O mignon centroavante Tará, que havia se transferido há dois anos atrás do Santa Cruz para o Náutico, foi o responsável direto por este outro extravagante escore no futebol pernambucano.
Dos 21 tentos marcados por sua equipe, ele fez 10, constituindo-se assim no recordista de gols até então.
Esta goleada, no entanto, gerou certa revolta nos jogadores alvirrubros, porque a diretoria do clube timbu se recusou a pagar “bicho”, sob alegação de que o time que faz 21, não pode deste mesmo adversário levar 3 gols. E o “bicho” não foi mesmo pago.
Esta partida entre Náutico e Flamengo foi a principal da rodada dupla realizada no estádio dos Aflitos, no domingo 10 de julho de 1945 e válida pelo campeonato. Quando o Náutico fez o vigésimo gol, não havia mais ninguém em campo, não só pelo desinteresse da partida, mas também face às pesadas chuvas que caíram durante toda à tarde. No dia seguinte, o jogo foi comentado humoristicamente pelos jornais e um apelo foi feito ao tenente Colares para que retirasse seu time do campeonato.
O juiz foi Leon Markman e os times formaram assim:
Náutico 21 x Flamengo 3
Náutico – Zeca; Periquito e Durval; Evaldo, Palito e Mário Ramos;Plínio, Hilton, Tará, Hermenegildo e Luiz.
Flamengo – Sarmento (Alves); Proa e Adelson; Arlindo, Enedino e Djalma; Clemildo,Francisco, Dias, Airton e Carioca.
Os goleadores foram: Tará (10),Luiz (5), Plínio (3), Hermenegildo (2) e Evaldo.
Os do chamado “campeão da fidalguia” foram anotados por Dias (2) e Francisco.
Fonte:Historia do Futebol em PE