Por: Aristides Leo Pardo
Fundado como Campos Athletic Association (atual Campos Atlético Associação), em 26 de outubro de 1912, por Ângelo de Carvalho, em sua residência situada no bairro do Caju, junto com seu genro, Wanderley Barreto (este eleito o Presidente), Fernando Alberto Muri, Jorge Muniz Filho, Victor Arezo, Carivaldino Carvalho, Onizio Silva, Antonio Augusto de Carvalho, Francisco Augusto de Carvalho, Floriano Peixoto, Lincol Silva, Rotichild de Castro e Alvino Silva.
Após juntarem dinheiro, Wanderley ficou incumbido de viajar até ao Rio de Janeiro, onde foram comprados os materiais para o novo clube e retornando da Capital trouxe duas bolas, bomba de ar e um livrinho com as regras do jogo, já que a maioria não as conhecia.
O clube rompeu barreiras ao abrir suas portas a todos que quisessem participar da equipe, independentemente de sua cor e classe social e, dessa forma, junto com o Goytacaz, se diferenciavam dos demais clubes elitistas da época. As cores escolhidas para representar o clube, foi o preto, representando a raça negra e o roxo, simbolizando o mulato.
Utilizava o campo do Queimado para disputar as partidas, depois conseguiu alugar um terreno na Rua Rocha Leão, no bairro do Caju, onde o clube ficaria conhecido como “o Roxinho da Coroa”. Depois se mudou para um terreno situado a Avenida Alberto Torres, que foi doado pela Câmara de Vereadores, onde foi erguido o Estádio Ângelo de Carvalho.
Durante muito tempo a sede do Campos A. A. ficaria sendo a casa de Ângelo de Carvalho, perto do campo da Rocha Leão, onde se fazia as reuniões e as festas de comemorações por mais uma vitória do time. O dono da casa, apesar de poucos recursos (era ferreiro e tinha uma pequena oficina ao lado de casa), gostava das freqüentes festas em sua residência. Certa vez o time do Mangueira, da segunda divisão do Rio, veio jogar aqui contra o Campos e houve uma grande festa na casa de Ângelo, onde até o quintal fora iluminado (coisa fora do costume da época). No dia seguinte da partida vencida pelo “roxinho”, nova festança.
Em meados da década de 70, o clube entra em decadência e, ainda, com os principais rivais (Americano e Goytacaz) disputando o campeonato nacional, o Campos foi assumido por um grupo de empresários, que tinha como objetivo elevar o clube a outro patamar no futebol do Estado e, para a promoção desta nova fase, que acabou não dando certo, veio a Campos a melhor equipe de futebol do Brasil daquele momento, a Sociedade Esportiva Palmeiras, (que era então o campeão paulista, bicampeão brasileiro e tinha seis jogadores da seleção brasileira que haviam disputado a Copa do Mundo na Alemanha em 1974) e também o Vasco da Gama, para estes jogos amistosos (disputados no campo do Goytacaz). O Campos contou com dois reforços especiais, que vieram a peso de ouro. Brito, titular da seleção brasileira que se sagrou tricampeã mundial no México em 70, e Afonsinho, polêmico jogador que revolucionou a relação jogador / dirigente.
Craques como Rebolo, Crisolino, Niquinho, Carivaldino, Goiaba, Salvador Roque, Pacaparra, Hélvio Pessanha , Aristides, Lodinho, Cinco, Bimba, Jorge “Chinês” , Ipojucan, Dedego, Ananias, Ovilson, Morgadinho, Arthur, vestiram gloriosamente a camisa do querido roxinho.
O roxinho conquistou o título de um quadrangular realizado com o intuito de ajudar a preparar o Americano para o Campeonato Brasileiro de 1975 e contou, ainda, com a participação do Rio Branco e do Madureira, do Rio de Janeiro. Além das conquistas de cinco certames campistas (1918, 1924, 1932, 1956, 1976).
Hoje, com o seu departamento de futebol profissional desativado, funciona apenas como clube social, onde acontecem animadas “peladas” nos finais de semana, partidas do time de veteranos, escolinha de futebol e refrescantes banhos de piscina. Mas quem viveu nos áureos tempos do esporte campista, não se esquecerá das glórias e lutas do querido e saudoso roxinho, que, mesmo não sendo um clube de grandes posses financeiras foi, sem dúvida, uma das forças do futebol campista, tendo conquistado os campeonatos de 1918, 1924, 1932 (este junto com o Goytacaz), 1956 e 1976.
Os principais presidentes foram Wanderley Barreto, Edmundo Chagas, Jorge Muniz, Luiz Carlos de Oliveira, Jorge da Paz Almeida (por cinco vezes), Jovino Gomes Lima, Dr. Milton Marques, Anísio Silva, Wander Lugan Malafaia, Rodoval Bastos Tavares, Dário Canela.