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Torneio Quadrangular de Natal 1964

Participantes

ABC, Alecrim e Globo de Natal

Portuguesa do Rio de Janeiro

Tabela

21ABRIL1964

ABC        1 x 1 ALECRIM

GLOBO     ?   PORTUGUESA-RJ *

23ABRIL1964

GLOBO   2X4  ALECRIM

ABC        2X2  PORTUGUESA-RJ

26ABRIL1964

ABC      1x 0 GLOBO

ALECRIM    1×1       PORTUGUESA-RJ

Jogo extra:

28/04/64
ABC 2X1 PORTUGUESA-RJ

ABC FC venceu o torneio

 

* Não tem registro na imprensa do resultado do jogo entre globo e portuguesa, que deve ter sido vencido pela lusa em função do jogo extra ocorrido na decisão do torneio

A História do primeiro jogo internacional de futebol no RN

Por  Rostand Medeiros

Em uma tranquila tarde de uma quinta feira, dia 27 de agosto de 1931, a capital potiguar, que na época era uma cidade que  possuía 40.000 habitantes, seguia a vida sem maiores novidades.

A monotonia foi quebrada pelo surgimento de um navio de guerra, na cor cinza, que se prostrou diante da barra do Rio Potengi. Este era o cruzador “H.M.S. Dauntless” que realizava a sua primeira visita ao Brasil e a capital potiguar havia sido escolhida como sua primeira parada em terras tupiniquins.

A chegada deste poderoso navio parou a cidade. Segundo informações dos tripulantes
ingleses, ao longo da margem do Rio Potengi se debruçavam mais de 5.000 natalenses, observando extasiados, no final da tarde, aquele barco de 144 metros de comprimento, que entrava vagarosamente no rio, ostentando a bandeira inglesa na sua proa. O “Dauntless” era comandado pelo oficial da Marinha de Sua Majestade John Guy Potheroe Vivian, mais conhecido como capitão J. G. P. Vivian, um veterano comandante naval, calvo, com 44 anos, alto e extremamente educado.

Este foi recebido no cais pelo Vice Cônsul inglês em Natal, o Sr. Eric Gordon, que apresentou o capitão do “Dauntless” ao então comandante do Regimento Policial Militar, o tenente coronel Sandoval Cavalcanti de Albuquerque, que representava Herculino Cascardo, o então Interventor Federal. Cascardo era um oficial da Marinha do Brasil, com apenas 31 anos de idade, que governava o Rio Grande do Norte desde julho daquele ano por indicação de Getúlio Vargas, seguindo a ordem vigente com a deflagração da Revolução de outubro de 1930.

A chegada do cruzador foi noticiada pelos jornais da época como sendo “Uma tranquila visita de cortesia de 400 oficiais e marinheiros da marinha de Sua Majestade”.

Para os ingleses o local que visitavam era conhecido como “Port Natal”. Eles acharam os edifícios da cidade bem construídos e bastante modernos, mas as ruas eram muito
ruins. Realmente nesta época Natal tinha poucas ruas calçadas e como elesestavam chegando ao final de agosto, de um ano de chuvas regulares no litoral, as nossas artérias deveriam estar em péssimo estado de conservação.  Os marujos estrangeiros se espantaram com a grande quantidade de pessoas que frequentavam o porto para ver os hábitos e a rotina dos membros do “Dauntless”.

No sábado,dia 29 de agosto, entre as duas e às seis da tarde os tripulantes abriram seu cruzador a visitação e mais de 5.500 natalenses estiveram a bordo do “Dauntless”. O estranho para os marujos foi mostrar o que havia no navio apenas por meio de gesticulações. Nesta noite os ingleses colocaram sua banda para tocar no convés e uma multidão foi atraída pela música, passeando pelo cais do porto e aplaudindo entusiasticamente a seleção musical apresentada.

