Arquivo da categoria: Minas Gerais

Escudo Raro de 1967 e 1972: URT de Patos de Minas (MG)

Por Sérgio Mello

Escudo de 1972

A U.R.T. (União Recreativa dos Trabalhadores) é uma agremiação da cidade de Patos de Minas (MG). Foi Fundado no domingo, do dia 09 de Julho de 1939, surgiu em uma reunião de amigos, composta por um grupo de senhores e senhoras, no prédio de propriedade do Sr. Jovino Fernandes Canedo, na antiga rua Industrial (atual: Rua Vereador João Pacheco), com presença de inúmeras pessoas, inclusive o Professor Zama Maciel, que abriu a sessão para organizar uma entidade recreativa e esportiva, contando com membros do Sindicato Operário de Patos de Minas

O seu 1º Presidente foi Júlio Fernandes, eleito no mesmo dia da fundação e empossado no dia 5 de Agosto do mesmo ano. O nome União Recreativa dos Trabalhadores – a União como era chamada de início e depois URT – foi sugerido pelo Sr. Divino Londi, um dos participantes do Sindicato Operário.

Comissões

A comissão de festas contava com João Formiga, Adélio de Lélis Ferreira, Elizeu de Lélis Ferreira, Cremilda Albino e Maria Melo, nomes apontados pelo Sr. Abderram Araújo. A comissão de esportes: Vicente Pedro da Silva, Augusto Cândido da Silva, Tito Silva, Zilda Escolástica da Silva e Joana da Silva Melo, por proposição de Dolor Lourenço. Na Comissão de Sindicância: Zama Maciel, Divino Londe, José Albino da Silva, Manoel Honório Rodrigues, Domingos Flávio, José Augusto de Melo, Abderram Araújo e Samuel Moreira Pinto.

URT de 1972 (Acervo José Mauro Versiani), formado somente com os jogadores da cidade. 
EM PÉ (esquerda para a direita): Celso Cocão, Bico, Cacá, Fernandinho, Cascudo e Tega;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Nogueira, Sabará, Otinho, Léo e Tê.

Arrecadação

A mensalidade estipulada foi de 5 mil réis para os homens e de 2 mil e 500 réis para as senhoras e senhoritas. A jóia para os não fundadores era de 8 mil réis, sendo isento os fundadores desta contribuição.

As cores

As cores preto e branco foram escolhidas para simbolizarem o clube, propostas por José Augusto de Melo. Outras cores sugeridas na oportunidade, vermelha e branca, azul e amarelo. Segundo o Sr. Messias Feliciano em 1940/41 as cores já eram azul e branco.

A União Recreativa dos Trabalhadores é o mais representativo time de futebol da cidade de Patos de Minas e maior torcida da região do Alto Paranaíba e do Triângulo Mineiro, gozando deste prestígio por sua história, tradição e títulos.

Maior campeão regional, com títulos de destaque estadual já conquistados, o Trovão Azul, como também é conhecido, tem como objetivo imposto pela atual Diretoria Executiva um processo de reestruturação ambicioso buscando estar próximo às modernas organizações empresariais, sendo gerido com ética e compromisso econômico.

Escudo de 1967

Sede e o Estádio

A sua Sede está localizada na Rua Joaquim das Chagas, nº 688, no bairro da Várzea, em Patos de Minas. A equipe manda os seus jogos no Estádio Zama Macial, “Arena DB – DanBred“, com capacidade para 4.858 pessoas (duas fotos abaixo).

Títulos

A conquista do bicampeonato do Alto-Paranaíba nos anos 1955 e 1956. O título do Amador em 1980, após muitos anos sem uma conquista na Categoria. O Troféu conquistado no Centenário de Patos de Minas em 1992, nos jogos contra o rival Mamoré e o bicampeonato da Taça Minas Gerais em 1999 e 2000, propiciando a participação na Copa do Brasil em 2000 e 2001.

Em 2000, estreou contra uma grande equipe: o Fluminense, do Rio de Janeiro, e só perdeu no Maracanã, tendo conseguido um empate no estádio Zama Maciel por 1 a 1, gol de Ditinho. Em 2001, a URT foi eliminada pelo Mixto de Cuiabá, logo na 1ª fase.

Em 2005 foi a 3ª colocada no Campeonato Mineiro, tendo como presidente Romero Meira, ficando atrás apenas do Ipatinga e do Cruzeiro. Em 2006, o clube novamente participou da Copa do Brasil, após a grande campanha no Campeonato Mineiro de 2005. Na estreia, jogou contra o Londrina e classificou-se a 2ª fase, vencendo os paranaenses no primeiro jogo por 3 x 2 no Estádio Zama Maciel e empatando no Estádio do Café. Na 2ª fase, o clube jogou contra outro time grande, o Santos Futebol Clube, dentro de casa, e perdeu por 3 a 1, sendo eliminado. O autor do gol da equipe foi Ditinho.

URT de 1967 (Acervo de Didi Sousa Sousa)
EM PÉ (esquerda para a direita): Clenio (treinador), Zé Geraldo, Pão, Tinda, Bajoso, Lúcio e Neto;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Pelezinho, Guilherme, Hélio, Natal e Nem.

Ditinho é um dos maiores ídolos da história da “veterana“. Foi artilheiro por duas vezes do Campeonato Mineiro da 1ª Divisão em 1999 e 2000, digno de estar eternizado nas bandeiras do nossa maior torcida, a “TOPA“.

O principal rival da equipe é o Esporte Clube Mamoré. Também mantém rivalidades com o Uberaba Sport Club, Associação Atlética Caldense e Uberlândia Esporte Clube.

HINO

Letra e música: Ibraim Francisco de Oliveira (participou de várias diretorias da Veterana, inclusive como presidente)

É União Recreativa dos Trabalhadores
Azul e Branco são as suas cores, time de garra e de tradição
Velha Mangueira, com mil bandeiras sempre a tremular
E a galera sempre a vibrar, com as conquistas do seu campeão
URT, tu és o símbolo de união, tu és a glória do esporte rei.
É o mais querido da região.
Salve a celeste, esquadra azul do gigante forte.
É nos gramados desde o sul ao norte
Mostrando raça e exibição
Lutar, vencer, é este o lema que lhe deu as glórias
Grandes conquistas faz a sua história
Salve a celeste, salve o campeão
URT, tu és o símbolo de união, tu és a glória do esporte rei.
É o mais querido da região.

ARTE: Escudo e uniforme – Sérgio Mello

Colaborou: Fabiano Rosa Campos

FOTOS: Acervos José Mauro Versiani e Didi Sousa Sousa

FONTES: Site do clube – Site do clube – AG Esporte – Manchete EsportivaAta da Sessão de fundação da União Recreativa dos Trabalhadores

Inédito! Pedro Leopoldo Atlético Clube – Pedro Leopoldo (MG): Fundado na década de 20!

Por Sérgio Mello

Pedro Leopoldo Atlético Clube (PLAC) foi uma agremiação do Município Pedro Leopoldo, que fica a 46 km da capital (Belo Horizonte) do estado de Minas Gerais. A localidade conta com uma população de 62.580 habitantes, segundo o Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2022.

Fundado na década de 20, o PLAC teve uma vida efêmera. Foi realizado uma assembleia na cidade que objetivava a criação de um clube sem fins lucrativos, que destinaria um espaço esportivo para a população.

Assim Pedro Leopoldo Atlético Clube acabou sendo incorporado pelo Sport Club Pedro Leopoldo dando origem a fundação do Pedro Leopoldo Futebol Clube, no sábado, do dia 23 de setembro de 1933.

ARTE: escudo e uniformes – Sérgio Mello

FONTES e FOTO: Prefeitura de Pedro Leopoldo – Site Futebol de Pedro Leopoldo

Escudo de 1940: Pedro Leopoldo Futebol Clube – Pedro Lepoldo (MG)

Por Sérgio Mello

Pedro Leopoldo Futebol Clube é uma agremiação do Município Pedro Leopoldo, que fica a 46 km da capital (Belo Horizonte) do estado de Minas Gerais. A localidade conta com uma população de 62.580 habitantes, segundo o Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2022.

