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Foto rara, de 1960: Estádio Adolfo Konder – Florianópolis (SC)

1ª praça desportiva do estado de Santa Catarina foi o Estádio Adolfo Konder, também conhecido com “Campo da Liga“, “Pasto do Bode” ou “Majestoso“, localizado entre a Avenida Mauro Ramos e as Ruas Bocaiúva, Altamiro Guimarães e Demétrio Ribeirono Centro de Florianópolis (SC), com um terreno de 15.000 m², possuía Grama natural (105 x 68 m).

Foi inaugurado na terça-feira, de 11 de Março de 1930, na vitória do Avaí sobre o Tamandaré pelo placar de 3 a 0. O 1º gol foi assinalado pelo atacante Sabas.

Estádio Adolfo Konder, entre 1930 a 1963, era de propriedade do Governo de Santa Catarina; onde o Avaí e Figueirense mandavam o seus jogos e de 1973 a 1982 ficou aos cuidados somente do Avaí Futebol Clube. Em 1983, o estádio foi demolido e em seu lugar foi construído o Beira Mar Shopping.

Vista panorâmica do estádio Adolfo Konder

O estádio pertencia ao governo do estado até os anos 70, e por isso não apenas o Avaí jogava ali, mas também outras equipes da capital, incluindo seu rival Figueirense Futebol Clube, que jogou no Campo da Liga até os anos 60, quando passou para seu estádio próprio, o Estádio Orlando Scarpelli.

Já o Avaí, que se tornou o único mandante do estádio desde então, jogou no Adolfo Konder até o início do anos 80, quando também teve o seu estádio, a Ressacada, construída.

Foto de 1980: arquibancada e ao fundo, as árvores que ficavam pelo lado da rua Altamiro Guimarães

Época antecessora

No terreno aonde viria ser inaugurado o Estádio Adolfo Konder, por cerca de 15 anos já era utilizado para a prática do futebol. No ano de 1915 o Sport Club Palmeiras, fundado no mesmo ano, utilizou o terreno de cerca de 15 mil metros quadrados para sediar seus jogos e assim impulsionar a rivalidade com o Club Sportivo Florianópolis (ex-Anita Garibaldi, fundado em 14 de julho de 1912) que também era proprietário de um campo de futebol.

Até neste momento, o campo era localizado entre as ruas Brusque (atual Altamiro Guimarães), Heitor Luz (atual rua Bocaiúva), e o que hoje é a rua Rafael Bandeira.

Nesta época existia o bairro São Luiz, junto a Praia de Fora (atual Beira Mar Norte). Neste campo eram realizados a maioria dos jogos de futebol da cidade, até que surgiu, em 1915, o Ginásio Santa Catarina (atual Colégio Catarinense).

Foi neste mesmo local que se iniciou a história do Estádio que viria a se tornar o símbolo do desporto catarinense por mais de cinco décadas.

Estádio Adolfo Konder

Foto, num jogo do Avaí pelo estadual de 1980, no saudoso estádio Adolfo Konder

Clube de Regatas Aldo Luz (nome de um filho de Hercílio Luz, ex-governador do Estado), se dizia dono da área aonde se localizaria o estádio. Mais tarde, começou a ser divulgado que o terreno pertencia à Irmandade do Senhor Jesus dos Passos.

E foi com a Irmandade que o então governador do estado de Santa Catarina Nereu Ramos negociou a área em 1937, permutando o local por uma obra no Hospital de Caridade de Florianópolis.

Foi então que o governo do estado realizou a obra de construção do estádio entre os anos de 1929 e 1930. No jogo de inauguração na terça-feira, de 11 de Março de 1930, na vitória do Avaí sobre o Tamandaré pelo placar de 3 a 0. O 1º gol foi assinalado pelo atacante Sabas.

Os porquês das alcunhas do estádio

Na foto, o goleiro realiza com segurança a sua defesa no saudoso estádio Adolfo Konder

De qualquer forma, desde sua inauguração, o estádio sempre esteve sob responsabilidade da Liga Santa Catarina de Desportos Terrestres (atual Federação Catarinense de Futebol), surgindo aí a denominação de Campo da Liga.

Moradores das redondezas diziam que a pessoa responsável por cuidar do estádio e do campo, de vez em quando, colocava umas cabras e cabritos para aparar a grama. Mas a denominação de Pasto do Bode veio nos anos 70, depois da divulgação de uma foto armada, com um bode alugado, colocado no campo para pastar.

Os jogos até os anos 50 eram disputados no período da tarde, visto que o estádio não possuía sistema de iluminação. Nessa época, não era de se estranhar a presença de vários funcionários públicos nos jogos.

