Clube Atlético e Recreativo Maria Zélia – São Paulo (SP): Fundado em 1935

Clube Atlético e Recreativo Maria Zélia (Antigos Juta Belém F.C.A. A. Scarpa  ) é uma agremiação da cidade de São Paulo (SP). Fundado na quarta-feira, do dia 17 de Maio de 1916, por empregados da Companhia Nacional de Tecidos da Juta, como Juta Belém Football Club. Em 1925, mudou para Associação Athletica Scarpa. Em  20 de Setembro de 1935, foi rebatizado como Clube Atlético e Recreativo Maria Zélia.  A sua Sede e a Praça de Esportes ficava na Villa Maria Zélia (junto à ponte da Vila Maria), no Belenzinho, em São Paulo.

 História

Em duas décadas de existência o clube mudou o nome três vezes por causa da Cia Nacional de Tecidos da Juta. Inaugurada em 1917, a Vila Maria Zélia começou a ser construída em 1912, pelo médico e industrial Jorge Street, para dar abrigo aos 2.500 funcionários que trabalhavam na filial do Belenzinho da poderosa tecelagem Cia Nacional de Tecidos da Juta, cuja sede estava localizada nas imediações da Rua Gabriel Piza, em Santana.

Apesar de todo este crescimento vertiginoso e da produção indo de vento em popa, o empresário acumulou dívidas cujo pagamento começou a se complicar. Para liquidar parte delas, Jorge Street decidiu vender a vila e a fábrica em 1924. Tudo foi comprado pela família Scarpa que ao tomar posse da vila imediatamente optou por mudar o nome do local, que passou então a ser conhecido como Vila Scarpa.

Mudanças de nome

No meio dessa metamorfose, o clube sofreu e teve de mudar o nome. Em 1925, numa clara homenagem ao novo proprietário, passou a se chamar: Associação Athletica Scarpa.

Mesmo não tendo agradado aos operários o novo nome da vila seria mantido durante todo o período que a família Scarpa ficou como proprietária do complexo. Em 1929, com a crise financeira que assolou o Brasil e o mundo, a família Scarpa também sofre com dificuldades para pagar algumas hipotecas. E é assim que o Grupo Guinle toma posse do local e restabelece, tão logo assume a propriedade, o nome original Vila Maria Zélia.

Dona Maria Zélia Street

No ano seguinte, novamente o clube alterou o seu nome e voltou ao nome original: Juta Belém Football Clube, permanecendo assim até 1935Na tarde da segunda-feira, do dia 20 de Setembro de 1935, foi rebatizado como Clube Atlético e Recreativo Maria Zélia, uma homenagem à dona Maria Zélia, mulher do Dr. Jorge Street, administrador da Indústria e incentivador do clube.

 Participações na Segunda e Terceira Divisões

No meio de tantas mudanças, o clube disputou competições de expressão. No Campeonato Paulista da Segunda Divisão, em 1921 e 1922; e em 1925Juta Belém Football Club participou do Campeonato Municipal, organizado pela APEA (Associação Paulista de Esportes Athleticos). E, em 1935, esteve presente no Campeonato Paulista da Terceira Divisão.

Já como AA Scarpa disputou o Campeonato Paulista da Terceira Divisão, em 1926 e 1928; e na Campeonato Paulista da Segunda Divisão, em 19271929 e 1930.

