Arquivo da categoria: Carências

Categoria criada a fim de listarmos aquilo que nos falta informações. E assim, quem sabe; finalmente conseguirmos eliminá-los de nossa lista!

União Vila Pirituba Futebol Clube – São Paulo (SP): Fundado em 1941

Por Sérgio Mello

O União Vila Pirituba Futebol Clube foi uma agremiação da cidade de São Paulo (SP). Fundado na década de 30, com o nome de Primeiro de Maio. Uma década depois foi reorganizado e rebatizado. Assim, o “Clube mais Querido de Pirituba” foi Fundado em 1941. Em 1967, alterou o nome para Centro Recreativo Vila Pirituba.

A sua Sede social localizado na Avenida Jaraguá (Atual: Avenida Muitinga), nº 2-A, no bairro de Pirituba, na Zona Noroeste da capital paulista.  O seu campo ficava na Av. Agenor Couto de Magalhães, nº 32 (esquina com Avenida Mutinga), em Pirituba.

O União Vila Pirituba era muito ativo nas realizações de eventos como bailes, Festa Junina, Carnaval, etc. Além disso, realizou a corrida pedestre batizado de Volta de Pirituba que acontecia no primeiro semestre e foram realizados: 1946, 1947, 1948, 1949 e 1950. Além do futebol, o clube também contava com o basquete e voleibol.

Em janeiro de 1948, foi empossada a nova diretoria:

Presidente – Antônio Jorge Filho;

Presidente honorário – Antônio Werneck Rodrigues;

Vice-presidente – Mansueto Pradella;

1º Secretario – Stefano Mauzzer;

2º Secretario – Felipe Ramos;

Tesoureiro – Humberto Castelo;

Diretor esportivo – Pedro Rodrigues;

Auxiliar esportivo – Sírio do Prado.

Quadra Poliesportiva inaugurada em 1955

Na terça-feira, do dia 15 de novembro de 1955, foi inaugurado a quadra poliesportiva do União. No vizinho subúrbio da E.F.S.J., na praça de esportes do União V. Pirituba F.C., na Av. Jaraguá, nº 2, a quadra de Bola ao Cesto (basquete) e Voleibol.

Quadra foi construída de acordo com os regulamentos oficiais e que muito irá engrandecer o desenvolvimento desse esporte no vizinho subúrbio bandeirante.

O início das festividades está programado para às 14 horas, no que tomarão parte o forte quinteto do Grêmio 15 de Dezembro, da Escola de Oficiais da nossa gloriosa Força Pública, contra o forte conjunto do Nacional A.C., que gentilmente atenderam aos convites formulados para esta grande tarde esportiva.

Como preliminar teremos a apresentação inicial dos principiantes de voleibol, que será os quadros do União Vila Pirituba e o São Paulo Recreativo (S.P.R.).

Participações na esfera amadora

No futebol, União Vila Pirituba esteve presente em diversas competições organizadas pela Federação Paulista de Futebol (FPF). A Divisão Varzeana de Futebol do Estado de São Paulo, Subdivisão Lapeana de 1948. O Campeonato Varzeano de Futebol de 1954; Campeonato Amador do Interior de 1957; a Divisão Extra de Amadores de 1959, entre outras.

União bate o E.C. Cruzeiro

Na sexta-feira, do dia 16 de janeiro de 1948, o União Vila Pirituba Futebol Clube recebeu o Esporte Clube Cruzeiro, valendo a bela taça ofertada pela Mercearia São Jorge. No final, melhor para o União que goleou o adversário pelo placar de 5 a 0.

Os gols foram assinalados por Miro, três vezes; Macaco e Toco, um tento cada. O União jogou com a seguinte formação: Pingo; Barbozinha e Colim; Armando, Macaco e Ferrara; Piva, Miro, Toco, Martins e Orlando.

Triunfo diante do C.A. São Bento

No domingo, do dia 08 de agosto de 1954, o União Vila Pirituba recebeu a visita do forte e disciplinado conjunto do Clube Atletico São Bento, e venceu pelo placar de 4 a 3. Os gols foram assinalados por intermédio de Mineiro, Jaú e Emerson, duas vezes.

Nos Segundos Quadros, o União também saiu vencedor pela contagem de 3 a 1. O time principal do União jogou com: Osvaldo; Colim e Barbante; Cinzeiro, Álvaro e Orlando; Emerson, Djalma, Jaú, Açúcar e Mineiro.

Vitória no clássico

No domingo, do dia 14 de abril de 1957, pela 1ª rodada do Campeonato Amador do Interior, da FPF, Setor “9”, o União Vila Pirituba F. C. venceu espetacularmente o valoroso esquadrão do Pirituba F. C. pela contagem de 1 a 0, tento este consignado por Emilinho, aos 5 minutos do primeiro tempo.

Os dois quadros, velhos rivais e que há oito anos não se defrontavam, fizeram uma brilhante partida, proporcionando à numerosa torcida que lotou a Praça de Esportes do União Vila Pirituba F. C., um espetáculo bonito e cavalheiresco, digno dos melhores aplausos.

