O União Bandeirante Futebol Clube foi uma agremiação da cidade de Bandeirantes (uma população de 31.526 habitantes, segundo estimativa do IBGE de 2018), que fica a 381 km da capital do estado do Paraná.
O ‘Caçula Milionário’ foi Fundado no domingo, do dia 15 de Novembro de 1964, com o fim exclusivo de participar do Campeonato Paranaense de Futebol profissional. O 1º nome do clube foi denominado de Usina Bandeirante Futebol Clube, com a ideia de se propagar o nome da indústria dirigida pelos seus fundadores. Com a fusão com o Guarani, foi sugerido o nome de União.
A sua Sede social ficava na Rua Benedito Bernardes de Oliveira, nº 1.079, no Centro de Bandeirantes (PR). O Estádio Comendador Luís Meneghel, com Capacidade para 8 mil pessoas, estava situado na Rua Vicente Inácio Filho, s/n, na Vila Maria, em Bandeirantes/PR.
O crescimento do clube deve-se muito a chegada do campeão mundial de 58 Nilton De Sordi, contratado pelo presidente A. Meneghel nos anos 60 para a lateral-direita do União e atraindo multidões aos dias de jogos.
Nas décadas de 60 e 70, o União já mostrava sua força na revelação de jogadores. Os primeiros a se destacarem no futebol paranaense foi a dupla Paquito – atual auxiliar técnico do Coritiba – e Tião Abatiá.
Assim que foi montado o time profissional pelo competente técnico Pupo Gimenez em 1964, num dos últimos coletivos para estrear no campeonato da 1ª Divisão, um determinado repórter da Rádio Cabiúna se aproximou do saudoso Sr. Luís Meneghel que assistia ao treino junto ao alambrado e comentou:
“Seu Luís, o senhor está gostando do time? Ao que nos consta, só falta o entrosamento para que o time fique perfeito!” … Imediatamente o Sr. Luís respondeu: – “Veja onde é que está esse jogador que vou pedir para o meu filho Antoninho comprá-lo!” … hehehe! Pelo visto, dinheiro na época não era problema!
Cinco finais e todos terminou com o vice
Em 1966, o time do norte do estado perdeu o título do Paranaense para o Ferroviário, mas em compensação teve o artilheiro do campeonato Paquito com 13 gols.
Nos anos de 1969 e 1971, o União foi vice-campeão estadual perdendo o título para o Coritiba. Tião Abatiá marcou 19 gols no estadual de 71.
Em 1989 o União voltou a disputar a final do Campeonato Paranaense, mas perdeu novamente para o Coritiba, na 1ª partida 0 a 0 e no último jogo 2 a 0 para o Coxa no Couto Pereira.
Em 1992, o União nunca esteve tão perto de ser campeão, mas perdeu o título do estadual para o Londrina no Estádio do Café, no 2º jogo vencia por 2 a 0 quando o Tubarão conseguiu o empate e tirou a Taça do time de Bandeirantes.
Na história gloriosa do União da Vila Maria, não podemos deixar de citar o glorioso treinador Pupo Gimenes, que muito contribuiu na formação de talentos. Nos últimos anos, o União tem feito campanhas regulares nos estaduais, batendo na porta de acesso para a Série B do Brasileiro, e disputado com brilhantismo torneios nas categorias inferiores como a Dallas Cup nos EUA, e tem revelado bons jogadores como é o caso do goleiro Fábio que já atuou pelo Cruzeiro, Santos, Atlético/PR e disputou a Copa João Havelange pelo Vasco da Gama, conquistando o título brasileiro de 2000.
União Bandeirante fecha as portas
Sem qualquer alarde, uma página do futebol paranaense foi encerrada na sexta-feira, do dia 4 de agosto de 2006. Após 42 anos de ininterrupta participação no Campeonato Paranaense (um recorde no interior), o União Bandeirante encerrou suas atividades, alegando dificuldades financeiras. A FPF (Federação Paranaense de Futebol) só foi comunicada da desistência em dezembro, mas a saída era esperada desde o ano passado.
O primeiro sinal veio com o afastamento (por problemas de saúde) do patriarca Serafim Meneghel do comando da Usina Bandeirante, a mantenedora do clube. Meneghel, celebrado por um vasto folclore no interior, fundou o União em 1964 e, desde então, a história de criador e criatura se confundiram.
O alvinegro obteve cinco vice-campeonatos estaduais (1966/69/71/89/92) e mostrou sangue na despedida, este ano: venceu o Coritiba, por 1 a 0, no estádio Luís Meneghel.
Entre as décadas de 60 e 70, o União revelou a “dupla caipira” Tião Abatiá e Paquito (ídolos também no Coritiba) e alimentou polêmicas envolvendo seu presidente. Reza o anedotário de Bandeirante que, certa vez, Meneghel, com seu inseparável chapelão, invadiu o gramado e “convenceu” o árbitro a trocar o pênalti que favorecia o visitante Seleto de Paranaguá por um tiro de meta para o time da casa.
Se a história acima é fato ou lenda pouco importa. O fim do União Bandeirante encerra uma era em que o futebol do interior pertencia à uma cidade, à gente daquela cidade, ao folclore daquela cidade.
TÍTULOS
Campeonato Paranaense da Segunda Divisão: 2 vezes (1988 e 1992).
HINO
Avante União Bandeirante
O caçula milionário
Que em gramados daqui ou de lá
Não teme nenhum adversário
Hip! Hurra! União!
Que em nossos corações é o primeiro
Orgulho do esporte brasileiro!
Link do Hino: https://www.youtube.com/watch?v=Zd1loe-iM0U
ARTE: desenhos dos escudos e uniformes – Sérgio Mello
FOTO: Acervo da Flâmula, José Elcides Cunha Pires – Acervo de Navarro Júnior
FONTES: Blog Um Time Por Dia – Revista Placar