Foi realizado uma assembleia na cidade que objetivava a criação de um clube sem fins lucrativos, que destinaria um espaço esportivo para a população. Assim o“Bode” foi Fundado no sábado, do dia 23 de setembro de 1933, por meio do Pedro Leopoldo Atlético Clube (alvinegro), que incorporou o Sport Club Pedro Leopoldo dando origem a fundação do Pedro Leopoldo Futebol Clube (alviverde)

Suas cores são o preto e o branco (semelhante ao Atlético-MG) e a mascote é o “bode”, criado pelo do cartunista Fernando Pierucetti, o Mangabeira, que também cunhou os animais de Cruzeiro, América e Atlético.

O terreno do campo é o mesmo desde a fundação, cedido por personalidades do município e localizado na parte central da Rua Comendador Antônio Alves, principal via de Pedro Leopoldo. Atualmente, leva o nome de “Estádio César Julião de Sales” em homenagem ao prefeito de mesmo nome que governou o município em 3 mandatos (1967 – 1970 / 1972 – 1976 / 1983 – 1988).

Acervo de Fabiano Rosa Campos:
Papel timbrado de 12 de março de 1940

No mês de junho de 1943, se filiou à Federação Mineira de Futebol (FMF), juntamente com Associação Atlética Caldense (Poços de Caldas); Clube Ferro Brasileiro (Caeté); Minas Futebol Clube (Nova Era) e Paraense Esporte Clube (Pará de Minas).

Equipe pousada do Pedro Lepoldo F.C. da década de 40

SETE PARTICIPAÇÕES NA ELITE MINEIRA

O time disputou campeonatos amadores na cidade e região até 1958, atingindo resultados satisfatórios, o que levou a Federação Mineira de Futebol a elevar o clube a categoria de profissionais naquele ano. O clube passaria a disputar o Campeonato Mineiro da 1ª Divisão de 1959.

Em sua estreia no Campeonato Mineiro, o Bode, alcançou o 7º lugar em um campeonato com 11 clubes, conseguindo seis vitórias, três empates e 11 derrotas, marcando 27 gols e sofrendo 39. Borges foi o artilheiro da equipe com 8 gols e Gilberto marcou 7 tentos.

Em 1958, na sua estreia o Pedro Leopoldo terminou na 11ª posição, entre 16 equipes, com 4 vitórias, 4 empates e 7 derrotas; marcando 25 gols, sofrendo 30 e um saldo de menos cinco.

Em 1959, o Pedro Leopoldo ficou no Grupo Sertão, com seis equipes. Terminou na 3ª colocação com 11 pontos: 4 vitórias, 3 empates e 3 derrotas; 19 gols pró, 18 tentos contra e o saldo de um. O Bode avançou para o Campeonato Mineiro. o Pedro Leopoldo conseguiu o 7º lugar num total de 11 clubes. Foram 15 pontos em 20 jogos:  6 vitórias, 3 empates e 11 derrotas; 27 gols pró, 39 tentos contra e o saldo negativo de 12.   

Equipe pousada do Pedro Lepoldo F.C. da década de 50

Em 1960, o clube alcança 8º lugar entre 16 participantes, com 11 vitórias, 6 empates e 13 derrotas, marcando 45 gols e sofrendo 56. Pelau com 11 gols e Borges com 10 foram os artilheiros da equipe.

Em 1961, novamente termina o campeonato em 8º lugar, entre 12 participantes, alcançando 9 vitórias, 7 empates e 10 derrotas, marcando 45 gols e sofrendo 51 gols. Gilberto com 14 gols e Pelau com 9 foram os artilheiros do Bode.

Em 1962, termina a competição em 8º lugar pelo terceiro ano consecutivo, obtendo 8 vitórias, 3 empates e 11 derrotas, anotando 31 gols e sofrendo 38. Gilberto com 15 gols e Tomazinho com 8 sagraram-se artilheiro do time.

No ano de 1963, alcançou o 9º lugar no campeonato, obtendo 6 vitórias, 5 empates e 11 derrotas, marcando 22 gols e sofrendo 35. Os artilheiros da equipe foram Neco com 6 gols e Simália com 4 tentos.

Já o ano de 1964 é trágico para o profissionalismo do clube, com uma campanha de 1 vitória, 5 empates e 16 derrotas, terminando na lanterna do campeonato e sendo rebaixado.

O time marcou 14 gols e sofreu 50, tendo Curiol e Dias como artilheiros com respectivamente 4 e 3 gols marcados. Este golpe é fatal para o Pedro Leopoldoque logo depois, atolado em dívidas financeiras, abandona o seu Departamento de Futebol Profissional e passa a se dedicar a atividades amadoras.

Equipe pousada do Pedro Lepoldo F.C. da década de 60

UMA VEZ NA SEGUNDONA MINEIRA

Contudo, o Bode ainda tentou o retorno em 1968, quando disputou o Campeonato Mineiro Segunda Divisão. Contudo, fez uma campanha ruim, terminando na 4ª posição no Grupo II (seis jogos e três pontos: uma vitória, um empate e quatro derrotas; marcando sete gols e sofrendo 12), e acabou eliminado na fase classificatória.

No amadorismo, sagrou-se por diversas vezes campeão municipal, além do título de Campeão da Copa Itatiaia de Futebol Amador de 1983 e sendo vice em 1982, 1985 e 2001.

O clube manda seus jogos no Estádio César Julião Cecé de Sales, no centro da sua cidade natal. A Mascote do Clube é o Bode, idealizado pelo cartunista mineiro Fernando Pieruccetti, mais conhecido como Mangabeira, que também criou as mascotes de Cruzeiro, Atlético, América e outros times de futebol do país.

A origem da mascote deu-se graças ao fato de que em um certo dia, nos fundos de um antigo campo do Atlético, foram encontrados um casal e um bode preto numa fossa em um ritual de macumba. Associando esse fato ao pedroleopoldense Chico Xavier, Mangabeira criou o Bode como mascote do Pedro Leopoldo Futebol Clube.

Time base de 1946: Edmundo; Jesus e Alípio; José Justino, Maurício e Dedé; Lourinho, Gabriche, Ângelo, Hélio e Paulo.

Time base de 1958: João Grosso (Noni); Luciano (Roberto) e Licinho (Oswaldo ou Carvalho); Leci (Ildeu), Dunga (Jaci) e Reinaldo (Ruarinho); Antenor (Gilberto), Caé, Dalcio (Ary), Vacari (Ferreira) e Barrica (Dias).

ARTES: escudo e uniforme – Sérgio Mello

Colaborou: Fabiano Rosa Campos

 FONTES & FOTOS: Gazeta de Paraopeba (MG) – Lavoura e Commercio (MG) – Jornal dos Sports (RJ) – Rsssf Brasil – Página e Site do clube no Facebook

Escudo raro dos anos 40: Vespasiano Sport Club – Vespasiano (MG)

Por Sérgio Mello

O Vespasiano Sport Club (atual: Vespasiano Esporte Clube) é uma agremiação do município de Vespasiano (população de 129.246 habitantes, segundo o Censo do IBGE/2019), situado na Região Metropolitana a 27 km de Belo Horizonte, no estado de Minas Gerais.

Fundado na quarta-feira, do 27 de setembro de 1916, por um grupo de desportistas, liderados pelos dois irmãos Paulo Cota da Fonseca, seu ‘Paluca’ e Juca Cota da Fonseca. O campo iniciou-se na Fazenda do Barreiro, os mesmos dirigiram o clube até 1930.

Neste ano foi formada uma diretoria completa sendo o Presidente o Sr. Gerson de Moura que na sua gestão elaborou o estatuto do Clube e o registrou no cartório Gero Oliva, em Belo Horizonte. Este estatuto vigorou por muitos anos.


Sua 1ª Diretoria formada que se tem registro e notícias circulada na comemoração dos 80 anos de fundação, foram o seguinte:

Presidente – Romeu Romanelli;

Vice-Presidente – Miguel Timponi;

Secretários – João Silva e Francisco de Lima;

Tesoureiros – João Barbosa da Fonseca e José Emidio Silva;

Diretor Esportivo – Antônio de Oliveira;

Treinador – Manoel Antônio de Araújo.

Acervo de Fabiano Rosa Campos

Estádio Ilvo Marani e a sua história

Teve em sua história dois campos, um perto do rio, onde começou o time, era cercado em volta com grade de madeira, localizado na Rua Francisco Lima, s/n, no Centro da cidade. Por mais de 40 anos, o Estádio foi desapropriado pelo antigo proprietário, tendo então de procurar outro local para fazer novo campo.

