ARTIGO DA SEMANA N°25/2008 NEWS: Clubes tradicionais do Rio lutam pela sobrevivência e contra o ostracismo!!

PARABÉNS AO GLOBO.COM, EXCELENTES MATÉRIAS

Sem apoio da prefeitura ou outra fonte de recursos, times como América, São Cristóvão e Bonsucesso encaram futuro cheio de incertezas

GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro

Campo Grande, São Cristovão, Goytacaz, Bonsucesso… Velhos conhecidos dos torcedores em outros tempos, hoje eles mal são conhecidos pelos mais jovens. A tradição perdeu terreno para o apoio em massa das prefeituras em clubes do interior e fez com que o Campeonato Carioca sofresse uma renovação dos pequenos.
No subúrbio e na Zona Norte, Campo Grande, Bonsucesso e São Cristovão enfrentam o esquecimento após mais de uma década longe da elite. Este último, por sinal, é bicampeão estadual e tem como maior glória na última metade de século o fato de ter revelado Ronaldo, o Fenômeno, no início dos anos 90.
Recentemente, eles ganharam a companhia de Bangu, Olaria, Portuguesa e América, que, devastados por más administrações, buscam caminhos para fugirem de uma linha descendente que parece não ter fim. É o mesmo caso do Goytacaz, de Campos, um dos 30 clubes mais antigos do país e que não disputa a Primeira Divisão há 16 anos.
Os sobreviventes Madureira e Americano – único pequeno que nunca passeou pela Segundona – apontam caminhos, mas mandam o recado: a tendência é piorar.

Concorrência

Nos últimos anos, ganharam força os times do interior que são bancados pela prefeitura, como é o caso do Macaé. Os clubes da capital, sem a mesma oportunidade, reclamam.
– A luta contra os times montados por prefeituras é muito desigual. Nós (da capital) deveríamos ter algum tipo de apoio – diz o presidente do Olaria, Heitor Belini.
O time da Cabofriense, que disputaria a Série C do Campeonato Brasileiro, anunciou sua desistência alegando falta de dinheiro, pois já não recebe patrocínio da prefeitura.

Calendário

Série C do Campeonato Brasileiro: Começa no próximo fim de semana e terá a participação de Duque de Caxias, Boavista, Macaé e Madureira. O Duque de Caxias está no Grupo 11 e enfrentará Paulista, América-MG e Serra (ES); Boavista e Macaé jogam no Grupo 12 com Guaratinguetá (SP) e Linhares (ES); e o Madureira disputa o Grupo 14 ao lado dos paulistas Linense, Ituano e Guarani.

Segundona do Campeonato Carioca: Tem início no dia 26 de julho, com 25 times na disputa. Estarão na briga clubes tradicionais como Bangu, Bonsucesso, São Cristóvão, Olaria e Portuguesa. A competição começa dividida em quatro chaves, e os classificados a cada fase vão formando grupos de quatro, até o quadrangular final.

Os bons tempos dos pequenos

América: campeão carioca sete vezes e semifinalista do Campeonato Brasileiro de 1986.
Bangu: derrotado pelo Coritiba na final do Brasileirão de 1985 e campeão estadual duas vezes.
São Cristóvão: campeão estadual de 1926, orgulha-se de ter revelado Ronaldo Fenômeno na década de 90.
Olaria: campeão da Taça de Bronze de 1981, equivalente à Série C do Campeonato Brasileiro. Em 1996, foi quinto colocado do Carioca.
Campo Grande: viveu bom momento em 1991, quando teve Roberto Dinamite na equipe e ficou em quinto lugar do Carioca, atrás dos quatro grandes.
Bonsucesso: vice-campeão carioca de 1924.

2 pensou em “ARTIGO DA SEMANA N°25/2008 NEWS: Clubes tradicionais do Rio lutam pela sobrevivência e contra o ostracismo!!

  1. Juvando Oliveira

    Acho que esta situação se repete em todo o Brasil. No Estado do Ceará temos os exemplos de Calouros do Ar (Campeão em 1955), América (Campeão em 1966) e Tiradentes, times tradicionais da capital que hoje amargam a segunda e terceiras divisões, fizeram muito sucesso até a década de 80, depois sumiram do mapa.
    Em Recife temos como grande exemplo o América que se encontra inclusive licenciado.

  2. Walter Iris

    Edu.

    Há dois anos, enviei um email para o programa Linha de Passe – Mesa Redonda, da ESPN Brasil, sobre a quantidade cada vez menor de clubes cariocas tradicionais e a quantidade cada vez maior de clubes do interior patrocinados por prefeituras no Campeonato Carioca. O meu email rendeu um debate de 45 minutos. Chegou-se à conclusão que o patrocínio de prefeituras a clubes do interior, com fins políticos, é prejudicial aos clubes pequenos cariocas. Se não estou enganado, há dois anos, a prefeitura do Rio patrocinou os 4 grandes do Rio, enquanto os outros clubes cariocas participantes do campeonato ficaram chupando dedo.
    A culpa pela queda dos clubes pequenos não é só de seus dirigentes. A imprensa também tem grande parcela de culpa nisso que vem acontecendo com os clubes pequenos, pois só passaram a se preocupar, por interesses financeiros, com Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco.
    A imprensa do Rio passou uma semana falando do América, que estava na iminência de ser rebaixado. Isso só aconteceu porque não existia nenhum jogo envolvendo os 4 grandes que decidisse alguma coisa.

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