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Estádio Doutor Hercílio Luz – 99 anos

por Fernando Alécio
Diretor de Memória e Cultura do C. N. Marcílio Dias

A casa do Clube Náutico Marcílio Dias foi inaugurada em 2 de outubro de 1921. O nome rende homenagem ao governador que sancionou a Lei 1.352/21, cedendo a área ao clube enquanto o Marcílio Dias existir. É o mais antigo estádio de futebol em uso no futebol profissional de Santa Catarina.

Vista aérea do Estádio Doutor Hercílio Luz. Foto: Flávio Roberto/CNMD
Vista aérea do Estádio Doutor Hercílio Luz. Foto: Flávio Roberto/CNMD

De acordo com o livro História do Clube Náutico Marcílio Dias — O Livro do Centenário, o terreno onde se localiza o estádio, situado no centro de Itajaí, era ocupado pelo Marcílio Dias desde 1919, sendo necessários pesados investimentos por parte do clube para transformar o local numa praça esportiva, uma vez que se tratava de terreno alagadiço.

“Estão bem adiantados os serviços de alinhamento do campo de Foot-Ball do C. N. Marcilio Dias sito à Avenida Sete de Setembro”, noticiou o jornal A União em julho de 1919. Em 1920, foram plantados 44 eucaliptos em torno do campo para drenar o solo pantanoso. Cada uma dessas árvores recebeu simbolicamente o nome de diretores e sócios marcilistas.

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Partiu dos deputados Carlos Moreira de Abreu e Abelardo Luz a proposição de um projeto de lei para que a área fosse cedida ao Marcílio Dias, tendo em vista as melhorias que o clube estava promovendo no local. A proposta foi aprovada pelo Congresso Representativo (atual Assembleia Legislativa) de Santa Catarina e transformada na Lei nº 1.352/21, sancionada pelo governador Hercílio Pedro da Luz em 10 de setembro de 1921.

Inauguração

Menos de um mês após a lei ser sancionada, foi inaugurada a “Praça de Desportos Dr. Hercílio Luz”. Durante o dia 2 de outubro de 1921, uma série de atividades marcaram a inauguração não só do campo de futebol, mas também de uma quadra de basquete e pista de atletismo. A quadra de tênis já havia sido inaugurada em maio daquele ano.

Foto aérea de Itajaí no final da década de 1920, onde se vê o campo rodeado de árvores. Acervo FGML
Foto aérea de Itajaí no final da década de 1920, onde se vê o campo rodeado de árvores. Acervo FGML

A festa começou pela manhã com o plantio de 23 árvores de cedro. Após belo discurso, Victor Konder (que seria Ministro da Viação e Obras Públicas entre 1926 e 1930 no governo de Washington Luís) declarou inaugurada a praça esportiva. No início da tarde, o público acompanhou com curiosidade a primeira partida de xadrez com figuras vivas realizada no Brasil.

Aspecto do estádio em 1938. Acervo FGML
Aspecto do estádio em 1938. Acervo FGML

Outra novidade foram as provas de atletismo. Pela primeira vez os itajaienses viram competições de lançamento de peso, salto em altura, corrida de barreiras, salto em distância, lançamento de disco, salto em altura com vara, corrida rasa de 400 metros, lançamento de dardo e corrida rasa de 100 metros. O evento de inauguração da praça esportiva ficou conhecido como Festa da Primavera.

Reformas e ampliações

Os esforços dos marcilistas na década de 1940 se concentraram na reforma do estádio. O terreno foi murado, o campo remodelado e construído um portal na entrada da Avenida Sete de Setembro. O futebol ficou três anos inativo, retornando após a reinauguração do gramado em 1949. Até o conde Giuseppe Martinelli, que ergueu o famoso Edifício Martinelli na cidade de São Paulo, contribuiu financeiramente com as obras ao passar por Itajaí em 1943.

Imagens das obras na década de 1940. Acervo FGML
Imagens das obras da reforma na década de 1940. Acervo FGML

Entre as décadas de 1960 e 1970, o Estádio Doutor Hercílio Luz chegou a ser considerado como um dos melhores estádios de Santa Catarina. Os alambrados começaram a ser construídos no dia 12 de novembro de 1959. Na ocasião estiveram presentes no ato da colocação do primeiro poste cerca de 200 pessoas, que comemoraram com fogos de artifício.

