Grêmio Esportivo Juventude – Candelária (RS)

O Grêmio Esportivo Juventude é uma agremiação do Município de Candelária (RS).  O Surgimento do clube, em 1944, foi num ano de grande efervescência com a realização da Segunda Guerra Mundial, a qual uniu as forças armadas de mais de 70 países e mobilizou mais de 100 milhões de militares.

Foi o maior conflito sangrento da história, que ocasionou a morte de mais de 70 milhões de pessoas, cerca de 2% da população do mundo, na época. Em Candelária, mais precisamente Fundado no dia 19 de Março de 1944.

O time futebol surgiu através de uma ideia dos amigos Walter Filter, Teodoro Filter, Perceval Martin e Darci Martin, que jogavam futebol em um time chamado Flamengo, nos anos 30. Com o fim desta equipe, os amigos decidiram formar uma nova. A denominação, Juventude, foi uma forma de homenagear a mocidade da época.

O primeiro campo ficava localizado na propriedade de Nestor Graeff. Elcy lembra que na época o campo era cercado de árvores de camboim. Já Ruy Lenz conta que a origem do primeiro nome “Grêmio” foi uma homenagem aos gremistas, e as cores vermelho e branco do uniforme, foi uma homenagem aos colorados da época, quando já existia a rivalidade Grenal.

Os primeiros jogadores do Juventude foram Arnaldo Wink, Mimi Fonseca, Perceval Martin, Bruno Marx, Edegar Ensslin, Arno Schiling, Adão Mença, Salvador, Edmundo Mença, Claudiomiro, Wilson Oliveira, Adão Dias (Tio Mico), Nicolau Couto, Tesoura, Heitor Bartmann, Elcy Simões de Oliveira, Amaro Mença, Iedo Grehs, Hari Roos, Adilo Feldmann, Mário Grundling, entre outros. Arlindo Lenz era o treinador.

BATALHADOR – Os três ex-jogadores do Juventude lembram com saudosismo de Darcy Martin. Ruy e Elcy contam que Darcy era o organizador do Juventude, era ele quem fazia tudo, desde o serviço de copa até a distribuição dos uniformes para os atletas no dia das partidas. “O Darcy era o primeiro a chegar e o último a sair. Tudo no Juventude girava em torno dele”, conta Elcy. Já Etti lembra que Darcy Martin deixava seus afazeres na sapataria que tinha na Avenida Pereira Rego – hoje a loja Martin Calçados – para se dedicar ao Juventude. Ruy Lenz salienta que colocar o nome do estádio de Darcy Martin foi uma homenagem mais do que justa e merecida a Darcy.

 

AMISTOSOS – Nos primeiros anos, o Juventude disputou somente amistosos. A equipe enfrentou equipes como o Grêmio Esportivo Sinimbu, Trombudo (Vale do Sol), Ramiz Galvão (Rio Pardo), Atlético (Sobradinho), Rio Pardinho, Mercur, Santa Cruz (Santa Cruz do Sul) entre outros. “Todos os jogos amistosos que disputávamos eram equilibrados. Jogamos contra grandes adversários”, lembra seu Etti.

Ruy Lenz recorda-se que em 1944 ele estudava no internato do Colégio São Luís e descobriu que Candelária tinha um time de futebol chamado Juventude ao assistir o amistoso entre Santa Cruz e Juventude no Estádio dos Plátanos. “Os padres sempre nos levavam para o campo do Santa Cruz para assistir as partidas amistosas aos domingos e naquele dia eu descobri que na minha cidade tinha um time de futebol chamado Juventude”. Neste amistoso, o Santa Cruz venceu o Juventude pelo placar mínimo (1 a 0).

Distintivo antigo

 No dia 1º de abril de 1948, o Juventude elegeu a sua primeira diretoria oficial composta por Walter Filter (presidente), Nestor Schmidt (vice-presidente); Heitor Bartmann (1º secretario); Perceval Martin (2º secretario); Bertholdo Teichmann (1º tesoureiro); Leopoldo Gründling (2º tesoureiro) e Waldemar Martin (diretor social). Neste dia também foi criado o estatuto do Juventude. O registro oficial da equipe está datado em 24 de abril de 1948.

