O Esporte Clube 1º de Maio,da Vila Madalena foi uma agremiação da cidade de São Paulo (SP). Fundado em 1924, com o nome de Esporte Clube União Operária, o 1º time da região(porém, não há concordância a este respeito, pois a 1ª ata de reunião data de 1933) e seus fundadores escolheram como cores da camisa, as da bandeira paulista e nota-se a proximidade da revolução de 1932, e nesta 1ª ata foram escolhidas as cores.
A sua Sede social alugada ficava na Rua Mourato Coelho, nº 91 – Vila Madalena, no distrito de Pinheiros, na região oeste de São Paulo (SP). Era hábito dos clubes oferecer bailes aos sócios, um dos principais usos que faziam da sede, na década de 60, o 1º de Maio não contava mais com este luxo.
A Praça de Esportes, cedido pelo então I.A.P.C., estava situado na Rua Mourato Coelho, s/n – Vila Madalena, no distrito de Pinheiros, na região oeste de São Paulo (SP).
Os jogadores se reuniam nos bares, até que em 1964 recebeu a 1ª comunicação do I.A.P.C. para desocupar o campo, deste ano em diante, lutam
Judicialmente para mantê-lo, perdendo-o definitivamente no ano de 1970, são, portanto, mais de 40 anos de luta, mais de 30, dos quais ocupando este campo, no qual construíram cercas, traves e vestiários.
Com base em jornais da época podemos afirmar que a luta do 1º de Maio(juntamente com o Leão do Morro F.C. e 7 de Setembro F.C. que tinham campo no mesmo local) mobiliza e empolga a população do bairro, que passa a reivindicar uma praça de esportes e interesses do time, contudo os resultados foram nulos.
Outro dado interessante a respeito desse time e comum a alguns festivais de várzea é que os cartazes em que se anuncia o festival e os jogos, assim como alguns prêmios são financiados por estabelecimentos comerciais do bairro, evidenciando-se tratar-se de boa forma de divulgação.
O quadro de veteranos do 1º de Maio é formado em 1966 por ex-jogadores do time, os velhinhos trazem novo ânimo á várzea pinheirense fazendo uma série de 68 partidas invictas, empolgando de tal forma a torcida que em 1968 uma verdadeira torcida organizada acompanha o time até Londrina no Paraná.
Em 1968, o jornal do Bairro registra para o 1º de Maio com 80 sócios e 28 Jogadores, conta-nos um de seus jogadores, os orgulhos do clube: Machado jogador do Fluminense e da seleção brasileira, Brandão do Corinthians e Waldemar Carabina, do Palmeiras, vice-campeão da liga Pinheirense de futebol várias vezes, assim como vice e campeão da Federação Paulista, e alguns menus famosos:
Jume, Belo, Didi, Fran, Careca, Romeu, Xororó, João, Esquerdinha, Chacrinha, Carlinhos, Didi, etc. e não esquecer do técnico e diretor Metralha, ganhamos mais de 300 taças e medalhas, como organizávamos muitos torneios (tradicionalmente no dia 1º de Maio de cada ano) e nem sempre tínhamos grana para comprar taças, guardamos perto de 40.
Tudo isso faz do Esporte Clube 1º de Maio uma agremiação importante na região e no bairro como que um símbolo de luta, papel este que adquire por ocasião da resistência ao desalojamento promovido pelo INPS, pela história do 1º de Maio percebe-se que a perda do campo provoca sua extinção.
Para os clubes existentes na Vila Madalena e Pinheiros, a venda dos campos de futebol da região que eram alugados ao INPS, um deles se transforma em um conjunto residencial Natingui do BNH, no outro a construção do Shopping Center Eldorado.