O juiz da partida foi o sr. Mario Gardeli, indicado pela FPF, que teve uma brilhante atuação. O União Vila Pirituba F. C. alinhou com: Chico; Orlando e Landão; Paulo, Álvaro e Emilinho; Djalma, Ivo, Dilio, Tite e Jaú.

A preliminar terminou sem abertura de contagem, tendo o Segundo Quadro do Unido União Vila Piritu F. C. jogado com a seguinte escalação: Orlando; Júlio e Ênio; Laercio, Zé Pulinho e Mineiro; Castelinho; Joel, Adão, Martelo e Bolinha.

União foi goleado pelo time misto do São Paulo F.C.

No domingo, do dia 13 de abril de 1958, no vizinho subúrbio da E.F.S.J., enfrentou o seu adversário mais famoso e poderoso: o São Paulo Futebol Clube.

Mesmo com o seu time misto, o São Paulo F.C. não tomou conhecimento e goleou o União Vila Pirituba F.C. pelo placar de 5 a 1. O árbitro da partida foi o Sr. Serafim Bombicino.

O Tricolor do Morumbi formou com: Valdemar; Lopes, Atilio, Sabará, Laurindo, Ademar, Eduardo, Juraci, Rubini, Osvaldo, Celso, Roberto. Na preliminar, jogaram o misto do União Vila Pirituba F.C. venceu o Tiradentes F.C., de Vila Mirante.

ARTES: Desenho do escudo e uniformes – Sérgio Mello

COLABOROU: Waldomiro Junho

FOTOS: Acervo da Página no Facebook “Histórias de Pirituba”

FONTES: A Gazeta Esportiva (SP) – A Tribuna (SP) – Correio Paulistano (SP) – Diário da Noite (SP) – Jornal de Notícias (SP) – Mundo Esportivo (SP) – Página no Facebook “Histórias de Pirituba”

Grêmio Esportivo Vila Harding – São Paulo (SP): Fundado em 1930!

VILA HARDING

Os ingleses são bastante presentes na formação de São Paulo em muitos aspectos. O mais conhecido deles, provavelmente, envolve a ferrovia São Paulo Railway cuja presença atualmente é mais observada em algumas estações ferroviárias, como a Luz e de Paranapiacaba.

Contudo os ingleses se fazem também presentes na urbanização de um importante bairro paulistano e também de seus arredores: o Tucuruvi.

Harding chegou ao Brasil no final do Século XIX para trabalhar nas ferrovias operadas por ingleses e no início do século seguinte, precisamente em 1903, adquiriu uma grande propriedade rural chamada Fazenda Itaquaravi.

Nos primeiros anos a fazenda ficou sem grandes alterações, até que posteriormente ele decide fazer um pequeno povoamento na região e, claro, também fixar ali sua residência em uma região ainda pouco habitada e bastante agradável.

Assim em 1912 William Harding contrata o empreiteiro civil de origem portuguesa João Fidalgo para erguer ali sua nova residência, que, ao ser concluída, seria batizada de Vila Harding. O palacete foi erguido no ponto mais alto de sua propriedade, bem no topo da colina, em uma área de entorno de 7000m². A edificação servia tanto de casa, quanto escritório.

Das terras pertencentes a Harding sairiam duas importantes estações ferroviárias do extinto Tramway da Cantareira, a Parada Inglesa e Tucuruvi.

No caso da primeira estação o nome foi uma adaptação do nome popular que a estação havia recebido. A pequena parada passava pelas terras de Harding e era conhecida como a “Parada do Inglês”, posteriormente tornando-se a Parada Inglesa.

Já a estação Tucuruvi é intimamente ligada a William Harding, pois a parada foi criada graças à doação, por parte dele, do terreno onde ela viria a ser construída. Toda a região do Tucuruvi acabou basicamente se desenvolvendo ao redor da Vila Harding, que rapidamente virou a grande referência da região.

Boa parte dos loteamentos que ali surgiram foram oriundos da velha fazenda Itaquaravi que aos poucos se transformava em um movimentado bairro paulistano, caminho para outras paragens mais distantes como a Cantareira e a vizinha cidade de Guarulhos.

William Harding viveu em seu palacete até falecer em 10 de abril de 1942. O cortejo, inclusive, saiu de sua residência até o Cemitério de Santana (Chora Menino) onde ele foi sepultado no dia seguinte.

Após sua morte o palacete pouco depois trocou de mãos sendo vendido para João Fidalgo, que foi seu construtor. Na década de 40, Fidalgo era conhecido como um controverso empresário do ramo da construção civil, devido a inúmeras casas problemáticas que construiu na região, cujo apelido era “Cidade Maldita”.

GRÊMIO ESPORTIVO VILA HARDING DO TUCURUVI

O Grêmio Esportivo Vila Harding foi uma agremiação da cidade de São Paulo (SP). Fundando em Janeiro de 1930, o nome de Chuta Vento Football Club. Quatro meses depois, alterou para Villa Harding Football Club do Tucuruvy. Em novembro de 1937, foi reorganizado.

A sua Sede ficava na Travessa Esperança, nº 4-A, com a Travessa Av. Mazzei, na altura do nº 112 – Tucuruvi – São Paulo (SP). A sua última Sede: Rua Salvador Bicudo, nº 30 – Tucuruvi – São Paulo (SP). A sua Praça de Esportes: Avenida Tucuruvi, nº 428 – Tucuruvi – São Paulo (SP).

