Arquivo da categoria: 10. Michel McNish

Histórias do comendador: Ruy Guimarães

Ruy Guimarães, filho de dona Cotinha e seu Ruy, entrou no esporte através da educação física. Virou professor. Cedo, os cabelos foram embora. Vaidoso, passou a usar interlace, uma espécie de peruca metida a rica.

O técnico
Não chegou a bater sua bolinha, mas nela passou a se aprofundar. Virou técnico, correu o Brasil e veio parar em Floripa. Como dizem, se não aconteceu pelo Brasil, aqui aconteceria. Tiraram-lhe a peruca!

Espião
Uma volta aqui e outra ali, e Ruy Guimarães, que chegou à Ilha através do Avaí, virou auxiliar técnico de João Francisco, em 1985, no Joinville.

No jogo decisivo do campeonato, em Itajaí, campo neutro, trepou numa escadinha e meteu o ouvido para escutar a preleção de Lauro Búrigo, técnico do Leão. Pesado, despencou da escada e chegou ao vestiário do JEC gemendo de dor e sem poder contar nada ao chefe.

Arábia
Foi parar em Abu Dhabi, a convite do sheik Malef Kalef Mhuamad. O contrato era um e lhe ofereceram outro ao chegar. Ganhou um palácio de luvas. Surpreso, perguntou: “Não dá para trocar por uma grana? Afinal, como vou levar este palácio para o Brasil? Pelo menos uma daquelas moças que faz a dança do ventre?”. Não foi atendido.

 Outra surpresa
Na despedida, foi presenteado com um camelo (foto) pelo sheik. Queria, de novo, transformar o presente em espécie, dinheiro vivo. Não deu. O problema é que o camelo se apaixonou tanto pelo técnico que vivia cheirando-o, o dia inteiro. Voltou sem o camelo.

 Na Ilha
De volta à terrinha, bem falante, Guimarães virou comentarista, atividade que exerce até hoje. Amigo de Telê Santana, Yustrich e João Avelino, reuniu todas as suas histórias, que não são poucas, e vai colocá-las num livro. O lançamento será em outubro e trará a Floripa nomes como Reinaldo, Eder, Nelinho, Luisinho, entre outros ex-jogadores que comandou. Uma figuraça!

Noroeste de Bauru, 101 anos de história

Um dos poucos clubes do Interior a chegar aos 100 anos, completado em 2010, o Esporte Clube Noroeste comemora nesta quinta-feira, 1º de Setembro de 2011, 101 anos, com muita história para contar e também com grandes desafios para os próximos anos.

Fundado em 1910 por um grupo de funcionários da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, o Noroeste se destacou já em seus primeiros anos como uma equipe de expressão nos campeonatos amadores disputados em Bauru e região. Em 1943, o clube bauruense alcançou sua primeira conquista em nível estadual, com o Título do Interior. Na final do campeonato, o Alvirrubro derrotou o Guarani de Campinas, em partida disputada no Estádio do Pacaembú, em São Paulo.

O primeiro acesso à Elite Paulista ocorreu em 1953, dando ao Noroeste o direto de disputar o Campeonato Paulista de 1954. Ao longo das diversas participações do clube no Paulistão, grandes campanhas e momentos memoráveis foram registrados, como o quinto lugar no Campeonato Paulista de 1960 (quando o Noroeste ganhou o apelido de “Demolidor Ferroviário”), a grande campanha de 1987, com o Norusca liderando o certame durante parte da primeira fase e vencendo de forma maiúscula os grandes do futebol paulista nos jogos realizados no Alfredão e também o quarto lugar do Paulistão de 2006 (melhor campanha da história do Noroeste), marcando também a volta do clube à Série A-1 após 13 anos disputando as Séries A-2 e A-3.