Colaborou:Samuel Polonio
FONTES E FOTOS:Caracterização geral do futebol de várzea como atividade popular de “Lazer”, de Betty Schifnagel – “Vila Madalena e suas figuras Notáveis”, de Antonio Ivo Pezzotti
O Esporte Clube Tião Maia foi uma agremiação da cidade de Araçatuba (SP). A história deste clube surgiu na quinta-feira, do dia 09 de Abril de 1959, quando foi fundado pelos funcionários do Frigorífico Tião Maia, com o intuito de oferecer entretenimento e lazer.
Nesse meio tempo, em 1968 era fundado o Araçatuba Futebol Clube, que disputou apenas três Campeonatos da Segunda Divisão de profissionais: em 1969, 1970 e 1971.
Com isso, o empresário Sebastião Ferreira Maia, dono do Frigorífico Tião Maia, aproveitando a sua influência conseguiu substituir a equipe extinta pelo Esporte Clube Tião Maia, que disputou o Campeonato Paulista da 2ª Divisão de 1972.
A competição contou com a participação de 20 clubes, distribuídos em quatro grupos de cinco equipes. O time de Araçatuba ficou na Série A/ Arthur Friedenreich, juntamente com:
Garça Futebol Clube;
Corinthians de Presidente Prudente;
Clube Atlético Linense;
Andradina Futebol Clube.
O Esporte Clube Tião Maia, terminou na 3ª colocação. Como apenas os dois primeiros avançavam para a próxima fase, o time acabou eliminado. Abaixo a classificação da chave.
Nº
CLUBES
PG
J
V
E
D
GP
GC
SG
1º
Garça FC
11
8
5
1
2
12
6
6
2º
Corinthians-PP
11
8
4
3
1
20
6
14
3º
EC Tião Maia
9
8
4
1
3
8
7
1
4º
CA Linense
9
8
3
3
2
12
11
1
5º
Andradina FC
0
8
0
0
8
4
26
-22
Quem foi Sebastião Ferreira Maia?
O Sr. Sebastião Ferreira Maia se notabilizou por exposição recorrente na mídia ao lado de personalidades públicas, entre elas o ex-presidente Juscelino Kubitschek, e por não se policiar em entrevistas a jornalistas acabou criando inimigos.
Acabou acusado de abuso de preços na época de desabastecimento de carne, tomando a decisão radical de fechar o clube, vendeu todos os seus bens e depois se mudou para a Austrália.
Na terra do canguru, arrendou imensas propriedades para a criação extensiva de gado. Desenvolveu uma pecuária de corte naquele país, onde novamente prosperou e foi dono de milhares de cabeças de gado e de grandes fazendas que somavam cerca de 1 milhão de hectares. Chegou a ter mais de 170 mil cabeças de gado em suas fazendas australianas, se tornando o maior criador de gado da Austrália.
Voltando ao Esporte Clube Tião Maia, Aymoré Chiquito Ortega contou que com a extinção da equipe tomou a decisão de fundar a AEA (Associação Esportiva Araçatuba):
“Fomos informados que o Esporte Clube Tião Maia iria ser extinto, uma vez que o dono iria se mudar para o exterior. Então me transferiu o passe dos jogadores e alguns materiais esportivos. A partir daí montei o time da AEA”, revelou Aymoré Chiquito Ortega.
FOTOS: Acervos de Elton Da Costa Pinto e Celso Corrêa
FONTES: Wikipédia – Folha da Região de Araçatuba – Jornal Cidade de Santos (SP)
A União Atlética Ferroviária Candidomotense (UAFC) foi uma agremiação do município de Candido Mota (população de 31.410 habitantes, segundo a estimativa do IGBE/2021), que fica a 428 km da capital do estado de São Paulo.
O “Canarinho” ou “Ferrinha” foi Fundado na terça-feira, do dia 15 de Novembro de 1949, por funcionários da extinta Estrada de Ferro Sorocabana. A UAFC mandava o seus jogos no Estádio Municipal Benedito Pires, com Capacidade para 3 mil pessoas, em Cândido Mota.
