A tomada de posse da direcção presidida por Leonel Alves dá por encerrado o processo de institucionalização da Casa do Sport Lisboa e Benfica de Macau, colocando um ponto final a mais de dois anos de trabalhos preparatórios. A actual Comissão Instaladora (da qual fazem parte Rui Cardoso e Carlos Balona) cede na próxima semana o protagonismo à nova direcção, mas os cinco benfiquistas responsáveis pelo ressurgimento do clube da águia no Extremo Oriente acabaram por ser integrados nos órgãos da nova direcção e vão, diz Carlos Balona, continuar a trabalhar para que a Casa do Benfica de Macau se torne no futuro num elo de ligação entre os adeptos encarnados que residem na RAEM.
Para o novo vice-presidente da colectividade, a tomada de posse dos novos corpos sociais da Casa do Benfica encerra um capítulo da história do organismo, mas abre caminho a novos desafios. Os responsáveis pela cédula encarnada do território querem fazer do novo Benfica um exemplo de orgulho para a casa mãe portuguesa: “A prioridade dos novos órgãos sociais passa por lançar mãos à obra. Em termos imediatos, estamos apostados em resolver a questão da sede. Esta é uma questão importante, dado que muito do pulsar do organismo deve passar pela própria sede. Queremos que seja o rosto físico da Casa do Benfica de Macau, um espaço de convívio ao serviço dos sócios”, diz Carlos Balona.
Ecletismo para o futuro
A médio e longo prazo, a nova direcção do organismo quer moldar na RAEM um Benfica eclético, à imagem do gigante da Segunda Circular. Por agora, o cardápio desportivo da colectividade irá resumir-se ao futebol (e a dar continuidade ao trabalho desenvolvido por Rui Cardoso à frente do Sport Macau e Benfica), mas o cenário deverá alterar-se num futuro não muito distante: “Outro dos grandes objectivos desta direcção passa pela promoção de outras modalidades que não o futebol. Vamos tentar enraizar o Benfica em desportos como o hóquei em patins, a natação, o ciclismo, o atletismo e muito provavelmente os barcos-dragão. Estas são as modalidades prioritárias, mas outras poder-se-ão seguir. É claro que este é um trabalho para ser feito de forma progressiva, quando estiverem reunidas as condições para tal”, conclui o dirigente encarnado.
Segura, por agora, só mesmo a presença de um onze da Casa do Benfica no Campeonato da III Divisão da Associação de Futebol de Macau, prova que deverá ter o seu início em meados do próximo ano. Nas andanças do desporto-rei do território, o objectivo passa por seguir as pisadas da rival Casa do Futebol Clube do Porto e conseguir chegar ao convívio dos grandes do futebol de Macau o mais rápido possível: “A meta é a primeira Divisão. Se lá chegamos daqui a dois, a três ou a quatro anos é algo que não podemos ainda definir, mas vai depender muito do investimento que se fizer e da visibilidade que se quiser dar à equipa”, explica Rui Cardoso.
Um novo passo
O técnico, que foi durante a última década o rosto e a alma do Sport Macau e Benfica, alia competências técnicas e directivas nos novos corpos sociais da Casa do Sport Lisboa e Benfica na RAEM. O agora vice-presidente dos encarnados do território diz que o novo organismo é mais forte e mais estruturado que o seu antecessor e esses são factores que poderão contribuir para que a colectividade se enraíze junto da comunidade portuguesa com um vigor renovado: “Estive ligado ao Sport Macau e Benfica, ajudei a criar um projecto engraçado, mas a Casa do Benfica constitui um voltar de página. Estando estatutariamente ligada ao Sport Lisboa e Benfica, a Casa abre novas janelas de oportunidade aos benfiquistas de Macau, não só no que diz respeito à ligação que se mantém com o clube, mas também no desenvolvimento de uma estrutura que pode potencializar um sentir comum e fazer algo bonito no Oriente”.
Para Cardoso, a conclusão do processo de institucionalização da nova Casa do Benfica em Macau marca também o fim de uma era e subtrai o técnico a uma grande responsabilidade. Com uma estrutura directiva alargada e competências bem definidas, o novo organismo é bem mais independente em termos institucionais que o seu antecessor: “O pior que pode acontecer a uma colectividade é estar ligada à imagem de alguém, como o Macau e Benfica estava ligada à imagem do Rui Cardoso. Tendo uma estrutura alargada, a Casa do Benfica é um organismo bem mais forte. Para além das pessoas que integram a direcção, há um número substancial de sócios que também dão o seu contributo para que este projecto possa vingar. Para dar um exemplo, estão comigo mais cinco elementos apenas para coordenar a área do futebol”, remata o agora vice-presidente.
Apesar do processo de institucionalização do novo Benfica de Macau apenas em Novembro ficar concluído, a Casa do Benfica já dá cartas dentro dos relvados. Para além de ter assegurado a participação no Campeonato da III Divisão da próxima temporada, a formação encarnada evolui com boas prestações na presente edição do campeonato da segunda divisão de futebol de sete. O Benfica soma por vitórias os três encontros até agora disputados na prova e deve voltar a subir ao relvado sintético do campo do Colégio D. Bosco em meados do próximo mês.
Fonte:Marco Carvalho, http://www.hojemacau.com
PS:O clube conseguiu acesso em 2010 a segunda divisão de Macau e projeta subir ja esse ano a divisão principal.