Não faltaram nesta visita recepções que movimentaram a capital potiguar, com um baile a bordo do cruzador e outras festividades. Entre estas foi organizada uma festa
m honra a visita dos ingleses no Aero Clube, considerado pelos visitantes como o principal local de encontro da sociedade de Natal.

Logo os tripulantes do cruzador souberam que havia poucos cidadãos da terra de Sua
Majestade na cidade e que a maioria destes trabalhava junto a empresas que exportavam algodão, a nossa principal matéria prima. Mas havia um comércio que chamou a atenção dos marujos estrangeiros; o de peles de cobra e de lagarto para a fabricação de calçados femininos.  Os homens do “Dauntless” acharam que a população natalense mantinha um padrão de vida muito baixo. Entretanto consideraram a cidade muito calma, onde e as pessoas ficavam na rua no máximo até as dez e meia da noite e depois tudo era silêncio. Mas em compensação a cerveja era de boa qualidade, muito barata e abundante.

Outro dado interessante desta visita foi que os marujos ingleses informaram que não existiam cabarés na cidade em 1931. Se a afirmação era correta, ocorreriam  muitas mudanças em pouco mais de dez anos, quando Natal receberia milhares de militares americanos e iria conhecer  Maria Alves Barros, a famosa Maria Boa.

Mas se não havia cabarés, havia futebol e logo os ingleses se animaram para jogar.

 

Em pouco tempo foi organizado para o domingo, dia 30, um jogo entre os membros do time do “Dauntless” com os jogadores do América Futebol Clube, campeão estadual do ano anterior e considerado a melhor equipe potiguar naquela época.

Logo a edição matutina do jornal “A Republica” do dia 30 de setembro de 1931, anunciava o sensacional “Match” que ocorreria naquela tarde. O jornal informava que a cidade se encontrava em grande euforia com aquele jogo. E não era para menos, pois iria se realizar o primeiro embate entre uma equipe de futebol potiguar e um time de outra nação.

O confronto  seria realizado no Estádio Juvenal Lamartine, ou campo do Tirol, também conhecido como campo da Liga de Desportos Terrestres. Um detalhe interessante é que nenhum momento, as reportagens sobre o jogo indicam o nome do campo como “Stadium Juvenal Lamartine”, batizado em honra a este conhecido governador potiguar. A razão foi a deposição de Juvenal em 5 de novembro de 1930, como parte do processo revolucionário desencadeado em outubro do ano anterior.

Estaria presente ao espetáculo o Dr. Gentil Ferreira de Souza, então delegado da  Confederação Brasileira de Desportos, a extinta CBD (atual CBF) e futuro prefeito de Natal. Gentil Ferreira havia sido nomeado para este cargo por Renato Pacheco, presidente da CBD na época, conforme nota publicada na primeira página da “A Republica”, edição de 2 de julho de 1931.

Haveria uma preliminar, que começaria as escaldantes duas da tarde, onde Aparício Martins estaria na arbitragem entre o time do Força e Luz S. C. e um clube que possuía o estranho nome de “Morte F.C.”. Mas o que ninguém queria perder era o jogo entre o campeão local e aquele que foi propagado pelos jornais como o “melhor time de toda a armada britânica”.

Através de informações fornecidas pelos ingleses, no cruzador “Dauntless” a prática esportiva era tão incentivada, que ele mais parecia um ginásio olímpico flutuante do que uma arma de guerra naval. Os dados apontam que além do futebol, a bordo havia equipes de críquete, rúgbi, polo aquático e hóquei sobre a grama.

O time de futebol do barco de guerra da Royal Navy (Marinha Real) utilizava uma combinação um tanto estranha para seu uniforme; camisa azul escura e calção  kaki. O calção chamou a atenção de todos na cidade, pois possuía a mesmacoloração utilizada pela força policial na época. Mas independente do que vestiam, os marujos deveriam se sentir extremamente superiores no trato com a bola.