Estes trocavam as repartições pelas arquibancadas do Adolfo Konder. Estes jogos à tarde foram apelidados de “jogos do paletó” pois muitos funcionários deixavam o paletó em sua cadeira na repartição pública e iam aos jogos.

Houve casos de fotos dos jogos revelarem pessoas que tinham se ausentado à tarde em razão de “doença” ou motivo de “força maior“, neste caso o futebol. Consequentemente, alguns acabaram advertidos e ouros demitidos!

Como o estádio foi repassado ao Avaí FC

Mais tarde, o então deputado federal Fernando José Caldeira Bastos, que foi presidente do Avaí por dois mandatos (1964, 1965 e 1966 e 1972, 1973 e 1974), criou uma lei para que o estado doasse o estádio ao Avaí e, em 1973, o projeto de lei 80\72 foi à votação nas Comissões de Justiça e Finanças e teria que ser aprovado por unanimidade para que fosse sancionado.

Na época um então deputado do MDB, torcedor do rival Figueirense, decidiu não votar a favor do projeto de lei. Foi então que o itajaiense Delfim de Pádua Peixoto Filho, que posteriormente foi presidente da Federação Catarinense de Futebol, convenceu o colega da necessidade de sua aprovação e o mesmo aceitou.

Aprovado o projeto em reunião conjunta, depois pela Comissão de Viação, foi decretada pela Assembléia e sancionada pelo governador Colombo Sallesna segunda-feira, do dia 18 de setembro de 1972, a Lei 4781, que autorizava a alienação do imóvel denominado “Estádio Adolpho Konder” em favor do Avaí Futebol Clube. A Lei entrou em vigor na quarta-feira, do dia 27 de setembro de 1972.

Recordes de público e gols

Nessa tradicional praça desportiva aconteceram momentos históricos, como o jogo realizado na quarta-feira, do dia 31 de março de 1971, entre o Avaí e o Santosde Pelé que terminou com vitória do time paulista por 2 a 1, e com o público recorde registrado no estádio de 19.985 pessoas.

E também a partida com maior número de gols da história do futebol catarinense: 24 tentos! Aconteceu no domingo, do dia 13 de Maio de 1945, na acachapante goleada do Avaí sobre o Paula Ramos pelo elástico placar de 21 a 3.

Estádio Adolfo Konder: início de 1984

Fim da linha

A linda história do Estádio Adolpho Konder, que pertencia ao Avaí, todavia a sua estrutura já precária para os padrões da época, não poderia ser melhorada naquele pequeno espaço de apenas 15 mil metros quadrados.

A infraestrutura das ruas e as novas edificações nas imediações do estádio impediam a sua expansão. Mas devido a sua ótima localização, o terreno aonde se localizava o estádio tinha um ótimo valor imobiliário.

Até que no ano de 1980, foi feita outra permuta. O grupo econômico Kobrasol Empreendimentos Indústria Ltda. (formado entre as empresas Koerich, Brasilpinho e Cassol) ficou com o terreno para a edificação de um shopping, em troca da construção do Estádio da Ressacada que seria disponibilizado ao Avaí, e foi inaugurado na terça-feira, do dia 15 de Novembro de 1983.

O antigo campinho do Palmeiras, depois Campo da Liga e Estádio Adolpho Konder, não pertencia mais futebol florianopolitano e seu novo dono transformaria seus 15.030 metros quadrados no 1º shopping Center da Ilha. Ao Avaí, uma nova, moderna e vasta praça esportiva, quase oito vezes maior que o antigo Pasto do Bode, próximo ao aeroporto Hercílio Luz.

O penúltimo jogo, ocorreu na segunda-feira, do dia 03 de outubro de 1983, no amistoso entre os times másteres, do Avaí e Figueirense. Por fim, a última partida oficial disputada no Estádio Adolfo Konder, foi na quarta-feira, do dia 12 de outubro de 1983, entre Avaí e Joinville que empataram sem gols.

Beira Mar Shopping

FOTOS: Acervo de Adalberto Klüser – Hélcio Guimarães – Osny Meira – Vandrei Bion – Letícia Bombo/Em Voga Comunicação, Cláudio Postical – Jornal Paraná Esportivo (PR)

FONTES: Diversos jornais catarinenses – Wikipédia

INÉDITO!! Royal Sport Club – João Pessoa (PB): Três participações no Campeonato Paraibano, em 1918, 1919 e 1921

O Royal Sport Club foi uma agremiação efêmera da cidade de João Pessoa (PB). A sua Sede e o campo ficavam localizados na Rua Duque de Caxias, n°15, no Centro da cidade. Fundado no domingo, do dia 05 de Maio de 1918, por iniciativa de vários desportistas da elite paraibana, entre os quais Dorgival Mororó (proprietário de uma Joalheria Dorgival Mororó), Solon Machado e elementos de clubes anteriores.

