Contando com a colaboração do amigo e pesquisador André Luiz Pereira Nunes, o escudo atual do Clube Regatas Flamengo de Volta Redonda, no Sul Fluminense (RJ). Fundado na quinta-feira, do dia 28 de Janeiro de 1971, a sua Sede, conhecida carinhosamente por ‘Castelinho’, fica localizada na Avenida Beira Rio, 1.216 – no Bairro da Vila Americana, em Volta Redonda.
O Flamenguinho disputou duas edições do Campeonato Fluminense: 1974 e 1975. Apenas para esclarecer: as cores do escudo acima… O branco, amarelo e preto representam as cores da bandeira da cidade de Volta Redonda; enquanto o nome, o formato e as cores vermelha e preta é uma homenagem ao Flamengo do Rio.
PASSADO GLORIOSO
Como ressaltou o prefeito, o Flamengo de Volta Redonda tem muita história para contar. O clube chegou a ser o único time profissional em atividade na região e teve os seus momentos de glória quando participou do Campeonato Estadual da Segunda Divisão. Além disso, revelou vários jogadores em suas categorias de base. Durante a administração de Guanayr Horst, manteve convênio com o Flamengo do Rio de Janeiro, que durou mais de 20 anos e acabou desfeito durante a administração Kleber Leite à frente da matriz carioca.
Durante o período de atividade, o Flamengo manteve equipes de futebol em todas as categorias, além de desenvolver atividades sociais e comunitárias que mobilizavam toda a cidade. O quadro social era suficiente para manter o clube em atividade, mas a partir de meados da década de 1990 a situação ficou insustentável e o Flamengo da Vila Americana praticamente deixou de existir. Daí até a conclusão da parceria com a prefeitura foram quase dez anos, período no qual o clube só se fez mais decaído.
A partir de agora, além do esporte amador e das atividades sociais, o Flamengo da Vila Americana será aberto para atividades esportivas desenvolvidas pela Secretaria Municipal de Esportes e Lazer. O playground e o campo de grama sintética também poderão ser utilizados por toda a comunidade, com regras que serão estabelecidas em comum acordo pelos dirigentes do clube, assim como ocorre em outras áreas da cidade.
HISTÓRIA
Em 1975, a única equipe profissional da cidade de Volta Redonda era o Clube Regatas Flamengo, mais conhecido como Flamengo da Vila Americana ou Flamenguinho. No mesmo ano, os Estados do Rio de Janeiro e da Guanabara fundiram-se. Devido à fusão dos dois Estados, a Federação Carioca de Futebol e a Federação Fluminense de Desportos também se fundiram.
Já em meados daquele ano, abriu-se a possibilidade da participação de três clubes do interior no Campeonato Carioca do ano seguinte. Assim, foi realizada uma verdadeira peregrinação nas ligas e nos clubes do estado para a escolha das equipes do interior que participariam do campeonato.
Visitou-se Volta Redonda, Resende, Barra Mansa, Vassouras, Valença, Campos, Itaperuna e tantas outras mais. Vale lembrar que o processo de união definitiva das duas entidades foi concluído somente em 1979.
O então Presidente do Clube de Regatas do Flamengo, Sr. Guanayr de Souza Horste, tinha o sonho de ver seu time no Campeonato Carioca, representando a cidade. Ele era assessor do então prefeito, Sr. Nélson Gonçalves, e muito amigo do Sr. Eduardo Vianna, ex-presidente da “Federação Fluminense de Futebol”.
Mantendo ótimo relacionamento com o dirigente, Guanayr queria transformar seu sonho em realidade. Na época, o único clube com atividade de futebol profissional na cidade de Volta Redonda era o Flamenguinho, como era carinhosamente chamado. Dessa forma, tudo parecia caminhar para a indicação do rubro-negro local, no certame.
Em outubro de 1975, o prefeito Nélson Gonçalves entrou em contato com o Sr. Otávio Pinto Guimarães, presidente da futura “Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro”, propondo a melhoria no Estádio Raulino de Oliveira, onde o clube da cidade mandaria suas partidas.
A praça de esportes, construída no final da década de 40, pertencia a “Companhia Siderúrgica Nacional” (CSN) que a havia cedido, em comodato, ao “Guarani Esporte Clube”. Diante da sinalização positiva da federação e com o aval da estatal revogando a cessão do Estádio, em 05 de Janeiro foram iniciadas as obras no mesmo. Os operários trabalharam 24 horas por dia até a instalação de arquibancadas tubulares, aumentando a sua capacidade de 5 mil para 25 mil pessoas.
A sede social do Flamengo, na Vila Americana, conhecida como “Castelinho”, recebeu vários jogadores emprestados pelos clubes da cidade do Rio de Janeiro, Flamengo, Vasco da Gama, Fluminense e América, que começaram a treinar sob o comando-técnico de Paulinho de Almeida e a supervisão de Flávio Costa. Porém, não faltaram pessoas influentes da cidade para indicar jogadores e as despesas começaram a aumentar.
