Ficha dos jogos do Brasil na Copa do Mundo de 1950 no Brasil
Primeira Fase:
Brasil 4 x 0 México
24/junho/1950
Local: Maracanã (Rio de Janeiro)
Árbitro: George Reader (Inglaterra)
Gols: Ademir 32 do 1º tempo; Jair 11, Baltazar 17, Ademir 36 do 2º.
BRASIL: Barbosa; Augusto, Juvenal; Eli, Danilo, Bigode; Maneca, Ademir, Baltazar, Jair, Friaça.
MÉXICO: Carbajal; Zetter, Montemayor; Ruiz, Uchoa, Roca; Septien, Ortiz, Casarin, Perez, Velasquez.
O time do Brasil que venceu o México -1950 Em pé: Eli. Juvenal. Augusto. Danilo. Barbosa e Bigode. Agachados: Maneca. Ademir. Baltazar. Jair e Friaça.
Brasil 2 x Suíça 2
28/junho/1950
Local: Pacaembu (São Paulo)
Árbitro: Ramón Azón (Espanha)
Gols: Alfredo II 2, Fatton 16, Baltazar 31 do 1º tempo; Fatton 43 do 2º.
BRASIL: Barbosa; Augusto, Juvenal; Bauer, Rui, Noronha; Alfredo II, Maneca, Baltazar, Ademir, Friaça.
SUÍÇA: Stuber; Neury, Bocquet; Lusenti, Egginemann, Quinche; Tamini, Bickel, Friedlander, Bader, Fatton.
O segundo jogo do Brasil na Copa foi contra a Suíça e, foi a primeira decepção do Brasil na Copa de 1950. Empatou com a modesta Suíça em 2×2 no Pacaembu. Baltazar e Alfredo fizeram os gols do Brasil. Os cariocas diziam que São Paulo dava azar ao selecionado brasileiro, era a velha rixa de bairrismo.
Brasil 2 x 0 Iugoslávia
1/julho/1950
Local: Maracanã (Rio de Janeiro)
Árbitro: Mervyn Griffiths (País de Gales)
Gols: Ademir 3 do 1º tempo; Zizinho 24 do 2º.
BRASIL: Barbosa; Augusto, Juvenal; Bauer, Danilo, Bigode; Maneca, Zizinho, Ademir, Jair, Chico.
IUGOSLÁVIA: Mrkusic; Horvath, Stankovic; Tchaikowsky I, Jovanovic, Djajic; Vukas, Mitic, Tomasevic, Bobek, Tchaikowsky II.
Fase Final:
Brasil 7 x 1 Suécia
9/julho/1950
Local: Maracanã (Rio de Janeiro)
Árbitro: Arthur Ellis (Inglaterra)
Gols: Ademir 6 e 36, Chico 39 do 1º tempo; Ademir 6 e 12, Andersson (pen.) 31, Maneca 40, Chico 43 do 2º.
BRASIL: Barbosa; Augusto, Juvenal; Bauer, Danilo, Bigode; Maneca, Zizinho, Ademir, Jair, Chico.
SUÉCIA: Svensson; Samuelsson, Erik Nilsson; Andersson, Nordahl, Gaerd; Sundqvist, Palmer, Jepsson, Skoglund, Stellan Nilsson.
Brasil 6 x 1 Espanha
13/julho/1950
Local: Maracanã (Rio de Janeiro)
Árbitro: Reg Leafe (Inglaterra)
Gols: Ademir 13, Jair 18, Chico 31 do 1º tempo; Chico 11, Ademir 12, Zizinho 22, Igoa 26 do 2º.
BRASIL: Barbosa; Augusto, Juvenal; Bauer, Danilo, Bigode; Friaça, Zizinho, Ademir, Jair, Chico.
ESPANHA: Ramallets; Alonso, Gonzalvo II; Gonzalvo III, Parra, Puchades; Basora, Igoa, Zarra, Panizo, Gainza.