Sobre as cores, o clube surgiu azul e branco (as mesmas cores do S.C. Cabo Branco, de onde vieram os jogadores reservas). Após se ausentar na temporada de 1920, no ano seguinte (1921), o Royal, já com sede e campo, retornou com as cores vermelha e branca.

A 1ª Diretoria do Royal S.C. foi constituída da seguinte forma

Presidente – Flávio Massa;

Vice-Presidente – Solon Machado;

1º Secretário – Armando Gomes;

2º Secretário – Nabal Barreto;

Tesoureiro – Dorgival Mororó;

Diretor de Esportes – Rodrigo Azevedo;

Kaptain da equipe – Walter Holmes.

 

Curiosidade: A irmandade de Royal e Cabo Branco  

É importante deixar claro que a saída dos jogadores reservas do Sport Club Cabo Branco para fundar o Royal Sport Club não pode ser considerado como uma dissidência, pois após a “separação” a relação entre os dois clubes sempre foi próxima. Mesmo após o Royal ter adquirido a sua Sede e campo e alterado suas cores, tanto os sócios do Cabo Branco quanto do Royal tinham livre acesso para freqüentarem ambos os clubes.

Primeiro jogo

O seu 1º jogo aconteceu uma semana após a fundação. No domingo, do dia 12 de Maio de 1918, o Royal enfrentou um Combinado do “Rio Negro”, formado à base de estudantes do Liceu. Apesar da extraordinária exibição de Mororó, Rossi, Floriano e Carioca, o Royal acabou derrotado, pelo placar de 1 a 0. O gol da vitória foi assinalado por Veloso, no 1º tempo.

 

Três participações no Estadual

Ao todo, participou três vezes do Campeonato Paraibano da 1ª Divisão: 1918, 1919 e 1921. Em 1923 tentou jogar, mas por atrito com a Liga Desportiva Paraibana (LDP), acabou declinando da ideia. Naquele mesmo ano disputou o certame da Liga Operária, que há pouquíssimas informações desta competição nos jornais paraibanos.

 

Curiosidades na Fundações do Royal e LSP

O futebol na Paraíba surgiu em 1908. Em 1914 foi fundado a Liga de Football da Paraíba (LFP), que organizou os campeonatos de 1914, 1915 (que não chegou a ser concluído), 1916 (que foi criado após a reorganização da Liga), 1917 (pouquíssima noticiada por causa do Turfe, que naquela época era o esporte nº 1, da Paraíba).

Em 1918, foi criada uma nova Liga Sportiva Paraibana (LSP), que só contavam com três equipes: Cabo Branco; Pytaguares e Palmeiras. Com receio de não ter competição, ocorreram algumas mobilizações a fim de reverter esse quadro.

Uma delas, aconteceu dentro do Sport Club Cabo Branco, maior clube e pessoas da elite paraibana. Então, os jogadores reservas – que faziam parte, porém quase não jogavam – decidiram montar uma equipe para disputar o Estadual de 1918. Dessa forma, foi criado o Royal (nome significa realeza). Outra equipe fundada foi o Treze Football Club.

Assim, o Estadual de 1918 (ainda teve o Rio Branco, que acabou desistindo dias antes do início da competição), foi formado por cinco clubes:

Cabo Branco;

Pytaguares;

Palmeiras;

Treze Football Club;

Royal Sport Club.

 

Estadual de 1918, não foi concluída por causa da ‘Gripe Espanhola’

A competição acabou não sendo concluída, por causa da Gripe Espanhola. Após o certame, Cabo Branco e Palmeiras ambos afirmavam ter sido campeão de 1918. No final, o título foi confirmado para o Cabo Branco.

 

Liga Desportiva Paraibana é criada em 1919

Após essa celeuma, a relação dos clubes com a LSP ficou insustentável. Dessa forma, resolveram fundar no dia 03 de Maio de 1919, a Liga Deportiva Paraibana (LDP), a fim de dar uma nova era para o futebol da Paraíba.

Reservas do S.C. Royal fundaram o São Paulo F.C.

Ainda em 1919, ocorreu outra fundação parecida com o Royal. Devido a insatisfação de vários jogadores reservas do Royal, que acabaram fundando o São Paulo Football Club, que participou de quatro edições do Campeonato Paraibano da 1ª Divisão: 1919,1920, 1921e 1922.

Em 1922, a Liga estava ativa, porém, quatro das cinco equipes filiadas, romperam com a instituição por não concordar com a administração. O fato impediu que o Campeonato fosse realizado. As quatro equipes afastadas, decidiram realizar o campeonato por conta própria.

Articulado pelas diretorias do Cabo Branco e do Pytaguares. Batizaram a competição de torneio do centenário. Em 1923, as diretorias do Cabo Branco e Royal decidiram “reorganizar” a liga e restabelecer o campeonato oficial.