Aí, 53 pessoas juntaram e deram o dinheiro para comprar o terreno. O Gerente do Banco Agrimisa Zé Campolina, que arrumou a papelada para concretizar o negócio.
Construíram definitivamente o atual com muita luta e participação dos admiradores e da sociedade esportiva vespasianense, sob a direção direta do seu Presidente Valdir Soares Pereira e seu maior idealizador do projeto Senhor Ilvo Marani, que deu nome ao estádio, situado na Rua Miguel Timponi, nº 40, no Centro de Vespasiano/MG.

Durante o período de construção das obras do campo, foram diversos estágios, destacaram o plantio do gramado, onde personalidades do time como: Adão Mormela, Sr. Themes, Pedrinho, Horácio e Zé Basilio, Guilherme Rocha, Acácio, Alberci Soares, Zé Rocha, juntamente com muitos adeptos, sempre estiveram participando em diversas áreas do projeto idealizado por Ilvo Marani, ainda destacamos nomes como os Srs Luiz Maria de Souza, Nem Rocha, Ulisses, Sr. Bodé, Pedro Maria, Sr. Themes, Lucas Albano da Costa, Marisio Cedro, Alencar, Maria de Souza, Zeca Perpétuo, Sr. Dé e seu filho Robson, Daltinho, Zé Marani, Núbio, Raimundo Lopes, João Araújo, Marcilio Agostinho Jorge, Daniel Araújo, Jaime do Nascimento este responsável pela topografia.

Construção

Na década de 60, um grupo de pessoas abnegadas e unidas com o objetivo de engrandecer o panorama esportivo e cultural de Vespasiano arregaçou as mangas e iniciou a construção do que é hoje a nossa principal área de eventos esportivos e culturais.

Naqueles tempos Vespasiano estava longe do progresso que ostenta hoje, mas havia a união das famílias e da sociedade em torno dos ideais. Sem maquinário pesado, sem a força de uma arrecadação financeira que pudesse ajudá-los, construíram o estádio literalmente com as próprias mãos.

Um exemplo de que a união, o idealismo e a força de vontade fazem as obras mais produtivas e poéticas que o chamado progresso. No terreno comprado pelos diretores e conselheiros tem início aos trabalhos de construção do estádio.

O Sr. Jaime Nascimento (topógrafo) e o presidente Ilvo Marani, deu início às obras.
Estavam alargando o rio na época e aproveitando levavam a terra para a área do campo para aterrar, os caminhões pertencentes a Ivo Marani, João Mula Manca, Roberto Rocha, Zé Rocha, Guilherme Rocha, eram os que mais trabalhavam. Diretores e colaboradores:

Zeca Perpétuo, Orsine Xavier, Daltinho (José A.Martins Soares), Sô Bebeto, Pedrinho Português, Waldir Soares, D. Mariquita, Bento, Núbio, Batista, Zé Basilio, Agostinho Jorge, Euler Conrado, Raimundo Lopes, João Araújo, Marcilio, José Rocha, Luís Maria de Souza, Dé, Nem Rocha, Zé Ulisses, Bodé, Toninho Rocha, Pezão, Roberto Rocha, Alencar Maria de Souza, Toninho, Alencar, Guilherme Rocha, Marisio Cedro, Acácio, Albeci Soares, Temistocles Souza Lima, Sô Temes, Euler Conrado Silva, Adão de Mormelo, Horácio.

Uma participação no Estadual de 1932

O ano de 1932, foi agitado e com muitas “rachaduras” no futebol mineiro. A LMDT (Liga Mineira de Desportos Terrestres), que organizava as principais competições no estado, foi acusada de favorecimento ao Atlético Mineiro.  Insatisfeitos, vários clubes se desfiliaram e criaram uma nova liga: AMEG (Associação Mineira de Esportes Geraes).

O Vespasiano Sport Club debutou no Campeonato Mineiro da 1ª Divisão de 1932, organizado pela AMEG (Associação Mineira de Esportes Geraes). Na ocasião, a competição contou com a participação de seis equipes:

América Futebol Clube (Belo Horizonte);

Grêmio Ludopédio Calafate (Belo Horizonte);        

Societá Sportiva Palestra Itália {(atual: Cruzeiro E.C.) Belo Horizonte};

Sete de Setembro Futebol Clube (Belo Horizonte);

Vespasiano Sport Club (Vespasiano);

Villa Nova Atlético Clube (Nova Lima).

Na sua única participação do Vespasiano SC, terminou na 5ª colocação. Foram 10 jogos com cinco pontos: duas vitórias, um empate e sete derrotas; marcando 14 gols, sofrendo 28 e um saldo de menos 14 tentos.

O Atlético Mineiro foi o único clube grande a ficar na LMDT e venceu seu campeonato facilmente. Já na AMEG, o Villa Nova foi o campeão invicto, o primeiro de uma série de quatro títulos consecutivos – os outros três na liga já reunida e convertida ao profissionalismo.

Foto posada de 1936: do Vespasiano Sport Club

O Jornal (RJ), fez uma bela matéria contando a história do Vespasiano entre os anos de 1932 a 1936. A matéria na integra:

O Vespasiano Sport Club é uma dessas agremiações amadoristas de football do interior de Minas, que, há anos, se vem destacando dentre suas congêneres, mostrando, com brilhantismo, o seu valor ao adversário, nas inúmeras disputas que vem empreendendo.

Seus elementos são rapazes que jogam com amor ao time, têm entusiasmo e desenvolvem um futebol que agrada pela sua técnica; controlam a pelota com eficiência e, além disso, impressionam bem pela disciplina com que se portam, quer quando quer quando vencedores. vencidos,

Club afeito ás grandes pelejas, tomou parte na Liga Mineira de Desportos Terrestres, e, mais tarde, na Associação Mineira de Esportes Geraes. Nesta última disputou o campeonato, em 1932, enfrentando as grandes entidades esportivas de Minas, como Villa Nova Athletico Club, de Nova Lima, Palestra e America, de Belo Horizonte, etc., e, apesar de não ter sido dos primeiros colocados na tabela, não foi o último.

Sua atuação foi sempre magnifica, jamais cedendo com facilidade frente ao adversário, que, se conseguia derrotá-lo, era por score mínimo, como bem poderá provar pelas partidas disputadas com o Villa Nova, campeão da AMEG, e atual campeão mineiro, que, em seu próprio campo, dificilmente conseguiu vencê-lo pela insignificante contagem de 1 gol a 0, no turno, e, no campo local, por 2 x 1, no returno.

Apesar da transformação que sofreu o futebol, ultimamente, com a fase do profissionalismo, o Vespasiano se mantém no rol dos clubes amadores, dadas as suas condições financeiras que, por enquanto, não lhe são suficientemente favoráveis, mas nem por isso falta o entusiasmo a seus jogadores cuja boa vontade de sua diretoria, que muito vem trabalhando e bem do desenvolvimento do conjunto, fazendo jus mesmo a que se diga, sem receio, ser um dos bons times de Minas e dos melhores da zona sertaneja.

Em 1935 tomou parte na Liga Esportiva de Amadores, associação fundada por diversos clubs desta zona, sagrando-se campeão do torneio início, cujas provas tiveram ensejo na vizinha cidade de Pedro Leopoldo, entre 11 times e sob numerosa assistência.

Seguiu-se o campeonato daquele ano, tendo o Vespasiano sabido impor-se frente aos seus adversários, não sendo derrotado nem uma só vez em seu campo, onde fez vários jogos, no turno, notando-se ainda que no mesmo ano de 1925 enfrentou grande número de clubs de Belo Horizonte, em partidas amistosas, como vem enfrentando até hoje, sem que nenhum deles o sobrepujasse.

Tem, contudo, havido empates, conseguidos por alguns times, tais como Renascença (4 x 4), Associação Graphica (2 x 2) e Centro Acadêmico (2 x 2); os dois primeiros da Sub-Liga profissional e este último formado por estudantes, todos conjuntos de valor da capital mineira.

Fora destes, o Vespasiano conta cerca de vinte outros jogos amistosos em seu campo, de 1935 para cá, obtendo vitória em todos eles e alguns sobrepujando mesmo o adversário por contagens elevadíssimas, conforme está ainda bem recente na memória de quantos vêm acompanhando os seus jogos e como constam das notícias insertas nas colunas esportivas do “Estado de Minas“.