O clube participou de diversas competições varzeanas, com em 1947, disputou o Campeonato da LECI (Liga Esportiva do Comércio e Infdústria) e o Campeonato da Sub-Divisão Riachuelo. Em 1950, disputou o Torneio Varzeano Dr. Adhemar de Barros, no Tucuruvi – Setor nº 1.

Na Assembleia Geral definiu a nova diretoria do Vila Harding, realizado na terça-feira, do dia 13 de janeiro de 1948. A posse aconteceu na sexta-feira, do dia 30 de janeiro de 1948. A diretoria foi constituída pelos seguintes membros:

Presidente – Antônio Narinati;

Vice-presidente – Antônio Lopes Nascimento;

2º Vice-presidente – Mario Perpetuo;

Secretário geral – Valdemar Rodrigues;

1º Secretário geral – Neri F. Vitrio;

2º Secretário geral – Fernandes Deneiro;

Tesoureiro – João Sambineli;

2º Tesoureiro – Domingos Gutierrez;

Diretor Geral dos Esportes – Domingos Marques;

1º Esportivo – Marino Gutierrez;

2º Esportivo – Angelino Pugliese.

Algumas formações:

Time base de 1948: Nelson; Nicola e Carlos; Ari, Manão e Luizinho; Luiz, Novais, Orlando, Eduardo e Isaltino.

Time base de 1951: Nelsinho (Baiano); Pedrão e Nino (Cascata); Ticaba I (Cláudio), Falaschi (Jacob) e Nilson (Emilio); Silvio (Ticaba II), Clóvis (João Maria), Zeca (Formiga), Mario II e Carlito (Batata). Técnico: Duca.

Time base de 1952: Nelsinho; Levi e Nino; Ticaba II, Falaschi e Nilson; Silvio, Mario, Zeca, Ditão e Carlito. Técnico: Duca.

Time base de 1953: Isaltino; Nilson e Nino; Geraldo, Valadão e Valdemar; João Maria, Mario I, Marino, Eduardo e Zeca.

ARTES: escudo e uniforme – Sérgio Mello

FONTES: A Gazeta (SP) – Correio Paulistano (SP) – Jornal de Notícias (SP) – Mundo Esportivo (SP) – Tucuruvi Antiga – A Gazeta da Zona Norte – Facebook

Escudo de 1930: Villa Nova Atlético Clube – Nova Lima (MG), completa hoje 116 anos!

Escudo e uniforme de 1930

Por Sérgio Mello

Uma História Gloriosa

No dia 28 de junho de 1930, uma bela matéria do Diário de Notícias (RJ) sobre o Villa Nova Athletico Club, um dos mais festejados clubes filiados à Liga Mineira de Desportos Terrestres (LMDT), que comemorava 22 anos de existência.

1º Uniforme do Villa Nova

O glorioso clube mineiro da cidade de Nova Lima, Minas, que foi fundado no domingo, do dia 28 de junho de 1908, por trabalhadores da mina de Morro Velho, pertencente à Saint John Del Rey Mining Company Limited da cidade de Nova Lima.

Forto posada de 1908

A escolha do nome

Nos primórdios da sua história, o município de Nova Lima chamava-se Villa Nova de Lima e os fundadores resolveram homenagear o antigo topônimo e mantiveram, inclusive, a grafia de Villa com dois” L”. Logo no início da sua bela trajetória, o Villa Nova consolidou-se como um dos mais tradicionais e aguerridos times do estado de Minas Gerais e os títulos não demoraram a ser conquistados.

O Leão do Bonfim é um dos mais progressistas e queridos centros esportivos do grande Estado central, cujo valor esportivo vem se firmando lado a lado com a sua ascendência social e material, já tendo o seu nome valoroso ultrapassado as fronteiras das Alterosas, incutindo amizade, valor respeito às maiores sociedades esportivas do país.

Revista da Semana (RJ) – 1909

A primeira grande vitória

O Villa Nova A. Club teve a sua primeira grande vitória de football, nos campos de football, dois após a sua fundação, quando, em 1910, venceu brilhantemente, por 2 x 1, o até então invencível Morro Velho Athletic Club, veterana e modelar sociedade mineira, e quiçá a mais antiga agremiação esportiva do Brasil, mantida pelos ingleses da companhia que lhe dá o nome. De então para cá tem o clube nova-limense trilhado vertiginosamente a estrada luminosa da gloria.

1.º team do Villa Nova Athletic Club (Fon Fon 1918)
Luizinho, Goularte, Villela, Gallo, Rodrigues, Souza, Moretzon, J. Deus, Atilio, Nem, Euclides. O Villa Nova Athletic Club é filiado a Liga Mineira. Em Minas não tem rival. Ao seu activo conta mais de 5) victorias. Já derrotou as famosas equipes de Bello Horizonte e os profissionaes inglezes do Morro Velho Athletic Club.

Na década de 20, o clube viajou até o Rio de Janeiro

Sob a presidência do sr. Agostinho de Mello, em 1920, iniciou o Villa Nova A. Club as suas relações esportivas com os grandes centros: esportivos da Capital Federal, recebendo então a visita amistosa do São Christovão A. C. e já em 1922, na presidência do sr. Álvaro Ribeiro, recebeu festivamente a representação do grande “leader” do football nacional, o Fluminense F. С.