Porém o Royal desistiu da competição 10 dias antes do inicio. Em 1924, o clube decide ingressar na Liga Operária sendo este o seu último registro como clube de futebol. A partir de 1925, não há mais nenhuma referência sobre a existência do Royal como clube de futebol.

FOTO & FONTE: Revista Vida Sportiva – Pesquisador e expert do Futebol Paraibano Júlio César

Escudo diferente, de 1918: Club Sportivo Sergipe – Aracaju (SE)

O Clube Sportivo Sergipe é um clube brasileiro de desportos estabelecido em Aracaju, capital do estado de Sergipe. A sede do clube é o Estádio João Hora de Oliveira, localizado no bairro Siqueira Campos. O Sergipe é o maior vencedor da história do Campeonato Sergipano de Futebol, com 34 títulos. Fundado em 17 de outubro de 1909, apenas seis dias após a criação do primeiro clube do estado, o Cotinguiba Esporte Clube, o Sergipe era voltado exclusivamente para competições de remo, esporte bastante popular na época. O clube conquistou 13 campeonatos estaduais dessa modalidade entre os anos de 1911 e 1946. Gradativamente, o futebol ganhava cada vez mais destaque durante o século XX, e em 1922 o Sergipe conquistava seu primeiro título estadual.

Além do que remo e do futebol, o clube também é o campeão atual do estado no voleibol e, mais recentemente, firmou uma parceria com a equipe de futebol americano ‘Aracaju Bravos’. Desta aliança nasceu o Sergipe Bravos, o ‘Mais Querido’ do futebol americano.

Fundação

O Club Sportivo Sergipe foi fundado em 17 de outubro de 1909, uma semana após o surgimento do primeiro clube esportivo de Aracaju, o Cotinguiba Esporte Clube, ambos dedicados exclusivamente aos esportes náuticos, especialmente o remo. Existe uma versão, não comprovada, de que o Sergipe nasceu a partir de uma facção do Cotinguiba, insatisfeita com o nome dado a este clube. Estes dissidentes teriam resolvido, então, fundar outro clube com o verdadeiro nome do rio onde seriam disputadas as competições: o rio Sergipe. Entretanto, pesquisas e testemunhos (inclusive o de José Couto de Farias, um dos fundadores do Sergipe) apontam outra versão: a simples necessidade de haver outro clube para que as regatas pudessem ser realizadas.

Assim, comandados por Adalberto Ribeiro Monteiro e mais Euclides Porto, Adalgiso Rosal, José Couto de Farias, Tancredode Sousa Campos, Américo Silva, Francisco Bessa e outros que a história não registrou; reuniram-se no dia seguinte da fundação do Cotinguiba, ao meio-dia de 11 de outubro de 1909, na sede da Associação Comercial e deliberam que, no domingo seguinte, dia 17, seria fundado o Club Sportivo Sergipe. E foi o que aconteceu. Novamente no mesmo horário, e no mesmo local anterior, aquele grupo de jovens idealistas fundavam o clube cujas cores representam vigor, vontade de vencer, progredir. Sua diretoria foi assim organizada:

  • Presidente: Tancredo Sousa Campos.
  • Vice-presidente: José Victor de Matos.
  • 1º Secretário: José Couto de Farias.
  • 2º Secretário: Adalberto Ribeiro Monteiro.
  • Tesoureiro: José Fernandes de Oliveira.
  • Orador: Hemetério Gouveia.
  • Diretor de Regatas: Américo Silva.
  • Comissão fiscal: Dr. Alexandre Lobão, Cel. Terêncio Sampaio e Jucundino Sousa Filho.
  • Presidente de honra: Cel. Lourenço Pinto Monteiro.

Nascia naquele momento o Club Sportivo Sergipe, cujo destino histórico o tornaria o maior clube esportivo do estado de Sergipe. Logo após a fundação, a diretoria encomendadou barcos, arrumou local para a sede, angariando novos sócios e levantando fundos financeiros para a efetivação dos planos. Em janeiro de 1910 era batizado o primeiro barco rubro, que recebeu o nome de “Nereida”.

Em 8 de janeiro do ano seguinte foi inaugurada a primeira sede do Sergipe. Tratava-se de uma pequena garagem, construída no bairro da Fundição (atual avenida Ivo do Prado), às margens do rio Sergipe. Na primeira disputa náutica realizada, em 11 de junho de 1910, o clube rubro foi o vencedor, diante do Cotinguiba. Esta foi a primeira de muitas vitórias nas regatas contra o rival alvi-azul, que ocorriam no rio Sergipe e que eram acompanhadas por um grande público na antiga rua “da Frente”.

 

FONTES: Wikipédia Revista Vida Sportiva