Arquivo da categoria: Carências

Categoria criada a fim de listarmos aquilo que nos falta informações. E assim, quem sabe; finalmente conseguirmos eliminá-los de nossa lista!

1º escudo de 1925: Associação Atlética Caldense – Poços de Caldas (MG)

A Associação Atlética Caldense é uma agremiação da cidade de Poços de Caldas, que fica a 461 km da capital (Belo Horizonte) do estado de Minas Gerais. A localidade conta com uma população de 163.742 habitantes, segundo o Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2022.

Breve histórico

O futebol bretão surgiu em Poços de Caldas, em 1904, graças ao sr. Paulino de Souza, que foi um dos fundadores do Football Club Caldense. Posteriormente surgiram o Local Football Club e o Internacional Football Club (extinto em fevereiro de 1925).

Alguns remanescentes dessas agremiações: Após as comemorações do Dia da Independência, numa noite fria e chuvosa um grupo, liderados pelos senhores Fosco Pardini (presidente do Grambinus F.B.C.), Affonso Junqueira (ex-presidente do Internacional F.B.C.), João de Moura Gavião (presidente do Local F.B.C.) e Hugo de Vasconcellos Sarmento (presidente da Liga Caldense de Football), se uniram no Bar do Mendonça, no fundo Cineteatro Polytheama para fundar a Associação Athletica Caldense, na segunda-feira, do dia 07 de Setembro de 1925, para a disputa do Campeonato Citadino de Poços de Caldas.

Primeira Diretoria da Caldense

A Associação Athletica Caldense definiu a sua 1ª Diretoria que foi constituída pelos seguintes membros:

Presidente – João de Moura Gavião;

Vice-presidente – professor Hugo Sarmento;

1º Secretário – Romeu Chiacchio;

2º Secretário – Cherubim Borelli;

Tesoureiro – Caetano Pereira;

Procurador – Flamínio Maurício;

Diretor Esportivo – Octávio Mantovani;

Comissão de Sindicância – João de Oliveira Carmo, Antônio Ricci Júnior, Domingos Lamberti, Vitor Fortunato e Adolpho Guetti

Reorganizado em 1926

Apesar das dificuldades enfrentadas no começo, a associação despertou grande interesse da juventude de Poços de Caldas pelo futebol. No sábado, do dia 03 de abril de 1926 a Associação Athletica Caldense se fundiu com o Gambrinus Football Club para dar origem ao grêmio esportivo social.

Os jogos aconteciam no Chalet Procópio, um campinho de terra localizado na propriedade do Coronel Cristiano Osório de Oliveira, fazendeiro que morava em São João da Boa Vista.

Foto: 28 de maio de 1927
Aspecto da festa oferecida, em homenagem ao Presidente da A.A. Caldense, o Sr.  Fosco Pardini, em Poços de Caldas/MG

Aquisição do 1º estádio

Em 1929, uma comissão chefiada pelo prefeito Carlos Pinheiros foi a São João da Boa Vista e conseguiu junto ao Coronel Cristiano Osório a cessão do imóvel a título precário.

Com o falecimento de Cristiano Osório em 1938, a diretoria alviverde resolveu homenageá-lo cinco anos depois, em 1943, com a mudança do nome do estádio, de Chalet Procópio para Estádio Coronel Cristiano Osório.

Em 1947, a diretoria do presidente José Anacleto Pereira conseguiu da família de Cristiano Osório um comando de uso, com o prazo de 20 anos, para as instalações do clube.

Sedes sociais

A Caldense teve sede em diferentes locais ao longo dos anos: Palacete Cobra, na praça Pedro Sanches; antigo Cassino Gibimba, de 1938 a 1942; no Polytheama, na avenida Francisco Salles até 1959; edifício Imperial até 1962 e, finalmente, em 1962 junto ao estádio Cristiano Osório, na gestão do presidente Antônio Megale.

O terreno da sede social foi obtido no mesmo ano, após uma negociação entre Caldense, Prefeitura e a família de Cristiano Osório, onde a “Veterana” passou a ser a dona definitiva do espaço.

Essa transação foi realizada graças ao empenho do prefeito David Benedicto Ottoni que, com a aprovação da Câmara Municipal, se comprometeu em troca a proceder o arruamento da chácara Osório pela prefeitura. Com a posse do imóvel, vários melhoramentos foram realizados pelas diretorias subsequentes, como a construção da piscina.

Entre 1960 e 1961 o futebol da Veterana teve repercussão nacional pela campanha de 1957 com uma sequência de partidas invictas, o que proporcionou uma onda de entusiasmo entre associados e moradores de Poços de Caldas.

Lutando em seu próprio estádio, que foi durante muitas décadas o palco de memoráveis vitórias do Verdão, e com a construção das quadras cobertas que possibilitaram a realização dos saudosos Jogos Abertos de Poços de Caldas, a Caldense pôde se destacar nos meios esportivos, tornando-se orgulho dos poços-caldenses de nascimento e de coração.

Debutou na Elite do Futebol Mineiro em 1972

Na década de 70, a equipe profissionalizou o departamento de futebol e viveu sua era de ouro. Chegou à elite do Campeonato Mineiro da 1ª Divisão pela primeira vez em 1972. Foi tetracampeã do interior (1974, 1975, 1976 e 1977) e conquistou títulos de diversos torneios regionais.

Estádio Ronaldão é inaugurado em 1979

Com a ascensão da equipe, o Cristiano Osório ficou pequeno. Na terça-feira, do dia 04 de setembro de 1979, foi inaugurado o Estádio Municipal Dr. Ronaldo Junqueira, o “Ronaldão”, com capacidade atual para 7.600 pessoas, na Avenida João Pinheiro, s/n, no Centro da cidade. Na ocasião, a Caldense acabou derrotada pelo Sport Club Corinthians Paulista pelo placar de 3 a 0. Basílio foi o autor do 1º gol no estádio.

Velho estádio virou a Sede social

O antigo estádio Cristiano Osório foi desativado dois anos depois, em 1981. Em seu lugar foram construídas quadras de tênis, de peteca, um parque infantil, assim como uma nova piscina para atender o número de associados que a cada ano crescia. A sua Sede social está localizada na Rua Pernambuco, nº 1.145, no Centro de Poços de Caldas/MG.

Centro de Treinamento Ninho dos Periquitos

Posteriormente, o clube adquiriu, no bairro Parque Pinheiros, uma área de treinamento para o futebol profissional, denominada Centro de Treinamento Ninho dos Periquitos, situado na Avenida Presidente Wenceslau Braz, s/n, no Parque Pinheiros, em Poços de Caldas/MG.

A Caldense inaugurou o CT em dezembro de 1995, o local conta com alojamento, campos de futebol, academia, refeitório, vestiários, escritório e piscina para a preparação dos jogadores.

Foto: Acervo de Renan Muniz

Campeão Mineiro da 1ª Divisão de 2002

Em 2002, a Caldense conseguiu o maior título de sua história, o Campeonato Mineiro. Com uma campanha brilhante na competição de pontos corridos, a equipe verde e branca mostrou toda sua capacidade em jogos memoráveis. Na rodada final, venceu o Nacional de Uberaba por 2 a 0 e levantou a taça.

Lembrando que a competição não contou com o Trio de Ferro: Atlético, Cruzeiro e América, que naquele período jogaram a terceira e última edição da Copa Sul-Minas.

Vice-campeão do Supercampeonato Mineiro de 2002

Depois do torneio regional disputaram o Supercampeonato Mineiro, juntamente com o Mamoré e a Caldense, Campeã estadual de 2002. A Veterana voltou a fazer uma bela campanha, terminando com o mesmo número de pontos do Cruzeiro: nove. Acabou com o vice-campeonato, pois no critério saldo de gols foi superado pela Raposa por cinco contra dois.  

