O Barreirinha Futebol e Regatas é uma agremiação da cidade do Rio de Janeiro (RJ). A sua Sede está localizada na Rua Pinheiro Freire, nº 20, na pacata Ilha de Paquetá, situado na Zona Central do Rio. O Rubro-negro Paquetaense foi Fundado em 1949.
Campeão Estadual Amador de 1963
Em outubro de 1963, o Barreirinha se sagrou Campeão do I Campeonato de Futebol Amador do Governo do Estado do Rio de Janeiro “Taça Governo do Estado”.
A competição contou com a impressionante participação de 376 clubes de todo o Estado do Rio de Janeiro. Em 1964, o campeão foi o Bandeirantes Futebol Clube, enquanto o Monte Castelo ficou com o vice.
O título foi confirmado na vitória diante do Progressista, na última rodada, no Estádio Aniceto Moscoso, na Rua Conselheiro Galvão, em Madureira, na Zona Norte do Rio. A partida teve início às 15h15, com o trio de arbitragem formado pelo árbitro Otacílio Soares e os seus auxiliares: Afonso Jorge Hauat e Walter Santos.
Na cerimônia de premiação, no sábado, do dia 09 de novembro de 1963, às 19h30, no Ginásio do Maracanãzinho, o troféu foi entregue ao capitão do clube pelo polêmico jornalista e político Carlos Lacerda. O evento contou com a exibição da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira. Em 1967, 1968 e 1969 o Rubro-negro Paquetaense participou do Campeonato Carioca do Departamento Autônomo.
Foto (acima), dos anos 60. Em PE (esquerda pra direita): Juquinha, Zé Carlos, Beta,Jim, Bub,Cielio e o Técnico Ivo. AGACHADOS (esquerda pra direita): Paulinho, Noel, Gerson, Célio e Roberto.
Algumas Formações
Time-base de 1950: Cid; Caico e Waldir; Paulo, Mario e Carlos; Jajá (Peru), Jolar, Cepo (Niltinho), Nilo (Zezé) e Miúdo.
Time-base de 1952: Ivo; Caico e Osmar; Haroldo, Jolar e Januário; Olivio, Mario, Alair, Nilo e Darci.
Time-base de 1955: Bira; Caico e Waldir; Juquinha, Haroldo e Edson; Darci, Saquarema, Elaide, Dilson e Zezinho.
Time-base de 1957: Ivo; Caico e Waldir; Juquinha, Delson e Januário; Adilson, Waltinho, Lessa, Heladio e Zezinho.
Time-base de 1963: Bira; Tunga, Taíco, Odir e Figueiredo; Delcio e Darcy; Lula, Vico, Walter e Getúlio.
Revelação: Nilo, campeão Carioca em 1960 pelo América
O Barreirinha de Paquetá surgiu em 1949, e na sua primeira formação apresentou um craque para o futebol brasileiro: Nascido em 20 de Janeiro de 1932, Nilo Alves da Cunha, o Nilo, ponta-esquerda campeão carioca de 1960 pelo América, morreu no dia 20 de dezembro de 2006, em Nilópolis (RJ).
Jogou no Barreirinha de Paquetá dos 17 aos 23 anos. Em 1952, ingressou no juvenil do Flamengo, e depois se transferiu para o Bonsucesso Futebol Clube, entre 1955 a 1957; América, entre 1959 a 1964, e nesse período também defendeu o Palmeiras.
No Bonsucesso, onde atuou pela primeira vez ao lado do goleiro Ari (os dois ainda seriam juntos campeões cariocas pelo América). Ele veio para o Palmeiras na mesma transação que trouxe Djalma Dias para o Palestra Itália, em 1962.
Pelo Palmeiras, Nilo atuou entre os anos de 1963 e 1964, realizou 50 jogos (33 vitórias, 13 empates e 4 derrotas) e marcou 16 gols. Depois do Verdão, Nilo foi para o América Mineiro e atuou ao lado do zagueiro Aldemar.