Corinthians, 101 anos de história

Em 1 de setembro de 1910, um grupo de cinco operários de uma companhia ferroviária, a São Paulo Railway, do bairro paulistano do Bom Retiro decidiram criar um time de futebol. Eram os pintores de parede, Joaquim Ambrósio e Antonio Pereira; o sapateiro Rafael Perrone; o cocheiro Anselmo Correa e o trabalhador braçal Carlos Silva, além de mais oito pessoas que contribuíram com 20 mil réis e também foram considerados sócio-fundadores. A ideia surgiu depois de assistirem à atuação do Corinthian,equipe inglesa de futebol, fundada em 1882, que excursionava pelo Brasil à convite da equipe carioca Fluminense Football Club. Aqui, os ingleses foram chamados pela imprensa de “Corinthian’s Team”. Mas o time brasileiro só seria batizado “Sport Club Corinthians Paulista” depois de muita discussão e algumas reuniões na casa de outro integrante do grupo de amigos, o alfaiate Miguel Bataglia, que acabaria se tornando o primeiro presidente da agremiação, embora ele tenha ficado apenas duas semanas no cargo.

Em sua estréia nos campos de futebol, o Corinthians perdeu para o União da Lapa, por 1 a 0. Porém, no segundo jogo oficial, em 14 de setembro de 1910, contra o Estrela Polar, vieram o primeiro gol (marcado pelo italiano Luigi Salvatore Fabbi) e a primeira vitória (por 2 a 0). O Corinthians atuou no futebol de várzea paulista até 1912. Como os campeonatos oficiais de futebol eram praticados exclusivamente por equipes aristocráticas, como o Clube Atlético Paulistano, o Esporte Clube Pinheiros e o São Paulo Athletic Club, a atuação do Corinthians era até então restrita ao futebol de várzea.

TÍTULOS

Mundiais
Copa do Mundo de Clubes da FIFA: 1 (2000)

Nacionais
Campeonato Brasileiro: 4 (1990, 1998, 1999 e 2005)

Copa do Brasil: 3 (1995, 2002 e 2009)

Supercopa do Brasil: 1 (199)

Campeonato Brasileiro – Série B: 1 (2008)

Regionais
Torneio Rio-São Paulo: 5 (1950, 1953, 1954, 1966 e 2002)

Estaduais
Campeonato Paulista: 26 (1914, 1916, 1922, 1923, 1924, 1928, 1929, 1930, 1937, 1938, 1939, 1941, 1951, 1952, 1954, 1977, 1979, 1982, 1983, 1988, 1995, 1997, 1999, 2001, 2003 e 2009)

Avaí, 88 anos de história

Tudo começou quando em setembro de 1923, o comerciante de Florianópolis chamado Amadeu Horn conheceu um grupo de garotos, praticantes assíduos do futebol, e que organizavam seus jogos na rua Frei Caneca no bairro Pedra Grande. Amadeu então resolveu realizar o sonho daqueles garotos, que era poder utilizar os “ternos” (termo utilizado na época para designar o uniforme) durante os jogos bem como os times famosos utilizavam. O comerciante doou um kit de futebol aos garotos que, além de ganharem uma bola e chuteiras, ainda foram agraciados com os tão sonhados “ternos” contendo camisetas listradas em azul e branco e calções e meias azuis, em homenagem ao seu time de coração, o extinto Riachuelo.

Foi então que, num sábado em 1º de setembro de 1923 em uma reunião na casa do Sr. Amadeu Horn, ficou decidido que iriam fundar um clube. O nome escolhido seria Independência e o presidente seria o idealizador, o Sr. Amadeu. Eis que, atrasado para a reunião, Arnaldo Pinto de Oliveira chega e influencia o grupo a trocar o nome, já que, Independência seria um nome complicado para a torcida gritar em apoio ao time. Como naquela época Arnaldo estava lendo um livro sobre a história do Brasil, ele sugeriu o nome Avahy, em referência à Batalha do Avahy. Todos apoiaram a idéia, e foi aí que começou gloriosa história do então Avahy Foot-ball Club.