A par do progresso esportivo do club, veio, também, se avolumando o progresso material, cuja principal obra foi a construção, sob a presidência do sr. José Dias de Araujo, da magnifica sede social, suntuosamente instalada em edifício próprio e a continuação da construção das arquibancadas; obra está já iniciada na administração anterior.

Todos os clubes mineiros filiados á Liga Mineira de Desportos Terrestres têm já pisado o gramado villanovense, em lutas amistosas com o pujante e adestrado quadro do alvirrubro, com excepção unicamente do Sport Club Uberaba.

Vida Sportiva (RJ) 1919

Disputando o campeonato da Liga Mineira, no corrente ano, conquistou o Villa Nova o almejado título de campeão do Torneio Initium da Liga, e é considerado como um dos prováveis detentores do campeonato mineiro, pertencendo ao seu quadro os dois melhores chutadores do atual campeonato, os players Moore e Lêra.

É, pois, o Villa Nova A. Club uma verdadeira escola de desportistas, possuindo nada menos de cinco teams inferiores, inclusive um club, seu filiado, o Palmeiras F. C., de modo que um jogador para alcançar o primeiro team terá que passar por todos os cinco teams do clubs, sendo o Palmeiras que é o team juvenil, o primeiro degrau da escala.

Diário de Notícias (RJ) 1930

Em 1930, o Villa contava com 2 mil sócios

Compõe-se o quadro social do Villa Nova de mais de 2 mil associados, não obstante existirem em Nova Lima mais duas importantes sociedades esportivas, o Morro Velho A. Club e o Retiro Sport Club, cada um com cerca de mil sócios.

O Villa Nova A. Club é a “menina dos olhos” do povo de Nova Lima, tanto que os “mineiros” da Mina do Morro Velho acabam de prestar espontaneamente, ao Villa, uma significativa homenagem, oferecendo ao club valioso e belo troféu, artístico bronze representando a Victoria, como lembrança dos triunfos ultimamente obtidos pelo 1º team do poderoso grêmio nova limense.

A diretoria do Villa Nova, em 1930:

Presidente – Castor Cifuentes;

Vice-presidente – Omar Wanderley;

2° vice-presidente – dr. José Furletti;

Secretário geral – José Dias de Araujo;

1° secretario – Agostinho Taveira;

1° tesoureiro – Robespierre Magalhães;

2º secretario – Raymundo Lacerda;

2° tesoureiro – Sylvio Wanderley; Orador – major José Gustavo Dias.

Commissão de sports – José Dias, João Carvalho, Cicero Dias e Argemiro Dias.

Auxiliar da direcção sportiva – Massagista e treinador, Manfrido Costa.

A Falange Feminina do Villa Nova, ultimamente formada, tem já prestado muitos valiosos serviços ao club alvirrubro, estando assim organizada a diretoria de 1930:

Presidente – Gercina de Mello Taveira;

Vice-presidente – Maria Roussin Guedes;

1ª secretaria – Lya Wanderley;

2ª secretaria – Olga Magalhães;

1ª tesoureira – Maria Carvalho de Aguiar;

2ª tesoureira – Maria Ribeiro;

Procuradoras – Clelia Santiago e Esmeralda Alves;

Directoras de sports – Gercina Roscoe Gavriloff e Clelia Santiago.

Os associados do Villa Nova A. Club elegeram, recentemente, a sua rainha, a senhorita Geralda Pulcherio, cuja casa real ficou composta das grã-duquesas senhoritas Clelia Santiago, Lili Fonseca e Josepha Rodrigues.

Gazeta de Noticias (RJ) – 1935

Tricampeão Mineiro na década de 30

O time ostenta muitas conquistas, como título o tricampeonato mineiro de 1933/34/35, Supercampeão em 1951, quando numa célebre final disputada contra o Atlético derrotou após três emocionantes jogos. Outro feito histórico foi a conquista do Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão em 1971, competição que equivale atualmente à Série B.

Note-se que o futebol mineiro venceu as duas primeiras edições do Campeonato Brasileiro com o Villa Nova levando a Primeira Divisão (Série B) e o Atlético ficando com a Divisão Extra (Série A).

O epíteto de “Leão do Bonfim” foi incorporado à equipe na década de 40 pelo chargista Fernando Pierucetti, o Mangabeira, do extinto jornal Folha da Manhã, de Belo Horizonte.

Ele gostava de associar bichos que simbolizassem a alma dos times mineiros e dessa forma nasceram o Galo, a Raposa e o Coelho para designar, respectivamente, o Atlético, o Cruzeiro, e América.

Villa Nova  x São Cristóvão (vice-campeão Carioca de 1938), no tradicional Estadinho do Bonfim. Está em ruínas o velho estádio do Villa Nova (Revista Manchete de 1958)

Já o “Bonfim” do apelido é uma referência ao Bairro de Nova Lima onde está sediado o lendário Estádio Castor Cifuentes, na Rua Major Felizardo. Aliás, o nome do Estádio é uma homenagem a um grande benfeitor villa-novense e ex-presidente da agremiação durante a conquista do tricampeonato em 33/34/35. Atualmente, o Estádio Castor Cifuentes tem capacidade para 10 mil torcedores, fruto das melhorias que foram implementadas no decorrer da história.