Segundo dados fornecidos pelos próprios ingleses, O “Dauntless” pertencia nesta época a Divisão de Cruzadores do Atlântico e eles afirmavam serem os campões de futebol deste setor da marinha inglesa. Aquele era o terceiro cruzeiro do navio pelos mares Atlânticos e, até aquela data, haviam realizado 23 paradas em diversos portos da América do Norte e Central, onde realizaram 37 jogos de futebol. Destes haviam vencido 22 partidas, tiveram 8 empates e sofreram 7 derrotas. A equipe do cruzador havia marcado incríveis 116 gols e sofrido apenas 29 tentos dos adversários.

Como havia uma rivalidade muito grande entre as tripulações dos navios da marinha de Sua Majestade, para os homens do “Dauntless” a vitória mais importante, pelo placar de 2 a 1, foi contra a equipe do cruzador inglês “H. M. S. Dheli”, em um embate
ocorrido durante uma parada em Nova York, Estados Unidos.

Nesta época a Marinha da Inglaterra era a maior do mundo em número de navios de guerra, com diversas frotas atuando em todos os oceanos do planeta e o futebol era extremamente incentivado entre seu pessoal.

Para organizar campeonatos entre as várias frotas, só com uma entidade própria, no caso uma associação. A Royal Navy Football Association havia sido criada em fevereiro de 1904 e tinha a sua sede na base naval de Portsmouth, uma das maiores daquela marinha. Não é difícil de imaginar que naquela época, esta entidade futebolística era maior e tinha uma atuação muito mais ampla que a própria FIFA.

Mas agora os marujos da terra de Sua Majestade se batiam pela primeira vez com sul-americanos, representados pelos brasileiros do América de Natal.  O jogo foi marcado para as três e meia da tarde, com dois tempos de 45 minutos e o apito ficou a cargo do Dr. Aníbal Azevedo. Estariam presentes na tribuna de honra do campo o Interventor Cascardo, o capitão Vivian, o Cônsul Gordon e outras autoridades.

Jack Romaguera, diretor da Companhia Força e Luz, responsável pelos transportes urbanos na capital potiguar, mandou aumentar o número de bondes e ônibus paratrazer a maior quantidade de torcedores para apoiarem a equipe do América. Os preços dos ingressos para assistir o espetáculo seriam de 3.000 réis a arquibancada. As senhoras, crianças e o pessoal da “geral”, pagariam 1.000 réis e quem fosse de carro, era cobrado o valor de 2.000 réis por pessoa. Aqui acredito que ainda não havia um muro lateral no campo e o pessoal mais abonado da cidade assistia o jogo de seus veículos.

Seria entregue ao vencedor uma taça denominada “Eric Gordon”, em honra ao Vice Cônsul inglês, o grande incentivador da realização do jogo.

O comentário nos jornais foi que a taça havia sido adquirida pelo próprio Gordon, sendo definida como uma bela e caríssima peça de decoração de sua residência em Petrópolis, mas diante de tão importante acontecimento ele decidiu ceder o objeto para o campeão da peleja desportiva. O belo troféu havia sido comprado em uma visita recente que Gordon havia feito a Amsterdam, na Holanda e era considerada pelos jornalistas locais como “Uma beleza em bronze, confeccionada de maneira nobre”.

Apesar de todo o característico cavalheirismo inglês, a fanfarronice deles estava a toda e tinham a certeza da vitória. O time do cruzador “Dauntless” entraria com o artilheiro naval Blake como “goalkeeper” (goleiro), o timoneiro Kelleway e o sinaleiro Barrington eram os “backs” (beques). Já ao telegrafista Pay não era apontada a sua posição no campo, mas comentavam ser competente no que fazia. O marinheiro Cartland era um bom “center half” (centro de meia), já o baixinho Castlelman era tido como “ligeiro” e havia o ponta Giblin, que no navio exercia a função de cozinheiro. O artilheiro naval Hillier era considerado muito bom driblador, ótimo cobrador de escanteios e era uma espécie de líder do time. Já o mecânico naval Robson e o marujo Hall eram os armadores. O marujo Lynch era um bom driblador sendo considerado o craque da equipe inglesa. Já a função de técnico estava a cargo do tenente A. B. R. Sands.