Foto de 25 de maio 1958

ALGUNS DOS PRINCIPAIS CONJUNTOS QUE O VESPASIANO TEM ENFRENTADO

Dentre outros, podem-se enumerar alguns dos principais clubes que o “Vespasiano” tem enfrentado nestes últimos tempos como sejam: “Far-West“, excelente conjunto da prospera localidade de Matosinhos, adversário leal, que se pode contar ne rol dos bons times da zona sertaneja; tem inúmeras vitórias e se destaca pela eficiência e disciplina de seus elementos; “Fluminense“, de Sete Lagoas; “S. C. Pedro Leopoldo“, da vizinha cidade que lhe empresta o nome; “Associação Graphica“, “Renascença“, “Centro Acadêmico“, de Belo Horizonte; etc.

DIRECTORIA

Os detalhes do clube estão entregues as pessoas idôneas, capazes e que muito vem contribuindo em prol de seu desenvolvimento; é presidente o sr. Antônio Maximiano dos Santos, conceituado comerciante da localidade, a quem muito o “Vespasiano” tem a dever, pois vem lucrando consideravelmente com os benefícios recebidos de sua parte, sendo, portanto, o seu nome digno de figurar nos registros desta agremiação esportiva, como um de seus grandes animadores.

Os demais membros da diretoria têm presta dos inestimáveis serviços ao clube. O “cliché” acima mostra os jogadores e reservas que tomam parte no “time“: Murce, goleiro; ingressou há pouco para o quadro e seu jogo tem agradado regularmente, esperando-se, contudo, que se revele ainda melhor futuro, Barão, Mormella, Mandico II, Nelson e Americo, constituem uma defesa eficiente; têm uma marcação segura e magnifica distribuição, nada deixando a desejar; Barroso, Mundico I. Alípio, Cecy e Renato, na vanguarda, formam uma linha perigosa e capaz, bastante para infiltrar em qualquer defesa adversaria, pela precisão de seus passes e rapidez na distribuição, notadamente os três primeiros (Barroso, Mundico I e Alípio) que são elementos de real valor, ótimos arrematadores e perfeitos controladores da pelota:

Cecy, apesar de não possuir grande físico, é ótimo elemento; ágil, bom driblador quando se faz necessário e excelente oportunista; Renato, embora não possua a mesma técnica dos demais, joga com entusiasmo e tem bom chute. Eis, pois, alguns dados sobre o “Vespasiano Sport Club“.

Atualmente o clube disputa as competições na esfera amadora

Várias vezes disputou o campeonato amador do estado, e hoje, com o nome Vespasiano Esporte clube, o “VEC”, é um clube social e esportivo que mantém seu estádio, utilizado pela sua equipe amadora.

E interessante salientar a mascote do clube, o frango d’água, seguindo a tradição mineira de bons mascotes. A escolha da mascote se deve ao local da construção do seu estádio ser um “alagado”, frequentado por muitos frangos D’água.

1º HINO do Vespasiano

Autoria: Dumas Chalita Chalup
Colaboração: Mariinha e Deuzinha

Vespasiano pelo passado tradicional.
No sertão és o principal, amador veterano.
Vespasiano por tua glória que treinaremos.
Em segurança seremos de um valor insano.
Viva a luta que o ardor controla,

nela mostramos o grande valor que temos no manejo da bola.
Revelando o que somos, causamos temor.
Vespasiano a nossa linha é formidável, é um terror.
A defesa invejável e um quiper soberano.
Assim organizado será sempre o vencedor.
E no tempo peso, pesado terá fruto em vez de flor.

2º HINO do Vespasiano

Letra e música: Edílson Pereira & Silmar P. Moreira
Arranjos e Interpretação: Ziza & Silmar

Oh dá-lhe, dá-lhe, dá-lhe, dá-lhe VEC.
O mundo se coloriu de azul
O Vespasiano é temido
De leste, oeste, de norte a sul.

Vespasiano és o clube do meu coração!
Com muita raça, vibra com garra e determinação;
O nosso lema é lutar e seu nome honrar
Como o azul do céu reflete o mar
Sua estrela sempre a brilhar.

Tamanha é a nossa euforia
Vespasiano entra em campo para jogar!
Explode o coração de alegria;
Tanta emoção é difícil segurar…

Com forte sol, debaixo d´água;
Por onde passa, deixa mágoa.
É o lutador e vingador
O imbatível “frango d´água”.

ARTE: escudos e uniformes – Sérgio Mello

Colaborou: Fabiano Rosa Campos

FONTES E FOTOS: Blog Vespasiano Esporte Clube – Conteúdo Esportivo – Coleção Linhares – Hemeroteca de Belo Horizonte Estado de Minas (MG) – O Jornal (RJ)

Escudo raro de 1940: Villa do Carmo Sport Club – Barbacena (MG)

Por Sérgio Mello

Villa do Carmo Esporte Clube é uma agremiação da cidade de Barbacena, situado no Interior do estado de Minas Gerais. Localizado a 169 km da capital (Belo Horizonte), conta com uma população de 125.317 habitantes, segundo o Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2022

A “Maior das Vertentes(depois Periquito e depois Leão) foi Fundado na quinta-feira, do dia 1º de Maio de 1930, num povoado conhecido à época como uma “Villa”, situada próxima à igreja de Nossa Senhora do Carmo, no bairro do mesmo nome, na cidade de Barbacena/MG.

A partir daí, surgiu inicialmente com o nome Vila do Carmo Sport Club, e como cores oficiais o verde e o branco. Posteriormente, na década de 90, após um resgate de materiais históricos do clube, foi alterado seu nome oficial para Villa do Carmo Esporte Clube, adicionando também a cor vermelha para a identidade do clube.

Acervo de Fabiano Rosa Campos

O seu Estádio São Sebastião (Capacidade para 2.500 pessoas) e a sua Sede ficam localizados na Rua Prudente de Carvalho Araújo, nº 175, no bairro São Sebastião, em Barbacena.

A primeira mascote foi o “Periquito”, conhecido pela imprensa inclusive como “A equipe periquita de São Sebastião”. Posteriormente, foi adotado também o “Leão”, por força do então ilustre torcedor Butina.

Este usava sempre o slogan “Solto o Leão” para que os jogadores entrassem em campo. A partir daí, passou a ser conhecido ao longo dos anos como “O Leão da Mantiqueira”.

Praça de Esportes inaugurado em 1933

Foi inaugurando, no domingo, do dia 04 de junho de 1933, a esplendida Praça de Esportes Villense, realizou-se, em Barbacena, uma interessante festa esportiva, cujo programa agradou, em cheio, à assistência que se fez presente.

Ne jogo principal, Tupynambá, bicampeão de Juiz de Fora, enfrentou o forte conjunto do Villa do Carmo S. C. O cliché que estampamos é dos dois times que se defrontaram e de parte da assistência que aplaudiu os feitos do clube de suas simpatias.

Villa jogou no Rio de Janeiro em 1938

O Villa do Carmo viajou até o Rio de Janeiro, para realizar um amistoso diante do Modesto Football Club, do bairro de Quintino Bocaiuva, na Zona Norte do Rio.

A diretoria dos Leões de Quintino desembolsou 5:000$000 (cinco contos de réis), equivalente aos dias de hoje cerca de 50 mil reais; para organizar esse jogo, entre o “bichodos jogadores, passagens e hospedagem.

O Villa do Carmo trazia um cartaz que impunha respeito. Ostentava um “recorde de vitorias”. Seus craques eram quase todos profissionais. Seus triunfos foram todos obtidos sobre adversários dificílimos.

Abaixo, as 24 partidas e o mesmo número de vitórias, com 99 gols marcados, 19 tentos sofridos e um saldo pomposo de 80 gols:

America (4 x 2 e 3 x 1); Olympia (3 x 1 e 2 x 0); Botafogo (2 x 1 e 2 x 1); S. C. Lavras (8 x 0 e 6 x 1); Imperial (2 x 1, 3 x 0 e 6 x 0); Athletico (8 x 1 e 6 x 1); Campistas (3 x 0 e 6 x 0); Sigma (4 x 1, 7 x 1 e 5 x 2); Mineiro (3 x 0, em Santos Dumont); Guarany (5 x 1, em Lafayette); Tupynambás (4 x 3, em Juiz de Fora); Athletic (3 x 0, em São João Del Rey); Seleção de Barbacena (3 x 1); Minas F.C. (1 x 0, em S. João Del Rey).