Arquibancada coberta em obras, provavelmente 1960. Acervo FGML
Arquibancada coberta em obras, provavelmente 1960. Acervo FGML

Ainda em 1959 foi iniciada a construção da arquibancada coberta, obra concluída por volta de 1961. Para financiar parte das obras, o clube vendeu em 1956 o terreno onde estavam as quadras de tênis, aos fundos do estádio, onde atualmente se encontra um edifício na Avenida Marcos Konder. A arquibancada recebeu o nome “Mascarenhas Passos”, numa justa homenagem ao primeiro presidente do clube.

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Outra imagem da arquibancada coberta ainda em construção. Acervo FGML

O primeiro jogo noturno no estádio ocorreu em 17 de junho de 1964, quando foi inaugurado o sistema de iluminação, com refletores dispostos em quatro torres. O jogo de inauguração dos refletores foi um amistoso vencido pelo Marcílio Dias contra o Coritiba, por 1 a 0, gol do atacante Aquiles.

Teste dos refletores, 1964. Acervo FGML
Teste dos refletores, 1964. Acervo FGML

Na década de 1970 percebeu-se a necessidade de ampliar a capacidade do estádio, motivando a construção da arquibancada descoberta, o popular “esquenta galho”, erguido entre 1979 e 1981. Finalmente, em 1990 foi construído o lance de arquibancada localizado atrás de um dos gols, dando ao Estádio Doutor Hercílio Luz o aspecto que conserva até os dias atuais.

Estádio Doutor Hercílio Luz na década de 1990. Acervo FGML
Estádio Doutor Hercílio Luz na década de 1990. Acervo FGML

Atualidade

Entre 2017 e 2020, o estádio passou por uma série de melhorias, como troca de gramado, reforço na iluminação, pintura, novos bancos de reserva, nova academia e novo departamento médico e de fisiologia, reforma dos vestiários e implantação de sistema de drenagem, instalação de placar eletrônico, entre outras obras de modernização.

Também foi reforçada a identidade do estádio como casa do Marcílio Dias, com a construção do escudo do clube em concreto e a realocação do busto do Imperial Marinheiro atrás do gol da Avenida Marcos Konder. De acordo com o Cadastro Nacional de Estádios de Futebol, publicado pela CBF em 2016, a capacidade atual do Estádio Doutor Hercílio Luz é de 6.010 pessoas.

FONTE

Artigo originalmente publicado em Clube Náutico Marcílio Dias – Diretoria de Memória e Cultura.

O Pery Ferroviário Esporte Clube completa neste dia 18 de setembro: 100 anos!!

O Pery Ferroviário Esporte Clube é uma agremiação do município de Mafra, que fica a 310 km da capital do estado de Santa Catarina. A localidade conta com uma população de 56.292 habitantes, segundo o IBGE/2019.

O “Leão da Fronteira” foi Fundado no Sábado, do dia 18 de Setembro de 1920, por funcionários da Viação Férrea, com o nome de Pery Sport Club. Essa nomenclatura perdurou até 1938, quando o nome foi alterado para “Pery Ferroviário Esporte Clube”, também conhecido como “Pery” ou “Pery Ferroviário” foi destaque até a década de 70. A sua Sede social está situada na Avenida Coronel José Severiano, nº 117, no Centro de Mafra (SC).

O Pery Ferroviário participou de 14 edições do Campeonato Catarinense da Primeira Divisão, alcançando o vice-campeonato em 1939. Sua torcida o batizou de Leão da Fronteira, já que Mafra localiza-se no norte catarinense, às margens do rio Negro e fazendo divisa com o Paraná.

Em 1936 o Pery Ferroviário ganhou a alcunha de Leão da Fronteira. O Pery atuava havia 17 anos, mas numa tarde qualquer de 1936, ao empatar em 5 gols contra o Rio Negrinho, é que a equipe de empregados da Viação Férrea caiu definitivamente no gosto dos fãs.

