Torre,campeão pernambucano de 1926!!

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O ambiente esportivo voltou a ficar agitado no inicio de 1926. Os presidentes do Sport, América e Peres, respectivamente, Roberto Rabello, José Fernandes Filho e João Duarte Dias,comunicam “ao público desportivo brasileiro”, em manifesto divulgado pela imprensa, haverem se desfiliado da Liga Pernambucana de Desportos Terrestres e fundado a “Associação Pernambucana dos Esportes Atléticos”.

No documento, os dissidentes denunciavam a existência de um plano entre Santa Cruz, Náutico, Flamengo e Torre, com a participação do presidente da LPDT, Cícero Brasileiro de Meio(recentemente eleito), para colocá-los à margem da política interna da entidade, o que ficara provado nas eleições, “pois enquanto os quatro clubes denunciados tiveram, cada um, dois diretores na composição da nova diretoria, nós tivemos apenas umrepresentante cada, e o Peres nem isso mesmo tivera”.

Pelo Jornal do Commercio (10.1.1926), a Liga publicou nota oficial, dando sua versão sobre a cisão havida. Explicava a nota que tudo fora feito para evitar a crise, conseqüência funesta, dizia, da paixão extremada do clubismo e do desejo infortunado da preponderância de certos elementos no seio de uma coletividade determinante.
Acrescentava ainda que Sport e América, depois de haverem lançado mão de todos os processos para obterem maioria no novo corpo dirigente, “processos Invios e, às vezes nefastos”, declararam, solenemente, no dia da eleição, conforme constava de ata, que seus clubes não aceitariam nenhum cargo eletivo de modo peremptório.

Quanto ao Peres, dizia a LPDT: “é um clube em situação irregularíssima, sem sede, sem time, tecnicamente incapaz, que não sofreu admoestação da Liga em sua agonia lenta de dois anos, cujo sopro de vida apenas no Conselho existia, mercê do oxigênio que lhe soprava o Sport para dar-se ao luxo de ter representante em duplicata”.

Apesar da interferência de várias figuras de projeção, inclusive do Governo, na tentativa de uma solução para a crise, nenhuma das partes se afastou da decisão tomada. Maior a nau,maior tormenta ,comentavam. Paralelamente aos jogos programados pela LPDT, a Associação Pernambucana dos Esportes Atléticos também programou seus jogos, dividindo o público.

Quando terminou a “briga”, que durou 6 meses, o campeonato já estava no turno final, mas mesmo assim América e Sport dele participaram, embora soubessem não haver mais chances para a conquista do título.
Fiel à causa, o Peres não voltou e seu presidente, Duarte Dias, declarou pelos jornais que tinha sido traído.Quem terminou se beneficiando com a ausência dos rubronegros e alviverdes foi o Torre.
O chamado “madeira rubra” terminou conquistando o título de 1926, o primeiro na sua vida esportiva, a 2 de janeiro de 1927, nos Aflitos, derrotando o América por 2×0, gois de Péricles e Piaba. 0 árbitro foi o dirigente tricolor, Carlos Rios, arranjado de última hora, uma vez que o escalado, Renato Silveira, também dirigente, não pisou no campo.

O Torre jogou com Valença; Aquino e Pedro Barreto; Arnaldo, Hermes e Dantas; Osvaldo, Piaba, Péricles, Policarpo e Gaivão.
O “madeira rubra”, fundado a 13 de maio de 1909, interrompia desta forma um predomínio de 10 anos de Sport e América, únicos campeões no futebol pernambucano desde 1916. Embora se dissesse que o Torre não teve grandes méritos na conquista do título, verdade é que o clube de José da Silva Loyo armara um bom time.
Seu primeiro grande passo foi tirar o perigoso Péricles do Sport.

Fonte:A História do Futebol em Pernambuco

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