Ouando em 1976 um enfarte matou Antônio Franco de Oliveira, um coração alvinegro parou no tempo,mas prosseguiu na eternidade. Tratava-se de Neném Prancha, o homem que praticamente virou uma das caras do Botafogo, o outro lado da moeda, o lado não supersticioso. Aliás, como técnico,ele tentou lutar contra essa tradição do clube, e em vão.
Foi por volta de 1943 que Neném Prancha chegou ao Botafogo, vindo de Resende, onde nascera. Trabalhou até como roupeiro do departamento de Atletismo do clube. Ouando chegou a técnico, disse a frase que até hoje tem autoria dividida historicamente com João Saldanha: “Se macumba ganhasse jogo o campeonato baiano terminaria empatado”.
Com sua lógica folclórica, sempre ensinava os jogadores de uma forma inesquecível: “A bola é feita de quê?”, perguntava, “de couro”, respondiam. “E o couro vem de onde?”, perguntava de novo. “Da vaca”, vinha a resposta.
E Neném continuava:”E a vaca gosta do quê?”, “de grama”, e finalmente vinha com o arremate final: “Então, filho, coloca a bola na grama, rasteirinha, rasteirinha…
Assim dizia Neném Prancha.
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Fonte:Lance