Sede atual do Peri Ferroviário

Até aos 25 minutos finais, o placar apontava 5 a 0 para os adversários. “O Pery Ferroviário sempre teve seus cobras e finos, como eram chamados os craques da época“, relembrou um emocionado Rivadávia Pereira, 66 anos, o Zagallo do Norte catarinense, que defendeu as cores verde e branco do time mafrense entre os anos 50 e 60.

Time posado de 1939

Setenta anos após sua fundação, entretanto, o Pery Ferroviário praticamente se resume às lembranças de ex-jogadores e dirigentes, além das poucas fotos e troféus (de um total de 300 taças) que teimam em permanecer no que restou da cede, no Centro da cidade de Mafra.

No auge, a agremiação tinha centenas de sócios (uma mensalidade vinha descontada no salário dos ferroviários de SC e do PR), um bom gramado e uma piscina de ponta. “Até a Vera Fischer nadou aqui“, ilustra Pereira, hoje um pacato senhor que se comove imensamente ao relembrar antiguidades do time que aprendeu a admirar ainda criança, quando seu irmão Silvio integrava o elenco do Pery Ferroviário, que levou este nome em homenagem ao índio estilizado pelo escritor José de Alencar.

Infraestrutura satisfatória à parte, o Pery Ferroviário não era um clube rico. “Ao final do jogo, não sobrava para nós nem as camisetas, que eram reutilizadas“, disse Melchíades Rosa, o Kid, 55 anos, que garante ter defendido o clube mafrense em todas as posições possíveis, exceto no gol.

Agora, pouco há: a piscina está desativada, sócios são escassos (aproximadamente 40 em 2000) e o estádio Ildefonso Mello é só um arremedo do que já simbolizou – arquibancadas desmontadas, casamatas quebradas, vestiários alagados e gramado esburacado.

Eventualmente, alguma promoção social é organizada por obra do seu presidente, Orlando Reis. Para piorar tudo, resume Reis, uma dívida trabalhista de R$ 30 mil, a ser paga em 6 anos, minguou as possibilidades de reerguer naturalmente o Pery Ferroviário.

Qualquer um que desejar investir no clube é bem-vindo“, arremata Reis, tentando levantar o Leão da Fronteira à base de colaboradores, a exemplo do que aconteceu na década de 20, quando 24 ferroviários, em suas horas de folga, derrubavam imbuías e guaviroveiras para dotar Mafra de um campo de futebol. Em 1937 as equipes do Operário, Pery FerroviárioAmérica e Rio Negro ambas de Mafra, Três Barras de Três Barras, Canoinhas de Canoinhas e Bandeirantes de São Bento do Sul fundam em Mafra a Liga Esportiva Catarinense (LEC).

Trajetória
1920 – O clube é fundado em Mafra, então um importante entroncamento ferroviário catarinense. Aos domingos, um grupo de funcionários da Viação Férrea começa a jogar num campo improvisado ao lado do galpão das locomotivas.

1925 – O time aplica 12 a 0 no Rio Negrinho.

1934 – Campeão da Taça Trabalho, ao derrotar o União, de União da Vitória (PR), por 3 a 1.

1936 – O clube é vice-campeão estadual. Em seguida, ao vencer o Grêmio, de Curitiba (PR), leva a Taça Alexandre Gutierrez.

1939 – O Pery sagra-se novamente vice-campeão de SC. Ganha o Torneio Festival da América, ao passar pelo América, de Joinville, por 4 a 2.

1940 – Ganha a Taça Pérola, ao vencer o Canoinhas, por 8 a 0, num jogo disputado em Mafra.

1957 – Campeão municipal invicto.

1969 – Campeão do Torneio Início da Liga Corupaense.

1970 – A partir desta data, com a lenta falência do sistema férreo, o Pery inicia sua queda.

2006 – Disputa o Campeonato Catarinense de Futebol Profissional da Divisão de Acesso, obtendo a 5ª colocação geral.