Vice-campeão Estadual de 2015

Em 2004 obteve o título de campeã do interior em uma trajetória marcante. Na temporada de 2015, a Veterana realizou uma campanha incrível no Campeonato Mineiro. Chegou invicta na final contra o Atlético Mineiro e foi superada por 2 a 1 com um gol irregular, sendo vice-campeã e campeã do interior.

Nos últimos anos a Veterana fez grandes campanhas no estadual, chegou à semifinal em 2020, venceu Cruzeiro, Atlético e América. Em 2021, e novamente foi semifinalista. Em 2022, disputou o título do interior diante do Athletic, de São João Del Rei.

Um polo esportivo, cultural e social

No esporte especializado, a Caldense alcançou inúmeros feitos. Sediou treinos das seleções brasileiras de basquete, vôlei, futsal, tênis de mesa. Conquistou incontáveis títulos nas mais diversas modalidades.

Na parte social, se destaca pela realização de bailes e eventos. Já recebeu apresentações ao longo dos anos de Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Titãs, Engenheiros do Hawaí, Chacrinha, Costinha e muitas outras celebridades.

A Caldense oferece treinos de basquete, vôlei, futsal, handball, tênis de campo, tênis de mesa, cricket, natação, beach tennis, peteca, futebol society, squash e artes marciais.

Atualmente a Caldense é um dos clubes sociais mais bem estruturados do país, e um dos maiores de Minas Gerais. Conta com 2.980 sócios quotistas e 11.677 dependentes, totalizando um quadro associativo de mais de 14.650 pessoas.

Curiosidade: Essa camisa, que completará esse ano 100 anos, está à venda. Para maiores informações basta acessar a página clube no Instagram.

ARTE: desenho do escudo e uniforme – Sérgio Mello

Colaborou: Fabiano Rosa Campos

FOTOS: O Malho (RJ) – TV Caldense

FONTES: Site oficial do clube – Diário Nacional (SP)

Escudo raro de 1956: Usina Ceará Atlético Clube – Fortaleza (CE)

Por Sérgio Mello

Usina Ceará Atlético Clube foi uma agremiação da cidade de Fortaleza (CE). Localizado no Bairro Otávio Bonfim, a equipe alvianil foi Fundado no dia 1º de Setembro de 1949, por funcionários da Indústria Têxtil Siqueira Gurgel Companhia Limitada, para a prática, em especial, do futebol.

Conhecido como Time Fabril, mandava seus jogos no seu Estádio Teófilo Gurgel, localizado na esquina Avenida Duque de Caxias com a José Bastos, no Centro de Fortaleza/CE.

A década de 50 é marcada pelo presença do Usina nas disputas do Campeonato Cearense de Futebol, em seu 1º ano de disputa em 1953 termina na 5ª posição. No ano seguinte fica na oitava colocação. Em 1955 repetiu a dose, terminando em quinto lugar.

Fábrica Siqueira Gurgel, onde surgiu o Usina Ceará A.C.

Os bons resultados, ajudaram para o maior investimento do Usina Ceará A.C., que veio para disputar dos estaduais e entrar na história do futebol cearense. Em 1956 fica com o vice-campeonato do estadual, que teria dois turnos, mais por ausência de datas foi disputado por um turno único e tendo o Gentilândia como campeão, o artilheiro foi Luis Martins da equipe fabril com 10 gols.

Em 1957 conquista o segundo turno e disputa a final com o vencedor do primeiro turno Ceará, perdendo a primeira partida da final, vencendo a segunda partida e perdendo a terceira e decisiva partida com o famoso gol de mão de Honorato para o alvinegro.

Usina Ceará enfrentou o Botafogo de Mané Garrincha

Na quarta-feira, do dia 16 de julho de 1958, o poderoso Botafogo (RJ) estreou no Norteste do País, derrotando o Usina do Ceará, em Fortaleza, por 3 a 1. Já no primeiro tempo os cariocas venciam por 2 a 0. ambos os tentos marcados pelo ponteiro Garrincha.

Na segunda parte, Rossi marcou o terceiro ponto dos alvinegros, enquanto Honorato assinalava o gol único do Usina do Ceará. Formou o Botafogo: Ernani; Cacá, Tome e Nilton Santos (Ney); Beto e Servilio; Mané Garrincha (Garrinchinha), Didi (Rossi), Paulinho, Quarentinha (Edson) e Neivaldo. Técnico: João Saldanha.

Terceiro lugar no Cearense

No ano seguinte fica apenas na quinta colocação e em 1959 na terceira colocação do estadual. Em 1960 em 6ª lugar do estadual. Em 1961 conquista o terceiro turno do estadual e disputa mais uma final com o Ceará, jogo único e derrota por 1 a 0.

Em 1962 conquista o segundo turno do estadual e disputa o triangular final com Ceará e Fortaleza,o Usina empata em 1 a 1 com o Ceará, 1 a 1 e com o empate de 2 a 2 com o Fortaleza, dar adeus ao título de 1962.

Com a derrota do Fortaleza no último jogo, a equipe fabril fica na segunda colocação final. Em 1963 fica na quarta colocação do estadual atrás do trio de ferro da capital, no ano seguinte repete a mesma colocação sendo o ano de seu último campeonato estadual.

Títulos

  • Campeão da Copa Suburbana: 1950;

Campeão da Torneio Companhia Johnsen: 1951;

Campeão da 2ª Divisão: 1951;

Torneio Início do Ceará: 1954;

Campeão do Torneio Quadrangular: 1955;

Vice-Campeão Cearense : 1956, 1957, 1961 e 1962;

Segundo Turno do Cearense : 1957 e 1962;

Terceiro Turno do Cearense : 1961.

ARTE: escudo e uniforme – Sérgio Mello

FOTO: Blog Zé Duarte Futebol Antigo

FONTES: Última Hora (RJ) – Revista do Esporte (RJ) – Blog Zé Duarte Futebol Antigo

Sociedade Esportiva Unidos do Petróleo – Crateús (CE): enfrentou Fortaleza S.C. e Ceará S.C.

A Sociedade Esportiva Unidos do Petróleo foi uma agremiação do município de Crateús, que fica na região oeste do estado do Ceará. Localizado a 350 km da capital (Fortaleza), possui uma população de 75.394 habitantes, segundo estimativa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2021.

Em 1974, Marcelo Dias de Carvalho adquiriu o Posto Petrobrás, na Rua Frei Vidal da Penha, no bairro São José. Cinco anos depois, por influência de amigos, Fundou na quarta-feira, do dia 09 de Maio de 1979, a Sociedade Esportiva Unidos do Petróleo, conhecido por “Puma do Sertão”, que teve existência até 2003, quando ‘fechou às portas’.

Unidos do Petroleo, de 1986 (Foto: Nicolau Matos)

No começo, o amor pelo esporte atraia grande público nos jogos, principalmente no clássico local contra o maior rival: Associação Esportiva São Vicente. Esse encontro alavancava o comercio crateopolitano, se tornando uma importante fonte de renda do município. 

