Há 50 anos o Brasil rumava para o Bi na Copa do Mundo de 1962: Garrincha e Vavá colocam o Chile de Quatro e agora só resta a Tchecoslováquia para conquistar a taça

Há 50 anos, no dia 13 de junho de 1962, a Seleção Brasileira, sem Pelé, contou novamente com as diabruras de Mané Garrincha e o oportunismo do centroavante Vavá. Foi o suficiente para a Seleção Brasileira calar o Estádio Nacional, golear o Chile por 4 a 2, e avançar para a grande final contra a Tchecoslováquia, para conquistar o Bicampeonato mundial.

Vínhamos do grande triunfo de 1958 na Suécia e o Brasil manteve a base campeã. O grande problema foi que o Rei Pelé sofreu uma grave distensão no músculo adutor da virilha, logo no segundo jogo, no empate sem gols contra a Tchecoslováquia, findando assim sua participação no Mundial do Chile. Sem poder se recuperar a tempo, Amarildo entrou em seu lugar contra a Espanha e jogou muito bem, fazendo os dois gols da vitória canarinho. Com Pelé fora de combate, Mané Garrincha chamou a responsabilidade para si e fez uma das suas melhores atuações na carreira contra a Inglaterra. Brasil 3 a 1.

O Chile era nosso próximo adversário e estava todo cheio de si. Sua violenta seleção jogava a Copa em seu país, ganhara da Suíça por 3 a 1, da Itália por 2 a 0 e da União Soviética por 2 a 1, e achava que podia derrotar o Brasil também. Só que se deram mal, pois pegaram Garrincha num dia de glória. Ele e Vavá fizeram 2 gols cada um na vitória por 4 a 2 e Garrincha arrasou a defesa chilena como quis. Fez um golaço com a perna esquerda, um raro gol de cabeça, abandonou completamente a ponta e fez como se estivesse jogando uma pelada em sua terra natal, Pau Grande, em Magé.

Como curiosidade, os brasileiros temiam que os chilenos colocassem alguma química no almoço que pudesse lhes fazer mal antes do jogo, e apenas lancharam, como prevenção.

Com a eliminação chilena e os números do placar definidos, no final do jogo, cansado de tanto apanhar, Garrincha dá um tostão de leve no glúteo do seu marcador, Eladio Rojas, mais de molecagem do que de revide. Rojas caiu e fez o maior teatro possível, e o bandeirinha dedurou Garrincha ao juiz peruano Arturo Yamasaki, que expulsou de campo o nosso camisa 7, escolhido depois como o melhor jogador desse Mundial.

Ao sair, Garrincha ainda levou uma pedrada na cabeça, lançada da arquibancada. Mas vocês pensam que Garrincha foi suspenso e não jogou a final contra a Tchecoslováquia? Que nada! Graças a uma manobra política, sumiço da súmula do jogo e outras malandragens, Garrincha foi absolvido e mesmo com febre jogou a final. 

 

BRASIL      4      X         2          CHILE

Local: Estádio Nacional (Santiago)

Competição: Semifinal da Copa do Mundo de 1962

Data: 13 de junho

Árbitro: Arturo Yamazaki (Peru)

Expulsões: Landa (Chile) e Garrincha (Brasil)

BRASIL: Gilmar; Djalma Santos, Mauro, Zózimo, Nílton Santos; Zito, Didi; Garrincha, Vavá, Amarildo, Zagalo. Técnico: Aimoré Moreira

CHILE: Escutti; Eyzaguirre, Contreras, Raul Sánchez, Rojas; Rodrigues, Tobar; Ramírez, Toro, Landa, Leonel Sánchez. Técnico: Fernando Riera

 Gols: Garrincha aos 9 e 32 minutos; Toro 41 minutos do 1º tempo; Vavá aos 3 e 32 minutos; Leonel Sánchez (pênalti) 16 minutos do 2º tempo

 

 Fotos e Fonte: CBF

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Sobre Sérgio Mello

Sou jornalista, desde 2000, formado pela FACHA. Trabalhei na Rádio Record; Jornal O Fluminense (Niterói-RJ) e Jornal dos Sports (JS), no Rio de Janeiro-RJ. No JS cobri o esporte amador, passando pelo futebol de base, Campeonatos da Terceira e Segunda Divisões, chegando a ser o setorista do América, dos quatro grandes do Rio, Seleção Brasileira. Cobri os Jogos Pan-Americanos do Rio 2007, Eliminatórias, entre outros. Também fui colunista no JS, tinha um Blog no JS. Sou Benemérito do Bonsucesso Futebol Clube. Também sou vetorizador, pesquisador e historiador do futebol brasileiro! E-mail para contato: sergiomellojornalismo@msn.com Facebook: https://www.facebook.com/SergioMello.RJ

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