Villa foi derrotado pelo Modesto

Na tarde de domingo, às 16h20min., do dia 08 de maio de 1938, as duas equipes se enfrentaram na Praça de Esportes do River Football Club, na Rua João Pinheiro, no bairro da Piedade. No final, o Villa do Carmo fez um bom jogo, mas acabou derrotado pelo placar de 2 a 0.

Estiveram presentes figuras conhecidas do sport carioca, como José Bastos Padilha (foi um dos maiores presidentes da história do C.R. Flamengo), e recebeu significativa manifesto dos suburbanos; Pedro Novaes (então presidente do Vasco da Gama), Cherubim Silva (ex-presidente da Federação Metropolitana de Desportos e vice presente, na época, do Vasco da Gama), Mario Rodrigues Filho (diretor do Jornal dos Sports), Mario Calderaro e João Machado (diretores da Federação Athletica Suburbana), Osorio, Manoel Silva e tantos outros.

O jogo foi movimentado e disputado, merecendo fortes aplausos da torcida presente. O Modesto Football Club venceu por 2 a 0, entretanto Villa do Carmo não foi presa fácil, e fez forte reação no segundo tempo, obrigando os modestinos a trabalhar de forma estafante para evitar o empate.

Aos 21 minutos do primeiro tempo, Ayres, de pênalti, abriu o placar para o Modesto. Na etapa final, Mangueirinha invadiu a área e tocou para Ayres, mostrou oportunismo, marcando seu segundo gol, aos 26 minutos, dando números finais a peleja.

O árbitro da peleja foi o argentino Sr. Virgílio Fredrighi, que teve excelente atuação, reinando sempre com cordialidade e disciplina entre players (jogadores) e assistentes (torcida). Na preliminar, na categoria juvenil, o Independentes bateu o Silva Teles por 3 a 1. Na preliminar, o Nacional venceu o Engenho de Dentro por 2 a 0.

MODESTO: Onça; Ludovico e Waldemar; Alberto, Carlos e Vavá; Nico, Antônio (Mosqueira), Ayres, Cicero e Mangueirinha.

VILLA DO CARMO: João Alberto; Waldyr e Arlindo Sabonete; Massudo, Anthero e Waldemar; Mistrica, Tizinho, Daniel, Ataliba e Mazzoni.

Vila do Carmo S. C.
Na foto acima os quadros de titulares e aspirantes logo após a conquista jamais igualada por outro qualquer clube desta cidade.
Titulares, tricampeões, 51, 52 e 53.
Aspirantes: tetracampeões: 50, 51, 52 e 53.
EM PÉ (esquerda para à direita): Simão S. Fortes (diretor), José T. Brandão (presidente), Zé Pequeno, Abalem, Magela, Olinto, Valter, Borracha, Morais, Calisto Campos (diretor), Angelo Morais (presidente). João Raimundo, 19, Zé Lima, Rael, Hilário, Cordeiro, Fernando, Benito. Bombeiro, Adriano Oliveira (presidente).
AGACHADOS (esquerda para à direita): Sabara (massagista), Irani, Duban, Branco, Levi, Morais, Nenem, Coquinho, Cicero (mascote), Carlinho Oliveira (técnico), Zuconi, Mazoni, Zozó, Plinio. Moisés e Sabará.

Tricampeão Citadino nos anos 50

Na quinta-feira, do dia 04 de maio de 1939, foi fundada a Liga de Sports Barbacenense (LSB), pelos clubes da cidade: Olympic Club, Villa do Carmo, Batalhão, América Futebol Clube, Central, Atlético Clube Barbacenense, Estudantes, Campista e Montanhês

Sob a presidência do Dr. Brasil Araujo, o Villa do Carmo se sagrou campeão do 1º Campeonato Citadino de Barbacena de 1939. No ano seguinte (1940), faturou o Bicampeonato Citadino. Em março de 1941, um dos destaques da equipe, o goleiro João Alberto foi contratado pelo Clube de Regatas Flamengo.

Em 1941, quem estava gerindo o futebol no município era a Liga Amadorista de Esportes Barbacenense (LAEB), situado na Praça dos Andradas, s/n, no Centro da cidade, e sob a presidência do Dr. Rubens Santos de Oliveira.

Destaque para o trio: Arlindo “Sabonete”, Waldyr e o goleiro João Alberto. Na década de 50, faturou o Tricampeonato Municipal (1951, 1952 e 1953)

Posteriormente disputou algumas edições do Campeonato Citadino de Juiz de Fora: 1958, 1959, 1960, 1961, 1964 e 1965.

America/RJ goleou o Villa

Um amistoso nacional, aconteceu na quarta-feira, do dia 1º de maio de 1957. O Villa do Carmo foi goleado pelo America FC por 6 a 3, em Barbacena/MG. O primeiro tempo, terminou com cinco a zero para o Mecão. Os gols foram marcados por Genuíno, quatro vezes; Romeiro e Ferreira para o America; enquanto Mauro, Irany e Lindolfo fizeram para o Villa.

Villa do Carmo: Campeão; Zé Antônio e Pavão; Cinquenta, Xeréu e Ibrahim; Lindolfo, Mauro, Silvinho, Irany e Coquinho.

America/RJ: Pompeia (Walter); Lucio e Edson; Rubens, Pacheco e Maneco; Canário (Ramos), Romeiro (Washington), Genuíno, Alarcon (Alvinho) e Ferreira. Técnico: Carlos Volante.

Na foto (acima) aparecem o trio final do Villa do Carmo S. C., campeão de 1939 da cidade de Barbacena. São eles: Arlindo (Sabonete), Waldyr e o guardião João Alberto, elemento muito futuroso e considerado o melhor das redondezas.

Villa foi derrotado pelo Madureira/RJ

No domingo, do dia 07 de julho de 1957, o Villa do Carmo perdeu para o Madureira por 3 a 2. Os gols foram assinalados por Nelsinho, Wellis e Nilo para o Tricolor Suburbano, enquanto Silvinho e Mauro, de pênalti, fizeram para o Villa. O árbitro foi Ângelo Ruas, com boa atuação.

Tudo igual entre Villa e Olaria/RJ

No domingo, do dia 06 de janeiro de 1958, Villa do Carmo e Olaria empataram em 1 a 1. No primeiro tempo, aos 6 minutos, Mauro abriu o placar para os donos da casa. O empate da equipe carioca só saiu aos 40 minutos da etapa final, por intermédio de Luís.  O árbitro foi o Sr. Aristocílio Rocha.

Villa do Carmo: Manuel; Pavão e Ibrahim; Zé Antônio, Carioca e Cinquenta; Lindolfo, Ceci, Silvinho, Mauro e Irany.

Olaria: Valter; Joel e Renato; Rico, Olavio e Dodô; César, Silvio, Bera (Luís), Valdir e Mário.

Villa debutou na Segundona Mineira

O Villa do Carmo debutou no Campeonato Mineiro da 2ª Divisão de 1967. A equipe ficou na Sub Zona, que contava com nove equipes. A campanha foi boa, terminando na 2ª posição. No entanto, apenas o campeão avançava para a fase final.

Campeão Mineiro da Segunda Divisão de 1968

O Campeonato Mineiro da 2ª Divisão de 1968, organizado pela FMF (Federação Mineira de Futebol), contou com impressionantes 51 clubes participantes.

Na primeira fase, o Villa do Carmo ficou na Zona Vertentes-Metalúrgica, da Sub Zona, com nove equipes. No final, o Villa terminou na 2ª posição com 23 pontos em 16 jogos (10 vitórias, três empates e três derrotas; 34 gols a favor, 16 tentos contra e um saldo de 18).  

Na segunda fase, ficou na chave com quatro equipes:  Villa do Carmo, Olympic Club (Barbacena), Democrata (Governador Valadares) e Athletic Club (São João del Rei). A equipe terminou na 1ª colocação com nove pontos em seis jogos (quatro vitórias, um empate e uma derrota; 13 gols a favor, cinco tentos contra e um saldo de oito).

Com isso, o Villa do Carmo Esporte Clube avançou para o Quadrangular Final, juntamente com Trespontano Atlético Clube (Três Pontas), Patrocinio Esporte Clube (Patrocinio) e Associação Atlética Cassimiro de Abreu (Montes Claros).