Colaborou: Cícero Urbanski

FONTES: Wikipédia – Google Maps – Correio de Corumbá – Clickriomafra.com.br

Esporte Clube Metropol – Criciúma (SC): escudos diferentes!

O Esporte Clube Metropol é uma agremiação da cidade de Criciúma (SC). A sua Sede fica situado na Praça Nereu Ramos, nº 114, no Centro de Criciúma. Já o Estádio Euvaldo Lodi (atualmente chamado: João Estevão de Souza), com capacidade para 5 mil pessoas, fica na Rua Manoel Machado, s/n (altura do nº 900), no Bairro Metropol, em Criciúma. A mascote: Carneiro. As cores, o clube nasceu alvirrubro, depois passou para aurinegro e por fim, alviverde.

O “Real Madrid Catarinense” foi Fundado na quinta-feira, do dia 15 de Novembro de 1945, com intuito de abafar uma greve de mineiros da Carbonífera Metropolitana.

Breve história

Administrado pelo grupo Freitas/Guglielmi, gradativamente o clube foi crescendo. Neste contexto, a Companhia Carbonífera Metropolitana elevou o Metropol à categoria de time profissional, em 1959. A partir de então, sob o comando do dirigente “DiteFreitas, passou a contratar jogadores profissionais para mesclar com os trabalhadores mineiros que atuavam na equipe.

Assim, chegou no seu auge na década de 60, contando com o invejável aporte financeiro da empresa, logo conquistou o tricampeonato estadual (1960 – 1961 e 1962). O Metropol foi chamado de “Real Madrid Catarinense” pela imprensa de Florianópolis, em alusão ao poderoso Real Madrid, da Espanha, um dos maiores times do mundo naqueles dias. Em 1962, o clube realizou uma vitoriosa excursão à Europa, em campanha de 13 vitórias, 6 empates e 4 derrotas.

No seu pináculo, foi campeão do Campeonato Catarinense da 1ª Divisão cinco vezes: 1960, 1961, 1962, 1967 e 1969. Também faturou os título da Taça Brasil – Zona Sul, de 1968 e no mesmo ano a Taça Brasil – Zona Sudoeste.

Em 1968, o Metropol participou de uma polêmica nacional. Enfrentava o Botafogo nas quartas de final da Taça Brasil, a principal competição nacional de clubes na ocasião. Perdeu por 6 a 1 no Rio de Janeiro. A volta foi disputada em Florianópolis, e o Metropol ganhou por 1 a 0.

No terceiro, o decisivo confronto,  houve empate em 1 a 1. Chovia muito no Rio de Janeiro. O jogo foi encerrado e a CBD mandou o Metropol retornar para Criciúma, até que nova data para o complemento do jogo fosse agendada.

A data realmente foi definida, mas o Metropol não teve tempo para viajar, pois fora avisado na véspera. Assim, o Botafogo foi considerado vencedor e posteriormente sagrou-se campeão.

Excursionou, marcando época com grandes craques e célebres confrontos no velho continente, o que valeu ao time criciumense uma condecoração especial da Confederação Brasileira de Desportos (atual CBF).

O Metropol sempre mandou seus jogos no antigo Estádio Euvaldo Lodi, denominado João Estevão de Souza desde 1976. Na era profissional, conforme o torcedor Divino Silva, disputou 466 jogos. Foram 265 vitórias, 113 empates e 88 derrotas.

Entre os grandes craques da história do clube, estão o goleiro Rubens, jogador que mais defendeu o Metropol, com 271 partidas; seguido pelo lateral Tenente, com 202 jogos; e pelo zagueiro Hamilton, que atuou 183 vezes. Idésio, o “Tanque“, foi o maior artilheiro, com 140 gols; seguido por Nilso, com 83.

Durante toda a sua atividade no futebol profissional, o Metropol era considerado por muitos como o grande clube da história esportiva de Santa Catarina. Em 1969, após a conquista do campeonato catarinense, o departamento de futebol profissional foi desativado.

Atualmente, o Metropol tem parte da sua estrutura sendo administrada pela Carbonífera Criciúma, passou a disputar apenas competições amadoras. Já o seu ginásio se encontra em estado de abandono.