A 1ª competição relevante que se tem notícia, foi o Campeonato Paulista do Interior, no Setor 16, em 1950. Na década seguinte, o União Atlética Ferroviária Candidomotense disputou o CampeonatoPaulista de Profissionais da 4ª Divisão, em 1964 e 1965.
Nessas duas edições, a “Ferrinha” foi enfrentou o seu grande rival da cidade: o CAC(Clube Atlético Candidomotense). Esses jogos atraíram o interesse dos moradores que lotavam as dependências do estádio para assistir as pelejas.
Entretanto, se o público tinha o interesse, o mesmo não pode ser dito aos dirigentes, que desistiram do profissionalismo. Tempos depois, a “Ferrinha” acabou desaparecendo para tristeza dos cândido-motenses.
Uma curiosidade sobre essa agremiação está nas cores. No Paulista do Interiorde 1950, o escudo circular conhecido era vermelho e branco. A novidade está no final da década de 50 e início de 60, quando UAFC utilizava um escudo inspirado na Seleção Brasileira e as cores também: verde, amarelo, azul e branco.
Colaborou: Wanderson Pereira
FOTOS: Acervos de José Roberto Ribeiro, Romildo Pereira de Carvalho e Douglas Nascimento
Nos primeiros anos de existência do Pacaembu, o São Paulo reinou com um futebol avassalador
Por A Gazeta Esportiva – O Tricolor, no Pacaembu, foi o rei da década de 40
Os fatos demonstram que a torcida são-paulina, nos anos 40, frequentava o Pacaembu para ver o Tricolor não se perguntando se o time conseguiria a vitória, mas sim de quanto venceria, ou, indo além, apostando qual seria o placar da goleada. Esse período ficou conhecido como a “Era do Rolo Compressor”, quando o clube que conquistou cinco títulos estaduais (a competição mais importante do período) em sete anos: 1943, 1945, 1946, 1948 e 1949: o Rei da Década!
Como diz o ditado, depois de aberta a porteira, onde passa um boi, passa uma boiada. Com o título de 1943 e a moeda que caiu de pé, iniciou-se o reinado do São Paulo no Estado naquela década. Não fosse pelo ano perdido de 1947, seriam seis títulos e um penta consecutivo. O esquadrão comandado por Leônidas era praticamente insuperável. Mas a história do termo “rolo compressor”, contudo, nasceu antes mesmo da chegada do Diamante Negro ao Tricolor.
A ORIGEM
Muitos pesquisadores defendem que o primeiro time apelidado como rolo compressor no Brasil foi o Internacional, no início dos anos 40. O time porto-alegrense chegou a ser hexacampeão local naquele período. Porém, a alcunha era aplicada aos são-paulinos já alguns anos antes da primeira conquista colorada daquela fase, em 1940.
É o que se vê na revista Arakan: Órgão do Grêmio Sampaulino, de setembro de 1940 (antes mesmo de finalizado o gauchão vencido pelo Internacional – encerrado em novembro), onde o próprio Vicente Feola relata como o time por ele comandado, que pouco antes havia incorporado o Clube Atlético Estudantes Paulista, arrancou para o topo do Campeonato Paulista de 1938, aplicou a maior goleada até hoje já executada sobre o Palestra/Palmeiras e que somente não se sagrou campeão pelo desvio de conduta da arbitragem na partida decisiva do certame, contra o Corinthians, na qual se validou um gol de mão cometido pelo rival.
Ou seja, de toda maneira, o São Paulo era conhecido como “Rolo Compressor” desde 1938/1939 (o campeonato daquela temporada acabou no ano seguinte). Com a volta dos títulos e, principalmente, dos placares dilatados à favor do Tricolor, o apelido Rolo Compressor ganhou peso (e concorrência de outras equipes no uso da nomenclatura) nos anos seguintes.
