Heleno de Freitas: O ‘Bad Boy’ do Brasil na década de 1940

 

                           Tesourinha, Zizinho, Heleno, Jair e Ademir: ataque de craques do Brasil em 1945-46

Advogado, boêmio, catimbeiro, boa vida, irritadiço, galã. Heleno de Freitas foi tudo isso, mas principalmente um craque da grande área, um jogador talentoso que deixou a sua marca na Seleção Brasileira e nos clubes pelos quais passou – e foi ídolo – com muitos gols e belas atuações que o fizeram entrar para a história como um dos maiores craques do futebol sul-americano.

 

Heleno de Freitas na delegação da Seleção Brasileira no Sul-Americano de 1946

Dono de um gênio intempestivo, que muitas vezes o fazia ser expulso, Heleno de Freitas foi um dos símbolos do Botafogo, o clube com o qual mais se identificou. Descoberto pelo técnico Neném Prancha no time do Botafogo de praia, Heleno, que iniciou a carreira no Fluminense, foi para o alvinegro carioca ainda amador e chegou ao time principal com a responsabilidade de substituir o ídolo Carvalho Leite (goleador do tetracampeonato estadual, de 1932 a 35). Ele não decepcionou a torcida, com grande habilidade e excelente cabeceio.

Heleno no ataque da Seleção Brasileira na Copa Rio Branco, em 1948, que tinha ainda Cláudio, Friaça, Jair e Canhotinho

Com uma postura elegante dentro e fora de campo, o jogador foi o maior ídolo alvinegro antes de Garrincha, mesmo sem nunca ter sido campeão pelo clube. Marcou sua passagem em General Severiano com 209 gols em 235 partidas, tornando-se o quarto maior artilheiro da sua história. Deixou General Severiano em 1948, negociado com o Boca Juniors, da Argentina, na maior transação do futebol brasileiro até então.

Heleno de Freitas no Boca Juniors, na maior transferência do futebol brasileiro à época

Atuou ainda pelo Vasco, onde foi campeão carioca de 1949 com o Expresso da Vitória, pelo Atlético Junior de Barranquilla, da Colômbia (em Barranquilla, encontra-se uma estátua em sua homenagem, “El Jogador”) e pelo Santos. No América, do Rio de Janeiro, onde encerrou a carreira, disputou só uma partida, a única também que jogou no Maracanã.

Heleno de Freitas no seu último e o único jogo pelo América, no Maracanã

Na Seleção Brasileira, na qual formou um ataque legendário – Tesourinha, Zizinho, Heleno, Jair e Ademir, em 1946 – marcou 13 gols em 18 jogos. Heleno morreu em um sanatório, em Barbacena, no dia 8 de novembro de 1959.

Heleno de Freitas

Nascimento: 12 de fevereiro de 1920, em São João Nepomuceno (MG).

Falecimento: 08 de novembro de 1959, em Barbacena (MG).

Seleção Brasileira: 18 jogos, 11 vitórias, quatro empates e três derrotas, 13 gols.

Títulos: Copa Roca (1945); Copa Rio Branco (1947).

Clubes: Fluminense (1937 a 1938 como amador), Botafogo  (1939 a 1948); Boca Juniors (ARG) (1948 – 1949); Vasco da Gama (1949 – 1950); Atlético Júnior (COL) (1950); América do Rio(1951).

 

Fontes: “Memórias da Seleção Brasileira (27/07/2011) e republicada por conta do lançamento do filme “Heleno”, de José Henrique Fonseca

Fotos: C.B.F. (Confederação Brasileira de Futebol)

Este post foi publicado em 01. Sérgio Mello, História do Futebol, Rio de Janeiro em por .

Sobre Sérgio Mello

Sou jornalista, desde 2000, formado pela FACHA. Trabalhei na Rádio Record; Jornal O Fluminense (Niterói-RJ) e Jornal dos Sports (JS), no Rio de Janeiro-RJ. No JS cobri o esporte amador, passando pelo futebol de base, Campeonatos da Terceira e Segunda Divisões, chegando a ser o setorista do América, dos quatro grandes do Rio, Seleção Brasileira. Cobri os Jogos Pan-Americanos do Rio 2007, Eliminatórias, entre outros. Também fui colunista no JS, tinha um Blog no JS. Sou Benemérito do Bonsucesso Futebol Clube. Também sou vetorizador, pesquisador e historiador do futebol brasileiro! E-mail para contato: sergiomellojornalismo@msn.com Facebook: https://www.facebook.com/SergioMello.RJ

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