Clube traça planos para retornar aos gramados em 2021

A Fundação Municipal de Esportes (FME) de Criciúma está fazendo parte do reinício dos trabalhos do Esporte Clube Metropol. Com o apoio do órgão municipal, a agremiação iniciou os trabalhos de categorias de base na quarta-feira, dia 26 de fevereiro de 2020, no Estádio João Estevão de Souza.

Desde 2019, quando iniciou a preparação para o retorno do Metropol, a FME dá suporte e estreita a parceria com o clube, a fim de auxiliar na formação de atletas. Uma das ações foi auxiliar diretamente na estruturação das escolinhas. “Desde que fomos procurados, nos colocamos à disposição para auxiliar da forma em que fosse possível neste trabalho de reestruturação. Conhecemos a grandiosa história do Metropol e estamos felizes em estarmos fazendo parte dela”, frisou o gestor do esporte criciumense, Nícola Martins.

O atual presidente, José Carlos China Vieira, ressaltou a importância do retorno das atividades com a base. “Hoje foi um dia histórico para todos nós, pois reiniciamos os trabalhos no clube após mais de 30 anos. O Metropol reabre suas portas com um projeto social muito grande, a médio e longo prazo”, afirmou.

O presidente do clube destacou ainda que, apesar do principal objetivo ser trabalhar com garotos da base, e o retorno deverá acontecer em 2021, quando pretende disputar o Campeonato Catarinense da Série C.

Tenho dito que sonhar grande ou primeiro dá o mesmo trabalho. Por isso, vamos continuar trabalhando e buscando apoio, para que a marca Metropol possa repetir os feitos do passado”, revelou.

FONTES: Engeplus (Fabrício Júnior) – Federação Catarinense de Futebol: “Campeões e Vice-campeões do Futebol Catarinense” – “A Generosidade do Campeonato catarinense de Futebol: o Estadual mais Equilibrado do País”, de Douglas Tajes Jr. – “Esporte Clube Metropol Prepara Retorno”, de SATC educação e tecnologia – Divino Silva

Colaboração: Rodrigo Oliveira – Cícero Urbanski

FOTOS: Página no Facebook “História do E.C. Metropol” – livro “85 de Bola Rolando”, de Maury BorgesFabrício Júnior (Engeplus)

Desenho dos escudos, uniformes e mascote: Sérgio Mello

Esporte Clube Cerâmica Henrique Lage – Imbituba (SC): Fundado em 1948

O Esporte Clube Cerâmica Henrique Lage foi uma agremiação do município de Henrique Lage (atualmente chamado de Imbituba), situado no litoral sul do estado de Santa Catarina.

A localidade, que fica a 90 km da capital, em outubro de 1949, a Assembléia Legislativa do Estado mudou o nome “Imbituba” para “Henrique Lage“, sendo que em 6 de outubro de 1959, através de Projeto de Lei de autoria do então Deputado Ruy Hülse, que transformou-se na Lei nº 446/59, “Henrique Lage” passou a denominar-se novamente “Imbituba“.

Ganhou status de município no sábado, do dia 21 de Junho de 1958, pela Lei Estadual nº 348/58, ocorreu a segunda emancipação de Imbituba, então denominada Henrique Lage. O município foi instalado em 5 de agosto de 1958, tendo como Prefeito Provisório o sr. Walter Amadei Silva.


Portão de entrada do Estádio Dr.João Rimsa, localizado no Distrito de Vila Nova – Imbituba – SC

Breve História

Fundado na sexta-feira, do dia 27 de Agosto de 1948, pelo engenheiro João Rimsa, diretor gerente da fábrica Cerâmica Henrique Lage. As suas cores eram vermelha e branca.

A sua Sede e o Estádio João Rimsa – que foi inaugurado no domingo, do dia 18 de maio de 1952 – ficavam localizados no Bairro Vila Nova, e tinha um túnel que ligava o vestiário ao gramado. Atualmente o local pertence ao Vila Nova Atlético Clube, uma agremiação amadora do município.