A MAIOR GOLEADA DO PACAEMBU
Nos dez primeiros anos do Tricolor no Estádio Municipal foram, nada menos, que 172 vitórias e 64 goleadas aplicadas nos adversários (em um universo de 281 partidas – 61% de jogos ganhos e praticamente uma goleada a cada cinco jogos, ou ainda: mais de um terço das vitórias foram com resultados expressivos)
Dentre as mais famosas goleadas, um estrondoso 9 a 1 em cima do Santos, em 1944, a maior goleada do clássico até hoje. Curiosamente, na preliminar daquele jogo, os aspirantes massacraram o time da Vila por espantosos 14 a 0. 23 gols tricolores em um só dia! Algo não muito diferente aconteceu no ano seguinte, mais exatamente no dia 8 de julho de 1945, pelo Paulistão: Outra vitória marcante, mas agora por 12 a 1 no Jabaquara!
O São Paulo, que naquela altura já liderava a competição da qual viria a sagrar-se campeão, não tomou conhecimento do adversário e poderia ainda ter terminado o jogo com contagem mais elevada no placar. O destaque ficou para o capitão Leônidas, que marcou quatro belos gols, inclusive um de “letra” e relembrou as memoráveis atuações do centroavante pela seleção brasileira.
O jogo foi o famoso “vira seis, acaba doze”, pois ao fim da primeira etapa o São Paulo já goleava por meia dúzia a zero. Os gols foram anotados por Remo, aos 17, Leônidas, aos 18, Leônidas, aos 31, Teixeirinha, aos 38, Remo, aos 39 e Leônidas, aos 42 minutos do primeiro tempo, seguindo por Barrios, aos 8, Leônidas, de calcanhar, aos 11, Teixeirinha, aos 15, Remo, aos 17, Teixeirinha, aos 40 minutos e por fim (aleluia), já perto do final do segundo tempo, Remo marcou o 12º tento do Tricolor (o Jabaquara marcou o tal gol de honra, de pênalti, quando o placar já se encontrava em 10 a 0).
Foi a maior goleada da história do Tricolor após a reorganização do clube em 1935, como também o maior placar já visto no Pacaembu e no Campeonato Paulista profissional. Mas até ai, tudo bem. O peculiar se encontra no fato de que na preliminar o São Paulo venceu por 8 a 1. Desta vez, então, foram 20 gols tricolores em um único dia (pequena queda de rendimento), 22 ao todo.
Com o time voando, não foi de se espantar que o Tricolor conquistasse o título do Estadual de 1945 com duas rodadas de antecipação e apenas uma derrota (vingada com requintes de crueldade um ano depois). O troféu veio contra o modesto Ypiranga. Porém, na temporada seguinte, a façanha foi realmente épica…
A TAÇA DOS INVICTOS
O ano de 1946 foi um capítulo marcante e especial na história do Tricolor. A temporada começou auspiciosamente bem: goleada para cima do Corinthians – 5 a 1 (gols de Rubén Barrios, duas vezes, Remo, Antoninho e Américo), logo no dia 1º de janeiro.
E terminou magnificamente, com a conquista do título paulista – o primeiro da história são-paulina realizado de forma invicta (feito que só veio a se repetir em 2012, com a Copa Sul-Americana, entre as competições de longa duração).
Porém, entre o começo e o fim, o Tricolor logrou outras grandes façanhas. Na estreia do Campeonato Paulista, 4 a 0 sobre o pequeno Jabaquara. Antes da segunda rodada, deu tempo de golear o Flamengo, em amistoso no Pacaembu, por 7 a 1: uma partida sensacional de Teixeirinha, que marcou quatro gols (Leônidas deixou dois e Yeso completou o placar).
No estadual, o Tricolor então embalou seis sucessos seguidos, culminando em nova vitória sobre o Corinthians, agora por 2 a 1, em junho, antes de um ligeiro tropeço: o empate em 1 a 1 com a Portuguesa, na sétima rodada. Nos clássicos posteriores: 3 a 2 no Santos, na Vila Belmiro, e 1 a 1 com o Palmeiras. Seguiu-se, depois, outra série de seis vitórias consecutivas e mais uma partida contra o time do Parque São Jorge.
