Ao longo dos tempos venho reparando a quantidade de jogadores da seleção francesa de futebol que não são franceses de nascimento e sim de suas antigas colônias espalhadas pelo planeta, não somente dos países que foram colonizados por franceses ao longo dos séculos passados como também outros países e territórios que ainda buscam sua independências como o País Basco, já nos suas primeiras décadas, haviam nos Bleus jogadores considerados de origem não-“genuinamente” francesa, sendo filhos de imigrantes. Em contrapartida, há vários nascidos na França que preferiram defender a terra de seus pais ou avós.
Se recentemente jogaram ou jogam os descendentes de argelinos Zinédine Zidane, Karim Benzema e Samir Nasri, a França já foi defendida por jogadores diretamente vindos da ex-colônia: Joseph Alcazar na Copa do Mundo de 1934, Abdelkader ben Bouali na Copa do Mundo de 1938, Abdelaziz ben Tifour na Copa do Mundo de 1954 e William Ayache na Copa do Mundo de 1986 são alguns exemplos; os três primeiros jogaram pela França em época em que ainda não havia a Seleção Argelina. Christian Lopez, também nascido na Argélia, é filho de colonos de origem espanhola.
Outros jogadores com origem na África do Norte francesa são Hatem ben Arfa, de raízes tunisianas, e Abderrahmane Mahjoub, jogador também da Copa de 54 de origem marroquina. Também nascido no Marrocos, mas filho de colonos franceses, é o artilheiro Just Fontaine.
A Seleção Francesa foi também uma das primeiras europeias a recrutar um negro: o primeiro deles, Raoul Diagne, jogador da Copa do Mundo de 1938, veio da Guiana Francesa, mesma terra de nascimento de Florent Malouda, do elenco atual, atualmente composto em maioria por afrofranceses. Os dois primeiros a se destacarem de verdade na Seleção foram Marius Trésor (nascido em Guadalupe, de onde veio também Lilian Thuram) e Jean Tigana (nascido no Mali, de onde veem as ascendências dos xarás Alou e Lassana Diarra).
Patrick Vieira e Patrice Evra nasceram no Senegal, de onde veem as origens de Bafétimbi Gomis e Bacary Sagna. Claude Makélélé e Steve Mandanda vieram do antigo Zaire, atual República Democrática do Congo. Com origens em Guadalupe, mas nascidos na França, são Thierry Henry (com raízes também em Martinica, assim como Éric Abidal e Nicolas Anelka e onde nasceu Gérard Janvion), Louis Saha, Sylvain Wiltord, Mikaël Silvestre, William Gallas, Pascal Chimbonda e Bernard Diomède.
Djibril Cissé e Abou Diaby são filhos de imigrantes da Costa do Marfim, enquanto Sidney Govou tem ascendência em Benin. Jean-Alain Boumsong é camaronês e Marcel Desailly, um ganense adotado por um diplomata francês. Florent Sinama-Pongolle vem da ilha africana de Reunião.
Também de pele escura, mas etnicamente polinésios, são Christian Karembeu, Frédéric Piquionne (nascidos na Nova Caledônia), Pascal e Marama Vahirua (vindos da Polinésia Francesa). Vikash Dhorasoo, por sua vez, tem raízes em uma comunidade hindu das Ilhas Maurício.
Alguns dos mais famosos jogadores da França têm origem italiana: Michel Platini, Roger Piantoni e Éric Cantona. Da atual geração, o mais famoso é Sébastien Squillaci. Mesma situação de outros menos famosos, como Ernest Libérati, Laurent di Lorto, Mario Zatelli, Bernard Chiarelli, Gabriel de Michele, Laurent Robuschi, Dominique Baratelli, François Bracci, Bernard Lacombe, Bernard Genghini, Bruno Bellone, Jean-Luc Ettori, Jean-Marc Ferreri, Vincent Candela, Bruno Martini e Benoît Pedretti.
Seus sobrenomes comumente são pronunciados “à francesa”, normalmente com tonicidade na última sílaba. Ao sul, da ilha de Malta, vem as raízes do atacante Daniel Xuereb, figurante da Copa do Mundo de 1986.
Jogadores de origem germânica, nascidos na Alsácia-Lorena (região que pertenceu à Alemanha), já puderam ser encontrados. Foi o caso de Étienne Mattler, Fritz Keller, Oscar Heisserer, Ernest Schultz, Gérard Hausser e Lucien Muller. Outros germânicos foram austríacos naturalizados, Rodolphe Hiden e Auguste Jordan.
Julien Darui e Roger Courtois nasceram, respectivamente, em Luxemburgo e Suíça. Afinal quem gostaria de defender Luxemburgo podendo atuar por uma seleção de maior tradição no futebol.
Da Europa Oriental , os mais numerosos são os de origem polonesa: Raymond Kopa (cujo sobrenome real era Kopaszewski) é o mais famoso de um grupo que inclui Ignace Kowalczyk, Thadée Cisowski, Édouard Kargu, Guillaume Bieganski, Léon Glovacki, Maryan Wisnieski, Robert Budzynski, Yannick Stopyra e Antoine Sibierski. Kazimir Hnatow, membro da Copa do Mundo de 1958, tem sangue ucraniano.
Jean Djorkaeff e Youri Djorkaeff, respectivamente pai e filho, são de origem calmuque (um dos povos da Rússia); Youri também tem ascendência armênia, juntamente com seu ex-colega Alain Boghossian.
Hispânicos também já figuraram pelos Bleus em torneios: Joseph Gonzales, Hector Cazenave (uruguaio), Christian Lopez, Manuel Amoros, Jean Castaneda, Christian Perez e os mais famosos, David Trézéguet (filho de um franco-argentino), Luis Fernández (este nascido na Espanha) e Robert Pirès (de origens portuguesas).
Minorias étnicas tradicionais da própria França já foram representadas na Seleção, como os bascos Didier Deschamps e Bixente Lizarazu e os bretões Stéphane Guivarc’h e Yoann Gourcuff.
Como vocês podem ver a França tem não somente no futebol mais em boa parte de seus desportista uma verdadeira fusão multicultural e racial em suas fileiras e com a globalização mundial a tendência é que a cada ano este número aumente muito mais.
Até mesmo eu que sou de origem portuguesa e italiana já tive sonhos em minha epóca de juvenil do Bahia de jogar pela França, afinal de contas as cores são as mesma do Tricolor Baiano, Azul, Branco e Vermelho, realmente os ideais de Revolução Francesa no esporte cai muito bem como simbolo Des Les Blues: Liberté, Igualité et Fraternité.
Fontes; Textos Galdino Silva
Pesquisa: Wikipédia e site Federação Francesa de Futebol