O Cerâmica Henrique Lage disputava as fases regionais da Liga Lagunense de Futebol e da Liga Tubaronense de Desportos (atual: Liga Tubaronense de Futebol), que davam vagas ao Campeonato Catarinense da Primeira Divisão. Lembrando que as ligas municipais eram subordinadas pela Federação Catarinense de Futebol (FCF). A grande rivalidade girava entre Cerâmica Henrique Lage com o Imbituba Atlético Clube.

Mas o time, na década de 50, obteve alguns resultados impressivos, como o empate em 3 a 3 com o Avaí (vice-campeão Estadual daquele ano), no sábado, do dia 23 de junho de 1951.

Depois a sonora goleada imposta ao Hercílio Luz Futebol Clube, de Tubarão, no domingo, do dia 28 de Dezembro de 1952, pelo placar de 6 a 0. Entre os craques, se destacavam Tonico, João, Lauro Avelar, Lando, Gaya, Itamar, Lanterna, Evandro, entre outros.

Torneio Início de 1952

Em junho de 1952, o Cerâmica Henrique Lage se sagrou campeão do Torneio Início, organizado pela Liga Tubaronense de Desportos (LTD), realizado no seu Estádio João Rimsa, no distrito de Vila Nova, em Imbituba.

O Cerâmica Henrique Lage jogou pela 1ª vez na capital catarinense, na noite de quinta-feira, do dia 25 de Março de 1954. O amistoso estadual, terminou com vitória para Bocaiúva Esporte Clube pelo placar de 3 a 1, no Estádio Adolfo Konder, na Praia de Fora, em Florianópolis (SC), na Rua Bocaiúva, s/n, no bairro Praia de Fora.

Após um bom primeiro tempo, quando foi para o vestiário com um empate em um gol, na etapa final, o Cerâmica não resistiu e acabou derrotado. Apesar do revés, no geral, a equipe alvirrubra fez uma boa apresentação.   

 BOCAIÚVA E.C. (SC) 3  X  1 CERÂMICA HENRIQUE LAGE (SC)
LOCALEstádio Adolfo Konder, na Praia de Fora, em Florianópolis (SC)
CARÁTERAmistoso Estadual
DATAQuinta-feira, do dia 25 de Março de 1954
HORÁRIO21 horas e 40 minutos
RENDANão divulgado (Bom público)
ÁRBITROGerson Demaria (FCF)
BOCAIÚVATatú; Walter e Aldo; Romeu, Jair I e Adão; Carriço, Oscar, Jair II (Rodrigues), Crina e Zacky (Jair II). Técnico: Paraná
CERÂMICATonico; Paulo (Rubens) e Luiz; Chico, Percy e Adir; Olavo (Rosalvo), Itamar, Branco, Mauro e Suíço (Nivaldo).
GOLSOscar aos 21 minutos (Bocaiúva); Olavo aos 36 minutos (Cerâmica), no 1º Tempo; Oscar aos 21 minutos (Bocaiúva); Crina aos 42 minutos (Bocaiúva), no 2º Tempo.
PRELIMINARNos Aspirantes, o Bocaiúva venceu o time misto do Guarani por 3 a 2.

Após esse confronto, o Cerâmica Henrique Lage engatou mais cinco confrontos contra os times da capital e fez bonito! Na tarde de domingo, do dia 23 de Maio de 1954, goleou o Paula Ramos, do técnico Barão por 3 a 0.

Empatou em 2 a 2 com o Atlético. Depois voltou a enfrentar o Atlético e acabou derrotado por 2 a 1. Os dois últimos jogos foram marcantes. Após o golear o Atlético por 5 a 1, o Avaí realizou dois amistosos diante do Cerâmica.

Na noite de terça-feira, 07 de dezembro de 1954, no Estádio João Rimsa, no Bairro Vila Nova, em Imbituba, o Cerâmica Henrique Lage bateu o Avaí por 2 a 1.

A revanche aconteceu 48 horas depois, na noite de quinta-feira, 09 de dezembro de 1954, no Estádio Adolfo Konder, na Praia de Fora, em Florianópolis. E, novamente, o Cerâmica Henrique Lage voltou a vencer o Avaí e pelo mesmo placar: 2 a 1.