Unidos do Petroleo, anos 80 (Foto: Nicolau Matos)

Confrontos contra Fortaleza e Ceará

O Unidos do Petróleo enfrentou o Fortaleza três vezes na sua história: foram duas derrotas e um empate; marcando dois gols, sofrendo cinco e um saldo negativo de três. Abaixo as fichas-técnicas:

S.E. UNIDOS DO PETRÓLEO (CE)      1        X        2        FORTALEZA S.C. (CE)

LOCALEstádio Municipal de Crateús (CE)
CARÁTERAmistoso estadual
DATADomingo, do dia 17 de maio de 1981
PÚBLICO E RENDANão divulgado
ÁRBITROAbdoral Eufrasino (FCF)
UNIDOS DO PETRÓLEOTarcísio; Pedro Hélio, Saviote, Lauro e Dercy; Pombinha, Fito e Zureta (Milton); Eleasar, Zé Raimundo (Zé Ivan) e Maranhão.
FORTALEZAWashington (Wálter); Alexandre, Totô, Pinheirense e Clésio; Dudé (Biliu), Odilon (Limão) e Tiquinho; Mazolinha, Dedé e Chico Explosão (Cesídio). Técnico: Jálber de Carvalho  
GOLSOdilon e Fito (Fortaleza); Lauro, contra, (Unidos do Petróleo)
CURIOSIDADEPombinha (Unidos do Petróleo) desperdiçou um pênalti.
Unidos do Petroleo x Fortaleza, em 1983

S.E. UNIDOS DO PETRÓLEO (CE)      1        X        1        FORTALEZA S.C. (CE)

LOCALEstádio Municipal de Crateús (CE)
CARÁTERAmistoso estadual
DATADomingo, do dia 02 de outubro de 1983
PÚBLICO E RENDANão divulgado
ÁRBITROManoel Messias (FCF)
UNIDOS DO PETRÓLEOGilberto; Chico Calunga, Valdecir, Barbosa e Mauro; Basílio, Pombinha (Carlos Alberto) e Silva; Júnior, João Lacochia (Galote) e Joãozinho.
FORTALEZASérgio Monte; Caetano (Toninho), Pedro Basílio, Tadeu (Luís Augusto) e Sabiá; Gilmar Furtado (Jaime I), Wecsley (Ribamar) e Marco Antônio (Viegas); Édson (Izoni), Luizinho das Arábias (Maurício III) e Geraldinho (Lenilson). Técnico: Paulo Emílio
GOLSViegas aos 26 minutos (Fortaleza); Joãozinho aos 31 minutos (Unidos do Petróleo), do 2º Tempo.

S.E. UNIDOS DO PETRÓLEO (CE)      0        X        2        FORTALEZA S.C. (CE)

LOCALEstádio Municipal de Crateús (CE)
CARÁTERAmistoso estadual
DATADomingo, do dia 18 de janeiro de 1987
PÚBLICO3.500 pagantes
ÁRBITROJosé Maria Silva (FCF)
UNIDOS DO PETRÓLEOOswaldo; Chico Calunga, Valdecir, Adércio (Pedro Basílio) e Catita; Basílio (Zé Antônio), Carlos Alberto e Henrique; Robervânio (Rildo), China e Silva.
FORTALEZADário I; Expedito, Pedro Basílio (Adércio), Marcelo Ivo e Jorge Henrique; Erivando, Jacinto (Marcos Durango) e Alberto III; Gilson, Marcão (Belfort) e Da Silva. Técnico: Newton Albuquerque
GOLSExpedito aos 10 minutos (Fortaleza); Alberto III aos 22 minutos (Fortaleza); do 1º Tempo.
Unidos do Petroleo x Ceará, em 1983

Há registro de um confronto contra o Ceará Sporting Club, Segunda-feira, do dia 19 de outubro de 1981. Num jogão de quatro gols, o Unidos do Petróleo acabou derrotado pelo placar de 3 a 1, no Estádio Municipal Governador Virgílio Távora, o “Mirandão“, no bairro do Mirandão, em Crato/CE. 

CEARÁ S.C. (CE)             3        X        1        S.E. UNIDOS DO PETRÓLEO (CE)

LOCALEstádio Municipal Governador Virgílio Távora, no bairro do Mirandão, em Crato/CE 
CARÁTERAmistoso Estadual
DATASegunda-feira, do dia 19 de outubro de 1981
PÚBLICO E RENDANão divulgado
ÁRBITROAbdoral Eufrásio (FCF)
CEARÁ S.C.Dário I (Dalmir); João Carlos II (Reinaldo II), Amílton Silva, Lula Pereira e Waldemir; Alves, Nicácio (Barretos) e Ademir Patrício; Getúlio, Marciano (Josué) e Ramon (Jorge Luís Cocota). Técnico: Caiçara.
UNIDOS DO PETRÓLEOMendengo; Paulinho, Valdecir, Lauro e Derci; Basílio, Pompinha e Zito (Quim); Eliseu (Piauí), Leal e Joãozinho.
GOLSWaldemir aos 4 minutos (Ceará), no 1º Tempo. Ademir Patrício aos 6 e 15 minutos (Ceará); Leal aos 31 minutos (Unidos do Petróleo), no 2º Tempo.
Crédito: Eugênio Fonseca

Nos seus 23 anos de existência, a Sociedade Esportiva Unidos do Petróleo conquistou nove títulos, entre 1980 a 2002. Destaque para o Bicampeonato da Taça Região Norte.

ARTE: desenho do escudo e uniformes – Sérgio Mello

Colaboraram: Fabiano Batista e Rodrigo Santana

FOTO: Acervo do ex-jogador Basílio Oliveira

FONTES: Blog do Júnior Bonfim – Página no Facebook “Crateús em Todos os Tempos” – Almanaque do FortalezaEugênio Fonseca

Inédito!! Brazil Foot-Ball Club – Maceió (AL): Disputou o Estadual de 1920

O Brazil Foot-Ball Club foi uma agremiação da cidade de Maceió (AL). Fundado no sábado, do dia 02 de dezembro de 1916, nas cores alvinegras. Posteriormente, foi reorganizado no domingo, do dia 10 de Setembro de 1922, alterando as cores para verde e amarelo. A sua Sede social ficava localizado na Rua Floriano Peixoto, nº 24, no bairro Ipioca, em Maceió (AL).

No domingo, do dia 25 de novembro de 1917, no ground do Centro Sportivo Eneas Campello um match dos segundos times do Eneas Campello e do Brazil Foot Ball Club, que teve arbitragem de Félix Lima Júnior.

Eneas Campello: Antonio ; Buarque e Hyppolito; Veronja, João Luiz e Raymundo Santos; Valente, Antonio II e Malta Pereira.

Brazil: Baena; Carvalho e Moacyr; Waldomiro, Durval e Salustiano II; Sizenando, Rodrigues, J. Sonto, J. Paulo e Aparício.

Referee: Salustiano Correia.

No domingo, do dia 2 de dezembro de 1917ocorreu uma partida amistosa entre os Primeiros e Segundos Teams do Brazil Foot Ball Club, em comemoração ao seu primeiro aniversário de fundação.

1º Team: Raphael; Osny e J. Bittencourt; Conde, C. Doria e Waldomiro; Salustiano (1º), Tunico, Julio Pitotinha e Archimedes.

2º Team: Baena; Elefante e Camelo; Palito, Durval e Sanum; Molengo, Minas Gerais, Julinho, Baiá e Carioca.

Disputou o Estadual de 1920

No futebol, o clube jogou o Campeonato de Maceió (depois ganhou o status de o Estadual) da 1ª Divisão de 1920, organizado pela Liga Alagoana de Desportos (LAD). O CRB se sagrou campeão, enquanto o Brazil terminou na 4ª colocação, num total de cinco equipes participantes.

Brazil derrota o campeão Alagoano

O jornal Vida Sportiva assim contou a história da peleja que foi elizado na tarde do domingo, do dia 12 de dezembro de 1920, no campo do CRB (Club de Regatas Brasil): um encontro amistoso entre os primeiros e segundos quadros do club local, campeão sem derrotas da L. A. D. e os mesmos quadros do Brazil Foot-Ball Club o penúltimo da tabella do campeonato.

Nos segundos quadros venceu o CRB por 1 a 0 e nos primeiros coube a vitória ao glorioso Brazil por 2 a 1. O jogo dos primeiros teams esteve admirável pois o Brazil Foot-Ball Club apesar da grande falta de treino, está com um team que, diga-se de passagem, dificilmente será vencido em Maceió.

A equipe do Brazil jogou desfalcada dos seus ótimos elementos Archimedes, Medeiros, A. Miguel e Barboza este último entrou em campo, mas após 10 minutos de jogo é inutilizado pelo center forward alvirrubro.

O CRB por intermédio de Sidney, Abel, Gallo e Pedro desenvolveu em jogo brutal e perigoso que talvez fosse a causa única da sua primeira derrota deste anno.

Ao contrário dos seus adversários, os alvinegros mantiveram-se sempre com lealdade desenvolvendo um jogo franco e leal conseguindo empatar a peleja durante o primeiro meio tempo, dada a saída para o segundo meio tempo os alvinegros que até aqui se tinham mantido sempre em defensiva, exerceram forte pressão sobre o seu terrível contendor que viu a sua barra varada por duas vezes consecutivas.

Depois destes feitos dos brazileiros o CRB desenvolve cerrado ataque sobre barra de Lula que se houve com maestria. Quando apenas faltavam 5 minutos para terminar a peleja, A. Gondim do CRB com um feliz tiro ao ângulo esquerdo do goal brazileiro, consegue o seu único e último ponto da tarde, os goals do Brazil, foram conquistados pelos destemidos: Oscar Calheiros e Araujo.

O CRB também jogou desfalcado de M. Gomes o Zé Azevedo, o que aliás nada influiu, pois foram muito bem substituídos.

Algumas Diretorias

No mês de novembro de 1920, o Brazil Foot-ball Club elegeu a nova diretoria, que assim ficou constituída:

Presidente de honra – Antonio de Souza Almeida;

Presidente – Manoel Roberto de Araujo;

Vice-presidente – José Eusebio de Barros;

1° Secretario – Tancredo Silva;

2º Secretario – José Angetunes Netto;

Vice-thesoureiro – Luiz Falo Sobrinho;

Thesoureiro – Raphael Anrias de Almeida;

Director de Sport – Hildebrando Silva;

Vice-director de Sport – Vicente dos Santos Camelio;

Orador – Raul Falcão;

Commissão Fiscal – Pedro Henes Moreira, Salustiano Eusebio de Barros, Anthenor Marques e Apparicio Lins;

Archivista – Bernarline Lopes.

Empossou-se, em janeiro de 1923, a diretoria do Brazil Foot-ball Club, a qual é assim constituída:

Presidente de honra – Dr. Ernandi Teixeira Basto; Vice-presidente de honra – Alberto Mello; Presidente – José Fernandes de Barros Lima Filho; Vice-presidente – Salustiano Eusebio de Barros; 1º Secretario – Joaquim Maciel Filho; 2º Secretario – José Farias de Almeida; Thesoureiro – Durval Prado; Orador – dr. Alfredo de Barros Lima Junior.

Brazil derrota Sport Club Viçosense

Os viçosenses encheram-nos de gratas satisfações. Como é sabido do programa publicado no nosso nº passado e em avulsos fizemos-lhes carinhosa recepção, dando-se o encontro do nosso povo com suas Embaixada e equipe na Rua General Clodoaldo da Fonseca, às 19 horas, do sábado, do dia 22 de setembro de 1923.

Está na estima publica a imponência do préstito até a sede da Municipalidade onde discursaram os oradores oficiais do nosso club Brazil Foot-ball Club e do Viçosa, Sport Club Viçosense e o seu prosseguimento no palacete da hospedagem, ne rua Dr. Fernandes Lima, onde foram aqueles ilustres e queridos amigos cumulados de obséquios até o seu retorno.

No domingo, do dia 23 de setembro de 1923, pelas 5 da manhã, foi celebrada Missa Campal de inauguração do Campo esportivo do Brazil Foot-ball Club comparecendo ali seleta e empolgante assistência de fieis.

A imponência do ato divino juntara-se o cortejo solene das duas músicas e cânticos festivos de envolta aos treinos saudosos e inocentes dos passarinhos, as romper d’alva, hora em que terminou a função sagrada.

Ao meio dia foi oferecido um banquete à exma. Embaixada e aos sportmans estranhos tomando parte na mesa as principais autoridades locais, havendo, nessa ocasião, brindes pelos oradores das equipes.

Às 14 horas, a sessão cívica e oferta da bandeira auriverde ao B. F. C. por suas gentis torcedoras, sendo interpretes da oferta e agradecimento a senhorinha Marilli Moraes e o ilustre sportman Dr. Henrique Costa.

Às 15 horas, em seguida, o empenho das duas esquadras no belo e vasto campo do B. F. C. Travado o combate, que foi renhido, um “schot” do Mendes deu a glória de vencedor ao nosso team com a “score” de 1 a 0, terminando o tempo com o congraçamento generoso e desapaixonado dos nossos jogadores e amigos com os Viçosenses.

Referiu (árbitro) a partida o sr. Dalmario Souza.

Seguiram-se festas de regozijo na segunda-feira, do dia 24 de setembro de 1923, combateu novamente, em nosso gramado a Sport Club Viçosense com a C. S. P. levando de vencida o Viçosa com a contagem de 2 a 1 contra o Club Sportivo Palmeiras.

Atuou a disputa o sr. Dr. Henrique Costa.

Acima de qualquer feição partidária, frisamos aqui a nossa glória pela aproximação cordial das famílias viçosenses e palmeirenses.

Povo culto e de vistas avançadas, aplicou-nos mais ume vez, recebendo nossos obséquios de hospedagem com máxima fidalguia e intuitos alevantados de congraçamento social entre esta e a sua bela cidade.

A eminente Embaixada que se compunha dos mais primorosos elementos sociais viçosenses marcou, entre nós, ume época de saudosas recordações pela diplomacia de seus egrégios membros, notadamente os exmos. Drs. Brandão Villela e Arnaldo Marta.

Nossa querida Palmeira, pois, sem pretender ofender tão distintos amigos, ganhou duplamente com a visita de Viçosa sportiva.

Ganhou no combate de seus sportmans e muito mais ainda pela felicidade de hospedar cavalheiros tão distintos e ilustrados.

Saudosamente separados da honrosa visita fazemos votos porque em breve tenhamos o gozo de visita-los, ainda uma vez, em seus penates para receber-lhes os influxos amigos e maior estreiteza de relações e simpatias.

Seguem-se es equipes que tomaram parte nos jogos:

Entre as justas alegrias deste povo excelentemente católico e sumamente que se compõe esta primorosa Paróquia de Palmeira vai ser realizada hoje som faustosas pompas litúrgicas encantadora e excepcional mente piedosa festa do Sagrado Coração

A considerar a grandeza dos quatro Centros do Apostolado da Oração de nossa Matriz, Palmeira de Fora.

Brazil: Costa; Horácio e Mello; João, Álvaro (Cap.) e Leão; Jolino, Mendes, Leite e Anatólio  e Augusto.

Viçosense: Zécypriano; M. Vieira e J. Viegas; Chaves, Nouziho e Zémetta; Otheniel, Leodegerio, Zécarnauba (Cap.), L. Viegas e Lepido.

C. S. P.: José; Floriano e Olympio; Ferro, Cerqueira e Canuto; Arestides, Alypio, Passos (cap), Hermelindo e Moura.

FONTES: Diário de Pernambuco (PE) – Diário do Povo (AL) – O Malho (RJ) – Vida Sportiva (RJ) – O Índio (AL)

1º escudo: Nacional Atlético Clube – Fortaleza (CE): 15 participações no Estadual, entre as décadas de 50 e 60.

O Nacional Atlético Clube foi uma agremiação da cidade de Fortaleza (CE). O “Time dos Correios” foi Fundado na segunda-feira, do dia 08 de Junho de 1942, por funcionários dos Correios.

Além do futebol (amador, infantil e juvenil), o clube também contava com voleibol e Atletismo. A Diretoria era constituída pelos seguintes cargos: Presidente – Vice-Presidente -1° Secretario – 2° Secretario – 1º Tesoureiro – 2º Tesoureiro – Diretor de Esportes – Orador Oficial – Diretor de Propaganda – Representante.