Por outro lado, no campo político existiam dois partidos. De um lado a “ARENA”, situação, e do outro o “MDB”, oposição. Coincidentemente, o presidente da “ARENA” era o almirante (em plena ditadura, nada mais normal do que militares estarem ocupando todos os postos de chefia, mesmo que nada entendessem dos mesmos) Heleno de Barros Nunes, também presidente da “Confederação Brasileira de Desportos”. Nos bastidores ficou acertada a participação do novo clube também no Campeonato Brasileiro. Tudo parecia caminhar bem, mas por determinação do tal militar, deveria haver a troca do nome: – “Já basta um Flamengo no mundo”, teria dito o mandatário, vascaíno confesso. Numa reunião na prefeitura municipal, Guanayr Host chegou a aceitar a mudança de nome para “Clube de Regatas Volta Redonda”, desde que fossem mantidas as cores preta e vermelha. Pouco depois, novas exigências da “Confederação Brasileira de Desportos” desfizeram todos os acordos anteriores.
O campeonato se aproximava, as obras no Estádio seguiam a todo vapor, mas um grande ponto de interrogação pairava no ar. No meio deste imbróglio surgiu um fato novo. Diante do impasse criado, foi aprovada na “Câmara Municipal” uma moção indicando a “Associação Atlética Comercial” como representante de Volta Redonda no campeonato estadual. Todos os jogadores, que treinavam há quinze dias na sede do “Flamengo”, foram para o “Comercial”. Junto com eles, as despesas de salários, alimentação, hospedagem e material esportivo. Com uma semana de treinamentos, o conselho deliberativo do “Comercial” constatou que os gastos eram incompatíveis com a receita e o patrimônio do clube.
Diante da escolha de duas equipes de Campos dos Goytacazes (Americano e Goytacaz), para participarem do “Campeonato Carioca”, a “Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro” não poderia mais esperar por Volta Redonda para escolher a terceira equipe do interior. Assim, no dia 09 de Fevereiro de 1976, aconteceu uma reunião definitiva, na sede da “Federação Carioca de Futebol”, para definir esta situação. Estavam presentes, a diretoria do “Flamengo”, a diretoria do “Comercial”, o prefeito Nélson Gonçalves, o almirante Heleno Nunes e o presidente da “Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro”, Otávio Pinto Guimarães.
O encontro transcorreu em meio a muitas discussões e pouco entendimento. Foram horas de muita tensão e até ameaças de enquadramento de alguns dirigentes mais exaltados no AI-5 (o maldito “Ato Institucional nº 5”, o qual aniquilava todos os direitos constitucionais daquele que “ousasse” contrariar qualquer ideologia do sistema repressivo).
Quando tudo parecia caminhar para mais um impasse, eis que, por um “milagre”, surgiu um “acordo”: decidiu-se pela fundação de um novo clube que viria a representar a cidade no “Campeonato Carioca”, o “Volta Redonda Futebol Clube”, com as cores (preto, branco e amarelo) e o distintivo inspirado no município.
Dessa forma, o “Clube de Regatas do Flamengo”, viu usurpado a sua chance de representar a cidade de Volta Redonda no campeonato estadual. O Flamengo chegou a disputar o Campeonato Carioca da Terceira Divisão (atual Série C) durante a década de 90, mas logo depois passou a disputar os campeonatos amadores da “Liga de Desportos de Volta Redonda” (LDVR).
COM O APOIO POLÍTICO LOCAL, FLAMENGUINHO SE PREPARA PARA VOLTAR À ATIVA
Nos últimos anos o Flamenguinho viveu quase no ostracismo total. Com o campo deteriorado e a sede administrativa em frangalhos, o clube parecia fadado a acabar, esquecido no tempo. No entanto, uma parceria fechada entre a direção do rubro-negro local e a prefeitura vai resgatar aquele que já foi o orgulho dos moradores do bairro e do esporte amador da cidade.
A reestruturação do Flamengo da Vila Americana foi decidida em uma reunião realizada na terça-feira entre moradores, sócios, integrantes da atual direção do clube e o prefeito Antônio Francisco Neto (PMDB). Após ouvir as reivindicações dos participantes e de visitar pessoalmente o local, Neto determinou que o secretário municipal de Obras, José Jerônimo Teles, elaborasse um projeto especial para adequar o espaço à nova realidade com a qual o Flamengo de Volta Redonda vai conviver.
De acordo com Jerônimo, praticamente toda a estrutura física da sede administrativa será demolida e um novo prédio será erguido. Uma parte do antigo clube será desativada para permitir a interligação entre a Rua Venezuela e a Avenida Guanayr Horst, que passará por um processo de revitalização.
O campo de futebol será reformado, e o Flamengo da Cidade do Aço vai ganhar ainda um campo society de grama sintética e uma área de playground para crianças. A prefeitura ainda se comprometeu a construir alambrados e arquibancadas e trocar o muro que cerca parte da área do clube por tela, para dar mais visibilidade e segurança.