 

FONTES: Revista Placar – A Gazeta – São Paulo Antiga – O Combate

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Sobre Sérgio Mello

Sou jornalista, desde 2000, formado pela FACHA. Trabalhei na Rádio Record; Jornal O Fluminense (Niterói-RJ) e Jornal dos Sports (JS), no Rio de Janeiro-RJ. No JS cobri o esporte amador, passando pelo futebol de base, Campeonatos da Terceira e Segunda Divisões, chegando a ser o setorista do América, dos quatro grandes do Rio, Seleção Brasileira. Cobri os Jogos Pan-Americanos do Rio 2007, Eliminatórias, entre outros. Também fui colunista no JS, tinha um Blog no JS. Sou Benemérito do Bonsucesso Futebol Clube. Também sou vetorizador, pesquisador e historiador do futebol brasileiro! E-mail para contato: sergiomellojornalismo@msn.com Facebook: https://www.facebook.com/SergioMello.RJ

3 pensou em “Clube Atlético e Recreativo Maria Zélia – São Paulo (SP): Fundado em 1935

  1. Luiz Antonio de marins

    Gostaria de saber se time maria zelia teve dois mineiros do sul de minas jogando na final da segunda divisão qdo ele foi campeão

  2. Sergio Mello Autor do post

    meu amigo Ielo,

    Histórias riquíssimas… Personagens polêmicos fizeram e fazem parte de belos contos!

    Uma pena que o Clube Atlético e Recreativo Maria Zélia tenha entrado num processo de corrosão culminando com aquela metamorfose de 1976.

    Abraços!

  3. Antonio Mario Ielo

    Sergio e Toninho,

    Excelentes artigos “seriado”, relatando a história do simpático “clube de Eder Jofre”, que começa no “Braz” (Brás-Belém-Belezinho, etc), com o primórdio do Junta Sant’Anna Foot-Ball Club, dos funcionários da Fabrica Sant’Anna, localizada no Braz, mesmo tendo outra fabrica no bairro de Sant’Anna do empresário e mecenas Amando Alvares Penteado.

    Belas histórias paulistanas…

    Podemos acrescentar a história da famosa disputa jurídica, vencida pelo Adv. Rui Barbosa em prol ao paulistano Armando A. Penteado, após vender a fabrica Santana do “Braz”, para o carioca Dr. Jorge Street, montou outra no mesmo bairro, a Cia. Paulista de Aniagens, fabricando também sacos de “junta” para a exportação da produção de café.

    Lembrando o artigo do Toninho, de maio de 2016, que publica a foto do Club Sportivo Paulista de Aniagens, clube formado por funcionários da empresa Companhia Paulista de Aniagens de propriedade do Armando Alvares Penteado. O mesmo, que por não ter herdeiros destinou sua fortuna a FAAP / Fundação Armando Alvares Penteado, o “Conde Alvares Penteado”.

    Dr. Jorge Street, construiu a Vila Maria Zélia, melhorando consideravelmente as condições dos operários, o Conde Alvares Penteado, além de mecenas, deixando o grande legado da FAAP, foi relatado pelo jornalista Roberto Pompeu de Toledo, que os Penteados construíram sua fortuna em tempos difíceis para o operariado brasileiro, no início da industrialização do país no começo do século XX: “Nas fábricas de tecidos, as mais bem equipadas e com maior número de operários, trabalhava-se em ambientes mal ventilados, sob o infernal barulho das máquinas e a vigilância severa de mestres e contramestres. Controlavam-se as conversas e as idas ao banheiro. Na fábrica Santana, de Antônio Álvares Penteado, em 1902, cobravam-se 200 réis por cada uso do sanitário; sua revogação foi uma das reivindicações de um movimento então deflagrado pelos trabalhadores”.

    Vale acrescentar também a “egocentrica” familia Scarpa de Sorocaba, que comprou de Dr. Jorge Street a Fabrica Santana, e como os artigos demostram, alterou o nome “de tudo”, para seu nome: fabrica, clube e vila. Em sua fabrica textil de Sorocaba, também mantinha com seus funcionários um clube em Sorocaba com o nome Scarpa, que posteriormente mudou de nome para CA Botafogo, que participou do estadual do interior em 1943 (escudos bem parecidos). A Familia Scarpa, do “egocentrico” e “narcisista” Chiquinho Scarpa, também tiveram a fabrica que produzia a famosa e boa cerveja “Caracu” e a deliciosa “Skol”, hoje, da INBEV, via Brahma.

    Abs.

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