Já o América Futebol Clube era um time ainda considerado amador, que se reunia de forma voluntária para jogar pelo amor ao desporto e a camisa. Na época, através dos jornais locais, os jogadores eram “convidados” a comparecerem aos treinos e aos jogos. O jornal não fala em nenhum momento que seriam ofertados prêmios em dinheiro para os jogadores do América.

A escalação do time para o importante jogo era composta dos “Players” Milton (goleiro),Everardo de Barros Vasconcelos, Hemetério e Canuto (beques), Jeremias Pinheiro Junior, João Teixeira de Carvalho e Reynaldo Praça (linha média), Glicério,Neném, Baltazar e Acióli (atacantes). Não foi divulgada aqueles que ficaram na “grade”, como era conhecido aqui em Natal, o pessoal que estavam no banco de reservas.

Lendo os jornais do período percebemos que a imprensa natalense, proporcionalmente nãodava maiores detalhes sobre a equipe alvirrubra, ou sobre a sua preparação, o espirito reinante no grupo e nem abordava maiores informações sobre os jogadores.

Certamente que os ingleses eram uma força respeitável, merecia destaque como visitantes e os nossos jornais pareciam não acreditar no time vermelho. Além disso, havia o caso do último jogo do campeonato brasileiro de seleções quando o time potiguar perdeu feio para a seleção cearense. O  campo, ou “Field”, do Tirol lotou. Mas antes teve a preliminar e o time da “Morte FC” venceu o Força e Luz S.C por  3 tentos a 2, com os gols da equipe vencedora sendo marcados por Montenegro (2) e Toseli (1), em meio a muita correria. É informado que a equipe com uma denominação que evoca tanta negatividade tinha um uniforme totalmente preto. Foi ofertado ao time vencedor a taça “Jack Roamguera”, entregue pelo próprio diretor da Companhia Força e Luz, teoricamente “dono” do time perdedor. Mas não é comentada a sua opinião sobre a derrota.

Às três e meia da tarde entraram no campo os atletas do América e do “Dauntless” e foram intensamente aplaudidos pela enorme assistência. Não encontrei indicações que a torcida abecedista se reuniu para torcer pelo “Team” do navio de guerra inglês.

No centro do campo a moeda foi jogada para o alto pelo juiz Aníbal Azevedo e coube ao representante do time americano escolher a “Barra de baixo” como o lado onde a equipe alvirrubra potiguar iniciaria a disputa. Com menos de dez minutos ocorre uma situação extremamente positiva. Após o segundo ataque realizado pela equipe potiguar, Acióli marca o primeiro gol rubro.  Aparentemente os marinheiros ingleses sentem a pancada, mas não desistem, bem como o time americano. Logo Hemetério sai lá da defesa rubra e obriga o goleiro Blake a realizar uma boa defesa.

Depois Jeremias Pinheiro Junior, conhecido como Pinheirão, rouba a bola de  Robson, mecânico naval e armador do time estrangeiro, passa para Neném, que toca rasteiro para Glicério, que em um bom arremate marca o segundo gol para a equipe potiguar, que ocasiona verdadeiro delírio da torcida presente. Com este novo tento, a imprensa informa que os ingleses vieram para cima com força total em dois ataques. No primeiro Canuto salva o América de levar um gol e Hillier chuta forte para fora.

O time estrangeiro domina a partida, mas o América reage. Analisando o material descritivo do jogo, esta fase foi um dos momentos mais dinâmicos de todo o embate. Hillier chuta duas vezes para fora, mas em um ataque inglês, Acióli marca uma penalidade máxima. Tensão nas arquibancadas enquanto o juiz Aníbal apita para o jogador inglês correr para pelota e bater contra o gol de Milton.  Em uma atitude atualmente impensada, em um verdadeiro gesto de cavalheirismo, o batedor inglês dispara a bola propositadamente para longe da meta americana. Ele é muito aplaudido pelo gesto.

