Dirceu – “Maravilha Negra” da Ferroviária

O Imparcial Esportivo -08/03/1954

Antes de Dudu (Olegário Tolói de Oliveira), a Ferroviária de Araraquara contou com o futebol vistoso, clássico e eficiente de Dirceu, um dos artífices da conquista da Segunda Divisão do certame paulista, versão 1955.

Dirceu - Equipe da AFE 1955

Naquela ocasião, a mídia esportiva traçava este perfil de Dirceu:

Médio direito, a mola propulsora do time grená, fazendo de maneira clássica e bela a ligação da defesa com o ataque. A torcida apelidou-o de “Maravilha Negra” pelo seu excelente controle de bola.

Nome – Dirceu Siqueira

Naturalidade – São Paulo, Capital

Idade – 27 anos. Nascido a 29 de setembro de 1929

Estado civil – Solteiro

Peso – 68 quilos

Altura – 1,75

Clubes – O famoso “Maravilha Negra” iniciou no Mocidade Glicério, da várzea paulistana. Ainda na Capital, Dirceu jogou pelo Iguape, Pelotas, Rádio Panamericana, Boca Juniors, Iuracan. Transferiu-se depois para o quadro amador do Corinthians Paulista de onde foi descoberto pelo Rio Pardo, tornando-se estrela de “primeira grandeza” segundo expressão de Pereira Lima que o trouxe para a Associação Desportiva Araraquara (ADA). Finalmente Dirceu ingressou na Ferroviária, onde atua com enorme desenvoltura, sendo um dos ídolos da torcida grená.

Dirceu - ADA

Títulos – Dirceu foi campeão pelo amador do Corinthians e campeão de série pelo Rio Pardo.

Maior emoção – O grande médio “colored” da Ferroviária tem duas grandes emoções em sua carreira esportiva. A primeira foi no Pacaembu, quando ainda defendia o amador do Corinthians, num lance em cima da risca fatal de seu gol que ele tirou de “bicicleta” empolgando a torcida presente ao jogo. A segunda maior emoção de Dirceu foi descrita por ele próprio: “O gol que fiz contra a Sanjoanense. Roque encobriu espetacularmente o famoso Zé Amaro e, conforme a bola desceu eu chutei para o gol de “sem pulo” marcando um tento sensacional.”

Dirceu - Atlas do México

Dirceu Careca – assim chamado porque jogava com a cabeça raspada – transferiu-se para o México, onde atuou com muito êxito até o encerramento de sua brilhante carreira. Lá seguiu residindo, até que em 1999 veio a falecer, vítima de infarto.

Fontes:
Jornal O Imparcial (Araraquara)
Que fim Levou? Milton Neves (Fotos)
Edição: Paulo Luís Micali

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *