Arquivo da categoria: Rio de Janeiro (antigo Estado do RJ)

Amistoso nacional, de 1990: Grêmio Sãocarlense (SP) 3 x 2 Vasco da Gama (RJ)

 

GRÊMIO SÃOCARLENSE

3

X

2

VASCO DA GAMA

LOCAL Estádio Luís Augusto de Oliveira, o “Luisão”, em São Carlos/SP
CARÁTER Amistoso Nacional
DATA Domingo, no dia 1º de Julho de 1990
HORÁRIO 10 horas da manhã
ÁRBITRO Não mencionado
SÃO CARLENSE Narezzi; Zeti, Darci, Pinheirense e Toninho Paraná; Ercides, Paulo Leme e Leba; Carlos Alberto, Manguinha e Mané.
VASCO Regis; Marco Aurelio Ayupe, Célio Silva, Quiñones e Cássio; Zé do Carmo, Andrade e Tornado; Sorato, Sonny Anderson e William. Técnico: Alcir Portela
GOLS Paulo Leme aos 10 e 35 minutos (Sãocarlense), no 1º Tempo; Manguinha (Sãocarlense); William aos 11 minutos (Vasco); Sorato aos 45 minutos (Vasco).
CURIOSIDADE O atacante da Sãocarlense, Leba é irmão de Muller, que jogou as Copas do Mundo de 1986, 1990 e 1994.

 

FONTES: Jornal dos Sports – Tribuna da Imprensa – Jornal do Commercio

Fotos Raras, e a História entre 1913 a 1930: Bonsucesso Futebol Clube – Rio de Janeiro (RJ)

O Bonsucesso Futebol Clube é uma agremiação da cidade do Rio de Janeiro (RJ). O Leão da Leopoldina foi Fundado no domingo, do dia 12 de Outubro de 1913, como Bomsuccesso Football Club, na Residência do Sr. Alamiro Leitão, no Bairro de Bonsucesso, onde reuniu-se um grupo de rapazes desportistas, residentes na referida localidade, resolvendo ali montar um grêmio para a pratica do futebol. As cores escolhidas para o clube bicolor: vermelho e azul.

Feito isso, o novo clube foi entregue a direção (1º Presidente) do Sr. Francisco da Silva Leitão, progenitor  do Sr. Alamiro Leitão, o qual, pondo-se logo à frente do Bomsuccesso Football Club, entrou a trabalhar pela prosperidade dessa sociedade desportiva, que passou, desde logo, a constituir-se uma excelente distração para os habitantes locais.

Campeão Carioca de 1918

Depois de vários e brilhantes matchs disputados na Associação Brasileira, onde firmou os seus créditos com belas vitórias, o Bomsuccesso F.C. filiou-se, em 1918, à Liga Suburbana de Fottball (LSF), conquistando os seguintes títulos:

1918 – Campeonato da Segunda Divisão, dos Primeiros e Segundos Quadros;

1919 – Campeonato da Primeira Divisão, do Primeiro Quadros.

 

O título Carioca de 1919, o Bomsuccesso Football Club, teve a seguinte formação: Mingote; Alamiro e Sinhô; Mathias, Bacharel e D. Julia; Flávio, Caballero, Doca, Martins e Basilio.

 

Bonsuça ingressa, em 1920, na LMDT

Contava o Bomsuccesso F.C., nesta época, com muitos elementos de real merecimento, tendo o clube, então, três diretores, os Srs. Ernesto Carneiro, Dr. Teixeira de Castro e o Coronel Araújo.

Após seguidos triunfos, sob a presidência de Ernesto Carneiro, e, com o valoroso auxilio do Dr. Celio de Barros, resolveram os membros da vitoriosa sociedade filiar-se, em 1920, à Liga Metropolitana de Desportos Terrestres (LMDT).

Contava o Bomsuccesso com entusiasmos  e a eficiência dos sócios: Caballero, Cezarino Cezar, Araujo, Arceu, Manoel Vieira, Antonio Concieiro, Jacyntho dos Santos e muitos outros abnegados, constituindo uma poderosa 2ª Divisão, onde levantou diversos campeonatos, chegando, no fim do torneio desse ano, empatado com o Metropolitano Athletico Club, do qual veio a perder pelo escore de 4 a 3, no campo da Rua Paissandu (do Clube de Regatas Flamengo), levantando o campeonato dos Terceiros Quadros.

Vice-campeão Carioca da Primeira Divisão de 1924

Em 1921, depois de renhida contenda com o São Paulo Rio Foot Ball Club, tornou-se o Campeão do Campeonato Carioca da 2ª Divisão. Faturou ainda os campeonatos de 1922, 1923 e 1924, sendo este o Campeonato da Série B da Primeira Divisão. Disputou com o Vasco da Gama a prova eliminatória.

 

Tricampeão da Segunda Divisão: 1926, 1927 e 1928

Em 1926, filiou-se à Associação Metropolitana de Esportes Athleticos (AMEA), onde se sagrou Tricampeão do Campeonato Carioca da Segunda Divisão, em 1926, 1927 e 1928. Em 1927, conquistou o título de forma brilhante. Obteve todos os pontos ao vencer dez jogos consecutivos, tendo o dobro de pontos do 2º colocado.

 

Bonsuça na Elite do Futebol carioca em 1929

O título de 1928, rendeu ao Bonsuça o direito de enfrentar o último colocado do Carioca da 1ª Divisão, no caso, o Villa Isabel Football Club, para definir quem disputaria a Elite do Futebol do Rio, em 1929. Contudo, o Villa Isabel se negou  a disputar a eliminatória, o que facultou ao Rubro-Anil ser considerado vencedor por W.O. pelo Conselho de Fundadores da AMEA, na sexta-feira, do dia 15 de Março de 1929.

A campanha foi boa, terminando na 7ª colocação (15 pontos em 20 jogos: cinco vitórias, cinco empates e dez derrotas; marcando 34 gols, sofrendo 55 e um saldo negativo de 21). O Bonsuça ficou na frente do Flamengo, que terminou em 10º lugar.

Diante do campeão de 1929, o Vasco da Gama, o Bonsuça fez jogos duríssimos. No 1º  Turno, no domingo, do dia 28 de abril de 1929, no campo da Estrada do Norte, o Vasco suou para vencer por 2 a 1. No returno, no domingo, do dia 11 de agosto de 1929, em São Januário, empate e 1 a 1.

Bonsuça campeão da Segundona de Voleibol

Em 1929, o Bonsucesso se sagrou campeão do Campeonato Carioca da Segunda Divisão de Voleibol, e ingressado na Primeira Divisão após vencer o Sport Club Brasil, na eliminatória.

SEDE

A sua bela Sede própria, instalada na Estrada do Norte, nº 38, na Estação de Bonsucesso, arrabalde desta capital, os sócios podem praticar: Tiro, Voleibol, Atletismo, RacktBall e Tênis. Além disso, o clube realiza, de vez em quando, animados saraus dançantes  e literários.

O seu quadro social  é composto de mais de Mil nomes, todos bem conceituados e, por isso, muito concorrendo para  a prosperidade e maior atuação desportiva do Bomsuccesso Football Club.

 

Manuel Caballero

Dentre os inúmeros  que têm feito pelo clube é justo destacar o Sr. Manuel Caballero, cuja dedicação e entusiasmo se devem em grande parte os principais triunfos desportivos, bem como progresso material atingido pelo Bomsuccesso.  Trata-se  de um sócio a quem  o referido clube deve muito do que, atualmente, é, na sua afirmação de pujança a caminho de maiores e mais gloriosas vitórias.

Praça de Esportes Estrada Norte

Durante 17 anos de existência, o Bomsuccesso F.C. manteve-se numa situação de crescente prosperidade, e isto sem saltos nem desfalecimentos, mas lenta e seguramente. Vê-se hoje bem instalado, com a sua Sede em prédio próprio, junto a qual se encontra o seu campo de futebol e as demais instalações para a prática  de todos os esportes que atualmente constituem a sua finalidade desportiva.

Localizado num pitoresco bairro, distante apenas alguns minutos do centro da cidade, o Rubro-Anil tudo possui para ser, no futuro, bem mais do que é hoje, um centro de grande atrativo para os apreciadores de futebol.

Com o correr do tempo, a referida sociedade,  que já é ma expressão de pujança e de vigor, será, sem dúvida alguma,  uma das mais poderosas afirmações da nossa evolução no terreno desportivo. Tudo depende para consegui-lo está ao seu alcance. É só uma questão de prosseguir no caminho até aqui percorrido, e caminho cheio de flores.

 

TÍTULOS

1918 – Campeonato da Segunda Divisão (LSF), dos Primeiros e Segundos Quadros;

1919 – Campeonato da Primeira Divisão (LSF), do Primeiro Quadros;

1920 – Campeonato da Segunda Divisão (LMDT), do Terceiros Quadros;

1921 – Campeonato da Segunda Divisão (LMDT), do Primeiro Quadro;

1922 – Campeonato da Segunda Divisão (LMDT), do Segundos Quadros;

1923 – Campeonato da Segunda Divisão (LMDT), do Segundos Quadros;

1924 – Campeonato da Série B Divisão (LMDT), do Primeiro Quadro.

1924 – Vice-Campeonato da 1ª Divisão (LMDT), do Primeiro Quadro.

1926 – Campeonato da Segunda Divisão (AMEA), do Primeiro Quadro;

1927 – Campeonato da Segunda Divisão (AMEA), do Primeiro Quadro;

1928 – Campeonato da Segunda Divisão (AMEA), do Primeiro Quadro.

FOTOS EXTRAS (1930)

Encontrei no site Harpya Leilões, um álbum raríssimo de 25 fotografias do Bonsucesso Futebol Clube, referente ao Tricampeonato da 2ª Divisão da AMEA, em 1930).

Infelizmente, essa relíquia já foi vendida! São 25 fotografias originais do Campo de Esportes (Situado na Estrada do Norte, nº 38, no bairro de Bonsucesso, na zona Norte do Rio/RJ), Instalações e da Sede Social, dos anos 30. Cada foto mede aproximadamente 23 x 17 cm. Medidas do álbum: 34,5 x 20 cm.  

Capa do Álbum
Frente da Sede Social, na Estrada do Norte, nº 38, no bairro de Bonsucesso, na zona Norte do Rio/RJ
Lateral da Sede Social
Outro ângulo da Sede Social
Secretaria do clube
O Estádio da Estrada do Norte

FONTES: site Harpya Leilões – Revista Excelsior

Barreirinha Futebol e Regatas, de Paquetá – Rio de Janeiro (RJ): Três edições no D.A. da década de 60

O Barreirinha Futebol e Regatas é uma agremiação da cidade do Rio de Janeiro (RJ). A sua Sede está localizada na Rua Pinheiro Freire, nº 20, na pacata Ilha de Paquetá, situado na Zona Central do Rio. O Rubro-negro Paquetaense foi Fundado em 1949.

Fachada da sede

Campeão Estadual Amador de 1963

Em outubro de 1963, o Barreirinha se sagrou Campeão do I Campeonato de Futebol Amador do Governo do Estado do Rio de Janeiro “Taça Governo do Estado”.

A competição contou com a impressionante participação de 376 clubes de todo o Estado do Rio de Janeiro. Em 1964, o campeão foi o Bandeirantes Futebol Clube, enquanto o Monte Castelo ficou com o vice.

O título foi confirmado na vitória diante do Progressista, na última rodada, no Estádio Aniceto Moscoso, na Rua Conselheiro Galvão, em Madureira, na Zona Norte do Rio. A partida teve início às 15h15, com o trio de arbitragem formado pelo árbitro Otacílio Soares e os seus auxiliares: Afonso Jorge Hauat e Walter Santos.

Na cerimônia de premiação, no sábado, do dia 09 de novembro de 1963, às 19h30, no Ginásio do Maracanãzinho, o troféu foi entregue ao capitão do clube pelo polêmico jornalista e político Carlos Lacerda. O evento contou com a exibição da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira. Em 1967, 1968 e 1969 o Rubro-negro Paquetaense participou do Campeonato Carioca do Departamento Autônomo.

Foto (acima), dos anos 60. Em PE (esquerda pra direita): Juquinha, Zé Carlos, Beta,Jim, Bub,Cielio e o Técnico Ivo. AGACHADOS (esquerda pra direita): Paulinho, Noel, Gerson, Célio e Roberto.

Algumas Formações

Time-base de 1950: Cid; Caico e Waldir; Paulo, Mario e Carlos; Jajá (Peru), Jolar, Cepo (Niltinho), Nilo (Zezé) e Miúdo.

Time-base de 1952: Ivo; Caico e Osmar; Haroldo, Jolar e Januário; Olivio, Mario, Alair, Nilo e Darci.

Time-base de 1955: Bira; Caico e Waldir; Juquinha, Haroldo e Edson; Darci, Saquarema, Elaide, Dilson e Zezinho.

Time-base de 1957: Ivo; Caico e Waldir; Juquinha, Delson e Januário; Adilson, Waltinho, Lessa, Heladio e Zezinho.

Time-base de 1963: Bira; Tunga, Taíco, Odir e Figueiredo; Delcio e Darcy; Lula, Vico, Walter e Getúlio.

 

Reportagem de 1957

Revelação: Nilo, campeão Carioca em 1960 pelo América  

O Barreirinha de Paquetá surgiu em 1949, e na sua primeira formação apresentou um craque para o futebol brasileiro: Nascido em 20 de Janeiro de 1932, Nilo Alves da Cunha, o Nilo, ponta-esquerda campeão carioca de 1960 pelo América, morreu no dia 20 de dezembro de 2006, em Nilópolis (RJ).

Jogou no Barreirinha de Paquetá dos 17 aos 23 anos. Em 1952, ingressou no juvenil do Flamengo, e depois se transferiu para o Bonsucesso Futebol Clube, entre 1955 a 1957; América, entre 1959 a 1964, e nesse período também defendeu o Palmeiras.

No Bonsucesso, onde atuou pela primeira vez ao lado do goleiro Ari (os dois ainda seriam juntos campeões cariocas pelo América). Ele veio para o Palmeiras na mesma transação que trouxe Djalma Dias para o Palestra Itália, em 1962.

Pelo Palmeiras, Nilo atuou entre os anos de 1963 e 1964, realizou 50 jogos (33 vitórias, 13 empates e 4 derrotas) e marcou 16 gols. Depois do Verdão, Nilo foi para o América Mineiro e atuou ao lado do zagueiro Aldemar.

O ex-ponta era conhecido por ter um “canhão” no pé esquerdo. Um gol de falta marcado “do meio da rua” no Botafogo do goleiro Manga, no Maracanã, não sai da memória dos americanos.

FOTO (Anos 60) –  Da esquerda para a direita: Alfredo Maravilha, Ivo, Tunga, Bira, Caico, Delcio, Odir, Ouriço, Zezé, Lula, Ivinho (Mascote), Waltinho, Darcy, Ferreirinha, Noel e Roque Freire.

Nesse jogo, o Barreirinha venceu a Seleção de Amadores de Juiz de Fora pelo placar de 1 a 0.

 

O Barreirinha jogou pela primeira vez no Maracanã, em 1951. O clube fez a preliminar do jogo entre Flamengo versus São Paulo, válido pelo Torneio Rio – São Paulo. O que ninguém poderia imaginar é que um jogador do clube de Paquetá chamaria a atenção dos torcedores e jornalistas. O final dessa história é surpreendente! Leiam a história na integra abaixo e entendam:

Um “Extrema” do outro mundo…

Não ligava ao juiz  e acabou quebrando a canela

do goleiro e sendo, afinal, expulso de campo

 O Estádio Municipal (Maracanã), no domingo, do dia 18 de março de 1951,  estava repleto de fãs de futebol, que ali foram para assistir ao jogo entre Flamengo e São Paulo (vitória rubro-negra pelo placar de 4 a 2), pelo Torneio Rio – São Paulo.

Como sempre acontece, havia uma preliminar, e essa foi jogada entre o Barreirinha de Paquetá e o União de Botafogo, encontro esse, aliás, movimentado e apresentando por vezes fases jamais vistas em Football.

Tudo ali aconteceu. O guardião do União de Botafogo foi para a Assistência com a perna esquerda quebrada. O extrema esquerda do Barreirinha de Paquetá, quando pegava a bola, era um verdadeiro sucesso. O juiz podia apitar com todas as forças do pulmão, que o homem não parava nunca. Para ele não havia penalidades e tudo corria as mil maravilhas.

Também tinha uma vantagem. Não fazia nenhuma reclamação ao juiz da partida, não falava. E toda aquela multidão ali não tinha explicação para tudo a que assistia. Quando o jogador do Barreirinha, pegava a bola, o estádio vibrava.

Aconteceu, porém, que, em determinada ocasião, o “famoso” extrema esquerda conseguiu escapar e fechar sobre o “gol“. O arqueiro do União de Botafogo, num lance arrojado, jogou-se aos seus pés.

Antes, porém, o juiz, já tinha apitado mais de trinta vezes. Mas o extrema esquerda não quis saber de nada,  e aplicou uma falta no guardião, penalidade feia. O juiz apitou. Em vão. O homem havia marcado o gol e deixara estendido, com a perna fraturada, Fernando Nascimento Cagenin, de 23 anos, funcionário dos Correios e Telégrafos, residente a Praça Duque de Caxias, nº 233/ 1º andar, e que era quem defendia o arco do União de Botafogo.

O juiz, a esta altura, já indignado, fez gestos, expulsando o extrema esquerda de campo. Foi a única vez em que ele o atendeu. No fim, o capitão da equipe do Barreirinha de Paquetá, explicou tudo. O extrema esquerda era surdo-mudo.

Fernando, foi levado para o Hospital e aí teve  a perna engessada. Falando ao repórter sobre o antagonista, disse: “Ele é excelente rapaz. Ficou tão nervoso e fez tantos gestos, quando soube o que me aconteceu, que chegou a me comover. Tenho até pena dele. Como deve estar sofrendo!

FONTES: Google Maps – A Manhã – Correio da Manhã – A Noite – Diário da Noite – Jornal do Commercio – Jornal dos Sports – O Jornal (RJ) – André Luiz Pereira Nunes