No dia 29 de setembro de 1946, o São Paulo bateu mais uma vez no Corinthians (2 a 1 novamente) e conquistou um prêmio há muito cobiçado: a Taça dos Invictos de A Gazeta Esportiva. O troféu foi instituído em 1939 pelo jornal paulistano e era concedido ao clube que quebrasse o recorde de jogos consecutivos sem perder no Campeonato Paulista (que naquela ocasião era a marca de 22 jogos, número pertencente ao Palestra Itália de 1934).
O São Paulo, sobrepujando o Corinthians, completou 23 jogos invictos, contando com os últimos seis resultados do certame de 1945 – a sequência começou após a única derrota do time naquela edição, frente ao mesmo oponente. A revanche veio com um gosto todo especial. Os festejos pela condecoração foram enormes e paralisaram a capital paulista.
O São Paulo chegou às duas rodadas finais do Paulistão de 1946 com somente três pontos perdidos, dentre 36 possíveis. O segundo colocado na tabela era o próprio Corinthians, freguês na temporada, que possuía quatro pontos perdidos – as duas únicas derrotas deles foram justamente para o Rolo Compressor.
Nessa penúltima rodada, o Tricolor enfrentou o Juventus e goleou por 7 a 0, com direito a espetáculo de Luizinho, que fez quatro gols e um mais bonito que o outro (de pé direito, de cabeça, de falta e de chaleira). Já o Corinthians sofreu, mas venceu o Ypiranga por 3 a 2. A decisão seria mesmo na última rodada e seria a vez do time do Parque São Jorge enfrentar o combalido Juventus. Por sua vez, o São Paulo bateria de frente com o Palmeiras, rival da conquista de três anos antes. O jogo dos são-paulinos, todavia, seria uma semana depois da partida corintiana!
Apesar do espetáculo que o então Tricolor do Canindé deu em todo o campeonato, muitos analistas viam o rival como favorito ao título, visto o tradicional nível de dificuldade do Choque-Rei e ao fato do Corinthians ter goleado o Juventus por 5 a 1, obrigando os tricolores a vencerem o clássico (um empate provocaria decisão em jogo extra entre os dois primeiros colocados).
A Gazeta Esportiva, 9 de novembro de 1946
Entre 40 e 45 mil pessoas no Pacaembu para a decisão do Paulista de 1946. Bola rolando, jogo tenso e amarrado na etapa inicial, com poucas chances para ambos os lados. O primeiro tempo terminou como começou, 0 a 0. O cenário mudou radicalmente na fase complementar, em que o São Paulo dominou a peleja, fazendo forte pressão.
Aos 12 minutos do segundo tempo, o tricolor Luizinho atingiu o goleiro palmeirense em uma dividida. Começou a confusão, com socos e pontapés aqui e acolá. Quando a coisa se acalmou, o árbitro expulsou dois de cada lado: Luizinho e Remo, pelo São Paulo, Og e Villadoniga, pelo Palmeiras. Mas sobrou também para o argentino e são-paulino Renganeschi, que no rebuliço levou uma pancada e, contundido, foi deslocado para a ponta esquerda para fazer número (não eram permitidas substituições, na época).
Praticamente com um a menos, o fim do jogo foi de muita superação e vontade por parte dos tricolores. Aos 38 minutos, Bauer avançou pela ponta direita e cruzou. A bola subiu estranhamente, enganou o goleiro adversário e bateu no travessão. Então, de onde menos se esperava, veio o sutil toque que rolou a bola mansamente para o fundo do gol. Renganeschi! Manquitolando no ataque, o zagueiro definiu o jogo e o título!
Fotos de Arquivo Histórico, Arakan e O Esporte
A temporada do foi perfeita. Até hoje, nenhuma outra campanha superou essa em aproveitamento. 84,21% dos pontos disputados (à época, 2 pontos por vitória): 30 vitórias, quatro empates, quatro derrotas. No Campeonato Paulista, 92,5% de aproveitamento e nenhuma derrota. Título invicto!
O FIM DE UMA ERA
Depois perder a chance de obter o tricampeonato estadual em 1947, o São Paulo trocou o comando técnico do time, com Vicente Feola no lugar do grande campeão Joreca (que veio a falecer pouco tempo depois, em dezembro de 1949). Feola, velho conhecido dos são-paulinos – assumiu a primeira vez o cargo de técnico em 1937 – manteve o Rolo Compressor na linha e já na primeira temporada saiu-se vitorioso: Campeão Paulista de 1948.
Foi nessa temporada que Leônidas eternizou a bicicleta em imagem. O terceiro gol do Tricolor na vitória por 8 a 0 sobre o Juventus, no dia 13 de novembro, em que o camisa número nove (o primeiro são-paulino a usar esse número em campo – pois as camisas passaram a ser identificadas assim justamente ao final desse ano) executou essa jogada em cima do goleiro Muñiz, foi captada pelas lentes fotográficas e registrada nos exemplares de A Gazeta Esportiva para todo o sempre.
No ano seguinte, 1949, o Tricolor voltou a vencer o Campeonato Paulista, sagrando-se bicampeão. Foi o último título da era Rolo Compressor.
Ao derrotar o Santos (quando precisava somente do empate para já comemorar com uma rodada de antecipação), por 3 a 1, com gols de Teixeirinha e Friaça (2), no dia 20 de novembro, os são-paulinos celebraram o último título daquele período e foram coroados campeões da década.
Desta maneira, o clube tomou posse definitiva e levou para o Canindé – então sede do São Paulo – a Taça Federação Paulista de Futebol (troféu instituído em 1942, que era de posse transitória até que um clube o conquistasse três vezes consecutivas ou cinco alternadas).
A conquista fez jus à equipe são-paulina, que estabeleceu o melhor ataque e a melhor defesa do certame, com 70 gols marcados e 23 sofridos, em 22 partidas disputadas, possuindo ainda o artilheiro do torneio: Friaça, com 24 tentos. O time sofreu somente duas derrotas, para o Santos, no primeiro turno, e para o XV de Piracicaba, o “campeão do interior”, lá na terra do “Nhô Quim”. E ainda deixou para a posteridade grandes goleadas, como um 8 a 2 no Juventus, 5 a 0 no Nacional, 5 a 1 no Ypiranga e um 5 a 1 no Palmeiras, até então invicto.
Esse título tricolor foi o derradeiro com a presença do eterno Diamante Negro (e também foi a última temporada em que marcou um gol de bicicleta pelo clube: no 7 a 2, contra o Comercial paulistano). Leônidas da Silva, que jogou no Tricolor entre 1942 e 1950, foi o maior responsável pela revolução que o São Paulo passou, transformando-se em uma das maiores potências do país.
Ao lado de Leônidas, os outros ídolos presentes em todas as cinco conquistas daquela década foram Teixeirinha, Noronha e Remo.
Em 1950, o São Paulo não conseguiu superar o adversário e a arbitragem para conquistar o tão esperado tricampeonato. Na última rodada, o Tricolor estava um ponto atrás do Palmeiras e enfrentou o mesmo adversário, no dia 28 de janeiro de 1951. A vitória daria o título aos são-paulinos e foi esse resultado que o time procurou desde o início. Teixeirinha abriu o placar logo aos três minutos de jogo. No segundo tempo, o rival empatou aos 15 minutos.
O lance cabal do jogo, do torneio e do tricampeonato foi quando Teixeirinha marcou o gol que representaria a vitória tricolor, mas que foi anulado pelo bandeirinha Richard Eason e pelo árbitro Alvin Bradley – ambos ingleses. Imagens (como a vista acima, da Revista Tricolor nº 14, de fevereiro de 1951) comprovam que o atacante são-paulino não estava em posição de impedimento, tendo entre ele (encoberto) e o goleiro, na verdade, outros dois adversários.
