Antes tido como um celeiro de craques para o futebol brasileiro, os times do interior agora vivem uma grave crise financeira. Equipes tradicionais como América de Rio Preto, Internacional de Limeira, Comercial, Botafogo, Rio Branco, dentre tantos outros, agonizam atolados em dívidas, abandonados pela Federação Paulista de Futebol e com o risco de seguirem o caminho do Novorizontino, vice-campeão paulista em 1990, e hoje desativado. Essa situação calamitosa foi alvo de reportagem da Revista Invicto (foto) de novembro, publicação bimestral que chega em sua 10ª edição.
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O exemplo tenebroso
A reportagem relatou a situação de seis clubes: Internacional, Novorizontino, Ferroviária, Botafogo, Guarani e América, sendo que deste a história mais chocante é do time de Novo Horizonte. Vice-campeão estadual em 90, o clube revelou jogadores como o zagueiro Márcio Santos, Tetracampeão Mundial com a Seleção Brasileira, o goleiro Maurício, que depois jogaria no Corinthians e tinha como técnico Nelsinho Baptista.
Atolado em dívidas devido à uma crise interna da família De Biasi, o Novorizontino fechou as portas em 1998, e a cidade ainda lamenta a falta que o time faz, quando encarava os grandes times da capital de igual para igual e muitas vezes saía vencedor.
Bugre em recuperação
Campeão Brasileiro em 78 e revelador de inúmeros talentos para o futebol brasileiro, a situação do Guarani, hoje na Série C do Campeonato Brasileiro também chamou a atenção da revista. As sucessivas más administrações e o acúmulo de processos trabalhistas fizeram o clube perder o status de bem organizado, o que resultou em seguidos rebaixamentos. Do início do milênio até este ano, foram cinco. De acordo com a Invicto, o ex-presidente e um dos responsáveis pela crise administrativa e financeira, o ex-presidente José Luiz Lourencetti não atendeu a reportagem.
Neste ano, depois de uma Campeonato Paulista ruim, onde escapou do rebaixamento apenas na última rodada, o clube faz boa campanha na Série C e tem tudo para subir de divisão e dar início à recuperação.
Vice-campeão paulista tenta se reeeguer
Assim como o Bugre, outro que vive uma fase de reconstrução é o Botafogo de Ribeirão Preto, que no passado revelou craques como Leão, Sócrates e Raí, e mais recentemente o goleiro Doni e o atacante Leandro Guerreiro. Em 2001, o clube fez a última grande campanha, quando derrotou a Ponte Preta na semifinais do Campeonato Paulista e parou somente no Corinthians, que ficaria com o título.
Depois, o Botafogo teve uma queda vertiginosa, até atingir o fundo do poço e ser rebaixado para a Série A3 do Campeonato Paulista em 2005. Em 2007, o clube ficou uma semana sem energia elétrica por falta de pagamento, e os jogadores reclamavam do banho frio, além da falta de pagamento dos salários. Neste ano, o Pantera se reorganizou e conseguiu o acesso para a elite do futebol paulista, sonhando com a volta dos áureos tempos.
Belo estádio às moscas
Clube que chegou até a disputar a elite do Campeonato Brasileiro, o América de São José do Rio Preto entra para as estatísticas como mais um clube do interior que está em queda livre. Proprietário do estádio Benedito Teixeira, o Teixeirão, com capacidade para 45 mil espectadores, o clube, que está na Série A2 do Paulistão, tem média de 300 torcedores por jogo. O estádio hoje é um resquício dos bons momentos, quando os times da capital desfilavam na cidade.
fonte – futebolinterior