Os gols saíram na etapa complementar. Branco abriu o placar aos oito; Rodrigues empatou aos 12 para o azurra; e, novamente, Branco marcou o tento da vitória nos últimos minutos de jogo para o time imbitubense.  

 AVAÍ F.C. (SC) 1  X  2 CERÂMICA HENRIQUE LAGE (SC)
LOCALEstádio Adolfo Konder, na Praia de Fora, em Florianópolis (SC)
CARÁTERAmistoso Estadual
DATAQuinta-feira, do dia 09 de Dezembro de 1954
RENDANão divulgado (Bom público)
ÁRBITROJoão Sebastião da Silva (FCF)
AVAÍTatú; Waldir e Danda; Fausto, Manara e Jaci; Fernando, Wallace (Moraci), Bolão, Rodrigues e Jacó.
CERÂMICAJoão; Paulo e Paulo Sá; Adir, Adão e Léo; Neri, Itamar, Branco, Nascimento e Olavo.
GOLSBranco aos oito minutos (Cerâmica); Rodrigues aos 12 minutos (Avaí); Branco aos 43 minutos (Cerâmica), no 2º Tempo.
PRELIMINARBangu (campeão amador de 1954) 2 x 3 Figueirense (aspirantes, reforçado de cinco titulares do time principal).

Assim, o Cerâmica Henrique Lage saiu desses confrontos com os times da capital com vantagem. Foram seis jogos, com três vitórias, um empate e duas derrotas; marcando 11 gols, sofrendo nove e um saldo positivo de dois.

FONTES: Município de Imbituba/SC – Página no Facebook “Memórias de Imbituba” – O Estado de Florianópolis (SC)

FOTOS: Acervo de João Batista Inácio

ESCUDO E UNIFORME REDESENHADO: Sérgio Mello

PESQUISAS: Sérgio Mello e Cícero Urbanski

Postal Telegráfico Futebol Clube – Florianópolis (SC): Fundado em 1939

O Postal Telegráfico Futebol Clube foi uma agremiação da cidade de Florianópolis (SC). O “Colorado dos Correios” ou “Rubro-anil” foi Fundado na sexta-feira, do dia 23 de Junho de 1939, por funcionários do Departamento Regional dos Correios e Telégrafos

Na quinta-feira, do dia 19 de Julho de 1951, a Federação Catarinense de Futebol (FCF), concedeu a filiação do “Rubro-anil“. No mesmo ano, conquistou o título do Campeonato Amadorista da cidade de Florianópolis.

Cinco anos depois, voltou a ser campeão, em 1956. Aliás, nesse ano, o clube fez história. No domingo, do dia 09 de Dezembro  de 1956, o Postal Telegráfico aplicou a sua maior goleada, ao bater o Ipiranga do Saco dos Limões, pelo impressionante placar de 13 a 1, válido pelo Campeonato Amadorista da capital.

O clube foi um dos fundadores da Federação Catarinense de Futsal (FCF), no domingo, do dia 25 de Agosto  de 1957. Os demais fundadores: Doze de Agosto, Bocaiúva Esporte Clube, Atlética Barriga Verde, Associação dos Torcedores do Clube de Regatas Flamengo e Clube Universitário Catarinense.

Colorado dos Correios” ainda faturou o Tetracampeonato da capital nos anos de 1959, 1960, 1961 e 1962. Chegando ao total de seis canecos citadinos!

Após dominar o futebol amador da capital, o Postal Telegráfico buscou dar um passo mais ousado e decidiu se profissionalizar e ingressou no Campeonato Citadino de 1963.

E, logo na 1ª temporada, o “Colorado dos Correios” fez uma belíssima campanha terminando na 3ª colocação, só atrás do Avaí e Figueirense. No returno, empatou com o Avaí (1 a 1) e venceu o Figueirense (2 a 1). O Postal Telegráfico ainda participou do Campeonato Catarinense em 1964 e 1965.


FONTES: Adalberto Klüser – Osny Meira – Jornal O Estado de Florianópolis – Site da Federação Catarinense de Futsal – Acervo de Cesar Garcia