Ruy Guimarães, filho de dona Cotinha e seu Ruy, entrou no esporte através da educação física. Virou professor. Cedo, os cabelos foram embora. Vaidoso, passou a usar interlace, uma espécie de peruca metida a rica.
O técnico
Não chegou a bater sua bolinha, mas nela passou a se aprofundar. Virou técnico, correu o Brasil e veio parar em Floripa. Como dizem, se não aconteceu pelo Brasil, aqui aconteceria. Tiraram-lhe a peruca!
Espião
Uma volta aqui e outra ali, e Ruy Guimarães, que chegou à Ilha através do Avaí, virou auxiliar técnico de João Francisco, em 1985, no Joinville.
No jogo decisivo do campeonato, em Itajaí, campo neutro, trepou numa escadinha e meteu o ouvido para escutar a preleção de Lauro Búrigo, técnico do Leão. Pesado, despencou da escada e chegou ao vestiário do JEC gemendo de dor e sem poder contar nada ao chefe.
Arábia
Foi parar em Abu Dhabi, a convite do sheik Malef Kalef Mhuamad. O contrato era um e lhe ofereceram outro ao chegar. Ganhou um palácio de luvas. Surpreso, perguntou: “Não dá para trocar por uma grana? Afinal, como vou levar este palácio para o Brasil? Pelo menos uma daquelas moças que faz a dança do ventre?”. Não foi atendido.
Outra surpresa
Na despedida, foi presenteado com um camelo (foto) pelo sheik. Queria, de novo, transformar o presente em espécie, dinheiro vivo. Não deu. O problema é que o camelo se apaixonou tanto pelo técnico que vivia cheirando-o, o dia inteiro. Voltou sem o camelo.
Na Ilha
De volta à terrinha, bem falante, Guimarães virou comentarista, atividade que exerce até hoje. Amigo de Telê Santana, Yustrich e João Avelino, reuniu todas as suas histórias, que não são poucas, e vai colocá-las num livro. O lançamento será em outubro e trará a Floripa nomes como Reinaldo, Eder, Nelinho, Luisinho, entre outros ex-jogadores que comandou. Uma figuraça!