A seleção brasileira destroçou a seleção espanhola com uma goleada de 6×1, que nem o mais otimista dos torcedores ousaria prever. Duas horas antes do início da partida, marcada para as 3 horas da tarde, o maracanã parecia não caber mais ninguém. Quando se anunciou que não havia mais ingressos a venda nas bilheterias, a massa humana começou a se jogar sobre os frágeis muros de tijolos da construção inacabada, e por seus destroços passou às carreiras rumo à geral, último território onde o menor espaço seria disputado palmo a palmo. Acomodada sobre a ponta dos pés, ondulando e desequilibrando-se com os vaivens da bola de um gol a outro por falta de espaço para plantar os pés com firmeza, a multidão não se perturbava com nada. O aperto, os empurrões, os gritos dos que, perdendo o pé de apoio, caíam no fosso entre a geral e as cadeiras.
O Brasil na quinta feira a tarde jogava contra a Espanha, jogava tão bem que os gols saiam espontaneamente e o povo explodiria como uma só voz. Não eram apenas os gols, dois de Ademir, dois de Chico, um de Jair e outro de Zizinho, diante dos espanhóis tão exaltados pela crônica, a seleção brasileira produzia a mais fina exibição de futebol que o maracanã já testemunhou em qualquer tempo. Barbosa. Augusto e Juvenal. Bauer. Danilo e Bigode. Maneca. Zizinho. Ademir. Jair e Chico, não era apenas um time de futebol, e sim uma orquestra com o luxo de reunir quatro primeiros violinos: Bauer. Danilo. Zizinho e Jair.
Marcamos seis gols em cima do goleiro Ramalhets, a maravilha espanhola. Foi ai que os torcedores se lembraram da musica Tourada em Madri, de João de Barros, o Braguinha, compositor famoso, o coro surgiu e cresceu e dominou todas as bocas não se sabe como. De repente, o mar de lenços brancos levantou-se mavioso, denso, forte, o coral gigantesco –
– Eu fui às touradas em Madri
Parara tibum, bumbum
E quase não volto mais aqui-i-i
Pra ver Peri-i-i
Beijar Ceci
Parara tibum, bum bum…..
Brasil 1 x 2 Uruguai
16/julho/1950
Local: Maracanã (Rio de Janeiro)
Árbitro: George Reader (Inglaterra)
Gol: Friaça 2, Schiaffino 26, Ghiggia 36 do 2º tempo.
BRASIL: Barbosa; Augusto, Juvenal; Bauer, Danilo, Bigode; Friaça, Zizinho, Ademir, Jair, Chico.
URUGUAI: Maspoli; Matias Gonzalez, Tejera; Gambetta, Obdulio Varela, Andrade; Ghiggia, Julio Perez, Miguez, Schiaffino, Moran.
Alem da goleada contra a Espanha o Brasil também tinha goleado a Suécia por 7 x 1, ai ninguém tinha duvida que o Brasil passaria pelo Uruguai no jogo final dia 16 de julho de 1950. No Rio de janeiro estava um domingo ensolarado ao contrario de São Paulo que amanheceu um domingo borocoxô, céu nublado, garoento justo no dia em que seria decidido a copa do mundo que estava sendo disputada no Brasil. O estádio do Maracanã construído especialmente para esse torneio, ainda com madeirame a sua volta, receberia os times representativos de Brasil e Uruguai. Perder com aquele timaço que o Brasil tinha justo daquele pobrezinho Uruguai que se classificou para o quadrangular final fazendo um jogo a menos, devido a desistência de um concorrente da sua chave, dava a todos a visão que jogaria só para cumprir tabela. A vitoria estava no papo.
E logo no inicio do segundo tempo aos dois minutos, Friaça o nosso ponta direita marcou o gol do Brasil.
Mas, aos 15 minutos Squiafino empata o jogo naquele domingo que seria de foguetório foi de velório empatou até ai tudo bem o empate era nosso, eis que aos 37 o ponta direita do Uruguai Ghigia atrás da bola (foto) desempatava a favor do Uruguai.
E daí para frente foram oito minutos de sofrimento, com ouvido colado no radio, ouvíamos Pedro Luiz locutor da Pan-Americana,
hoje Jovem Pan, irradiar ou últimos minutos quase aos soluços, dizer que o jogo tinha acabado e os Uruguaios sendo os campeões, e ainda dizendo que eles tinham sido merecedores da vitoria. Muitos culpados apareceram na imprensa ou na boca do povo, cada um tinha sua versão.
Adaptado de Mario Lopomo