O Esporte Clube Mogiana foi uma agremiação da cidade de Campinas (SP). A sua Sede social ficava na Rua Engenheiro Cândido Gomide, nº 248, no Jardim Guanabara. O seu Estádio Centro Recreativo e Esportivo de Campinas Dr. Horácio Antônio da Costa, ou simplesmente “Cerecamp”, ou Estádio da Mogiana, estava situado na mesma rua, só que no número 196.
Fundado na quarta-feira, do dia 07 de Junho de 1933, em um tempo de uma Campinas transitando do rural para o moderno, tempos de bondes e de trens, que muito contribuíram para o desenvolvimento da cidade. As suas cores: vermelho, amarelo e azul.
O Esporte Clube Mogiana surgiu do ideário de um grupo de trabalhadores da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, como forma de lazer, como o divertimento dominical. O EC Mogiana jogou o Campeonato Paulista da Divisão Intermediária seis vezes: de 1947, 1948, 1949, 1950 e depois em 1958 e 1959.
Estádio completa oito décadas de muitas histórias
Em meio às comemorações dos 246 anos de fundação de Campinas, na última terça-feira, o Estádio do Esporte Clube Mogiana, atualmente chamado de “Cerecamp”, completou 80 anos!
O Centro Recreativo e Esportivo de Campinas Dr. Horácio Antônio da Costa, o Estádio Cerecamp, ou popularmente como Estádio da Mogiana, com capacidade para 4 mil pessoas.
O estádio está localizado na Rua Engenheiro Cândido Gomide, nº 196, no bairro Jardim Guanabara, na região central da cidade de Campinas(SP). Atualmente, o local é de propriedade do Governo do Estado de São Paulo.
O 1º jogo no Horácio Antônio da Costa, ainda em construção e com campo de terra batida foi na sexta-feira, do dia 21 de Abril de 1939, com vitória sobre o Esporte Clube Valinhense por 3 a 0, sendo Nehim o autor do 1º gol ferroviário no estádio.
Concluído na segunda-feira, do dia 17 de junho de 1940, na época era o principal estádio de futebol do interior, só perdendo no Brasil em termos de qualidade e arquitetura para o recém inaugurado Pacaembu em São Paulo, e também para o estádio de São Januário no Rio de Janeiro.
A 1ª partida foi disputada no domingo, do dia 14 de Julho de 1940, num jogo amistoso entre Esporte Clube Mogiana e Uberaba Sport Club (MG). Jabá foi o autor do 1º gol oficial do Mogiana no belíssimo estádio, o mais importante e completo do interior do Brasil na época.
O estádio foi construído para abrigar um clube de futebol que pontificou por pouco tempo, mas que se transformou em símbolo da cidade. Horácio Antônio da Costa foi um dos diretores do clube e um ser empenhado em sua construção.
Foi apelidado de Mogiana por ficar ao lado da antiga estação de trens Guanabara da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, e ter sido sede do antigo time de futebol da associação esportiva dos ferroviários daquela empresa, o Esporte Clube Mogiana.
Com o tempo, tornou-se o 3º clube de futebol de Campinas e a companhia decidiu construir um estádio como forma de abrigar seus jogadores talentosos, que chamaram a atenção da esportividade paulista. Trilhou nas competições oficiais, colheu frutos, mas desapareceu em meio a fúria pela destruição da ferrovia, como forma de benefício ao sistema de transporte a diesel.
Desfilaram pelo Horário Antônio da Costa, renomados clubes de futebol do Brasil e até do exterior: Guarani Futebol Clube (SP), Associação Atlética Ponte Preta (SP), Botafogo Futebol e Regatas (RJ), Clube de Regatas Flamengo (RJ), Fluminense Football Club (RJ), São Paulo Futebol Clube (SP), Sport Club Corinthians Paulista (SP), Sociedade Esportiva Palmeiras (SP), Santos Futebol Clube (SP), Associação Portuguesa de Desportos (SP), Clube Atlético Ypiranga (SP), Club Sol de América e Libertad, ambos de Assunção, no Paraguai, entre outros.
As atividades com o futebol perduraram até na terça-feira, do dia 04 de Novembro de 1969, quando o Mogiana foi derrotado pelo Pátria Futebol Clube, pelo placar de 2 a 1. O último gol ferroviário no estádio foi assinalado por Crispim, em cobrança de penalidade.
A extinção aconteceu na terça-feira, do dia 08 de Junho de 1971. Já o seu estádio permanece até hoje. Durante muito tempo ele ficou abandonado, à mercê de vândalos, que destruíram grande parte das suas dependências.
Como curiosidade, vale ressaltar que todos os seis clubes profissionais que existem ou já existiram na cidade de Campinas jogaram no Estádio Horácio Antônio da Costa: Esporte Clube Mogiana, Guarani Futebol Clube, Associação Atlética Ponte Preta, Esporte Clube Gazeta, Campinas Futebol Clube e Red Bull Brasil.
Graças ao trabalho realizado desde 1998 pelo até então Campinas Futebol Clube, o estádio foi reformado e recuperado em 2003, sendo preservado o patrimônio histórico da cidade e do estado. O Campinas Futebol Clube mandou seus jogos no estádio até o ano de 2009, sendo que no ano de 2010, com problemas financeiros, a equipe acabou se transferindo para o município de Barueri.
Luta pela preservação do Estádio Mogiana
Na última terça-feira, uma celebração marcante, à sombra do aniversário de Campinas, porque há anos um grupo de pessoas abnegadas e vinculadas ao esporte luta com dificuldades e muito empenho pela preservação de sua memória e estrutura física.
Hoje, o Estádio do Mogiana é mais que um símbolo debilitado e abandonado, é um patrimônio de Campinas e do Estado de São Paulo, desde o ano passado, quando foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado (Condephaat).
Seu tombamento pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (Condepacc) é fundamental para que se torne, definitivamente, patrimônio da cidade. Lutar pelo Mogiana, pela manutenção de seu estádio, que já foi considerado o melhor e mais aconchegante do estado, é fazer com que não desapareça da memória nacional um histórico rico em conquistas e realizações!
FONTES e FOTOS: Wikipédia – Correio Popular (Campinas-SP) – Página no Facebook “Salvem Mogiana” – Celso Franco
FOTOS Colorizadas: Sérgio Mello