Logo o juiz assinalou o fim do primeiro tempo. A segunda fase do espetáculo começou com os ingleses vindo para cima com toda a força. O América responde com um escanteio, que foi desperdiçado por Teixeira. Os ingleses voltam para as imediações da grande área americana e, numa furada de Canuto, Lynch chuta forte e marca o primeiro gol dos marujos do “Dauntless”. Aquele gol acorda a equipe rubra que parte a toda para o ataque, perigosamente adentrando o campo adversário pelo lado direito. Baltazar escapa e centra “por fora” e Hemetério marca o terceiro gol americano.

Podemos compreender que houve mudanças no ataque do time potiguar e estes acuaram os ingleses. Entretanto, em nenhuma página dos jornais pesquisados, foi encontrada alguma referência se a equipe americana possuía uma pessoa desempenhando a função de técnico. Nova saída e, apesar de uma reação inglesa, o time potiguar não se deixa envolver e continua atacando e realizando boas investidas com Neném, Hemetério e Glicério.

Mas então Cartland, em uma rápida descida, faz um ótimo passe a Hillier, que entrega a Lynch, que dribla Canuto e passa a Robson, que marca o segundo gol inglês. A partida pega fogo. Os ingleses com a esdrúxula combinação de azul escuro e kaki correm bastante para marcar o gol de empate. Mas a defesa rubra, principalmente com Canuto, Teixeira e Pinheirão seguram o esforço inglês de marcar um gol contra a trave do time potiguar.

Com a segurança atrás, o ataque americano parte em contra ataque, obrigando Blake a realizar difícil defesa. Mas a sua meta seria novamente atacada, desta vez por Acióli, que dispara para o gol adversário. Quando o defensor inglês tenta interceptar, acaba provocando um gol contra. Era o quarto tento americano. A torcida local delira diante do marcador. Ocorre o quarto reinício de partida por parte dos jogadores do “Dauntless” e o jogo não para. Os ingleses investem pela direita, onde Reynaldo Praça evita um gol de Hills.

O time Rubro continua buscando o ataque e ocorre uma penalidade máxima a favor do time americano. Neném, o comandante do ataque rubro vai para a marca do pênalti,  mas, tal qual havia feito o adversário inglês, ele joga a bola distante da metado time estrangeiro. Segundo o jornal “A Republica”, neste momento o público aplaudiu com forte intensidade o gesto do jogador americano.

Logo o árbitro apitou o final do jogo, com o América vencendo a equipe do Dauntless”
por 4 a 2.

Infelizmente os jornais foram extremamente econômicos em trazer maiores relatos sobre o pós-jogo. Sabemos que na parte da tarde ocorreu no cruzador um tradicional “chá das cinco”, tipicamente inglês, onde se reuniram os oficiais britânicos e as autoridades potiguares. Mas sobre o jogo nada foi comentado nas páginas dos jornais.

Na terça feira, 2 de setembro, a equipe do “Dauntless” se bateu com o time de futebol dotradicional Sport Club de Natal. Este clube de remo da capital potiguar, fundado em 1915, tinha nesta época uma equipe de futebol.

Por alguma razão sem explicação nos jornais, a peleja estava marcada para começar às três e meia da tarde, mas só teve início as quatro e dez. Ficou definido que a partida teria dois tempos de 35 minutos, visto o Campo do Tirol não ter iluminação e a partida terminou debaixo de forte polêmica.