Filiado a Federação Cearense de Futebol (FCF) entre os anos de 1950 a 1951 e depois 1953 a 1956 e por fim de 1958 a 1966. Disputou o Campeonato Cearense da 1ª Divisão em 15 oportunidades: 1950, 1951, 1953, 1954, 1955, 1956, 1958, 1959, 1960, 1961, 1962, 1963, 1964, 1965 e 1966.

Breve resumo das 15 participações na Elite Cearense

Na estreia do Estadual de 1950, o Nacional terminou na 6ª e última colocação: foram três pontos em 10 jogos; uma vitória, um empate e oito derrotas; 15 gols pró, 30 tentos contra e um saldo de menos 15.

No Estadual de 1951, o “Time dos Correios” ficou na 5ª e penúltima posição: foram um ponto em cinco jogos; um empate e quatro derrotas; seis gols pró, 13 tentos contra e um saldo negativo de sete.

Após se ausentar na temporada seguinte, o Nacional retornou no Estadual de 1953, terminando na 8ª e última colocação: foram sete jogos sem nenhum ponto; sete derrotas; oito gols pró, 28 tentos contra e um saldo de menos 20.

O Campeonato Cearense da 1ª Divisão de 1954, que contou com a presença de oito equipes, o “Time dos Correios” ficou na 6ª posição: foram 12 pontos em 14 jogos; com quatro vitórias, quatro empates e seis derrotas; 16 gols pró, 22 tentos contra e um saldo negativo de seis.

No Estadual de 1955, o Nacional terminou na 7ª e penúltima colocação: foram três pontos em sete jogos; três empates e quatro derrotas; 10 gols pró, 26 tentos contra e um saldo de menos 16.

No Campeonato Cearense da 1ª Divisão de 1956, o Nacional terminou na 8ª e última colocação: foram um ponto em sete jogos; um empate e seis derrotas; cinco gols pró, 32 tentos contra e um saldo de menos 27.

No Estadual de 1958, o Nacional terminou na lanterna, com o 8º lugar: foram um ponto em sete jogos; um empate e seis derrotas; quatro gols pró, 19 tentos contra e um saldo de menos 15.

No Campeonato Cearense da 1ª Divisão de 1959, o Nacional terminou na 7ª e penúltima colocação: foram quatro pontos em sete jogos; uma vitória, dois empates e quatro derrotas; oito gols pró, 28 tentos contra e um saldo de menos 20.

No Estadual de 1960, o Nacional terminou na lanterna, com o 8º lugar: foram zero ponto em sete jogos; sete derrotas; sete gols pró, 20 tentos contra e um saldo de menos 13.

No Campeonato Cearense da 1ª Divisão de 1961, o Nacional terminou na 6ª e antepenúltima posição: foram quatro pontos em sete jogos; duas vitórias e cinco derrotas; cinco gols pró, 22 tentos contra e um saldo de menos 17.

No Estadual de 1962, o Nacional terminou em 7º lugar: foram seis pontos em sete jogos; duas vitórias, dois empates e três derrotas; sete gols pró, 14 tentos contra e um saldo de menos sete.

Vice-campeão do 2º Turno de 1963

No Campeonato Cearense da 1ª Divisão de 1963, o Nacional terminou na 6ª e antepenúltima posição no 1º Turno: foram três pontos em sete jogos; uma vitória, um empate e cinco derrotas; sete gols pró, 14 tentos contra e um saldo de menos sete.

No Segundo Turno, o Nacional fez a sua melhor campanha na história da competição, terminando na 2ª colocação: foram 10 pontos em sete jogos; quatro vitórias, dois empates e uma derrota; 12 gols pró, 11 tentos contra e um saldo de um. O campeão do Returno foi o Ceará que somou 11 pontos.

O “Time dos Correios” avançou para o Hexagonal Final, terminando na 4ª posição: foram cinco pontos em cinco jogos; duas vitórias, um empate e duas derrotas; oito gols pró, 10 tentos contra e um saldo negativo de dois.

No computo geral foram: foram 18 pontos em 19 jogos; sete vitórias, quatro empates e oito derrotas; 27 gols pró, 35 tentos contra e um saldo negativo de oito.

No Estadual de 1964, o Nacional terminou em 7º lugar: foram 14 pontos em 20 jogos; seis vitórias, dois empates e 12 derrotas; 19 gols pró, 44 tentos contra e um saldo de menos 25.

No Campeonato Cearense da 1ª Divisão de 1965, o Nacional terminou na 5ª posição: foram 15 pontos em 22 jogos; cinco vitórias, cinco empates e 12 derrotas; 29 gols pró, 40 tentos contra e um saldo de menos 11.

Em 1966, na sua última participação no Estadual, o Nacional fez a melhor campanha no geral, terminando na 3ª colocação: foram 11 pontos em 10 jogos; cinco vitórias, um empate e quatro derrotas; 14 gols pró, 13 tentos contra e um saldo de um.

Triunfos em cima do “Trio de Ferro” cearense

Sábado,10 de julho de 1954Nacional2X1Ceará
Sábado, 25 de setembro de 1954Nacional3X1Fortaleza
Sábado, 29 de abril de 1961Nacional1X0Ferroviário
Sábado, 28 de abril de 1962Nacional2X1Ceará
4ª-feira, 07 de agosto de 1963Nacional4X3Fortaleza
Sábado, 17 de agosto de 1963Nacional1X0Ferroviário
Domingo, 12 de abril de 1964Nacional1X0Ferroviário
Sábado, 08 de agosto de 1964Nacional1X0Ferroviário
Sábado, 12 de dezembro de 1964Nacional3X2Ferroviário
Domingo, 08 de agosto de 1965Nacional2X1Ceará
4ª-feira, 06 de outubro de 1965Nacional2X0Ferroviário
4ª-feira, 10 de novembro de 1965Nacional3X0Ferroviário
4ª-feira, 06 de julho de 1966Nacional4X3Ferroviário
4ª-feira, 14 de setembro de 1966Nacional2X0Ferroviário
4ª-feira, 05 de outubro de 1966Nacional3X2Fortaleza
Domingo, 30 de outubro de 1966Nacional2X0Fortaleza

ARTE: desenho do escudo e uniforme – Sérgio Mello

Colaborou: Gerson Rodrigues e Fabiano Batista

FONTES: Rsssf Brasil – Federação Cearense de Futebol (FCF) – Estatuto do clube

O Clube Iracema – Fortaleza (CE): Fundado em 1884

O Clube Iracema foi uma agremiação da cidade de Fortaleza (CE). Foi Fundado no sábado, do dia 28 de junho de 1884, motivado por uma reação democrática ao exclusivismo do aristocrático clube Cearense. Durante 20 dias, um grupo de jovens comerciantes e intelectuais preparou o baile inaugural que seria realizado no dia 19 de julho daquele ano.

O nome foi uma homenagem a Iracema, a “Virgem dos Lábios de Mel”, personagem do romance de José de Alencar, que conta a história de uma índia da tribo dos Tabajaras e do colonizador português, Martim.

Entre seus fundadores estavam:

Francisco Perdigão de Oliveira (1º Presidente), Francisco Theophilo Gaspar de Oliveira, João Barros, Francisco Carneiro Monteiro, os irmãos Antônio e Joaquim Costa Souza, João Guilherme da Silva, W. Aires, José Marçal, Antônio Martins Junior – o cronista Pery – e Papi Junior, tendo este último, sugerido o nome da nova sociedade recreativa.

Sede social

A 1ª Sede foi instalada em um sobrado, na esquina das ruas Senador Pompeu e Cel. Guilherme Rocha (Atual: Edifício Santa Elisa). Um ano depois, o Iracema absorveria o “Reform Club” – uma sociedade literária de empregados do comércio – e então, sediada na Rua Formosa (atual: Barão do Rio Branco), nº 1.321, onde tempos depois se instalaria a Faculdade de Farmácia e Odontologia (atual: Banco do Brasil).