O ex-ponta era conhecido por ter um “canhão” no pé esquerdo. Um gol de falta marcado “do meio da rua” no Botafogo do goleiro Manga, no Maracanã, não sai da memória dos americanos.
FOTO (Anos 60) – Da esquerda para a direita: Alfredo Maravilha, Ivo, Tunga, Bira, Caico, Delcio, Odir, Ouriço, Zezé, Lula, Ivinho (Mascote), Waltinho, Darcy, Ferreirinha, Noel e Roque Freire.
Nesse jogo, o Barreirinha venceu a Seleção de Amadores de Juiz de Fora pelo placar de 1 a 0.
O Barreirinha jogou pela primeira vez no Maracanã, em 1951. O clube fez a preliminar do jogo entre Flamengo versus São Paulo, válido pelo Torneio Rio – São Paulo. O que ninguém poderia imaginar é que um jogador do clube de Paquetá chamaria a atenção dos torcedores e jornalistas. O final dessa história é surpreendente! Leiam a história na integra abaixo e entendam:
Um “Extrema” do outro mundo…
Não ligava ao juiz e acabou quebrando a canela
do goleiro e sendo, afinal, expulso de campo
O Estádio Municipal (Maracanã), no domingo, do dia 18 de março de 1951, estava repleto de fãs de futebol, que ali foram para assistir ao jogo entre Flamengo e São Paulo (vitória rubro-negra pelo placar de 4 a 2), pelo Torneio Rio – São Paulo.
Como sempre acontece, havia uma preliminar, e essa foi jogada entre o Barreirinha de Paquetá e o União de Botafogo, encontro esse, aliás, movimentado e apresentando por vezes fases jamais vistas em Football.
Tudo ali aconteceu. O guardião do União de Botafogo foi para a Assistência com a perna esquerda quebrada. O extrema esquerda do Barreirinha de Paquetá, quando pegava a bola, era um verdadeiro sucesso. O juiz podia apitar com todas as forças do pulmão, que o homem não parava nunca. Para ele não havia penalidades e tudo corria as mil maravilhas.
Também tinha uma vantagem. Não fazia nenhuma reclamação ao juiz da partida, não falava. E toda aquela multidão ali não tinha explicação para tudo a que assistia. Quando o jogador do Barreirinha, pegava a bola, o estádio vibrava.
Aconteceu, porém, que, em determinada ocasião, o “famoso” extrema esquerda conseguiu escapar e fechar sobre o “gol“. O arqueiro do União de Botafogo, num lance arrojado, jogou-se aos seus pés.
Antes, porém, o juiz, já tinha apitado mais de trinta vezes. Mas o extrema esquerda não quis saber de nada, e aplicou uma falta no guardião, penalidade feia. O juiz apitou. Em vão. O homem havia marcado o gol e deixara estendido, com a perna fraturada, Fernando Nascimento Cagenin, de 23 anos, funcionário dos Correios e Telégrafos, residente a Praça Duque de Caxias, nº 233/ 1º andar, e que era quem defendia o arco do União de Botafogo.
O juiz, a esta altura, já indignado, fez gestos, expulsando o extrema esquerda de campo. Foi a única vez em que ele o atendeu. No fim, o capitão da equipe do Barreirinha de Paquetá, explicou tudo. O extrema esquerda era surdo-mudo.
Fernando, foi levado para o Hospital e aí teve a perna engessada. Falando ao repórter sobre o antagonista, disse: “Ele é excelente rapaz. Ficou tão nervoso e fez tantos gestos, quando soube o que me aconteceu, que chegou a me comover. Tenho até pena dele. Como deve estar sofrendo!”
FONTES: Google Maps – A Manhã – Correio da Manhã – A Noite – Diário da Noite – Jornal do Commercio – Jornal dos Sports – O Jornal (RJ) – André Luiz Pereira Nunes