Para o jornalista de “A Republica” o jogo foi considerado muito bom e terminou empatado em 2 a 2. Mas este mesmo periodista definiu como “uma coisa imaginária” o segundo gol do time inglês. Em sua opinião, em um lance de ataque dos jogadores do “Dauntless”, a bola nem sequer passou da linha do gol do Sport. Mas o juiz que referendou o tento era membro da tripulação do cruzador.  O mesmo marujo deixou de marcar um pênalti a favor do Sport Club de Natal e ainda apontou duas vezes a marca do pênalti a favor do time estrangeiro, uma delas convertida em gol.

Para se ter uma ideia como era simples o nosso futebol nesta época, os jogadores americanos Milton, Praça, Pinheiro e Neném atuaram com a camisa rubro negra do Sport, sem que isso gerasse polêmicas nem constrangimentos.

Logo o “Dauntless” levantou ferros de Natal deixando uma boa lembrança. Seu destino posterior foi Recife, onde sua chegada e permanência, ao menos ao visualizarmos as páginas do “Diário de Pernambuco”, foi muito mais discreta e pouco chamou atenção. Mesmo assim os ingleses jogaram bola na capital pernambucana.

A equipe do “Dauntless” preferiu se bater contra equipes de empresas inglesas com sucursais em Recife, onde inclusive havia uma numerosa colônia de cidadãos do país de Sua Majestade. Os adversários foram as equipes do “British Country Club”, da“Transport and Motor Traction Comporation” e da “Telephone Company”, onde respectivamente venceram as duas primeiras equipes de 5×0 e 6×0 e empataram com
a última por 2×2.

Aparentemente, depois do ocorrido em Natal, a turma do cruzador evitou confrontos com equipes recifenses, como os tradicionais times do Náutico, Santa Cruz e Sport.

Lendo as velhas páginas amareladas percebemos um forte senso de responsabilidade entre os jogadores do time rubro, onde prevalecia a ideia que eles não estavam apenas
representando Natal, ou o Rio Grande do Norte, mas todo o país.

Evidentemente que a equipe de futebol do “Dauntless” não era um time profissional e alguns podem nem sequer considerá-lo uma equipe futebolística na acepção da palavra. Mas para os súditos de Sua Majestade, o futebol sempre foi algo muito sério,mais ainda no interior de uma força naval respeitada e poderosa como era a Marinha Inglesa da época, onde o esporte era intensamente incentivado e desenvolvido. Neste sentido, esta vitória do América F.C., na primeira partida de futebol contra uma equipe estrangeira realizada no Rio Grande do Norte, não pode ser esquecida.

fonte: http://tokdehistoria.wordpress.com

 

Potyguar, campeão da 2º divisão do RN 2012

A final do Campeonato Potiguar da 2º divisão de 2012 foi jogado no sábado(25/8) no estádio Cel. José Bezerra em Currais Novos, e o Potyguar venceu o Currais Novos EC de virada por 2×1, com Didí Potiguar aos 28 e Zé Maria aos 45 da etapa final. O CNEC abriu o placar com o gol de Émerson aos 16minutos da etapa inicial. O Currais esteve com título até o final do jogo quando sofreu a virada, pois jogava pelo empate por ter vencido o primeiro jogo. Com o resultado o ” Leão do Seridó” ficou com o título, pois jogava por dois resultados iguais e alcança o seu grande objetivo de voltar a 1º divisão.

O Potyguar de C.Novos já havia ganho a segunda divisão em 2007, chegando assim a bi- campeão nesta competição.  O time teve 15 pontos ganhos, com 4 vitórias, 3 empates e 1 derrota, justamente na primeira partida da final quando perdeu de 1×0 para o Currais Novos EC, tendo assim um aproveitamento de 62,50%. Marcou 10 gols marcados e sofreu 3.Os jogadores que marcaram para o campeão foram: Giovanni com 4 gols, Zé Maria com 3 gols, Didi Potiguar fez 2 gols e Tony 1 gol.