A peleja final de 1951 com o Atlético Mineiro, o Villa Nova se sagrou Campeão Mineiro.

ARTES: escudo e uniformes – Sérgio Mello

FOTOS: Diário de Notícias (RJ) – Gazeta de Notícias (RJ) – Revista Fon Fon (RJ) – Revista da Semana (RJ) – Revista Manchete Vida Sportiva (RJ)

FONTES: Diário de Notícias (RJ) – Jornal Minas (MG)

Retiro Sport Club – Nova Lima (MG): papel timbrado com o escudo de 1932

Por Sérgio Mello

Retiro Sport Club é uma agremiação Centenária da Cidade de Nova Lima (MG). O “Alvinegro das Montanhas Novalimense” foi Fundado no sábado, do dia 1º de Julho de 1916, possui a sua Sede e Estádio Retiro Saudoso, Colina, localizados na Rua Elogio Pimentel, s/n, Bairro do Retiro, em Nova Lima. Foi Vice-campeão Mineiro de 1932, ainda pela LMDT, e 3° lugar no campeonato mineiro de 1936.

Vice-campeão Mineiro de 1932

Apesar de ter acabado com futebol profissional e muitos daqueles que freqüentam o clube atualmente, desconhecem a história do Retiro, o time de futebol  já foi ‘figurinha carimbada’ na Elite do Futebol Mineiro, nos idos de 20 e 30. Ao todo, foram sete participações no Campeonato Mineiro da 1ª Divisão1927 (7º lugar)1932 (2º lugar)1933 (8º lugar)1934 (4º lugar)1935 (6º lugar)1936 (3º lugar) e 1937 (6º lugar).

Dessas edições, duas se destacam: o vice-campeonato de 1932 (só atrás do Atlético Mineiro), organizado pela Liga Mineira de Desportos Terrestres (LMDT) e a 3ª colocação do Campeonato reunificado de 1936.

Nos dias atuais, o Retiro busca estimular a prática esportiva e a inclusão social, por meio da sua Escolinha de Futebol, onde formam atletas, mas, principalmente, cidadãos de bem.

ARTES: Escudo e uniforme – Sérgio Mello

COLABOROU: Fabiano Rosa Campos

FOTO: Sport Ilustrado (RJ)

FONTES: minhas anotações – Rsssf Brasil – Página do Clube no Facebook

Inédito!! Morro Velho Athletic Club – Nova Lima (MG): Fundado em 1835

Por Sérgio Mello

O Morro Velho Athletic Club foi uma agremiação da cidade de Nova Lima (MG). O “Club dos Solteirões” foi Fundado no sábado, do 23 de maio de 1835 (na época o clube mais antigo do Brasil), por funcionários e ingleses da Saint Jonh d’El Rey Minning Company, que comandavam a Companhia de Mineração do Morro Velho (criada em Nova Lima, no ano de 1834). As suas cores era o azul, vermelho e branco (possivelmente uma homenagem a bandeira da Grã-Bretanha). Já o departamento de futebol do Morro Velho foi criado em 1908.

A sua Sede social ficava localizado no bairro Morro Velho. No local, foi construído nas Quintas, todos os ramos de esportes terrestres, ótimos campos, futebol, Tênis, críquete, ringues, pistas e sinuca, aberto apenas a membros da comunidade britânica.

Na virada do século XX, as partidas de críquete e rúgbi eram populares, assim como também na Cornualha nessa época; em 1913 existiam duas equipes, uma denominada ‘Cornwall’, constituída inteiramente por imigrantes da Cornualha, e a outra ‘Morro Velho’ que incluía Cornish, Morrovelhenses, galeses e ingleses.

Sem registro sobre a datação desta fotografia

Houve pouca interação entre a população brasileira e os trabalhadores imigrantes, mas o futebol, introduzido principalmente por jovens mineiros da Cornualha, tornou-se moda na vizinha Nova Lima e a St John del Rey Company doou o terreno para o estádio de futebol do Villa Nova Athletic Club. Em 1930, o Morro Velho possuía um número de, aproximadamente, 1 mil sócios.

Na década de 40, filiado a Federação Mineira de Tênis, participavam dos campeonatos da modalidade. Também realizavam jogos amistosos de futebol, tênis, cricket, bem como festividades esportivas.

Foto tirada no ano de 1915

Na esfera do futebol, o Morro Velho Athletic Club, montado exclusivamente por ingleses, disputou o Campeonato Mineiro da Segunda Divisão na década de 10. Na história do Villa Nova há um trecho lembrando com orgulho que em 1910, o clube “venceu brilhantemente, por 2 a 1, o até então invencível Morro Velho Athletic Club, mostrando como o Club dos Solteirões era respeitado.

Tricolor das Laranjeiras contratou zagueiro do Morro Velho

 Na segunda-feira, do dia 13 de dezembro de 1914, o Fluminense Football Club confirmou a contratação do zagueiro J.B. Cuthbet. Com passagem por times da Inglaterra, Bélgica, Suíça e França, o defensor firme e vigoroso veio da equipe mineira do Morro Velho A.C.

