A Associação Atlética Riopedrense foi uma agremiação do Município de Rio das Pedras (SP). Fundado na terça-feira, do dia 07 de junho de 1977, por Antenor Soave, então com 48 anos, que dirigiu o time por mais de uma década. Lembrando que na realidade o clube foi Refundado, pois o clube surgiu na década de 20.
O Riopedrense participou do Campeonato Paulista da Quinta Divisão em 1978 e 1979.
A força do futebol da cidade nos dias de hoje está longe de fazer jus ao legado deixado pela Associação Atlética Riopedrense durante praticamente todo o século passado. Não é preciso nenhuma análise minuciosa para se chegar a tal conclusão.
Basta revirar os arquivos para atestar que o futebol rio-pedrense foi temido e respeitado na região e no Estado. Associação Atlética Riopedrense surgiu no início da década de 1920. A melhor fase da equipe foi alcançada no final dos anos 70, início dos anos 80.
Ao longo de sua trajetória, muitos grandes jogadores envergaram o famoso uniforme tricolor – azul, vermelho e branco. Na década de 20, os mais prestigiados foram o goleiro Civolani e o zagueiro Dito Boi; em 30 despontou o camisa 10, Lio Roncato; em 40, naquele que foi um dos times mais fortes da história, segundo relatos, destacavam-se o goleiro Natim Marino, o alfa (lateral) esquerdo Luis Paris e o ponta Osvaldo Miori; em 50 brilhavam no time bicampeão nos anos 53 e 54, Áureo, Rugia e Joãozinho Migriolo e Antonio Furlan; em 60 cintilavam no time comandado por Tufi Dumit, Valter Begiato, Zé Rubinato, Wilson Pimpinato, João Branco, Ditinho Alexandre, Breda e Chico Ganassim.
Profissional
Com o profissionalismo, a Riopedrense chegou muito perto de conseguir o acesso para a segunda divisão do campeonato paulista, no ano de 1980, classificando-se para o octogonal decisivo, quando conquistou a terceira colocação. O time de 80, que é considerado por Vlademir Vendramin, tesoureiro da equipe na época, como o melhor dos seis anos de profissionalismo era formado por; Pavaneli, Walmir Marcelo, Dirlei, Idivelto, e Ditão; Carlão, China e Luizinho; Tabai, Joãozinho e Ditinho; técnico Antonio Bassa
Para manter a equipe profissional, foi fundamental o empenho de pessoas como Vlá Vendramin, Antonio Bassa e Anternor Soave. “Duas ou três vezes durante a semana, nós colocávamos nossas próprias conduções para trazer e levar jogadores das cidades vizinhas. Trabalhávamos muito também para conseguir patrocínio e dar suporte aos atletas. Não era fácil. É preciso gostar muito”, disse Vlá, hoje já falecido, ao editor de o RIO-PEDRENSE, em 2000.
Ex-técnico, Bassa revela curiosidades
O ex-técnico da Riopedrense Antonio Bassa, lembra ter dirigido vários jogadores de renome em seu curto período de existência. Entre eles, Tato, vindo do XV de Piracicaba e, posteriormente, transferido para a Inter de Limeira, onde marcou o gol do título sobre o Palmeiras, na decisão do Campeonato Paulista de 1986.
Entre tantas histórias que o marcaram, Bassa, destaca a curiosa rixa que existia entre a Riopedrense e a Saltense. Foi causada por um curioso incidente, que culminou com o apelido de “Homem da faca” atribuído a Bassa.
O time de Salto veio a Rio das Pedras disputar o quadrangular decisivo do Campeonato Paulista de 1980, da Série A3, acusaram-no de ter invadido o campo com uma faca. “Na verdade foi só um palito de sorvete, mas, mesmo assim, tivemos que arrumar advogados e mais duas testemunhas e ir até a Federação Paulista de Futebol, pra provar que aquilo não era verdade”, declara.
A vitória sobre a Saltense, até então líder do quadrangular, foi comemorada pelo time da cidade de Cruzeiro. “Derrotamos eles (Saltense) em casa, e praticamente demos o título ao Cruzeiro; quando chegamos lá para jogar, toda a cidade tinha ordem de nos dar as coisas de graça, roupas, refeição, o que se quer que fosse.”
Ex-técnico do time, ele ainda fala sobre a amizade e confraternização que tem que haver entre jogadores, dirigentes e membros da comissão. “O técnico tem que ser amigo dos jogadores, aqui toda sexta-feira saíamos de casa em casa dos jogadores para saber se tava tudo bem para o próximo jogo no domingo”.
Com o constante apoio dos sócios do time –havia até uma sede, no centro da cidade, cedida gratuitamente por Romeu Vendramin, que Bassa faz questão de relembrar – e o subsídio da prefeitura, do então prefeito Álvaro João Bianchim, o time profissional perdurou durante 6 anos.
FONTES: Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo – O Rio-Predense – Página do Facebook, chamado ‘Rio das Pedras Antiga’
Parabéns, a história do Rio Pedrense, vai muita além do que imaginava.