Contava em suas dependências, com um pequeno teatro. Com sua origem reivindicatória político-social, tornou-se o Clube Iracema um importante centro de atividades reformistas, liderando campanhas para a emancipação dos escravos e a proclamação da República.

Nesse clube nasceu o Gabinete de Leitura, o Instituto do Ceará, a Fênix Caixeiral, a Academia de Letras, a Padaria Espiritual, as sociedades abolicionistas Perseverança e Porvir e a Libertadora Cearense.

Com o fechamento do Clube Cearense, na passagem para o século XX, o Clube Iracema absorveu a antiga elite econômica fortalezense, que se unindo àquela jovem associação laboriosa e inteligente, adaptou-se aos novos tempos, confirmando sua privilegiada posição social na cidade.

Personalidades que passaram pelo clube

O Iracema, como se escreveu na época, tornou-se “um ateneu das actividades culturais que nobilitam a sociedade de nossa terra“. Festas beneficentes, sessões literárias, concertos e recitais abrilhantavam seus salões, onde se amiudavam os refinados bailes e partidas dançantes.

Ali se apresentaram Arthur Napoleão, Dalmau, Galiani, Landário Teixeira, Vicenzo Cernicchero, Alberto Nepomuceno, Ciro Ciarlini, Joaquim Franco, Moreira de Sá, Frederico do Nascimento e outros insignes músicos.

Também ali se exibiram a Prima-dona Sidônia Springer e os barítonos Cesare Baracchi e Dominici. O Clube Iracema tornou-se uma legenda na cidade, sem equivalentes, até 1913, quando, então, surgiu o Clube dos Diários. Simbolizava o refinamento na convivência social, a solicitação da inteligência e beleza na alegria do viver.

Por muitos anos, o Iracema ocupou vários casarões no centro da cidade. Em 1922, sediou-se no Palacete Ceará, na Praça do Ferreira, hoje ocupado pela Caixa Econômica Federal. No sábado, do dia 28 de junho de 1930, o Clube Iracema contava com 296 sócios.

Palacete Ceará

Em 1937, o clube era presidido pelo Cel. Pedro Philomeno Gomes, proprietário da Fábrica de Fiação e Tecidos São José. O Palacete Ceará, foi construído no início do século XX. No réveillon de 1939, o Iracema inaugurou sua sede própria, na Praça dos Voluntários, no Centro de Fortaleza/CE. Sua linha arquitetônica traduz um dos mais belos exemplos do “art déco” da cidade.

Em 1947, esse prédio foi desapropriado pela Prefeitura Municipal, para ali instalar seu centro administrativo. Posteriormente, para o prédio próprio na Praça dos Voluntários, o Palacete Iracema que foi vendido para a Prefeitura Municipal que hoje abriga seu setor de finanças.

Depois o clube foi incorporado ao Clube dos Diários na Associação Clube dos Diários – Iracema, com Sede na Praia de Iracema, na Avenida Beira Mar, nº 2120, no bairro Meireles, em Fortaleza/CE.

Alguns nomes que presidiram o clube: Barão de Aquiraz, Cel. Joaquim Feijó de Mello, Cel. Guilherme Cesar da Rocha, Dr. Eduardo Studart, Cel. José Gentil Alves de Carvalho, Dr. Sylvio Gentia de Lima, Cel. Antônio Fiuza Pequeno, Dr. Edgard Augusto Borges, Cel. Adolpho Gonçalves de Siqueira (Presidente de Honra), Eurico Salgado Duarte, Dr. José Carlos de Mattos Peixoto, Clovis de Alencar Mattos, entre outros.

Ajudou a fundar a Federação Cearense de Natação

O Clube Iracema foi um dos clubes fundadores da Federação Cearense de Natação (FCN), em 6 de junho de 1958, nas dependências do Clube Náutico Atlético Cearense, como consta nos registros da primeira assembleia da entidade. Seu 1º Presidente foi o Sr. Rosalvo Lalor, que impulsionou os esportes aquáticos do estado durante 14 anos.

ARTE: desenhos, uniformes e mascote – Sérgio Mello

Colaborou: Fabiano Batista

FOTO: Yan de Abreu

FONTES: Rsssf Brasil – Fortaleza Nobre – Livro Iracema, de José de Alencar – A Notícia (SC) – Jornal do Ceará (CE) – Jornal do Recife (PE) – Fon Fon (RJ) – A Razão (CE)

Inédito!! Liga Curitybana de Esportes Athleticos – Curitiba (PR): existiu entre 1932 a 1937.

Por Sérgio Mello

A Liga Curitybana de Esportes Athleticos (LCEA) foi uma entidade esportiva da cidade de Curitiba (PR). Fundado na terça-feira, do dia 26 de Julho de 1932, um grupo de esforçados esportistas os quais tiveram a ideia em organizar uma Liga, congregando os diversos clubes dos arredores e centro de nossa Capital; enfim, todos os que militavam por aquelas zonas.

E assim, sendo, Oswaldo Vardanega, Ildefonso Erthal, e o popular atleta Silas Pioli, após vários esforços viam os seus esforços coroados de êxito. Com a cooperação dos representantes de cinco clubes, realizava-se pois, a primeira assembleia, ficando deliberado que a nova entidade teria a seguinte denominação: “Liga Curitybana de Esportes Athleticos” cujas cores seriam: branco e azul, e o escudo em forma triangular, encimado por um retângulo com as iniciais, L.C.E.A.

Naquela assembleia, realizada na sexta-feira, do dia 5 de Agosto, também cogitaram sobre os estatutos, adotando os da Federação Paranaense de Desportos (F.P.D.), até que fossem elaborados os seus.

Na segunda-feira, do dia 8 de Agosto, o Conselho Director da Federação Paranaense de Desportos, aprovou a L.C.E.A. outorgando a entidade e o seu estatuto.

E uma semana após reunia-se a 2ª assembleia para tratarem da organização do Conselho Director entre os representantes dos 8 (oito) clubes filiados. Silas Pioli, o “condotiére(chefe de bandoleiros) dos fundadores pertencentes ao quadro de amadores do Clube Athletico Paranaense, do qual é um esforçado representante, incumbiu ao seu irmão que “hoje ocupa a presidência da Liga” – de levar avante, o seu elogiável empreendimento.

Na sexta-feira, do dia 12 de Agosto, foi definida a 1ª Diretoria, para comandar a entidade no triênio de 1932-1934, com as seguintes constituições:

Presidente – João de Faria Pioli (Apollo Esporte Clube);

1º Vice-presidente – Maximino Zanon (Corinthias Esporte Clube);

2º Vice-presidente – Honorio Mello (Itália Sport Club);

Secretário Geral – José Holzmann, pelo (Tebé Football Club);

1º Secretário – Gastão Bellegard (Poty Sport Club);

2º Secretário – Antenor Boaventura da Silva (União Sport Club);

1º Thesoureiro – Oswaldo Vardanega (Savoia Football Club);

2º Thesoureiro – Leonardo Osiecki (Sport Club Esperança);

Conselho Fiscal – Fausto Thomaz, Lauro Dias do Rosario e Mario Lobo;

Conselho de Julgamento – Jonas Brasil, João Kopryk, Natalin Carraro, Eduardo Haserauer e Haroldo Gerber;

Commissão de Syndicancia – Theodorico do Nascimento, – Alfredo Bergamini e Elias Darviche;

Commissão de Futebol – Nelson Gonçalves, Henrique Sperandio, Ildefonso Erthal e Luiz José dos Santos.

As organizações acima mencionadas, são recentes (conforme observei nos estatutos), códigos de penalidades, e futebol da Liga aprovados em sessão de assembleia geral de 10 de Março de 1932, os quais acham-se registrados.