1ª Rodada (5ª-feira – 14 de novembro)

AA Cassimiro de Abreu 0X0Trespontano AC
Villa do Carmo EC     2X0Patrocínio EC

2ª Rodada (Domingo – 17 de novembro)

Patrocínio EC2X1AA Cassimiro de Abreu 
Trespontano AC2X1Villa do Carmo EC     

3ª Rodada (4ª-feira – 20 de novembro)

Patrocínio EC2X0Trespontano AC
Villa do Carmo EC     6X0AA Cassimiro de Abreu 

4ª Rodada (Domingo – 24 de novembro)

Patrocínio EC1X1Villa do Carmo EC     
Trespontano AC2X0AA Cassimiro de Abreu 

5ª Rodada (4ª-feira – 27 de novembro)

AA Cassimiro de Abreu 2X3Patrocínio EC
Villa do Carmo EC     1X0Trespontano AC

6ª Rodada (Domingo – 1º de dezembro)

AA Cassimiro de Abreu 0X0Villa do Carmo EC     
Trespontano AC5X2Patrocínio EC

Classificação do Quadrangular Final

CLUBESPGJVEDGPGCSG
Villa do Carmo EC     863211138
Trespontano AC76312963
Patrocínio EC763121011-1
AA Cassimiro de Abreu 2624313-10

O Villa do Carmo conquistou o inédito título do Campeonato Mineiro da 2ª Divisão de 1968. A campanha no geral foram 40 pontos em 28 jogos (17 vitórias, seis empates e cinco derrotas; 58 gols a favor, 24 tentos contra e um saldo de 34)

Apesar do título, o Villa precisou enfrentar o Independente Atlético Clube (Uberaba), último colocado da Primeira Divisão do Mineiro de 1968.

No 1º encontro, no domingo do dia 8 de dezembro, Villa e Independente empataram em 0 a 0. A 2ª partida, na quinta-feira do dia 12 de dezembro, novo empate sem gols.

O 3º e último jogo, na quarta-feira do dia 18 de dezembro, o Independente venceu por 3 a 1. Todos os três jogos foram no Estádio Independência (propriedade do Sete de Setembro F.C.), em Belo Horizonte/MG.

A vaga ficou com o Independente, porém o Villa do Carmo em seguida recorreu à Justiça Desportiva solicitando os pontos, alegando que o Independente teria utilizado um jogador, que assinou contrato fora do tempo legal.

A Justiça Desportiva (TJD-MG) anulou a partida, mas, paralelamente, a Divisão. O Conselho da Divisão Extra incluiu o Villa do Carmo no campeonato, juntamente com outras três equipes convidadas: Democrata-GV, Tupi e Sete de Setembro.

Duas edições no Mineiro da Primeira Divisão

Após idas e vindas, o Villa do Carmo conquistou o direito de disputar o Campeonato Mineiro da 1º Divisão de 1969. O Estadual contou com a presença de 16 equipes. A estreia aconteceu no domingo, do dia 26 de janeiro de 1969, com derrota para o Tupi por 2 a 0, em Juiz de Fora.  

A primeira vitória, mas aconteceu no domingo, do dia 16 de março de 1969, sobre o Democrata por 1 a 0 (gol de Milton), em Governador Valadares. Os resultados mais valiosos, aconteceu na quarta-feira, do dia 21 de março de 1969, quando arrancou um empate em 2 a 2, fora de casa, diante do América Mineiro. E depois, em casa, na quarta-feira, do dia 28 de março de 1969, ficou no empate em 1 a 1 com o poderoso Cruzeiro.

Na classificação final, o Villa do Carmo terminou na 13ª colocação com 22 pontos em 30 jogos (oito vitórias, oito empates e 14 derrotas; 24 gols a favor, 45 tentos contra e um saldo negativo de 21)

O Campeonato Mineiro da 1º Divisão de 1970, contou com a participação de 28 equipes. A campanha foi modesta, terminando na 17ª colocação com 15 pontos em 14 jogos (cinco vitórias, cinco empates e quatro derrotas; 17 gols a favor, 18 tentos contra e um saldo de menos um).

Algumas Formações:

Time base de 1938: João Alberto; Waldyr e Arlindo Sabonete; Massudo, Anthero e Waldemar; Mistrica, Tizinho, Daniel, Ataliba e Mazzoni.

Time base de 1942: Atos; Daniel e Arlindo Sabonete; Lima (Neto), Jorge e Jaguaré; Tatu, Tininho, Elias, Levi e Mazzoni.

Time base de 1948: João Alberto; Waldyr e Arlindo Sabonete; Massudo, Anthero e Waldemar; Mistrica, Tininho, Daniel, Ataliba e Mazzoni.

Time base de 1951: Danton (Pigmeu); Cinquenta (Coquinho) e Geraldinho (Mistrica); Dario (Bombeiro), Oitenta (Carmo) e Amaury (Zé Pequeno); Lindolfo, Levy (Morais), Mauro, Flavio (Pastos) e Plínio (Coquinho).

Time base de 1952: Danton; Borracha (Olinto) e Cinquenta; Geraldino (Morais), Carmo (Léo) e Oitenta; Coquinho (Cosme), Levy (Maurilio), Márcio, Mauro e Lindolfo (Coró).

Time base de 1955: Delvaux; Ibrahim e Duelo; Faquir (Olinto), Cinquenta e Carmo; Luizinho (Tupã), Levy, Nenê, Mauro e Coquinho.

Time base de 1957: Wilson (Delvaux ou Dalton); Zé do Hélio (Pavão) e Ibrahim (Zé Antônio); Cinquenta (Olinto), Xexéo e Carioquinha; Lindolfo, Levy, Silvinho (Ranulfo), Mauro (Iraci) e Irany (Coquinho). Técnico: Carlinhos Buchene.

Time base de 1958: Manuel; Pavão e Ibrahim; Zé Antônio, Carioca e Cinquenta; Lindolfo, Ceci, Silvinho, Mauro e Irany.

Papel Timbrado: Acervo de Fabiano Rosa Campos

PESQUISA:Sérgio Mello

ARTE: desenho do escudo e uniformes – Sérgio Mello

 FONTES: A Luta Democrática (RJ) – A Manhã (RJ) – A Noite (RJ) – A Tribuna (SP) – Diário da Noite (RJ) – Diário da Tarde (PR) – Diário do Paraná (PR) – Folha Mineira (MG) – Jornal do Commercio (RJ) – Jornal dos Sports (RJ) – O Imparcial (RJ) – O Jornal (RJ) – O Radical (RJ) – O Sol (MG) – Rsssf Brasil – Sport Ilustrado (RJ)

Escudo de 1930: Villa Nova Atlético Clube – Nova Lima (MG), completa hoje 116 anos!

Escudo e uniforme de 1930

Por Sérgio Mello

Uma História Gloriosa

No dia 28 de junho de 1930, uma bela matéria do Diário de Notícias (RJ) sobre o Villa Nova Athletico Club, um dos mais festejados clubes filiados à Liga Mineira de Desportos Terrestres (LMDT), que comemorava 22 anos de existência.

1º Uniforme do Villa Nova

O glorioso clube mineiro da cidade de Nova Lima, Minas, que foi fundado no domingo, do dia 28 de junho de 1908, por trabalhadores da mina de Morro Velho, pertencente à Saint John Del Rey Mining Company Limited da cidade de Nova Lima.

Forto posada de 1908

A escolha do nome

Nos primórdios da sua história, o município de Nova Lima chamava-se Villa Nova de Lima e os fundadores resolveram homenagear o antigo topônimo e mantiveram, inclusive, a grafia de Villa com dois” L”. Logo no início da sua bela trajetória, o Villa Nova consolidou-se como um dos mais tradicionais e aguerridos times do estado de Minas Gerais e os títulos não demoraram a ser conquistados.

O Leão do Bonfim é um dos mais progressistas e queridos centros esportivos do grande Estado central, cujo valor esportivo vem se firmando lado a lado com a sua ascendência social e material, já tendo o seu nome valoroso ultrapassado as fronteiras das Alterosas, incutindo amizade, valor respeito às maiores sociedades esportivas do país.