Boatos dizem que a arbitragem inglesa foi vista, depois, celebrando o carnaval ao lado de belas mulheres em certo clube da capital. Meros boatos.
BÔNUS: O EXPRESSINHO
Nos anos 40, não foi somente o time principal do Tricolor que sobrou no campo do Pacaembu nos anos 40. Outra equipe são-paulina que dava show – e aplicava até mesmo goleadas muito maiores (como o 14 a 0 sobre o Santos, em 1944) – era a de jogadores aspirantes.
De 1943 (foto) a 1947, o time considerado reserva do São Paulo ganhou tudo. Pentacampeão consecutivamente do Campeonato Paulista da categoria (também venceu o Campeonato Paulista Amador de 1942). O time que revelaria Yeso, Leopoldo, Antoninho e Savério para o elenco profissional, voava no gramado. Em 101 jogos no período 1943-47, venceram 77 vezes, empataram 18 e perderam apenas seis partidas, marcando 325 gols (média de mais de três gols por peleja) e sofrendo só 96 (menos de um por disputa).
Por tamanho futebol, este time aspirante ficou conhecido como Expressinho. O nome em si faz referência ao Expresso da Vitória, nome ao qual ficou conhecida a vitoriosa equipe do Vasco da Gama, no Rio de Janeiro dos anos 40, um dos poucos adversários a altura do Rolo Compressor do Tricolor, no período.
O apelido, posteriormente, teve a notoriedade resgatada (em verdade, ao longo dos anos sempre foi vez ou outra utilizado). Primeiramente com os fortes times de base criados por Cilinho na época dos Menudos do Morumbi, em meados dos anos 80, e principalmente no início dos anos 90, graças ao trabalho de Telê Santana e Muricy Ramalho, culminado com a conquista da Copa Conmebol de 1994, em que o São Paulo eliminou os times principais de Grêmio e Corinthians, e goleou na final o Peñarol do Uruguai (6 a 0), mesmo tendo atuado com um time de jovens das categorias de base, formado por Rogério Ceni, Juninho, Catê, Denilson e Caio, dentre outros guris.
Colaborou: José Luiz Braz
FONTE: Michael Serra / Arquivo Histórico do São Paulo Futebol Clube
Os jogadores da Seleção Paulista de futebol, antes da partida contra a Seleção Carioca, no Estádio do Pacaembu, válido pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro de Seleções de 1955.
O Estádio Cícero Pompeu de Toledo, mais conhecido como Estádio do Morumbi, é um estádio construído para receber partidas de futebol, sendo a sede oficial do time brasileiro de futebol São Paulo Futebol Clube, já tendo recebido a Seleção Brasileira em várias ocasiões.
O estádio foi projetado para acomodar 150 mil espectadores, mas, devido a diversas reformas e à instalação de camarotes, sua capacidade foi reduzida para 72.039.
O Morumbi é o 3º maior estádio do Brasil, sendo também o maior estádio do estado de São Paulo e o maior estádio particular do País. Localiza-se na Praça Roberto Gomes Pedrosa, n.º 1, em São Paulo.
Projetado pelo arquiteto João Batista Vilanova Artigas, é considerado um patrimônio arquitetônico representativo da Escola Paulista, tendo sido tombado em 2018 pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambientalda Cidade de São Paulo (Conpresp).
O Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, mais conhecido por Estádio do Pacaembu ou simplesmente Pacaembu, é um estádio desportivo localizado na praça Charles Miller, no final da avenida Pacaembu, no bairro do Pacaembu, na zona central da cidade de São Paulo (SP).
As obras começaram no dia 17 de setembro de 1938 e foi inaugurado no dia 27 de Abril de 1940, na goleada do Palestra Itália (atual Palmeiras) sobre o Coritiba/PR pelo placar de 6 a 2. Com capacidade para 70 mil espectadores e, na época, era considerado o mais moderno estádio da América do Sul.