Há 50 anos o Brasil rumava para o Bi na Copa do Mundo de 1962: Mané Garrincha dá show, Seleção Canarinho bate a Inglaterra e avança às semifinais

Seguramente, foi nos 3 x 1 sobre os ingleses que Garrincha (foto) se excedeu naquela Copa de 62. Mas não for fácil para o Brasil chegar até aquele dia. Logo na estreia, em 30 de maio, no Estádio Sausalito, em Viña del Mar, começou a perder Pelé, com uma distensão muscular, dor na virilha, que atingiu o clímax quando o camisa 10 chutou a gol, aos 25 minutos do 0 x 0 com a então Tcheco-Eslováquia, em 2 de junho. Perdia-se o “Rei”. Que mau!

Mas estava escrito que aquela seria a Copa do Mané. Pra começo de conversa, o “Torto” já começara a aparecer no lance do primeiro gol contra os mexicanos. Livrara-se de Najera e lançara Pelé, que dera um toque na bola, à meia-altura, para Zagallo abrir o caminho do bi – Pelé fez o outro gol.

Antes daquele jogo, um incidente: Aymoré Moreira tentara devolver a zaga central à Bellini, tendo em vista que Mauro andara vacilão na estréia. Mauro, no entanto, reagiu, ameaçando ir embora, caso fosse barrado. E o time terminou sendo repetido no segundo jogo.
Copa vai, Copa vem, de repente, a seleção canarinha estava diante do terceiro grande problema, depois da contusão de Pelé e do “Caso Mauro”: a inferioridade no placar, em 6 de junho, ante os espanhóis. Se o árbitro não tivesse deixado de marcar um pênalti, cometido por Nilton Santos, dificilmente, Garrincha chegaria ao seu brilho máximo diante da Inglaterra, em 10 de junho. Ainda bem que Amarildo virou o placar e a Espanha foi passada pra trás: 2 x 1.

Vale ressaltar que, no gol da virada, foi o Mané quem cruzou, da linha de fundo, para o “Possesso” cabecear para a rede.
Com a vaga garantida nas quartas-de-final, viera a grande tarde de domingo, em Sausalito, de onde os brasileiros não saíram, por terem sido os primeiros do se grupo, enquanto os britânicos foram os segundos no deles. Rolou a bola. Como a seleção de Aymoré Moreira mostrava-se muito enrolada, a partir dos 31 minutos do primeiro tempo, Garrincha resolveu acontecer.

Chamou as responsabilidades para si. E abriu o plalcar, de forma inacreditável. Durante uma cobrança de escanteio, saltou junto com o grandalhão Norman, que era 12 centímetros mais alto, e conseguiu cabecear a bola para a rede. Os ingleses empataram, aos 36 minutos, por intermédio de Hitchens, mas, por aquilo, pagaram caro.
Após um primeiro tempo empatado, por 1 x 1, aos oito minutos da etapa final, Didi preparava-se para cobrar uma falta, pela direita, pertinho da grande área. Sem que ele pudesse imaginar, surgiu um moleque Garrincha à sua frente. E mandou o pé na pelota. O goleiro inglês Springett rebateu a bola para a frente, na cabeça de Vavá, que não o perdoou: 2 x 1. Aos 14, Garrincha viu o camisa um inglês adiantado e chutou, quase da intermediária, por cobertura: 3 x 1. Golão!

Cabeçada, chute por cobertura, cobrança de falta, normalmente, Garrincha não fazia nada daquilo, no Botafogo. De normal mesmo só ele dizer que não tinha medo do tal de “Fralda”, referindo-se a Flowers, o lateral que iria marcá-lo e que prometia sumir com ele do jogo. Naquele dia, porém, o Mané, que esteve “indomável”.

Só não conseguiu dominar um cachorrinho preto (foto) que invadiu o gramado, antecipando-se às diabruras que ele iria aprontar. Depois de driblar o “Demônio da Copa”, o cãozinho só foi capturado quando o inglês Jimmy Greaves ajoelhou-se à sua frente e os dois ficaram olhos nos olhos, se namorando. Num bote rápido, o atacante fez o que Mané Garrincha não conseguira, único pecado do “Demônio das Pernas Tortas”.

 
 

 No meio da confusão, quando saía de campo, Mané levou uma pedrada, na cabeça, que teve de ser enfaixada. (foto).

Brasil 3 x 1 Inglaterra
Local: Estádio Sausalito, em Viña del Mar (CHI)
Público: 17.736 pagantes
Árbitro: Pierre Schwinte (FRA)
Gols: Garrincha, aos 32 e Hitchens, aos 39 min do 1º tempo; Vavá, aos 9, e Garrincha, aos 14 min do 2º tempo.
BRASIL: Gilmar, Djalma Santos, Mauro, Zózimo e Nilton Santos: Zito e Didi; Garrincha, Vavá, Amarildo e Zagallo. Técnico: Aymoré Moreira.
INGLATERRA: Springett, Armfield, Wilson, Morre e Flowers; Norman, Douglas e Hitchens; Haynes, Greaves e Bobby Charlton. Técnico: Walter Winterbottom.

Fontes e Fotos: CBF /Fatos e Fotos

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Sobre Sérgio Mello

Sou jornalista, desde 2000, formado pela FACHA. Trabalhei na Rádio Record; Jornal O Fluminense (Niterói-RJ) e Jornal dos Sports (JS), no Rio de Janeiro-RJ. No JS cobri o esporte amador, passando pelo futebol de base, Campeonatos da Terceira e Segunda Divisões, chegando a ser o setorista do América, dos quatro grandes do Rio, Seleção Brasileira. Cobri os Jogos Pan-Americanos do Rio 2007, Eliminatórias, entre outros. Também fui colunista no JS, tinha um Blog no JS. Sou Benemérito do Bonsucesso Futebol Clube. Também sou vetorizador, pesquisador e historiador do futebol brasileiro! E-mail para contato: sergiomellojornalismo@msn.com Facebook: https://www.facebook.com/SergioMello.RJ

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