Revista da Semana (RJ) – 1909

A primeira grande vitória

O Villa Nova A. Club teve a sua primeira grande vitória de football, nos campos de football, dois após a sua fundação, quando, em 1910, venceu brilhantemente, por 2 x 1, o até então invencível Morro Velho Athletic Club, veterana e modelar sociedade mineira, e quiçá a mais antiga agremiação esportiva do Brasil, mantida pelos ingleses da companhia que lhe dá o nome. De então para cá tem o clube nova-limense trilhado vertiginosamente a estrada luminosa da gloria.

1.º team do Villa Nova Athletic Club (Fon Fon 1918)
Luizinho, Goularte, Villela, Gallo, Rodrigues, Souza, Moretzon, J. Deus, Atilio, Nem, Euclides. O Villa Nova Athletic Club é filiado a Liga Mineira. Em Minas não tem rival. Ao seu activo conta mais de 5) victorias. Já derrotou as famosas equipes de Bello Horizonte e os profissionaes inglezes do Morro Velho Athletic Club.

Na década de 20, o clube viajou até o Rio de Janeiro

Sob a presidência do sr. Agostinho de Mello, em 1920, iniciou o Villa Nova A. Club as suas relações esportivas com os grandes centros: esportivos da Capital Federal, recebendo então a visita amistosa do São Christovão A. C. e já em 1922, na presidência do sr. Álvaro Ribeiro, recebeu festivamente a representação do grande “leader” do football nacional, o Fluminense F. С.

A par do progresso esportivo do club, veio, também, se avolumando o progresso material, cuja principal obra foi a construção, sob a presidência do sr. José Dias de Araujo, da magnifica sede social, suntuosamente instalada em edifício próprio e a continuação da construção das arquibancadas; obra está já iniciada na administração anterior.

Todos os clubes mineiros filiados á Liga Mineira de Desportos Terrestres têm já pisado o gramado villanovense, em lutas amistosas com o pujante e adestrado quadro do alvirrubro, com excepção unicamente do Sport Club Uberaba.

Vida Sportiva (RJ) 1919

Disputando o campeonato da Liga Mineira, no corrente ano, conquistou o Villa Nova o almejado título de campeão do Torneio Initium da Liga, e é considerado como um dos prováveis detentores do campeonato mineiro, pertencendo ao seu quadro os dois melhores chutadores do atual campeonato, os players Moore e Lêra.

É, pois, o Villa Nova A. Club uma verdadeira escola de desportistas, possuindo nada menos de cinco teams inferiores, inclusive um club, seu filiado, o Palmeiras F. C., de modo que um jogador para alcançar o primeiro team terá que passar por todos os cinco teams do clubs, sendo o Palmeiras que é o team juvenil, o primeiro degrau da escala.

Diário de Notícias (RJ) 1930

Em 1930, o Villa contava com 2 mil sócios

Compõe-se o quadro social do Villa Nova de mais de 2 mil associados, não obstante existirem em Nova Lima mais duas importantes sociedades esportivas, o Morro Velho A. Club e o Retiro Sport Club, cada um com cerca de mil sócios.

O Villa Nova A. Club é a “menina dos olhos” do povo de Nova Lima, tanto que os “mineiros” da Mina do Morro Velho acabam de prestar espontaneamente, ao Villa, uma significativa homenagem, oferecendo ao club valioso e belo troféu, artístico bronze representando a Victoria, como lembrança dos triunfos ultimamente obtidos pelo 1º team do poderoso grêmio nova limense.

A diretoria do Villa Nova, em 1930:

Presidente – Castor Cifuentes;

Vice-presidente – Omar Wanderley;

2° vice-presidente – dr. José Furletti;

Secretário geral – José Dias de Araujo;

1° secretario – Agostinho Taveira;

1° tesoureiro – Robespierre Magalhães;

2º secretario – Raymundo Lacerda;

2° tesoureiro – Sylvio Wanderley; Orador – major José Gustavo Dias.

Commissão de sports – José Dias, João Carvalho, Cicero Dias e Argemiro Dias.

Auxiliar da direcção sportiva – Massagista e treinador, Manfrido Costa.

A Falange Feminina do Villa Nova, ultimamente formada, tem já prestado muitos valiosos serviços ao club alvirrubro, estando assim organizada a diretoria de 1930:

Presidente – Gercina de Mello Taveira;

Vice-presidente – Maria Roussin Guedes;

1ª secretaria – Lya Wanderley;

2ª secretaria – Olga Magalhães;

1ª tesoureira – Maria Carvalho de Aguiar;

2ª tesoureira – Maria Ribeiro;

Procuradoras – Clelia Santiago e Esmeralda Alves;

Directoras de sports – Gercina Roscoe Gavriloff e Clelia Santiago.

Os associados do Villa Nova A. Club elegeram, recentemente, a sua rainha, a senhorita Geralda Pulcherio, cuja casa real ficou composta das grã-duquesas senhoritas Clelia Santiago, Lili Fonseca e Josepha Rodrigues.

Gazeta de Noticias (RJ) – 1935

Tricampeão Mineiro na década de 30

O time ostenta muitas conquistas, como título o tricampeonato mineiro de 1933/34/35, Supercampeão em 1951, quando numa célebre final disputada contra o Atlético derrotou após três emocionantes jogos. Outro feito histórico foi a conquista do Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão em 1971, competição que equivale atualmente à Série B.

Note-se que o futebol mineiro venceu as duas primeiras edições do Campeonato Brasileiro com o Villa Nova levando a Primeira Divisão (Série B) e o Atlético ficando com a Divisão Extra (Série A).

O epíteto de “Leão do Bonfim” foi incorporado à equipe na década de 40 pelo chargista Fernando Pierucetti, o Mangabeira, do extinto jornal Folha da Manhã, de Belo Horizonte.

Ele gostava de associar bichos que simbolizassem a alma dos times mineiros e dessa forma nasceram o Galo, a Raposa e o Coelho para designar, respectivamente, o Atlético, o Cruzeiro, e América.

Villa Nova  x São Cristóvão (vice-campeão Carioca de 1938), no tradicional Estadinho do Bonfim. Está em ruínas o velho estádio do Villa Nova (Revista Manchete de 1958)

Já o “Bonfim” do apelido é uma referência ao Bairro de Nova Lima onde está sediado o lendário Estádio Castor Cifuentes, na Rua Major Felizardo. Aliás, o nome do Estádio é uma homenagem a um grande benfeitor villa-novense e ex-presidente da agremiação durante a conquista do tricampeonato em 33/34/35. Atualmente, o Estádio Castor Cifuentes tem capacidade para 10 mil torcedores, fruto das melhorias que foram implementadas no decorrer da história.

A peleja final de 1951 com o Atlético Mineiro, o Villa Nova se sagrou Campeão Mineiro.

ARTES: escudo e uniformes – Sérgio Mello

FOTOS: Diário de Notícias (RJ) – Gazeta de Notícias (RJ) – Revista Fon Fon (RJ) – Revista da Semana (RJ) – Revista Manchete Vida Sportiva (RJ)

FONTES: Diário de Notícias (RJ) – Jornal Minas (MG)

Retiro Sport Club – Nova Lima (MG): papel timbrado com o escudo de 1932

Por Sérgio Mello

Retiro Sport Club é uma agremiação Centenária da Cidade de Nova Lima (MG). O “Alvinegro das Montanhas Novalimense” foi Fundado no sábado, do dia 1º de Julho de 1916, possui a sua Sede e Estádio Retiro Saudoso, Colina, localizados na Rua Elogio Pimentel, s/n, Bairro do Retiro, em Nova Lima. Foi Vice-campeão Mineiro de 1932, ainda pela LMDT, e 3° lugar no campeonato mineiro de 1936.

Vice-campeão Mineiro de 1932

Apesar de ter acabado com futebol profissional e muitos daqueles que freqüentam o clube atualmente, desconhecem a história do Retiro, o time de futebol  já foi ‘figurinha carimbada’ na Elite do Futebol Mineiro, nos idos de 20 e 30. Ao todo, foram sete participações no Campeonato Mineiro da 1ª Divisão1927 (7º lugar)1932 (2º lugar)1933 (8º lugar)1934 (4º lugar)1935 (6º lugar)1936 (3º lugar) e 1937 (6º lugar).

Dessas edições, duas se destacam: o vice-campeonato de 1932 (só atrás do Atlético Mineiro), organizado pela Liga Mineira de Desportos Terrestres (LMDT) e a 3ª colocação do Campeonato reunificado de 1936.