fonte: http://futguar-futebolpotiguar.blogspot.com.br/

Clubes filiados na Liga Assuense de Desportos

A LAD-Liga Assuense de Desportes, fundada em 31.03.66, entidade responsável pela organização do futebol do município do Assu-RN, conta com 30 equipes filiadas, sendo o Associação Sportiva Sociedade Unida Unida-ASSU, a única que atua profissionalmente:

Associação Sportiva Sociedade UnidaUnida-ASSU
ABC da Mutamba da Caieira
Associação Desportiva Vilence
Associação Esportiva Escolinha de Futebol Tupã
Associação Guerreiros Unidos Esporte Clube
Baixada Fluminense Esporte Clube
Botafogo do Porto Piató
Botafogo Futebol Clube (Talhado)
CSA-Centro Sportivo Assuense

 

 

 

 

Corinthians Futebol Clube
Cruzeiro Esporte Clube (Morada Nova)
Cruzeiro Futebol Clube
Dinamarca Esporte Clube
Fluminense Futebol Clube
Frutilândia Esporte Clube
Grêmio Futebol Clube
Independente Esporte Clube
Mauá Futebol Clube
Metal Clube de Futebol Assuense

 

 

 

Operário Futebol Clube
Palmeiras Futebol Clube
Portuguesa de Desportos Futebol Clube
Prisiaca Futebol Clube
Real Juventude de Futebol Assuense
Santa Cruz Futebol Clube
Sociedade Esporte Clube (Nova Esperança)
SEI-Sociedade Esportiva Independente
União Futebol Clube
Verde Vale Futebol Clube

 

Clubes do RN: Ribeirão FC

No dia 10 de outubro do ano de 1994 logo após a extinção da equipe do Santa Clara era fundada a equipe do Ribeirão Futebol Clube que ao longo dos anos foi conquistando grandes resultados em toda a região do interior dos estados do Rio Grande do Norte,Ceará e Paraíba.

O Ribeirão tornou um dos princiais clubes da cidade de São Miguel, localizado no alto oeste do estado do Rio G. do Norte, na região das serras.

 Logo no seu primeiro ano de fundação a equipe realizou diversos amistosos em toda a região, sempre obtendo bons resultados e conquistando o respeito das equipes e torcedores adversários. No município de São Miguel não foi diferente e a cada partida crescia ainda
mais a admiração por parte da população micaelense.

Foi no final da década de 90 einicio dos anos 2000, mais precisamente entre os anos de 1998 e 2004 que aequipe do Ribeirão alcançou o seu momento de maior glória, tendo conquistado praticamente todas as competições que disputava. Nesse período a equipe chegou a ser campeã de três competições em um prazo de apenas trinta dias.

 Destaca-se neste momento de sua história o título de campeão do Alto Oeste Potiguar e o vice-campeonato da Copa Governador Garibaldi de Futebol, equivalente ao campeonato estadual de futebol amador e que contou com a participação de cerca de 100 equipes de todo o estado.

 Alguns títulos no RN, PB e CE:

• Campeão Municipal 1998.
• Campeão da Copa Liberdade FM 1999.
• Campeão regional em Pereio-CE 2000.
• Campeão Intermunicipal emErerê-CE 2000.
• Campeão da I Copa Serranade Futebol 2000.
• Campeão do Alto Oeste deFutebol pela Copa Garibaldi 2001.
• Vice-Campeão estadual da Copa Garibaldi em Natal  2001.
• Campeão do torneio inicio da Copa Difusora  Cajazeiras – PB  2002.
• Vice-Campeão do torneio inicio da Copa Oeste 2003.
• Campeão da Segunda Divisão da Copa Integração de Futsal 2006.
• Campeão do Torneio Regional de Futsal de São Miguel  2009
• Campeão da Copa Academia Atividade de Futsal 2010
• Campeão Intermunicipal de Futsal de Encanto 2010
• Campeão do Tradicional Torneio do Vinho de São Miguel 2010 e 2012
• Campeão do Campeonato de Futsal da cidade de Pereiro-CE 2011/2012
• Campeão Municipal de Futsal de São Miguel – edição 2012 (Invicto)