Importante acrescentar, que anteriormente os cargos de 1.º e 2.º vice-presidentes, foram ocupados pelos srs. Augusto Dudeque (União Sport Club) e Ildefonso Erthal (America Sport Club), respectivamente.

Aquele esportista logo nos primeiros meses demitiu-se, e o sr. Erthal passou a tomar parte na Commissão de Futebol. Era então Secretário Geral, o sr. Gercino Artigas, pelo Corinthias, e cuja demissão também verificou-se meses após.

São fundadores da entidade municipal, os oito clubes: Savoia Football Club, Apollo Esporte Clube, America Sport Club, Sport Club Esperança, Tebé Football Club, Poty Sport Club, Corinthias Esporte Clube e União Sport Club. Decorridos alguns dias, dois clubes solicitavam filiação, com as regalias de fundadores: o Itália Sport Club e Avante Esporte Clube.

Notáveis Empreendimentos Esportivos e Sociais

Na tarde de domingo, do dia 21 de Agosto de 1932, aconteceu o Torneio Início, ao qual concorreram os dez clubes filiados, deixando transparecer o ótimo preparo dos seus conjuntos, sob todos os motivos.

O Apollo foi o Campeão do 1º Torneio Início

Na praça de desportos do Britannia (depois passou a ser o campo oficial da F. P. D.) uma numerosa assistência, afluiu a fim de presenciar aquela competição. Os resultados foram os mais promissores. Coube ao Apollo Esporte Clube o então “Benjamín“, o título de campeão, em 2º lugar o Poty Sport Club, que receberam duas valiosas taças.

Campeonato da LCEA de 1932

Uma semana após realizavam-se os embates do certame “lceano” de 1932, em um turno somente e tendo por locais as praças de desportos da F. P. D. e do Club Athletico Paranaense.

Mencionar a grandiosidade daquele campeonato seria tarefa demasiada quão desnecessária; pois o nosso público teve oportunidade de presenciá-lo, ou mesmo, por intermédio da imprensa esportiva, a qual vem muito acertadamente cooperando pelo progresso do “soccer tinguy” em suas diversas fases.

Entre mentes, a entidade municipal efetuou um festival no gramado do Athletico, em seu benefício e com o concurso dos clubes: Avante x Itália; Tebé x Esperança e Savoia x União.

Três prêmios foram instituídos aos vencedores, Tebé x Savoia; ficando empatado o 1.º encontro. Por ocasião das temporadas intermunicipais e interestaduais sob os auspícios da máxima entidade, a Liga não só transferiu os seus encontros oficiais, como também, emprestou o seu modesto, mas sincero apoio confirmado pois, a sua valiosa contribuição, como evidenciara, quando das eleições para a diretoria da “mater”.

Naquela reunião memorável, o conselho dos presidentes prestigiava a “una você”, a candidatura composta dos acatados esportistas que, no momento atual dirigem a F. P. D.

No futebol intermunicipal os clubes Savoia e Corinthias representaram brilhantemente as cores Iceanas ao evidenciarem a classe do futebol “tinguy“, em canchas paranaenses.

Ainda em pleno transcurso do campeonato de 1932, ο União S. C. com a sua praça de desportos veio ampliar o progresso do futebol “lceano“. Е na sua cancha se efetuaram os demais jogos da temporada.

Numa brilhante atuação os clubes Savoia e Tebé obtinham os honrosos títulos de campeão e vice-campeão nos Primeiros e Segundos Quadros respectivamente.

Em Abril de 1932, tinha lugar na cancha “unionense” o campeonato “Encerramento” que foi levantado pelo Savoia (1° lugar) e Poty S.C. na 2ª colocação, os quais obtiveram as taçasCaridade” e “Savoia“, respectivamente.

O time campeão formou assim: Rafael; Amílcar e Alfredo; Augusto, Olavo e Orestes; Reinaldo, Frederico, Oscar, Arnaldo e Herondino (Biale, Lima, Nelson, Moisés, Alberto e Scuissiato).

Para a atual temporada, novos clubes vieram cerrar fileiras na L. C. E. A. aumentando ainda mais o seu prestigio. Vemo-los com as suas cores variadíssimas, representado os aprazíveis arrabaldes e zonas do centro da Cidade Sorriso, numa expansão logicamente progressista.

As agremiações recém inscritas são as seguintes: Ypiranga Football Club, Bloco Esportivo Água Verde, Nacional Sport Club, Aquidaban Sport Club, Universal Sport Club e Sociedade de Educação Physica Junak.

Campeonato da LCEA de 1933

A fim de facilitar o campeonato de 1933, foram organizados duas séries com 8 clubes cada uma; a “Paraná“, e “Iguassu” constando a tabela de um turno. Com a extinção da secção futebolística do Corinthias Esporte Clube verificada ultimamente ficou a serie Paraná, com sete clubes.

Realizando-se o Torneio Início e devido o considerável número de concorrentes foram os jogos disputados em dois domingos no campo do Britannia ainda… E assim ficavam de posse de duas taças os clubes Itália Sport Club e Avante Esporte Clube, respectivamente o campeão e vice-campeão. Vários festivais esportivos foram efetuados pelos clubes: America, Avante Esporte Clube e Apollo.

Na fase social o conceito dos aguerridos clubes “Iceanos” foi concretizado com magnificas festividades inaugurais, e todos eles possuindo em amplos edifícios as suas sedes instaladas, e dotadas dos mais modernos requisitos, sendo que alguns pretendem dentro em breve oficializar os seus campos, após as necessárias remodelações a exemplo do União.

Como antigo amador em quantas entidades houveram, desde a Liga Infantil Paranaense, Liga Curitybana de Desportos (em suas diversas décadas) ou seja de 1923 ao dinâmico 1933, testemunhando essa evolução do nosso futebol municipal até a L.C.E.A. não é de minha intenção, desmerecer numa breve comparação, o que, os outros fizeram; pelo contrário, rendo-lhes minha obscura homenagem nesta crônica, porque eles, implantando o que hoje qualifico de futebol “tinguy” poderão constatar muita justiceiramente, que a L.C.E.A. cujo esforço unido e deveras elogiável é, e não há negar, uma entidade que honra o futebol paranaense!

No Campeonato Municipal de 1933, o Savoia conquistou o bicampeonato, enquanto o Junak ficou com o vice. O time campeão formou assim: Rafael; Biale e Mikare; Nito, Olavo e Orestes; Tedesco, Frederico, Moisés (Reinaldo), Albertinho e Carlito.  

O Tebé Football Club e o Savóia Football Club ficaram com o título e o vice-campeão nos Segundos Quadros respectivamente.

O Corinthias Esporte Clube, inaugurou a sua Sede social na noite de sábado do dia 4 de fevereiro de 1933. O endereço da equipe rubro-negra fica na Rua Visconde de Guarapuava, nº 609, no Alto da XV, em Curitiba/PR. O evento teve início às 21h30min., onde ocorreu um estupendo baile, comandada pela banda Royal Jazz Band.

Campeonato da LCEA de 1934

Pelo Torneio Início, entre os dias de 28 de janeiro e 4 de fevereiro, o Avante Esporte Clube derrotou na final o Aquidaban Sport Club, ficando com o título. Pelo Campeonato dos Segundos Quadros, o Savóia se sagrou campeão, enquanto o SEF Junak ficou com o vice.

No Primeiro Quadros, o Savóia Football Club conquistou o Tricampeonato, enquanto o Botafogo Football Club ficou com a segunda colocação. O time campeão formou: Rafael; Scuissiato e Luiz; Orestes, Tarquá e Bicudo; Turim, Armandinho, Reinaldo, Albertinho, Carlito (Biale), Nelson, Moisés e Érico.  