Nos dias atuais, o Retiro busca estimular a prática esportiva e a inclusão social, por meio da sua Escolinha de Futebol, onde formam atletas, mas, principalmente, cidadãos de bem.

ARTES: Escudo e uniforme – Sérgio Mello

COLABOROU: Fabiano Rosa Campos

FOTO: Sport Ilustrado (RJ)

FONTES: minhas anotações – Rsssf Brasil – Página do Clube no Facebook

Inédito!! Morro Velho Athletic Club – Nova Lima (MG): Fundado em 1835

Por Sérgio Mello

O Morro Velho Athletic Club foi uma agremiação da cidade de Nova Lima (MG). O “Club dos Solteirões” foi Fundado no sábado, do 23 de maio de 1835 (na época o clube mais antigo do Brasil), por funcionários e ingleses da Saint Jonh d’El Rey Minning Company, que comandavam a Companhia de Mineração do Morro Velho (criada em Nova Lima, no ano de 1834). As suas cores era o azul, vermelho e branco (possivelmente uma homenagem a bandeira da Grã-Bretanha). Já o departamento de futebol do Morro Velho foi criado em 1908.

A sua Sede social ficava localizado no bairro Morro Velho. No local, foi construído nas Quintas, todos os ramos de esportes terrestres, ótimos campos, futebol, Tênis, críquete, ringues, pistas e sinuca, aberto apenas a membros da comunidade britânica.

Na virada do século XX, as partidas de críquete e rúgbi eram populares, assim como também na Cornualha nessa época; em 1913 existiam duas equipes, uma denominada ‘Cornwall’, constituída inteiramente por imigrantes da Cornualha, e a outra ‘Morro Velho’ que incluía Cornish, Morrovelhenses, galeses e ingleses.

Sem registro sobre a datação desta fotografia

Houve pouca interação entre a população brasileira e os trabalhadores imigrantes, mas o futebol, introduzido principalmente por jovens mineiros da Cornualha, tornou-se moda na vizinha Nova Lima e a St John del Rey Company doou o terreno para o estádio de futebol do Villa Nova Athletic Club. Em 1930, o Morro Velho possuía um número de, aproximadamente, 1 mil sócios.

Na década de 40, filiado a Federação Mineira de Tênis, participavam dos campeonatos da modalidade. Também realizavam jogos amistosos de futebol, tênis, cricket, bem como festividades esportivas.

Foto tirada no ano de 1915

Na esfera do futebol, o Morro Velho Athletic Club, montado exclusivamente por ingleses, disputou o Campeonato Mineiro da Segunda Divisão na década de 10. Na história do Villa Nova há um trecho lembrando com orgulho que em 1910, o clube “venceu brilhantemente, por 2 a 1, o até então invencível Morro Velho Athletic Club, mostrando como o Club dos Solteirões era respeitado.

Tricolor das Laranjeiras contratou zagueiro do Morro Velho

 Na segunda-feira, do dia 13 de dezembro de 1914, o Fluminense Football Club confirmou a contratação do zagueiro J.B. Cuthbet. Com passagem por times da Inglaterra, Bélgica, Suíça e França, o defensor firme e vigoroso veio da equipe mineira do Morro Velho A.C.

Morro Velho derrotou o América Mineiro

Photographia (de Mario Salles, acima), do dia 04 de dezembro de 1915, tirada no Prado Mineiro por occasião do match entre o Club America, de Bello Horizonte e o Club Morro Velho, dos inglezes, sahindo vencido o invencível Morro Velho por 3 x 1. Outro aspecto do Prado Mineiro.

Novo triunfo em cima do América Mineiro

No domingo, do dia 16 de janeiro de 1916, foi realizado o esperado encontro entre os Primeiros Teams do America Foot-Ball Club, de Belo Horizonte, e do Morro Velho Athletic Club, de Nova Lima.

Os players, tanto de um como de outro clube, desenvolveram um jogo digno de nota, porém os players do America mostraram-se fracos perante os do Morro Velho, que lhes infligiram uma derrota de 3 a 0. O árbitro da partida se portou corretamente, com energia e imparcialidade.

No domingo, do dia 20 de abril de 1924, o Morro Velho venceu o Passagem Football Club pelo placar de 5 a 1. O presidente do “Club dos Solteirões”, Mister John Willians ofereceu à noite um deslumbrante baile a fantasia à equipe visitante.

Foto tirada no dia 20 de abril de 1914

Morro Velho e Atlético Mineiro: o empate foi o resultado que mais se repetiu

Em 1911, o Atlético Mineiro bateu o Morro Velho Athletic Club duas vezes: em 26 de março (2 a 0) e no dia 09 de abril (3 a 1). Em 1912, um confronto: no dia 25 de agosto, o Galo goleou por 5 a 1.

Em 1913, as duas equipes sem enfrentaram três vezes: no dia 25 de maio, o Morro Velho venceu por 3 a 2; depois duas vitórias do Atlético Mineiro. No dia 24 de agosto , vitória por 2 a 0; e no dia 07 de setembro, triunfo por 1 a 0.

Em 1914, foram dois jogos: no dia 17 de outubro, terminou empatado sem gols, e no dia 22 de novembro, o Morro Velho derrotou o Galo pelo placar de 1 a 0. Somente em 1917, voltaram a se enfrentar. No dia 20 de maio, empataram em 0 a 0.

No dia 14 de julho de 1918, novo encontro e novo empate sem abertura de contagem. No dia 04 de maio de 1919, Morro Velho e Atlético Mineiro voltaram a empatar em 0 a 0.

Em 1921, foram quatro encontros com três empates e uma derrota: no dia 02 de janeiro, o Galo venceu por 3 a 1. No dia 05 de junho, empate em 0 a 0; No dia 24 de junho, empate em 3 a 3; No dia 13 de novembro, novo empate em 3 a 3.

Atlético Mineiro e Morro Velho só voltaram a se enfrentar no dia 05 de abril de 1925, e mais um empate em 2 a 2. E, esse foi o último confronto entre as duas equipes.

Ao todo, foram 16 jogos, com seis vitórias para o Atlético Mineiro, duas vitórias para o Morro Velho e o resultado que mais se repetiu foram os oitos empates. O Galo marcou 26 gols e o “Club dos Solteirões” balançaram as redes por 15 vezes.

Nos anos 30, clube entrou o Rio Cricket/RJ

Na terça-feira, do dia 28 de outubro de 1932, o Morro Velho Athletic Clubviajou até a cidade de Niterói/RJ, para realizar alguns amistosos contra o Rio Cricket Associação Atlética, no futebol, tênis e Cricket.

A equipe mineira levou melhor no Cricket, somando 150 pontos contra 122, tendo perdido um jogador, antes completar a contagem. No entanto, no Tênis, os niteroienses venceram no simples (6 x 4 e 6 x 3) e nas duplas (7 x 5 e 6 x 1); e no futebol goleou o Morro Velho pelo placar de 6 a 1.

Morro Velho se afasta em definitivo do futebol

Na matéria do jornal A Noite (RJ), da terça-feira do dia 09 de agosto de 1938, informou que o Morro Velho Athletic Club estava com os dias contados:

O grêmio da terra do ouro está passando, agora, por um período de transição. Pelo que apurou a reportagem de A NOITE, Nova Lima terá, no futuro, um único representante que será o Villa Nova, isto por que desaparecerão o Morro Velho, um dos clubes mais antigos do país, e o Retiro, que, há pouco, abandonou a entidade oficial”.

Algumas formações:

Time base de 1915: Clemence; Gli e Smith; Dun, Mayor e Lowes; Mayor II, Etubles, Armstrong, Dwon e Miliaway.

Time base de 1917: Shan; Smith e Frank; Outran, Pinking e Thirlaway; J. Ulayo, Taylor, J. Smith, Gill e Franck.

ARTES: Desenho do escudo e uniformes – Sérgio Mello

FOTOS: Acervo do Rich Trezise – Revista A Vida de Minas (MG) – Revista Vita (MG) – Fon Fon (RJ)

FONTES: A Noite (RJ) – Correio da Manhã (RJ) – Correio Paulistano (SP) – Diário de Notícias (RJ) – Gazeta de Notícias (RJ) – Jornal dos Sports (RJ) – Sport Ilustrado (RJ) – The Cornish in Latina America