Ferroviária de Araraquara (SP): 62 anos de existência

Ferroviária de Araraquara: 62 anos de existência
Neste 12 de abril de 2012, a Ferroviária de Araraquara completa 62 anos e tem uma bela história nos registros do futebol.

Com o declínio acentuado do sistema ferroviário no Brasil, as agremiações de futebol que nasceram com ligação estreita junto às ferrovias acabaram sucumbindo.
Tivemos boas representações que fizeram história no futebol mas que não resistiram às transformações marcadas pelo tempo. Vide Ferroviária de Assis, Botucatu e Pindamonhangaba, para ficarmos no âmbito paulista. Esses clubes têm um histórico de respeito, mas não se sustentaram.

A Ferroviária de Araraquara, apesar das muitas e aflitivas situações de dificuldade manteve-se em atividade, fazendo frente às adversidades e tendo como trunfo maior a força do seu nome, pela rica história que criou. A Ferroviária de Esportes, querida de muita gente, foi a primeira a afrontar os clubes grandes, tornando-se também grande no final dos anos 50 e nos anos 60.

Camisa da AFE em exposição no Museu da Arena da Fonte - Araraquara/SP

Jogando um futebol técnico e vistoso, a Ferroviária fez com o Santos F.C. o clássico da técnica. Era o jogo mais bonito de ser visto.

“Sparrring” da Seleção Brasileira

Folha de São Paulo 30-04-1962

Era tão técnico e tão bonito o futebol afeano que os próceres do futebol nacional escolheram-na, em 1962, para servir de “sparring” da Seleção Brasileira.
Assim, no dia 29 de abril de 1962, há 50 anos, a Ferroviária de Araraquara ajudou a Seleção Brasileira nos preparativos que culminaram com a conquista do bicampeonato mundial no Chile.
Tendo por local a cidade de Serra Negra (SP), a Ferroviária atuou dois períodos de 40 minutos contra o Selecionado Nacional, empatando o primeiro período em 0 x 0 com a Seleção Azul (Reservas). Formações:
Seleção Azul – Castilho; Jair Marinho, Mauro, Calvet e Altair; Zequinha e Mengálvio; Jair, Quarentinha, Amarildo e Germano.
Ferroviária – Toninho; Ismael, Antoninho, Mário e Zé Maria; Dudu e Bazzani; Peixinho (Mateus), Laerte, Aurélio e Benny.
O outro período de 40 minutos reuniu a Seleção Brasileira (Amarela) e a Ferroviária. Os titulares do Brasil venceram por 2 a 0, gols assinalados por Didi, ambos de bola parada: aos 5’, de pênalti, e aos 25’, de falta.
Seleção Amarela – Gilmar; Djalma Santos, Belini, Jurandir e Nilton Santos; Zito e Didi; Garrincha, Vavá, Pelé e Zagalo.
Ferroviária – Toninho; Ismael, Antoninho, Rodrigues e Zé Maria; Dudu e Bazzani; Mateus, Laerte, David e Benny.
A arbitragem foi de Domingos de Marco (FPF), a renda somou Cr$ 1.697.700,00 e o público pagante foi de 5.034.
Portanto, num dia como o de hoje – 12 de abril – há 62 anos, era fundada a Associação Ferroviária de Esportes, de Araraquara; e há exatos 50 anos, no mês de abril, a Ferroviária servia de “sparring” à Seleção do Brasil.

Fontes:
Folha de São Paulo
Arquivo pessoal
Texto: Vicente Henrique Baroffaldi
Edição: Paulo Luís Micali

Este post foi publicado em 01. Sérgio Mello, 24. Vicente H. Baroffaldi, História dos Clubes Nacionais, São Paulo em por .

Sobre Sérgio Mello

Sou jornalista, desde 2000, formado pela FACHA. Trabalhei na Rádio Record; Jornal O Fluminense (Niterói-RJ) e Jornal dos Sports (JS), no Rio de Janeiro-RJ. No JS cobri o esporte amador, passando pelo futebol de base, Campeonatos da Terceira e Segunda Divisões, chegando a ser o setorista do América, dos quatro grandes do Rio, Seleção Brasileira. Cobri os Jogos Pan-Americanos do Rio 2007, Eliminatórias, entre outros. Também fui colunista no JS, tinha um Blog no JS. Sou Benemérito do Bonsucesso Futebol Clube. Também sou vetorizador, pesquisador e historiador do futebol brasileiro! E-mail para contato: sergiomellojornalismo@msn.com Facebook: https://www.facebook.com/SergioMello.RJ

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