No dia 23 de setembro de 1949, a prefeitura de Candelária comprou o terreno de Nestor Graeff, onde estava localizado o campo. Por uma escritura pública de doação, lavrada no dia 25 de outubro de 1951, o município doou a área de 18.000m² ao Juventude. A doação foi assinada pelo prefeito em exercício, Elemar Hintz, e pelo presidente do Juventude, Omar Fonseca de Oliveira, o Maroca. Após o ato, através de uma iniciativa de Leopoldo Hintz e Luis Spengler, o campo foi cercado com tabuas de madeira compradas e serradas pelos dois colaboradores. Nesta área, até hoje está localizado o antigo Estádio dos Eucaliptos, depois denominado Estádio Darcy Martin.

 

ESTADUAL – Ruy Lenz e Eti Ensslin lembram que em 1948, o Juventude disputou o seu primeiro Campeonato Estadual de Amadores. Segundo Ruy, naquela época as partidas eram disputadas no sistema eliminatório em jogo único. No primeiro jogo, o Juventude enfrentou uma equipe de Rio Pardo, na cidade histórica. A equipe candelariense venceu o jogo por 4×3 e conquistou a classificação.

Após o jogo, Ruy Lenz lembra que alguns torcedores do Juventude foram desfilar pela cidade de Rio Pardo em cima de uma camionete Ford Bigode para comemorar a vitória e acabaram presos pela polícia. Plínio Lenz, que era jogador do Juventude e sobrinho do Coronel Albino Lenz, conversou com o delegado de Rio Pardo e, usufruindo do privilégio por ser parente do coronel, conseguiu soltar os torcedores.

Na segunda fase, o Juventude foi a Caxias do Sul enfrentar o Flamengo, de Caxias do Sul (atual SER Caxias). Na oportunidade, a delegação inaugurou um ônibus novo, que levou a delegação e alguns torcedores para a partida. No jogo, o Juventude foi derrotado por 4×2 e eliminado da competição.

Ruy Lenz lembra que Etti Ensslin fez um dos gols do Juventude, de nuca, após um tiro de meta cobrado pelo goleiro da equipe candelariense. Após o lance, pelo fato da bola estar pesada em razão do campo molhado, Etti caiu no chão, sem ter visto que a bola havia entrado. “Foi um lance muito engraçado a maneira como o Etti fez aquele gol”, lembra Ruy.

 O Juventude participou do Campeonato Gaúcho de Aspirantes em 1950; e o Campeonato Estadual de Amadores em 1948, 1956, 1971 e 1987. O GE Juventude faturou dois títulos no Campeonato Estadual de Amadores da 1ª Divisão: 1956 e 1987.

 

Fontes: http://riquezasfutebol.blogspot.com.br/ Douglas Marcelo Rambor

Fotos: Acervo Pessoal deTiago Garcia

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Sobre Sérgio Mello

Sou jornalista, desde 2000, formado pela FACHA. Trabalhei na Rádio Record; Jornal O Fluminense (Niterói-RJ) e Jornal dos Sports (JS), no Rio de Janeiro-RJ. No JS cobri o esporte amador, passando pelo futebol de base, Campeonatos da Terceira e Segunda Divisões, chegando a ser o setorista do América, dos quatro grandes do Rio, Seleção Brasileira. Cobri os Jogos Pan-Americanos do Rio 2007, Eliminatórias, entre outros. Também fui colunista no JS, tinha um Blog no JS. Sou Benemérito do Bonsucesso Futebol Clube. Também sou vetorizador, pesquisador e historiador do futebol brasileiro! E-mail para contato: sergiomellojornalismo@msn.com Facebook: https://www.facebook.com/SergioMello.RJ

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