“Nós já tínhamos um projeto desde o meu outro mandato como prefeito para esta área, que foi feito pelo então secretário de Esportes, Deley de Oliveira. Só que este é um processo longo, que envolve muita história e muito sentimento que existem em torno do clube. Precisávamos do aval da comunidade, mas com tudo acertado vamos unir o que a comunidade quer com o que já tínhamos programado e fazer um grande trabalho no local”, disse Neto.
De acordo com Jerônimo, o projeto original da prefeitura está em fase final de adequação e as obras devem começar ainda esta semana. O secretário ressaltou que os trabalhos estão orçados em cerca de R$ 300 mil e serão concluídos dentro de poucos meses.
Flamengo do Rio entrou na Justiça cobrando pela marca
Dentro da história do Flamengo da Vila Americana há muitos fatos históricos da parceria com o clube homônimo da capital. Só que o capítulo mais recente não é dos melhores de ser lembrado, como conta Walmir Vítor, que é dirigente do clube de Volta Redonda.
“Tentamos de todas as formas manter o clube ativo. Como as despesas eram grandes, tivemos que buscar parcerias. Inicialmente, o Flamengo do Rio além de nos negar qualquer tipo de ajuda ainda tentou na justiça cobrar uma quantia mensal pelo uso da marca. Fizemos então uma parceria com o Rio Bonito, mas no fim ficaram ainda mais dívidas e nenhuma solução”, disse o dirigente.
Walmir lembrou que a retomada das negociações para que a prefeitura pudesse ajudar o clube foram retomadas a partir da entrada do vereador Carlos Roberto Paiva (PT) na secretaria municipal de Serviços Públicos.
“Conseguimos retomar este canal de comunicação e agora vamos poder retomar nossas atividades em grande estilo”, disse Walmir.
Presidente animado com Futuro do rubro-negro. Os investimentos que a prefeitura fará em breve no Flamengo da Vila Americana deixaram o atual presidente da agremiação, Sebastião de Souza, animado com relação ao futuro do clube. “Com toda a certeza essa iniciativa do prefeito Neto abre novos horizontes para o futuro do Flamengo. Além de importantes investimentos na parte esportiva, vamos ter a chance de ver essa área ser ativada, inclusive com a abertura de uma nova rua. Vamos preservar a área verde e ainda reestruturar a parte administrativa e esportiva. É um sonho mesmo, que está sendo realizado”, disse.
Sebastião tem uma boa parte de sua vida dedicada ao clube e sabe da importância que a agremiação pode ter para a sociedade local. “Estou aqui desde 1983 e me sinto como se isso aqui fosse parte da minha família. Esse é um dos motivos da minha felicidade, pois sei que com o interesse do prefeito teremos condições de dar um salto de qualidade e servir ainda melhor a nossa comunidade. Sei que teremos aqui diversos projetos da secretaria de Esportes sendo desenvolvidos em parceria com nossa direção e isso nos anima ainda mais, pois sabemos da capacidade do pessoal da Smel e o interesse do prefeito de melhorar a qualidade de vida da população através do esporte”, disse Souza.
Fontes: André Luiz Pereira Nunes / http://walmirvitor.blogspot.com.br/Orkut / Wikipédia
E com muita tristeza que eu vejo a situação do clube. Fui revelado pelo Flamengo do Rio. Tive que pegar experiência neste grande clube que era o Flamengo de Volta Redonda.
No meu time eu ainda consigo lembrar dos jogadores Edmilson Pozão, irmão do Delei, o Baiano, Moita, Cipriano hoje treinador, o goleiro Roberto, entre outros amigos.
isso foi mais ou menos em 1976, não me lembro muito o ano. Eu queria até uma foto dos amigos, pois tinha o prazer de jogar nesse clube. Eu era o lateral-esquerdo do time, Walter, conhecido Waltinho, se vocês tiverem alguma foto pode mandar para mim, pois ficarei muito alegre.
Olá André!
Por coincidência estou com o seu xará: André Luiz Pereira Nunes. Assim, eu apenas transcreverei a resposta dele para vc: “André: estou no momento só postando as matérias de jogo, porque necessito de patrocínio e de vencer a síndrome de pânico”.
O André Luiz Pereira Nunes passou por um momento complicado, mas, aos poucos, está se recuperando e nos brindando com belas postagens e descobertas de escudos fantásticos, como esse do Flamengo de Volta Redonda.
Enquanto, ele segue nesse progresso, ele sabe que pode contar comigo para postar por aqui.
Afinal quem não gosta de novidades? Rsrs
Abração André Martins! Rsrs
Falando no Andre Luiz Pereira Nunes, percebi q ele nao mais postou no site papo de futebol. Ele saiu de la? Gostava mto de sua coluna.
Ielo…
Com cerca de sete meses de atraso,
enfim, com essa postagem consigo responder a sua pergunta quando postei o Guarany de Volta Redonda.
Flamenguinho é uma das alcunhas do time.
Uma dívida a menos! Rsrs
Sigo atrás de responder as demais. Rs
Um grande abraço.