Morro Velho derrotou o América Mineiro

Photographia (de Mario Salles, acima), do dia 04 de dezembro de 1915, tirada no Prado Mineiro por occasião do match entre o Club America, de Bello Horizonte e o Club Morro Velho, dos inglezes, sahindo vencido o invencível Morro Velho por 3 x 1. Outro aspecto do Prado Mineiro.

Novo triunfo em cima do América Mineiro

No domingo, do dia 16 de janeiro de 1916, foi realizado o esperado encontro entre os Primeiros Teams do America Foot-Ball Club, de Belo Horizonte, e do Morro Velho Athletic Club, de Nova Lima.

Os players, tanto de um como de outro clube, desenvolveram um jogo digno de nota, porém os players do America mostraram-se fracos perante os do Morro Velho, que lhes infligiram uma derrota de 3 a 0. O árbitro da partida se portou corretamente, com energia e imparcialidade.

No domingo, do dia 20 de abril de 1924, o Morro Velho venceu o Passagem Football Club pelo placar de 5 a 1. O presidente do “Club dos Solteirões”, Mister John Willians ofereceu à noite um deslumbrante baile a fantasia à equipe visitante.

Foto tirada no dia 20 de abril de 1914

Morro Velho e Atlético Mineiro: o empate foi o resultado que mais se repetiu

Em 1911, o Atlético Mineiro bateu o Morro Velho Athletic Club duas vezes: em 26 de março (2 a 0) e no dia 09 de abril (3 a 1). Em 1912, um confronto: no dia 25 de agosto, o Galo goleou por 5 a 1.

Em 1913, as duas equipes sem enfrentaram três vezes: no dia 25 de maio, o Morro Velho venceu por 3 a 2; depois duas vitórias do Atlético Mineiro. No dia 24 de agosto , vitória por 2 a 0; e no dia 07 de setembro, triunfo por 1 a 0.

Em 1914, foram dois jogos: no dia 17 de outubro, terminou empatado sem gols, e no dia 22 de novembro, o Morro Velho derrotou o Galo pelo placar de 1 a 0. Somente em 1917, voltaram a se enfrentar. No dia 20 de maio, empataram em 0 a 0.

No dia 14 de julho de 1918, novo encontro e novo empate sem abertura de contagem. No dia 04 de maio de 1919, Morro Velho e Atlético Mineiro voltaram a empatar em 0 a 0.

Em 1921, foram quatro encontros com três empates e uma derrota: no dia 02 de janeiro, o Galo venceu por 3 a 1. No dia 05 de junho, empate em 0 a 0; No dia 24 de junho, empate em 3 a 3; No dia 13 de novembro, novo empate em 3 a 3.

Atlético Mineiro e Morro Velho só voltaram a se enfrentar no dia 05 de abril de 1925, e mais um empate em 2 a 2. E, esse foi o último confronto entre as duas equipes.

Ao todo, foram 16 jogos, com seis vitórias para o Atlético Mineiro, duas vitórias para o Morro Velho e o resultado que mais se repetiu foram os oitos empates. O Galo marcou 26 gols e o “Club dos Solteirões” balançaram as redes por 15 vezes.

Nos anos 30, clube entrou o Rio Cricket/RJ

Na terça-feira, do dia 28 de outubro de 1932, o Morro Velho Athletic Clubviajou até a cidade de Niterói/RJ, para realizar alguns amistosos contra o Rio Cricket Associação Atlética, no futebol, tênis e Cricket.

A equipe mineira levou melhor no Cricket, somando 150 pontos contra 122, tendo perdido um jogador, antes completar a contagem. No entanto, no Tênis, os niteroienses venceram no simples (6 x 4 e 6 x 3) e nas duplas (7 x 5 e 6 x 1); e no futebol goleou o Morro Velho pelo placar de 6 a 1.

Morro Velho se afasta em definitivo do futebol

Na matéria do jornal A Noite (RJ), da terça-feira do dia 09 de agosto de 1938, informou que o Morro Velho Athletic Club estava com os dias contados:

O grêmio da terra do ouro está passando, agora, por um período de transição. Pelo que apurou a reportagem de A NOITE, Nova Lima terá, no futuro, um único representante que será o Villa Nova, isto por que desaparecerão o Morro Velho, um dos clubes mais antigos do país, e o Retiro, que, há pouco, abandonou a entidade oficial”.

Algumas formações:

Time base de 1915: Clemence; Gli e Smith; Dun, Mayor e Lowes; Mayor II, Etubles, Armstrong, Dwon e Miliaway.

Time base de 1917: Shan; Smith e Frank; Outran, Pinking e Thirlaway; J. Ulayo, Taylor, J. Smith, Gill e Franck.

