“A história do Byron de Valentim até Ibê”

Segue abaixo transcrição de um interessante artigo publicado no jornal “O Fluminense” de Niterói – RJ do dia 21 de outubro de 1980. Nele existem mais curiosidades sobre esta extinta equipe niteroiense, inclusive sobre suas cores:

 

“O Byron, campeão de Niterói em 1922, 1924, 1925 e 1928 nasceu com o nome de Tupy e sua fundação data de 21 de outubro de 1913, Os cruzmaltinos da velha guarda lembram hoje da passagem do 67º aniversário de um clube que começou com Valentim Velasco, auxiliado por Domingos Guerra, Cândido Gomes e Miguel Alonso. A primeira providência foi organizar um grupo que pagasse 4 mil réis mensais e na zona norte, sem lugar qualquer, fizeram um campo com balizas de taquaruçu com Domingos Guerra, que viera do Andarahy AC, funcionando como diretor de futebol.

O clube era chamado Tupy e as cores eram verde e amarela. Com a chegada de alguns ingleses da Europa para a Fábrica de tecidos da rua Dr. March, Miguel Alonso conseguiu logo a cooperação deles e o clube passou a ser chamado Byron em homenagem a Lord Byron. Suas cores passaram a ser verde e branco. Após vários jogos sem compromisso, o Byron fez seu primeiro amistoso contra o Combinado Parrocos, organizado pelo Capitão Vitorino e integrado por Cordovil, Negrinho e os irmãos Couto. O resultado foi 1×1, gols de Henrique para o Byron e Negrinho para o Combinado.

As cores atuais foram em homenagem à direção da Fábrica Manufatura e sua primeira diretoria era presidida pelo Capitão Vitorino Schlusktler e integrada por Valentim Velasco, Nercino de Sousa, Cândido Gomes, Miguel Alonso e Domingos Guerra. O seu atual presidente é Ibê Cabreira Salmada. O campo com arquibancada foi idéia de Valentim Velasco, e para esse trabalho foi organizada a seguinte comissão: Roberto Santos, Mário Tinoco e Cândido Martins Gomes Em 21 de outubro de 1918 era inauguradas as arquibancadas com o jogo Botafogo 4×2 Byron.

O seu 1º título na 1ª Divisão foi em 1922 com Gonzaga, Coelho, Tesoura, João, Tesourão, Marcelino, Vabo, Carango, Gorró, Antenor Neto, Jorge, Laurinho e Albertinho. Já então, o Byron tinha até ode, feita com a melodia da canção do soldado paulista. A letra começava assim: O Byron, na luta ingente / É denodado, forte, valente / Não teme ao adversário / Qualquer surpresa que o desalenta / Nos prélios que toma parte / Leva a vitória sem desempate / Ainda mesmo que necessário / Se torne as vezes, vigor e arte. E a ode segue mais com duas estrofes publicadas em junho de 1919 quando seu 3º time foi campeão da cidade com Thomas, Coelho, Lucio, Hermogenio, Jeronimo, Sergio, Miguel, Gorró, Pedro, Lauro e Jorge. Depois dos títulos de 24 e 25, foi campeão em 28 com China, Lauro, Gudão, Djalma, Guarani, Luizinho, Vabo, Carango, Russo, Zacarias e China II. No 2º time foi campeão em 24, 23 e 27 e no 3º time de 19, 22 e 24.

Vários craques vestiram a camisa do Byron os longo dos 67 anos de sua existência.No início até 30 os destaques foram os que citamos acima e levantaram todos os títulos do clube. De 30 em diante, apesar de não ter sido campeão os destaques maiores foram o centro-médio Dequinha e os meias Didi e Zizinho, sendo que Zizinho saiu das fileiras cruzmaltinas para o Flamengo em novembro de 39, em noite chuvosa, veio a Niterói com Yustrich, Nilton, Caxambu e outros e venceu o Byron por 2×1 para pagar o passe do Mestre. O médio Doca não quis ficar no Rio e Didi estava no Flu quando foi para o Flamengo.”

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