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Amistoso Internacional de 1961: Grêmio x Real Madrid

Esquadrão do Real Madrid 1961, liderado pelo craque Puskas.

Amanhã, dia 16/12/2017, Grêmio e Real Madrid disputam a final do Campeonato Mundial de Clubes da FIFA.

Entretanto, em 1961, as duas equipes se enfrentaram em amistoso, na cidade de Estrasburgo, na França.

Na verdade o jogo amistoso não fora planejado, a equipe da Espanha iria duelar com o clube francês Sedan, que não pode participar da partida, sendo substituído pelo clube gaúcho que, apesar de não possuir uma seleção como a do Real, tinha no seu elenco um dos melhores jogadores do Brasil na época, Gessy.

O jogo começou com um gol de Del Sol para o Real logo no primeiro minuto de partida, aos 24 Cardoso empatou para os gremistas. Até ai tudo bem se Puskas, jogador do chute de canhão, não tivesse encaçapado duas aos 36 e 43 minutos de partida.

Na segunda etapa Mateos fez o quarto do Real Madri, aos 40 minutos, e encerrou o amistoso internacional.

REAL MADRID 4 X 1 GRÊMIO


Data: 24/05/1961

Local: Stade de La Meinau/Estraburgo França

Gols: Del Sol, Puskas (2) e Mateos (RM): João Cardoso (Gre)

Real Madrid: Vicente; Marquitos, Santamaria, Casado e Vidal; Pachin e Herrera; Del Sol, Di Stefano, Puskas e Gento. Tec. Miguel Muñoz

Grêmio: Henrique; Atenin, Airton, Ortunho e Enio; Elton e João Cardoso; Gessi, Marino, Milton e Vieira. Tec. Frazão de Lima

 

 

 FONTE: Fichas de Jogos do Grêmio e imagem de The Wild Bunch 22

Taça Brasil 1981: Grêmio x Brasília-DF

Em 1981, um resultado inacreditável derrubou as apostas da loteria esportiva no Brasil inteiro.

A zebra foi tão impressionante que deve ter surpreendido até a zebrinha do Fantástico, que anunciava os 13 resultados da loteria esportiva no programa Global, entre os anos 70 e 80.

Esse é o tipo do jogo que nem o próprio torcedor do Brasília teria coragem de apostar em uma vitória do colorado candango.

Para entender melhor essa zebra que entrou pra história, devemos compreender a situação das duas equipes naquele grupo B da Taça de Ouro da Copa Brasil – equivalente a uma das fases do Brasileirão de 1981.

Parecia que o Grêmio venceria com enorme facilidade, pois fazia 14 jogos que o tricolor, atual campeão gaúcho, não perdia no Olímpico.

O Brasília, que tinha no uniforme as cores do rival gremista, chegou com uma campanha ruim e sem nenhuma expressão nacional, tendo apenas seis anos de existência. Além disso não tinha campo para treinar, os salários eram baixos e a infra-estrutura da equipe era precária.

Logo aos 40 segundos de partida, Tarcísio abriu o placar para os gaúchos.

E devido ao domínio dos gremistas ninguém imaginava nada diferente de uma goleada dos gaúchos.

A classificação gremista estava praticamente garantida, enquanto para o Brasília isso só aconteceria se a equipe do planalto central vencesse o Grêmio e o Goiás.

Nem a própria torcida esperava isso, depois das várias derrotas na competição e do fato do time chegar desfalcado para o confronto em Porto Alegre.

Mesmo assim, com tudo e todos contra, em 3 minutos os atletas do Brasília fizeram um estrago inimaginnavel.

No despretensioso chutão de Aluísio, aos 23, que surpreendeu Leão, começou o pesadelo gremista.

Aos 25 Vander concretizou a virada absurda até então.

O Grêmio ainda empatou o jogo aos 39, com um gol irregular de Dirceu, completamente impedido.

Para os que acharam que a camisa do Grêmio pesaria na decisão do juiz, a atitude precisa do árbitro Iolandro Rodrigues ao anular o gol, foi o justo e derradeiro ponto final desse surpreende episódio do futebol brasileiro.

Essa vitória por 2×1 foi o maior feito da história do Brasília E. C. que quatro dias depois perdeu de 1×0 para o Goiás e foi eliminado do Brasileirão daquele ano.

Essa vitória totalmente fora de órbita não atrapalhou o Grêmio, que seguiu em frente e foi campeão nacional de 1981.

A proporção daquele episódio pode ser melhor compreendida quando se vê as matérias do Correio Brasiliense sobre a partida.

O Brasília com o passar dos anos caiu no ostracismo e mergulhou numa crise administrativa, que nem o fato de ter se tornado o clube-empresa privado do Brasil, conseguiu amenizar.

Maus resultados, prejuízos e dívidas levaram o time a interromper as atividades profissionais em 2005.

Um ano depois o time ressurgiu das cinzas e com seis anos de luta saiu da terceira divisão do DF para a primeira divisão, sendo premiado com o vice campeonato estadual de 2009 e uma participação na série D do Campeonato Brasileiro e na Copa do Brasil.

A vitória que não valeu muita coisa para o Brasília no campeonato daquele ano, tornou-se inesquecível para sua torcida e para todos aqueles que marcaram coluna um naquele fatídico jogo da loteria esportiva.

GRÊMIO 1 x 2 BRASÍLIA 
Grêmio: Leão, Dirceu, De Leon, Vantuir, Uchôa; China, Renato Sá (Vilson Tadei), Paulo Isidoro; Baltazar (Heber), Odair e Tarciso. Técnico: Ênio Andrade.
Brasília: Deo, Luisinho, Foca, Mario, Zé Mario (Ricardo); Alencar, Marco Antônio, Vander; Afonso, Aluísio (Paulinho) e Willian. Técnico: Alaor Capela.
Gols: Tarcísio aos 40 segundos (Grêmio); Aluísio aos 23 (Grêmio) e Vander aos 25 (Brasília) 2º tempo 
Cartões amarelos: Deo (Brasília).
Estádio: Olímpico de Porto Alegre (RS).
Data: 15 de fevereiro de 1981.
Árbitro: Iolando Rodrigues (SC)

Fontes: “Quando a zebra entra em campo” e  globoesporte.com