ARTES: Desenho do escudo e uniformes – Sérgio Mello

FOTOS: Acervo do Rich Trezise – Revista A Vida de Minas (MG) – Revista Vita (MG) – Fon Fon (RJ)

FONTES: A Noite (RJ) – Correio da Manhã (RJ) – Correio Paulistano (SP) – Diário de Notícias (RJ) – Gazeta de Notícias (RJ) – Jornal dos Sports (RJ) – Sport Ilustrado (RJ) – The Cornish in Latina America

O Araguay Futebol Clube, de São Miguel Paulista – São Paulo (SP): Fundado em 1957

SÃO MIGUEL PAULISTA

São Miguel Paulista (comumente chamado apenas de São Miguel) é um distrito da zona leste do munícipio de São Paulo, no estado de São Paulo. Teve, como núcleo inicial, a chamada Capela dos Índios, uma igreja construída no século XVI para o aldeamento de indígenas da região. A capela está localizada na Praça Aleixo Monteiro Mafra.

Ela é a única construção no município de São Paulo que, depois da reforma que sofreu no século XVII, conserva-se totalmente original, com paredes em taipa de pilão.

Foi, durante muitos anos, chamado “distrito da Penha de França”, ganhando autonomia administrativa no fim do período imperial. Fez parte da constituição do distrito, a existência da estrada que ligava o Rio de Janeiro a São Paulo e que passava por dentro da antiga Aldeia de São Miguel. Hoje, a estrada transformou-se nas Avenidas Marechal Tito e São Miguel.

ARAGUAY F.C.

O Araguay Futebol Clube é uma agremiação da cidade de São Paulo (SP). Fundado no sábado, do dia 07 de setembro de 1957, pelo Sr. João Cavalcante Leal, que também foi o 1º Presidente. A sua Sede está localizada na Avenida Três Meninas, nº 15, no Jardim Helena, em São Miguel Paulista, na zona leste do município de São Paulo.

Devido ao fato de existir uma cidade no Estado de Minas Gerais, chamada Araguari e como alguns membros da diretoria eram mineiros, o clube foi batizado com esse com o nome de Araguay futebol Clube.

EM PÉ (esquerda para a direita): Zé Farinha, João Bororo, Odair cabeça de navio, Geonildo, Adílson, Zé Piracicaba, Elias Besteira e João Silveira; AGACHADOS (esquerda para a direita): Zito, Moita, Vardinho, Zezinho e o Som.

Títulos conquistados

O Araguay possui diversos títulos, dentre os quais:

Campeão da Copa São Miguel Paulista: 1979, 1985, 1989, 1993, 1994, 1995, 1998, 2002 e 2003;

Campeão Regional: 1984, 1986, 1993, 1994, 1996, 2002 e 2003;

Campeão do Torneio Itamaraty: 1981, 1982 e 1983;

Campeão do Torneio Início AC Cosmo: 1984;

Campeão do Torneio Pascoal Elias: 1988;

Campeão da Copa Jardim Helena: 1990 e 1991;

Campeão do Torneio João Norberto Lucio Silveira: 1995 e 1998;

Campeão da Copa João Cavalcante Leal: 2001;

Campeão da 1ª Liga Jardim Helena: 2009;

Campeão da Copa João Cavalcante Leal: 2010, 2013 e 2017.

Uma marca impressionante: 108 jogos sem derrota

Cumpre ressaltar ainda que no período compreendido entre os anos de 1985 a 1993 o Araguay F.C permaneceu 108 partidas invictas e entre os anos de 2000 a 2003 permaneceu 79 partidas sem saber o que era uma derrota.

Ressalta-se também que entre os anos de 1957 a 2017, além dos 58 títulos conquistados, o Araguay F.C obteve 14 Vice-campeonatos.

ARTES: escudo e uniforme – Sérgio Mello

FONTES: Meu acervo – Página do clube no Facebook

Tiradentes Foot-Ball Club – Ouro Preto (MG): Fundado na década de 10

Por Sérgio Mello

O Tiradentes Foot-Ball Club foi uma agremiação da cidade de Belo Horizonte (MG). Apesar de ter poucas informações, sabe-se que o clube foi filiado à Liga Mineira de Desportos Terrestres (LMDT), na década de 10.

Foto da Revista Vita, de 1914

Em dezembro de 1915, o 1º Team do Tiradentes goleou o Club Sports Hygienicos (na época, disputava o Campeonato Mineiro da 1ª Divisão), de Belo Horizonte, pelo placar de 7 a 2, em Ouro Preto/MG.

Nessa foto de 1915, esse time enfrentou Club Sports Hygienicos

No domingo, do dia 30 de abril de 1916, o 1º Team do Tiradentes enfrentou o América Mineiro, em Belo Horizonte/MG. Logo após a partida, a diretoria do Coelho ofereceu um banquete ao Tiradentes e à imprensa, no Hotel Internacional.

FONTES: Fon Fon (RJ) – Revista Vita (MG) – O Imparcial: Diário Ilustrado do Rio de Janeiro (RJ) – Correio Paulistano (SP) – Paiz (RJ)

Inédito!! Sport Club Pedro Leopoldo – Pedro Leopoldo (MG): Existiu entre o fim dos anos 20 até 1933

Por Sérgio Mello

O Sport Club Pedro Leopoldo foi uma agremiação efêmera do município de Pedro Leopoldo, que fica a 46 km da capital (Belo Horizonte) do estado de Minas Gerais. A localidade conta com uma população de 62.580 habitantes, segundo o Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2022.