O Avaí é o primeiro time campeão do Campeonato Catarinense de Futebol, feito este ocorrido no ano de 1924. Disputou a primeira divisão do campeonato brasileiro (Série A) em quatro oportunidades em 1974, 1976, 1977 e em 1979. Em 1998, ganhou o único título nacional de um time de futebol de Florianópolis, a terceira divisão do campeonato brasileiro (Série C). Desde 1999, joga o Série B e as melhores campanhas aconteceram em 2001 e em 2004, quando Avaí ficou entre os quatro melhores, mas não pode ser promovido à primeira divisão (somente as duas equipes melhores colocadas foram promovidas). Em 2008, conquistou o acesso com três rodadas de antecedência, ao vencer o Brasiliense por 1 gol a 0, no estádio da Ressacada, gol de Evando, aos 81 minutos de jogo. A partir de 2009, o Avaí voltou a Primeira Divisão Nacional, disputando a Série A do Campeonato Brasileiro de Futebol.

O Avaí é o clube catarinense com o maior número de títulos ganhos no século 20. É também um dos maiores vencedores do Campeonato Catarinense de Futebol.

TÍTULOS
Nacionais

Campeonato Brasileiro de Futebol – Série C: 1998

Estaduais
Campeonato Catarinense: 15 vezes — 1924, 1926, 1927, 1928, 1930, 1942, 1943, 1944, 1945, 1973, 1975, 1988, 1997, 2009 e 2010.

Flamengo em Criciúma


A reinauguração do Estádio Euvaldo Lodi, do Metropol, só poderia ser com a presença do Flamengo. E o Rubro-Negro trouxe ao Sul de Santa Catarina um time cheio de nomes famosos. Venceu por 5 a 0, numa tarde memorável. Na foto, da esquerda para a direita, parte da equipe que atuou na década de 1960: Amauri, Babá, Carlinhos, Jordan, Dida, Joel, Jadir e Gerson.

Fonte: DC

Grêmio de São Joaquim SC


A foto é de 1957. O time é o Grêmio, de São Joaquim, muitas vezes campeão nos idos de 1950 e 1960. Confira, da esquerda para a direita: Deca, Rogério I, Rogério II, Joaquim, Domingos e Laurides. Agachados: Ivan, Inácio, Hélvio, Henrique e Rogério III. Craques do time: o jornalista Rogério Martorano e o ex-governador Henrique Córdova.

Fonte: DC

Histórias de um comendador: Fernando Linhares da Silva

Era noite, e Florianópolis assistiria ao primeiro clássico noturno, em 20 de julho de 1951. Presenças ilustres do governador Irineu Bornhausen e do prefeito Paulo Fontes.

Como assistir

Os ingressos eram caros. Haviam apenas duas alternativas: ou pulava o muro, como sempre, ou entrava acompanhado de algum figuraço. A segunda opção.

Meia

Fernando Linhares da Silva, um dos maiores narradores esportivos do rádio catarinense, foi para a mesma prática. Ao não conseguir, tentou entrar comprando meia-entrada. Antes, foi ao porteiro, seu Waldemar, e perguntou: “Posso entrar com meia?”.

Literalmente

Seu Waldemar, que não era fácil no trato, levantou a boca da calça do Linhares, olhou e viu que estava com as duas meias no sapato e respondeu: “Pode, até sem meia, se quiseres”.


O árbitro

Carlos de Campos Ramos, o Leleco, de Blumenau, apitou o jogo. Virou técnico de futebol, jogador e, finalmente, delegado. Foi de tudo um pouco. Era uma figura bastante folclórica.

Anos depois

O encontro e o diálogo entre o então delegado de polícia Leleco e o advogado Saul Oliveira, o Saulzinho, ex-jogador:

– Vim soltar meu cliente, que é inocente, e você foi arbitrário em sua prisão – declarou Saul.

– Posso ser tudo o que quiseres, mas ele continuará preso – respondeu Leleco.

– Por quê?

– Lembra que disseste que eu era um juizinho de merda naquele primeiro clássico noturno?

– Não só eras um juizinho de merda como é um delegado de bosta.

Fonte: DC

Avaí e Figueirense de 1967

Clássico de 1967, no Estádio Adolfo Konder. No centro do gramado, dois atletas do Figueirense: à esquerda, Carlos Roberto, e à direita, Rubens (Pardal).

De repente, entre ambos, surge o ponteiro-direito do Avaí Rogério Maluco, ou Rogério Segundo, como chamavam. Apenas para se ter uma ideia de como a amizade era importante naquela época. Uma foto dessas, hoje, é muito difícil de ocorrer.

Fonte: DC