Os auditores aceitaram o defesa do clube parnanguara, que tinha sido punido com a perda de 22 pontos no Campeonato Paranaense
Por Gabriel Hamilko
Curitiba
A novela do caso Rio Branco teve o capítulo final nesta terça-feira. Em julgamento realizado em Curitiba, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) aceitou o recurso do Rio Branco e absolveu o clube da perda de 22 pontos por ter escalado Adriano de Oliveira Santos (que foi registrado como Adriano Oliveira dos Santos) em seis jogos do último Campeonato Paranaense. Com a decisão, prevalece o resultado decidido em campo, com o Paraná rebaixado para a Divisão de Acesso do Estadual de 2012.
A decisão de absolver o Rio Branco foi aceito pela maioria dos auditores, com um placar de 9 a 1. Todo o processo já se arrastava por nove meses, sendo que na esfera estadual, o Paraná – que atuava como terceiro interessado no caso – tinha sido beneficiado, pois o TJD-PR tinha decidido pela punição do Leão da Estrada.
O julgamento foi o quarto da pauta do STJD, que pela primeira realizou uma sessão itinerante fora do eixo Rio-São Paulo, aproveitando a Conferência Nacional dos Advogados, em Curitiba. Com o auditório lotado, o andamento do processo teve todo o drama possível, desde duas quedas de energia até o choro emocionado do advogado Domingo Moro, que representava o Rio Branco.
Derrotado no tribunal e no campo, a diretoria jurídica do Tricolor revelou que não vai recorrer para a Justiça Comum, aceitando o resultado negativo e se planejando para a disputa da Segundona do Paranaense, na próxima temporada.
Entenda a decisão
O Rio Branco tinha sido enquadrado no artigo 214, que prevê punição a algum time que atue com jogador irregular. Caso do atleta Adriano, que, por uma confusão da equipe, teve seu nome registrado de forma errada, o que confundiu ele com outro jogador do Espírito Santo, que nunca passou pelo clube de Paranaguá.
Na instância estadual, o Rio Branco tinha sido condenado, influenciado pela manobra do advogado do Rio Branco, Domingos Moro, que tinha abandonado a audiência, acusando a tribuna de cerceamento de defesa.
Nesta terça-feira, Moro admitiu que foi uma estratégia e pediu desculpas para todos os presentes no último julgamento. Os auditores participantes no derradeiro julgamento entenderam que apesar do erro do Rio Branco, não foi caracterizado como uma fraude intencional, não influenciando no resultado em campo.
– Era um resultado inesperado por muitos. Contra tudo e contra todos. Procuramos ficar quieto quando tinha que ficar quieto e tive a oportunidade de me desculpar por ter deixado a tribuna em uma das fases. Isso talvez tenha ajudado. Tudo cria um clima – conta o emocionado Domingos Moro, que chorou quando saiu o resultado oficial.
No lado paranista, a decisão foi recebida de forma conformada por parte dos dirigentes tricolores, que já pensa no futuro.
– O Paraná tem que enfrentar essa realidade. Está na segunda divisão do Paranaense, vai ter que começar a fazer o seu preparo e enfrentar essa competição. Faz parte da regra do jogo. O Paraná Clube está amargamente rebaixado para a Segundona. É um momento triste na história. Tenho certeza que todos os torcedores paranistas estão profundamente magoados, mas é a realidade do esporte – define Benedito Gomes Barboza, presidente do Conselho Deliberativo do Paraná Clube