Cibe Teatro Ottoni inaugurado em 1920 e desativado em 1946

Um dos times mais antigos da cidade, o “Alviverde Pedro-leopoldense” foi Fundado no final da década de 20. A sua Praça de Esportes ficava localizado na Rua Comendador Antônio Alves, s/n, no Centro de Pedro Leopoldo. A sua Sede social funcionou em dois lugares: no antigo prédio do Cine Teatro Ottoni e do lado do antigo Bar Cachorro Quente (próximo ao Supermercado BH).

Na quinta-feira, do dia 06 de fevereiro de 1930, a diretoria efetuou o pagamento para a filiação na Liga Mineira de Desportos Terrestres (LMDT). O clube de Parruda, estreou diante do Olimpic, vice-campeão da Segunda Divisão.

Um empate entre o S.C. Pedro Leopoldo e Itabirense F.C.

A convite do Sport Club Pedro Leopoldo, a simpática associação esportiva da cidade de Itabirito, partiu domingo (13/09/31), rumo ao sertão, afim de disputar uma partida amistosa de football, a delegação do Itabirense Football Club, desta localidade.

Após seis horas de fatigante viagem, a embaixada visitante foi recebida gentilmente, na entrada da cidade pela diretoria do club local, que o conduziu até a sua sede social. Duas horas após o almoço que correu rápido e em franca cordialidade, as turmas se prepararam afim de seguirem para o campo, onde pouco depois se entregavam ao clássico bate-bola.

Sport Club Pedro Leopoldo

No domingo, às 15h30min., do dia 13 de setembro de 1931, às 15 horas e 25 minutos, o árbitro chamou ao centro os dois quadros que se apresentaram assim constituídos:

S.C. Pedro Leopoldo: Gerson; Chuá e Chrisanto; Pires, Mauro e Wilson; Cacaio, Zezinho, Chafir, Graná e Demílio.

Itabirense F.C.: Zico; Tião e Abilio; Zinho, A. Silva e Atila; Ibraim (Paulo), Nino, Louro, Didi e Augusto.

Primeiro tempo

Às 15 horas e 30 minutos, os visitantes dão a saída levando a bola até Mauro. A seguir registram-se ataques revezados, sendo, contudo, mais perigosos os dos visitantes que jogam por longo tempo no campo adversário até obterem três escanteios seguidos.

Ao ser batido o último, Nino entra com a bola em gol, porém, o juiz anula o ponto, assinalando toque de Louro, falta realmente cometida. Após 20 minutos de jogo os tricolores organizam perigoso ataque ao arco de Gerson.

Na área perigosa Didi cabeceia para Nino que dá a Louro, mandando este violentamente para gol. Gerson apara, porém, o couro cai e Nino entrando resoluto, conquista o tento dos visitantes.

Os Leopoldenses tentam o empate, em sucessivos ataques, mas a defesa Itabirense, mormente o trio final, está jogando assombrosamente. As 16h10min., termina o primeiro tempo com a vitória parcial do Itabirense por 1 a 0, no Pedro Leopoldo.

Segundo tempo

Reiniciado pelos leopoldenses, estes põem em pratica um jogo muito superior ao do primeiro tempo, assediando seguidamente o posto de Zico, que embora fora de forma se revelou o homem de sempre, produzindo defesas magistrais.

Meia hora é decorrida sem que o score seja alterado, quando Graná escapa pela extrema enviando lindo centro alto sobre o gol. Zico tenta segurar a pelota, porém, Cacaio emenda, rápido, conquistando o ponto de empate.

Os visitantes não desanimam, mas os leopoldenses não cedem mais terreno e o jogo prossegue cavado até que o juiz, secundando o sinal do cronometrista, anuncia o fim da partida, empatada por 1 gol.

O quadro local, em virtude de uma desavença havida em seu seio, viu-se privado do concurso de quatro bons elementos, mas soube reparar a falta, valendo-se de outros quatro bons elementos do Athletico Mineiro de Belo Horizonte. O árbitro, do Pedro Leopoldo, demonstrou estar destreinado, e, se prejudicou com suas marcações indecisas, foi a ambos.

Pós-jogo: jantar e baile

Teve, entretanto, boa vontade em atender as partes. Às 18 horas, a diretoria do Pedro Leopoldo ofereceu lauto banquete aos visitantes e a seguir animado baile em sua elegante sede, ao som de estridente jazz.

Às 22 horas, a turma punha-se em caminho de Belo Horizonte, de retorno à Itabirito, guardando saudades da excursão esplendida, mão grado os incômodos da viagem, senão reparado pela fidalguia dos leopoldenses que em cada visitante sabem conquistar um antigo.

Clube é incoporado pelo Pedro Leopoldo A.C. coloca um ponto final na equipe verde e branco

No sábado, do dia 23 de setembro de 1933, o Sport Club Pedro Leopoldo foi incorporado ao Pedro Leopoldo Atlético Clube (alvinegro), dando origem a fundação do Pedro Leopoldo Futebol Clube

Documento Timbrado: Acervo de Fabiano Rosa Campos

ARTE: desenho dos escudos e uniformes – Sérgio Mello

FOTOS: site Futebol Pedro Leopoldo – Acervo Jornal Observador e Geraldo Leão

FONTES: A Noite (RJ) – Folha do Dia (MG)