Em 1924 as Olimpíadas realizadas em Paris, recebeu pela primeira vez para a disputa do futebol uma equipe sul-americana, bicampeã do continente o Uruguai desembarcou em Paris para a disputa sem muito alarde haja vista que poucos conheciam o futebol praticado aqui na América do Sul. Em 26 de maio os uruguaios entravam em campo para o primeiro jogo no estádio, Colombes com um bom publico presente com um estilo de jogo diferenciado das equipes européias que predominavam o jogo de força física e bola aéreas, o Uruguai primava pelo toque de bola rápido e dribles constantes em seus marcadores e assim os uruguaios ganharam da Iugoslávia por 7 a 0 com Cea e Petrone marcando dois gols cada e Vidal, Romano e Scarone completando o placar o que se viu no outro dia nos jornais era uma verdadeira avalanche de elogios ao futebol praticado no dia anterior por aqueles desconhecidos no dia 29 de maio um jogo mais duro contra os EUA e nova vitória uruguaia agora por 3 a 0 com Petrone marcando todos os tentos da peleja, no dia 01 de junho os franceses donos da casa teriam o privilegio de enfrentar os temidos sul-americanos com suas gincas e habilidades com a bola e não deu outra novo show de bola e vitória por 5 a 1, Petrone duas vezes, Scarone duas e Romano anotaram o massacre, nas semi-finais um jogo mais duro contra a Holanda e vitória por 2 a 1 Cea e Scarone marcaram este jogo marcou uma curiosidade os holandeses massacraram o atacante Petrone com verdadeiros golpes de pugilato levando a delegação uruguaia sugerir que o zagueiro Tetzner a lutar boxe, tanto que o jogador ficou fora dos jogos contra a Suécia pela medalha de bronze por vergonha e imposição dos organizadores do evento.
No dia 09 de junho veio a grande final olímpica e a Suíça era o adversário com toda torcida francesa a favor o Uruguai logo impôs seu ritmo de jogo ofensivo e de toque de bola que envolveu os suíços facilmente Petrone abriu o marcador, Cea ampliou e Romano fechou o placar e o Uruguai conquistava pela primeira vez a medalha de ouro no futebol olímpico.Mazzali ; Nasazzi (cap), Arispe – Andrade, Vidal, Ghierra , S.Urdinaran, Scarone, Petrone, Cea, Romano foi a equipe da grande final, depois da conquista houve muita festa aonde a delegação uruguaia estava instalada a noite fora oferecido um jantar aos campeões olímpicos de futebol, considerado com um dos melhores jogadores da conquista José Leandro Andrade foi o grande destaque do jantar apesar de ser baixinho encantou a todos por ser também um excelente dançarino pois as donzelas fizeram filas para dançar um tango com ele.
Quatro anos mais tarde Amsterdã organizava os oitavos jogos olímpicos da era moderna e o Uruguai chegava a Holanda para defender seu título olímpico e desta vez trazendo um rival de peso a Argentina campeã da Copa América, logo nas estréia os uruguaios enfrentaram os anfitriões que desejavam vingança das semifinais de Paris, mais não foi o esperando pelos holandeses que caíram por 2 a 0 com Scarone e Urdinaran marcando os gols, a equipe atuou bem apesar de algumas alterações na equipe campeã em 1924, no dia 03 de junho com a volta de Petrone a equipe titular uma goleada sobre a Alemanha por 4 a 1 com o matador marcando duas vezes ao lado de Manco Castro que também deixou a sua dobradinha, no dia 07 de junho pelas semifinais um jogo eletrizante uma das melhores seleções da Europa a Itália e um jogo eletrizante, apesar de terminarem vencendo o primeiro tempo com facilidade por 3 a 1, no segundo o time italiano passou a abusar do jogo violento que não fora punido pela a arbitragem e o placar chegou a 3 a 2 e por pouco a Itália não empata o jogo por que Mazzali fechou o gol defendendo até um pênalti cobrado por Schiavio, a classificação heróica para a final foi bastante comemorada ainda mais por ter na final um adversário conhecido e não um europeu pois as arbitragens se mostravam tendenciosas para as seleções do velho continente, a Argentina vinha de goleadas sobre os EUA por 11 a 2, Bélgica por 6 a 3 e Egito 6 a 0, mais nada que assustassem os celestes, no dia 10 de junho a grande final, 40.000 no Estádio Olímpico de Amsterdã se aglomeravam para ver a final e um jogo duro e catimbado ao extremo só poderia ter terminado empatado; 1 a 1 com Petrone marcando para o Uruguai e Ferreyra para a Argentina, naquela época os jogos terminados empatados nestas competições em fase eliminatórias, levariam as equipes para um jogo desempate e este se deu no dia 13 de junho e desta vez não deu para os portenhos após um empate em 1 a 1 na primera etapa, no segundo tempo os campeões olímpicos foram para cima e Scarone fez o gol do bicampeonato olímpico, ao apito final do arbitro nova festa azul celeste em campos europeus e festa nas ruas de Montevidéu quando os telégrafos anunciaram a vitória dos caudilhos do futebol, o povo foi ás ruas o futebol a nova paixão mundial das nações tinham novos e imbatíveis reis.
Esta Olimpíada também foi a ultima em que o Uruguai disputou o torneio de futebol agora com os Jogos Olímpicos de Pequim os uruguaios completam 80 anos sem disputarem o torneio de futebol, por não conseguir classificação é uma pena, depois destas duas conquistas o Uruguai ficou conhecido com a Celeste Olímpica, e por ter um jogador argentino marcado um na cobrança de um escanteio contra os uruguaios este gol passou a se chamar Gol Olímpico, a coroação total deste feito memorável veio definitivamente em 1930 com a realização da primeira Copa do Mundo de Futebol e coube ao Uruguai por suas conquistas de 1924 e 1928, o país sediar o evento apesar do futebol na América do Sul ser quase todo amador na época e os europeus já profissionalizados o mundial só contou com a participação de treze equipes e somente quatro delas da Europa, mais de pouco se fez questão pois os melhores do mundo jogavam na América do Sul e novamente se viu uma final entre Uruguai e Argentina, com a equipe base mantida desde 1924 a Celeste jogando diante da sua fanática torcida venceu o Peru por 1 a 0, a Romênia por 3 a 0, goleiou a Iugoslávia por 6 a 1 de virada e na grande decisão também numa grande virada bateu os portenhos que queriam vingança a todo custo, por 4 a 2, depois de ficar fora das duas Copas Seguintes em represália por não virem ao mundial em sua casa, os Celestes só voltaram a jogar o mundial em 1950 e realmente apartir deste mundial que a sua mística camisa azul celeste passou a fazer peso no futebol mundial com uma conquista heróica diante um Brasil amplamente favorito e jogando em sua casa e esta final todos nós já sabemos da historia, mais apartir daí a raça, a honra e o heroísmo de defender o manto sagrado, passou a fazer parte desta famosa mística. Hoje o futebol uruguaio se encontra em baixa, suas principais equipes Peñarol e Nacional sofrem com o abandono de suas principais revelações que saem cedo de suas bases para o futebol europeu, é uma lamentável realidade atravessada por um país pequeno mais grande nas suas conquista futebolísticas quem sabe um dia teremos a mística camisa celeste revivendo os grandes tempos, quem sabe em 2014?.
Fontes: Texto Galdino Silva
Revista Trivela e RSSSF Brasil
Grato amigo é a nossa função enriquecer nosso blog. Abração
Ótimo artigo Galdino.
A qualidade do texto enriquece nosso blog.
abraços
Falcon