Campeonato da LCEA de 1935

Pelo Campeonato dos Segundos Quadros, o Bloco Água Verde se sagrou campeão, enquanto o Esperança Football Club ficou com o vice. No Primeiro Quadros, o Ipiranga Football Club conquistou o inédito título, enquanto o Itália Sport Club ficou em 2º lugar. O time campeão formou: Neno; Ilio e Gilberto; Aldino, Miro e Lourival; Pedrinho, Afonso, Naldo, Marcha e Chefe.  

Liga Curitybana venceu a Federação Paranaense de Desportos

Na manhã de domingo, do dia 27 de Outubro de 1935, a Seleção da LCEA surpreendeu o Selecionado da FPD, e venceu pela contagem de 4 a 2, no campo da Água Verde.

A partida transcorreu, contra expectativa geral, sem incidentes de vulto, sagrando-se vencedor o “potente” combinado da LCEA. Os gols da partida foram assinalados por José, duas vezes; Maximino e Jurandyr, um tento cada, para Liga Curitybana de Desportos; enquanto Pandú e Ary marcaram para a FPD. Conduziu-se com acerto na arbitragem, o sr. Ubirajara Pinheiro Lima.

LCEA: Vosgeram; Lucas e Tony; Leonel, Xingo e Maximino; Ribeiro, Jurandyr, Pedrinho, Elysio e Tedesco.

FPD: Pandú; Altino e Paraná; Marchand, Annibal e Sobocinski; Ary, Canhoto, Faria, Itaciano e Placido.

Campeonato da LCEA de 1936

No Torneio Início, no dia 15 de março, no Campo do Athletico, o Bloco Água Verde derrotou na final o Itália Sport Club, ficando com o título. No Primeiro Quadros, o Ipiranga Football Club conquistou o Bicampeonato, enquanto o Bloco Água Verde ficou com o vice-campeonato.  

O time campeão formou: Neno; Ilio e Gilberto; Narciso, Naldo e Pauca (Odilon); Miro, Nelson, Júlio, Marcha e Lourival. Também jogaram: Afonso, Pedrinho, Atílio, Chefe, Massuci, Dando, Bebê, Russo e Emilio.  

LCEA desapareceu em 1937

A Liga Curitybana de Esportes Athleticos (LCEA) existiu por seis temporadas, organizado os campeonatos da cidade de 1932 a 1937. A última notícia sobre a entidade aconteceu na quinta-feira, às 20 horas, do dia 15 de abril de 1937.

Na ocasião, o presidente da LCEA, Jurandyr Azevedo e Silva convocou os clubes filiados, na sede da FPD, a fim de tratar da organização do Campeonato Citadino de Curitiba de 1937. Fato é que esse campeonato não aconteceu, a Liga Curitybana de Esportes Athleticos foi extinta, sendo substituída meses depois pela Liga Curitybana de Futebol (LCF).

ARTE: desenho do escudo e uniforme – Sérgio Mello

Colaborou: Laércio Becker

FONTES: Correio do Paraná (PR) – Diário da Tarde (PR) – O Dia (PR) Livro “Futebol do Paraná – 100 anos de história”, de Heriberto Ivan Machado e Levi Mulford Chrestenzen

Inédito!! Liga Curitybana de Desportos – Curitiba (PR): Existiu entre 1926 a 1932!

Por Sérgio Mello

A Liga Curitybana de Desportos (LCD) foi a entidade da cidade de Curitiba (PR). Fundado em 1926 (as primeiras notícias na imprensa aconteceram na primeira semana de dezembro), possuía sua Sede social, localizado na Avenida Luiz Xavier (Edifício Palácio da Avenida), nº 11/ 1º andar, no Centro de Curitiba (PR). As suas cores: azul e branco.

A LCD substituiu a Liga Sportiva Municipal (LSM), porém só existiu por seis temporadas. Em 1930, a entidade começou a ruir e no ano seguinte realizou a sua última competição. Agonizou até 1932, quando acabou fechando às portas.

Seleção LCD fez um jogão contra o Selecionado de Ponta Grossa

Em amistoso intermunicipal, no domingo, do dia 24 de Março de 1929, na vizinha “Princesa dos Campos” (alcunha da cidade de Ponta Grossa), as seleções da Liga Curytibana de Desportos e a Liga Paranaense de Desportos (entidade de Ponta Grossa), empataram em 4 a 4

Os Presidentes da LCD, entre 1926 a 1932:

Joaquim N. de Azevedo (1926-28);

Carlos Munhoz Negrão (1928-30);

Leocadio Fernandes,Francisco de Assis (1930-32);

Carlos Munhoz Negrão (1932).

LCD entra em crise

Foto de 1929, do Selecionado da Liga Curitybana de Desportos

No sábado, do dia 11 de Janeiro de 1930, o jornal ‘A República’ fez uma reportagem sobre a Liga Curitybana de Desportos estar agonizando e, correndo sério risco de extinção:

A crise administrativa na L. C. D.

Lentamente vai desaparecendo da vida esportiva de nossa terra, a Liga Curitybana de Desportos.

É de se lastimar deveras que uma entidade como esta, depois de haver transposto as difíceis barreiras que se lhe antepuseram pela vontade ingrata de um seu então dirigente, graças aos esforços inauditos de um pequeno grupo de representantes, viesse agora, mau grado uma única vontade mal sã, se colocar em situação tão difícil.

A L. C. D. suporta neste momento a maior crise que já se tem visto no sport curityba- no! Atribuir este facto a pouca vontade dos nossos esportistas? Não. Esta negação é justificável, visto como notava-se elevado espirito de verdadeiro patriotismo em cada elemento que compunha aquela Diretoria que se viu forçada a se demitir coletivamente, diante dos factos que infelizmente contribuíram para a sua queda moral.

Se os anelos primordiais desta novel quão útil agremiação esportiva não atingis nem ao ponto visado, não aparecerá por certo mais tarde quem responda com firmeza por tão degradante situação.

Nestas mesmas colunas já tivemos ocasião de nos manifestar a respeito de tão palpitante assunto. A anômala situação da L. C. D. representa tão somente o fruto antiesportivo de sua memorável assembleia de 26 de Novembro de 1929 que deu por terra com uma resolução de seu então Conselho Diretor.

Eram componentes dessa assembleia, esportistas que hoje não encontram solução para o mal que eles mesmo criaram. Não fora isto e, talvez ainda permanecesse em seus postos aqueles que com zelo e carinho, vinham conduzindo a nobre Liga Curitybana Desportos pelo caminho da justiça ao ponto final da elevada causa que abraçou.

Esperamos, entretanto, tudo ali se resolva harmoniosamente de modo a que não desapareça da vida sportiva de nossa terra uma entidade como a L. C. D. cujo escopo é o preparo preliminar da mocidade sadia da terra dos pinheirais no manejo da pelota”.

Os últimos suspiros

A crise aumentou e a própria se manifestou acusando os clubes de terem abandonado a LCD. A competição de 1930, só contou com a presença cinco equipesClube Atlético FerroviárioGaúcho Sport ClubOperário Sport Club (Ahú) e Potty Sport Club

Sem prestigio junto aos clubes e, pelo visto, a imprensa, após 1930 entidade agonizou por duas temporadas (1932) até fechar às portas, sem nenhuma linha nos periódicos paranaenses.    

No domingo, do dia 07 de Agosto de 1932, foi Fundado a Liga Suburbana Independente de Desportos (LSID), de Curitiba/PR. No mesmo ano, surgiu a LCEA (Liga Curitybana de Esportes Athleticos). Ambos, acabaram encampando os clubes da LCD.

ARTE: desenho do escudo e uniforme – Sérgio Mello

Colaborou: Rodrigo Santana e Laércio Becker

FOTO: Acervo de Cícero Alves

FONTES: A República (PR) – Diário da Tarde (PR) – O Dia (PR)