Títulos da categoria de base:
• Tetracampeão Sub-13 defutsal  2005,2006,2007 e 2008
• Vice-Campeão Sub-13 de futsal  2009
• Bi-Campeão Sub-14 de futsal 2005 e 2007
• Campeão Sub-15 de futsal 2005

A breve passagem do Juventus de Natal pelo futebol potiguar

Dos velhos torcedores que ainda acompanham o futebol potiguar  quase ninguém lembra-se que, no distante ano de 1947 um grupo de rapazes constituído  pelos irmãos Jarbas e Heriberto Bezerra, Luiz Carlos Abott Galvão, Aldo Vianna, Temístocles, Jurandyr Navarro, Ivanildo Paiva, entre outros fundou o Juventus Esporte Clube.

 A característica desse clube é que nenhum jogador recebia nada. Pelo  contrário, teria que assumir as despesas com aquisição do material esportivo que  utilizava e ainda contribuir para o aluguel de uma sala no prédio da “Sorveteria Cruzeiro”, em pleno Grande Ponto.

Nos anos 40 quem imperava no futebol da capital era a dupla ABC/América, o Alvinegro ainda saboreando a conquista do seu decacampeonato, de 1932 a 1941. O rival América havia quebrado a longa série de títulos ganhando o tumultuado campeonato de 1942,que teve a intervenção da Confederação Brasileira, porém no ano seguinte a bola da vez foi o Santa Cruz (hoje extinto).

Entre os chamados pequenos, lá estava o Juventus com sua estranha camisa vinhada, com certeza sugerida por algum fundador para ficar igual à do Juventus de São Paulo. Coube aos rapazes dessa equipe protagonizarem a maior zebra do campeonato de 48, quando o América só não se sagrou campeão invicto porque perdeu uma partida para o time juventino.

Ainda no mesmo ano, decidindo um torneio em benefício das crianças carentes o Juventus derrotou também o ABC e se sagrou campeão. Detalhe curioso também no time juventino é que nunca revelou umjogador, dificilmente treinava coletivamente, adotando a política de reunir os atletas uma hora antes da partida lá mesmo no Juvenal Lamartine”. Em 1947, ano da estréia, o time base era constituído por Aluízio Baliú, Caicó e Pontos, Zoró, Durval e Vanildo, Zorildo, Joãozinho, Barbosa,Xavier e Zé Eider. No ano seguinte, a equipe era um pouco diferente, sendo esta a formação base: Maninho, Zé Moura e Luzan, Zoró, Durval e Vanildo, Zorildo, Cocentino, Barbosa, Ubarana e Afrânio. O treinador era Temístocles.

Concluído o campeonato de 48, o jornal “A República” promoveu um concurso junto a seus leitores para apontar qual o melhor jogador do campeonato, saindo vencedor o meiocampista do Atlético, Piloto, mas depois se descobriu que sua votação se deveu a um trabalho do presidente do clube rubro-negro, Djalma Maranhão, a esse tempo sem ter ainda ingressado na política partidária. Piloto teve 3.383 votos, vindo em seguida o mossoroense Dequinha, do ABC que, depois foi transferido para o Flamengo do Rio. O terceiro mais votado foi o quarto zagueiro Renato Magalhães, do América, com 460 votos. O dentista Luiz Carlos Abott Galvão foi o primeiro presidente do Juventus, em 1947.

Em 1947 terminou em sétimo e ultimo lugar com três pontos, frutos de três empates. Em 1948 também chegou em ultimo lugar com cinco pontos, resultados de duas vitorias contra América e Santa Cruz e um empate. Sem ter sede, nem diretoria organizada, o Juventus EC recolheu-se a sua insignificância e nunca mais voltou para a federação. Tudo indica que o escudo era igual ao homônimo paulista.

fonte: Everaldo Lopes(TNOnline)