Depois do Brasil ter perdido a Copa do Mundo de 1950 para os uruguaios, havia uma grande expectativa em tornou dos jogos entre o Vasco da Gama, base da seleção brasileira, e o Penarol, base da seleção uruguaia. O Vasco ganhou o primeiro jogo realizado em Montevidéu por 3×0.
No dia 22 de abril, no maracanã, O Vasco voltou a vencer por 2×0. Um imenso publico foi o maior estádio do mundo para ver quase os mesmos artistas do drama final da Copa do Mundo, apenas com novos sentimentos e com alguns novos colegas que não estiveram naquele dia 16 de julho de 1950. E a torcida ficou satisfeita como que viu porque o jogo agradou pela movimentação e pela técnica. Quando a partida foi iniciada, os primeiros movimentos pertenceram ao clube brasileiro que mostrava pinta de vencedor. Quando os uruguaios conseguiam penetrar na defesa vascaina, encontravam o goleiro Barbosa em grande tarde.
Aos 16 minutos Friaça recebeu a bola, avançou e quando chegou no risco da grande área arriscou o chute. A bola saiu fraca e, aparentemente, sem possibilidade de êxito, mas ganhou efeito no terreno iludiu o arqueiro Maspoli que ficou sem entender como não conseguiu fazer a defesa. Deste gol para frente, sempre com o Vasco no ataque, a partida foi ficando definida. A questão era saber de quanto seria a vitória vascaina. A emoção da torcida passava para os jogadores brasileiros que sentiam um gostinho todo especial naquela segunda vitória. Aos jogadores do Penarol restavam a fibra tradicional e sempre dispostos a reagir contra o marcador adversos. Gighia era seu melhor jogador. Mesmo assim, encontrava em Alfredo um ótimo marcador. Obdulio Varela disputou um bom primeiro tempo. Na segunda etapa cansou, começou a apelar para a violência e terminou expulso. Sua expulsão se deve mais pelo deboche contra a torcida brasileira e as reclamações, do que a jogada violenta sobre Maneca. Entretanto, o Vasco estava muito bem, onde Barbosa jogava com nos seus grandes dias. A defesa bem postada e um ataque onde Ademir era a grande figura do jogo. Era uma equipe homogênea e que dava a torcida brasileira a tranqüilidade para viver as emoções que não teve em 1950. Era a valorização de um trabalho coletivo do conjunto campeão carioca com uma defesa sem falhas e um ataque insinuante e goleador.
O 1×0 do primeiro tempo não disse bem o que foi o desenrolar da partida, apesar da bravura com que a defesa do Penarol se comportava suportando a pressão vascaina. A superioridade vascaina foi confirmada aos 30 minutos através de um gol sensacional de Ademir que aproveitou um bom lançamento em profundidade. A partida, de um modo geral, foi disputada em meio a cordialidade entre os jogadores. O único momento em que a violência esteve presente foi no segundo tempo quando Obdulio Varela entrou deslealmente em Maneca e, quando foi marcada a falta, o capitão uruguaio desrespeitou o publico e o juiz. Por isso, terminou expulso.
Jogo realizado no dia 22 de abril de 1951 no maracanã.
Vasco da Gama 2 x Penarol 0.
Gols de Friaça e Ademir.
Juiz: Carlos de Oliveira Monteiro, o popular Tijolo.
Vasco: Barbosa. Augusto (Laerte) e Clarel. Eli. Danilo e Alfredo. Tesourinha. Ademir. Friaça (Ipojucan). Maneca e Djair.
Penarol: Maspoli. Matias Gonzalez e Romero. J.C. Gonzales. Obdulio Varela e Etchegayon (Abadye). Gighia. Piuepoff. Falero (Miguez), Schiafino e Vital.
Fonte: Esporte Ilustrado