilmente treinava coletivamente, adotando a política de reunir os atletas uma hora antes da partida lá mesmo no Juvenal Lamartine”. Em 1947, ano da estréia, o time base era constituído por Aluízio Baliú, Caicó e Pontos, Zoró, Durval e Vanildo, Zorildo, Joãozinho, Barbosa,Xavier e Zé Eider. No ano seguinte, a equipe era um pouco diferente, sendo esta a formação base: Maninho, Zé Moura e Luzan, Zoró, Durval e Vanildo, Zorildo, Cocentino, Barbosa, Ubarana e Afrânio. O treinador era Temístocles.

Concluído o campeonato de 48, o jornal “A República” promoveu um concurso junto a seus leitores para apontar qual o melhor jogador do campeonato, saindo vencedor o meiocampista do Atlético, Piloto, mas depois se descobriu que sua votação se deveu a um trabalho do presidente do clube rubro-negro, Djalma Maranhão, a esse tempo sem ter ainda ingressado na política partidária. Piloto teve 3.383 votos, vindo em seguida o mossoroense Dequinha, do ABC que, depois foi transferido para o Flamengo do Rio. O terceiro mais votado foi o quarto zagueiro Renato Magalhães, do América, com 460 votos. O dentista Luiz Carlos Abott Galvão foi o primeiro presidente do Juventus, em 1947.

Em 1947 terminou em sétimo e ultimo lugar com três pontos, frutos de três empates. Em 1948 também chegou em ultimo lugar com cinco pontos, resultados de duas vitorias contra América e Santa Cruz e um empate. Sem ter sede, nem diretoria organizada, o Juventus EC recolheu-se a sua insignificância e nunca mais voltou para a federação. Tudo indica que o escudo era igual ao homônimo paulista.

fonte: Everaldo Lopes(TNOnline)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *