Arquivo da categoria: 01. Sérgio Mello

Poster de 1973: Madureira Esporte Clube – Rio de Janeiro (RJ)

EM PÉ (esquerda para a direita): Ivan, Paúra, Dorival, Sidnei, Ruço (ex-Corinthians) e Celso Alonso;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Kaneco (ex-Santos), Silva, Mano, Carioca e Gaspar.

A fotografia se refere ao jogo do Campeonato Carioca da Primeira Divisão de 1973, Fluminense Football Club versus Madureira Esporte Clube, realizado no Estádio de São Januário. No final, a partida terminou empatada sem abertura de contagem.

Colaborou: José Leôncio Carvalho

FONTE: Revista Placar

Inédito!!! Palmeiras Torre Football Club – Recife (PE): 1º Campeão da “Segunda Divisão” Recifense em 1916

O Palmeiras Torre Football Club foi uma agremiação de cidade do Recife (PE). A história deste simpático clube da Zona Norte do Recife, se destaca pelo fato de ter sido o 1º time campeão da Liga Sportiva Metropolitana em 1916. Essa entidade equivalia a Segunda Divisão, sendo criada em 1916, foi a primeira a ser criada, abaixo apenas da Primeira Divisão.      

O “Madeira Rubra” foi Fundado no início de Setembro de 1910. O Palmeiras Torre passou por algumas Sedes: Entre 1916 a 1919, sua Sede e o Campo, ficavam na Rua da Conceição, nº 1 (depois nº 9 e 87), no bairro da Torre, no Recife. Em 1919, se transferiu para a Rua Real, nº 9, no bairro da Torre, no Recife.

A partir de 1925, a sua Sede ficava na Rua D. Manoel da Costa, nº 9, no bairro da Torre, no Recife. Já em 1928, passou para a Rua Seis de Janeiro, s/n, no bairro da Torre, no Recife. A sua Sede em 1929, ficava na Rua Seis de Junho, nº 168, no bairro da Torre, no Recife.

Já os seus campos: entre 1916 a 1920, ficava na Rua da Conceição, nº 1 (depois nº 9 e 87), no bairro da Torre, no Recife. Em 1929, o Estádio ficava na Rua José Bonifácio, s/n, no bairro da Torre, no Recife.

Estrutura futebolística

O “Madeira Rubra” participava nas competições nos Primeiros, Segundos e Terceiros Quadros, além do time infantil. Desde a fundação até 1916, o Palmeiras Torre participou de diversos amistosos e festivais.

Palmeiras Torre ajudou a fundar a Liga Sportiva Metropolitana e Liga Sportiva Suburbana

No sábado, às 19 horas, do dia 27 de Maio de 1916, na do Palmeiras Torre, na Rua da Conceição, nº 1, no bairro da Torre, no Recife, se reuniram dirigentes do Eclair Sport Club, o Aquidaban Sport Club (calção branco, camisa branca e faixa encarnada), Ipyranga Foot-Ball Club e Espinheirense Foot-Ball Club, a fim de fundar a Liga Sportiva Metropolitana (LSM). A Sede e o campo próprio (Stadium Hyppodromo), ficam situados na Rua Nova Feitosa, nº 251, no bairro Feitoza, no Recife.

Após duas temporadas, a entidade realizou uma reunião e decidiu realizar uma reorganização, na noite de sexta-feira, às 19 horas, do dia 04 de Abril de 1918. Assim, o nome foi alterado, passando a se chamar: Liga Sportiva Suburbana (LSS). As cores definidas: amarelo e branco. A Sede e o campo próprio (Stadium Hyppodromo), seguiram os mesmos: Rua Nova Feitosa, nº 251, na Feitoza, no Recife. O 1º presidente foi o Major Carlos Borromeu. Os cinco clubes que se filiaram foram os seguintes (em ordem alfabética):

Eclair Sport Club (bairro do Feitoza);

Elite Football Club (bairro de Boa Vista – amarelo, branco e preto);

Equador Football Club (bairro do Arruda);

Modesto Football Club (bairro de Campo Grande);

Palmeiras Torre Football Club (bairro do Torre);

Royal Sport Club (bairro Recife – alvinegro).

A 1ª rodada, no dia 18 de agosto de 1918, tiveram três jogos: O Eclair venceu o Elite, nos Segundos Quadros, por 3 a 1, mas foi derrotado no 1º Quadros por 2 a 0. O Palmeiras Torre empatou sem gols com o Equador, nos Segundos Quadros, contudo venceu no 1º Quadros por 3 a 1. Porém, essa partida foi anulada pela Liga, pois o “Madeira Rubra” ter incluído um jogador de outra liga.

Por fim, a rodada foi completada na goleada do Modesto em cima do Royal Sport Club pelo placar de 9 a 2. Todos os jogos foram realizados no Stadium Hyppodromo.

No dia 8 de setembro, o Palmeiras Torre bateu o Eclair, duas vezes: nos Segundos Quadros, por 4 a 2, e no 1º Quadros por 7 a 0.

Tricampeão Suburbano

O Palmeiras Torre foi campeão Suburbano em 1916 (Primeiros e Segundos Quadros) e 1917, pela Liga Sportiva Metropolitana (LSM), e depois em 1918, já pela Liga Sportiva Suburbana (LSS). Sendo que esta última, o “Madeira Rubra” se sagrou campeão com apenas uma derrota nos Primeiros Quadros, e também levantou o caneco nos Segundos Quadros, de forma invicta.

Clube da Torre é rejeitado na LPDT

Em fevereiro 1921, solicitou filiação a Liga Pernambucana dos Desportos Terrestres (LPDT). No entanto, a entidade não aceitou, o que gerou desconforto por parte do “Madeira Rubra” que classificou como ‘Humilhação’.

Durante dias esse assunto foi abordado pelo Jornal Pequeno, onde o Palmeiras Torre enviou diversos ofícios pedido explicações a LPDT sobre o fato do clube não ter sido aceito. Porém, sem êxito.

Filiado na ASDT

Fundado em 1929, Associação Suburbana dos Desportos Terrestres (ASDT), o Palmeiras Torre se filiou. A sua 1ª participação aconteceu no Torneio Início, no domingo, às 10h30min., do dia 28 de abril de 1929, no Estádio do América.

Com a presença de 38 equipes, o evento foi dividido em duas datas: 28 e 30 de abril. Na sua estreia, o Palmeiras Torre passou pelo Modesto Football Club, por 2 escanteios.

Definidos os 19 times, aconteceu a segunda fase, na terça-feira, às 10 horas, do dia 30 de abril de 1929, no Estádio do América. Nessa fase, o Palmeiras Torre acabou caindo para o Nacional por um escanteio. Na final, o Atheniense empatou 1 a 1, mas bateu o Nacional, por um escanteio a zero. 

Palmeiras Torre é reorganizado em 1932

O clube disputou as competições organizadas pela ASDT, nos anos de 1929, 1930 e 1931. Os insucessos resultaram num desgaste na diretoria, o que gerou uma reorganização na terça-feira, do dia 1º de março de 1932.    

Após uma reunião de associados e admiradores, foi definida a nova diretoria, tendo Raphael Perruci como presidente; Antônio Leitão (secretário); João S. Dias (tesoureiro); Hibernon Borba (orador); Benedicto Costa (director-technico).

O Palmeiras Torre retornou as disputas futebolísticas, onde disputou o Campeonato da 2ª Divisão da Associação Suburbana dos Desportos Terrestres (ASDT), nos anos de 1932 e 1933. A partir daí, o clube desaparece dos noticiários, deixando um vazio no coração suburbano recifense.  

Algumas formações:

Time-base de 1913: Mario Cunha; João Lopes (Carlos Moraes) e H. Andrade (P. Pereira); José de Mattos, A. Souza, A. Portella (A. Reis) e G. Gusmão; A. Carvalho, J. Leal, J. Menor, P. Guimarães e A. Mello (P. Moreira).

Time-base de 1914: Mario Cunha; João Lopes e Antonio Rodrigues; José de Mattos (Augusto), Franco Correia e Carlos Moraes; Amaro, Luiz (Luiz Couto), Julio Leal, Amaro Carvalho (Lauriano Oliveira) e Severino de Mattos (Alfredo).

Time-base de 1915: Mario Cunha; João Lopes e Antonio Rodrigues; Carlos Moraes, A. Souza e José de Mattos (Lopes II); F. Correia (Leal II), Luiz Couto (Hermínio), Amaro Carvalho (Luiz Couto), Julio Leal (Joventino) e J. Menor (Miguel).

Time-base de 1916: Mario Cunha; Rodrigues e Wanderley; Mattos, Lopes e Souza; Ferreira, Couto, Julio (Cap.), Carvalho e J. Menor.

Time-base de 1917: Mario Cunha; José Ribeiro e J. Lopes; Daniel, L. Couto (Amaro Wanderley) e J. Mattos; J. Alves, Carvalho (Cap.), J. Lopes (A. Souza), M. Ferreira e A. Clotes.

Time-base de 1918: Mario Cunha (Nô); J. Ribeiro (Ayres) e Daniel (Geraldo); Wanderley, J. Lopes (Mattos) e Alfredinho (Souza); Portella (Annibal), J. Alves, Amaro Carvalho (Cap.), M. Ferreira, Filuca (Lulu) e Clotes (Thiago).

Time-base de 1919: Nô; José Ribeiro e João Constantino (Alves); Ivaldo (Alfredo), Pereira (Wanderley) e Tarquino (Mattos); Annibal (Portella), Carvalho (Cap.), Scarrone I (M. Ferreira), Scarrone II (Geraldo) e Filuca.

Time-base de 1920: Nô; José Ribeiro e João Constantino; Mattos, Filuca e Geraldo; Alves, Carvalho (Cap.), Henrique, M. Ferreira e Severiano.

Time-base de 1921: Nô; José Ribeiro e Bianco; João Constantino, Raphael e Filuca; J. Alves, Carvalho (Cap.), Henrique, M. Ferreira e Santos.

Escudo, bandeira e uniforme redesenhados: por Sérgio Mello

FONTES: Vida Sportiva – Diário de Pernambuco (PE) – A Província (PE) – Jornal Pequeno (PE) – Jornal de Recife (PE)Arquivo pessoal

Pôster de 1972: Club Sportivo Sergipe – Aracaju (SE)

EM PÉ (esquerda para a direita): Missinho, Altair, João Carlos, Raimundo, Carlinhos e Valnil;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Fernando, Paulo Sérgio, Adãozinho, Naninho e Leal.

Na foto acima, o Club Sportivo Sergipe enfrentou o Ceará Sporting Clube/CE, no Estádio Estadual Lourival Baptista, o Batistão, em Aracaju/SE, válido pela 1ª rodada do Campeonato Brasileiro de 1972.

A partida transcorreu no domingo, do dia 10 de Setembro de 1972, que terminou com vitória dos cearenses pelo placar de 3 a 1. Os gols da peleja foram assinalados por Samuel, Da Costa e Erandir, a favor do Ceará; enquanto Fernando fez o tento de honra do Sergipe.

Dos jogadores citados acima, Adãozinho e João Carlos foram emprestados pelo Flamengo, e Paulo Sérgio, pelo Corinthians. Raimundo, quarto zagueiro, foi o destaque do citado time, tanto que foi contratado pela Portuguesa de Desportos, participando da campanha do Campeonato Paulista de 1973, na qual a Lusa foi considerada, junto com o Santos, de Pelé, campeã.

Colaborou: José Leôncio Carvalho

FOTO: Revista Placar

Brejuí Esporte Clube – Currais Novos (RN): Fundado em 1949, por um dos homens mais ricos do país!

O Brejuí Esporte Clube foi uma agremiação do Município de Currais Novos (RN). Os “Gaviões de Brejuí” foi Fundado no Sábado, do dia 22 de Janeiro de 1949, pelo dono da empresa Mina Brejuí (iniciou as suas atividades em 1943, mas apenas em 1954, foi constituída empresa com o nome de Mineração Tomaz Salustino S/A), o desembargador Tomaz Salustino Gomes de Melo.

A diretoria era composta por grandes figuras da mineradora como Paulo Dutra, Mário Moacir Porto, Alfredo Luiz de Souza, entre outros. As suas cores: azul marinho, branco e vermelho. A equipe mandava os seus jogos no Estádio Tomaz Salustino (inaugurado no dia 06 de Setembro de 1949), em Currais Novos.

O embrião para a criação do clube surgiu dois meses antes

No domingo, do dia 14 de novembro de 1948, a Minas São Francisco, de propriedade do Sr. João Galdino de Alencar recebeu a Mina Brejuí, do Sr. Tomaz Salustino.

Os times formados por funcionários das empresas se enfrentaram e o São Francisco goleou por 5 a 0. Gols de Xavier, três vezes; Pedro Humberto e Expedito, um tento cada. Apesar do placar elástico, o Sr. Tomaz Salustino não desanimou e dois meses depois fundou o Brejuí Esporte Clube.

Brejuí ajudou a fundar a LCD, em 1949

Após fundar o clube, o Sr. Tomaz Salustino foi peça importante para organizar e ajudar a criar na quarta-feira, do dia 16 de Março de 1949, a Liga Curraisnovense de Desportos (LCD), que teve a presença de quatro clubes: Brejuí Esporte Clube, Seridó Esporte Clube, São Francisco Futebol Clube e Potiguar Esporte Clube.   

A diretoria de honra da LCD tinha: o desembargador Tomaz Salustino Gomes de Melo, Sr. João Galdino de Alencar e Coronel Aproniano Pereira. O 1º Presidente foi Wladimir Limeira.

Esta liga existiu até os anos 70, quando a entidade foi reorganizada e Fundada no dia 1º de Janeiro de 1974, com o nome de Liga Desportiva Curraisnovense (LDC), nas cores azul e branca.

O “Pequeno Gigante”

A história do Brejuí poderia ser resumida na seguinte frase: “O time amador mais profissional do Brasil“. Na época era o melhor futebol do interior do Rio Grande do Norte, pagando salário bem superior ao do time paraibano. É bom lembrar que naquele tempo jogador de futebol profissional, ganhava muito pouco, o Brejuí oferecia três vezes mais.

Desta forma o Brejuí Esporte Clube era uma potência no futebol do Rio Grande do Norte, seu presidente e patrocinador o saudoso Tomaz Salustino, fanático pelo futebol, dono da Mina Brejuí (Até hoje a maior Mina de Scheelita da América Latina), homem mais rico do estado e um dos mais ricos do Brasil, não media esforços.

Contratava quem ele quisesse. Mandava trazer das cidades vizinhas e até da Paraíba jogadores famosos para defender as cores do Brejuí. Uma boa história para ilustrar isso, aconteceu após a equipe ter perdido um jogo importante.

Então, o Dr. Tomaz Salustino não gostou e perguntou ao então treinador da equipe, “Seu Binoca”, o que estava acontecendo?

O treinador respondeu: “Está faltando um grande goleiro e um zagueiro”. Então Dr. Tomaz indagou: “Você sabe onde encontrá-los?”. Seu Binoca rebateu: “Sim, Didier e Kelé, do Treze de Campina Grande”. 

Era uma segunda-feira, Dr. Tomaz Salustino disse pra Seu Binoca: “Amanhã você vai acertar com os dois jogadores”. Na quarta-feira, Didier e Kelé estavam na Mina Brejuí.

Um detalhe: O zagueiro Kelé veio do Sport Clube Bahia e estava no Treze apenas um ano. No mesmo período o Brejuí contratou o fenomenal Piloto, seleção do Rio Grande do Norte e só não foi para o Flamengo/RJ porque não quis.

O atacante Dequinha tentou levá-lo para o time carioca várias vezes. Com Didier, Kelé e Piloto, o Brejuí conquistou quase todas as competições que disputou, inclusive o time era constantemente convidado para participar de importantes torneios em João Pessoa (PB), Campina Grande (PB), Patos (PB), Guarabira (PB) e Mossoró (RN).

1º amistoso nacional: Brejuí x Treze (PB)

Na quinta-feira, do dia 15 de Novembro de 1951, às 16 horas, o Brejuí enfrentou, em amistoso, o poderoso Treze, de Campina Grande (PB). Num jogo empolgante o “Galo da Borburema” venceu, de virada, por 2 a 1, no Estádio Tomaz Salustino, em Currais Novos.

O jogo começou a todo vapor, com os dois times buscando o gol. Aos 20 minutos, o Brejuí arranca num contra-ataque com Piloto. Este dá passe para Moisés que avança pela ponta direita e entrada da área e solta a bomba, sem chances para o goleiro Harri Carey, abrindo o placar.

Aos 28 minutos, o treinador do Treze sacou Araújo e colocou no seu lugar 58. A mudança surtiu resultado e aos 35 minutos, chegou ao empate. Zequinha centrou na área. O goleiro Gordo falhou e Rozendo aproveitou para empurrar a bola para o fundo das redes.

Aos 43 minutos, o Treze virou o marcador. A defesa bobeou e 58 invadiu a área e fuzilou o goleiro Gordo. Na etapa final, o Brejuí voltou disposto a empatar. Com amplo domínio, foi criando uma chance atrás da outra, mas aí surgiu o goleiro Harri Carey, praticando uma defesa mais difícil do que a outra.

Terminando a partida com 2 a 1 a favor do Treze.

Brejuí: Gordo; Binoca e Maçaroca; Chaguinha, Zé Carvalho e Doca; Moisés, Petit, Sida (Americano), Piloto e Luiz (Solon).    

Treze: Harri Carey; Kelé e Felix; Alagoano, Edinho e Zé Pequeno; Zequinha (Amauri), Mario, Araujo (58), Ruivo e Rozendo.

Melhor de três contra o Internacional de Natal

Foto de 1971

No domingo, do dia 08 de Junho de 1952, o Brejuí goleou o Sport Club Internacional, de Natal, pelo placar de 6 a 1, em Currais Novos. As duas equipes se enfrentariam numa melhor de três jogos para definir quem ficaria com o “Troféu Desembargador Tomaz Salustino“.

A equipe grená que disputava o Campeonato Potiguar da 2ª Divisão daquele ano, saiu de Natal, um dia antes (sábado), às 17 horas, chegando pouco depois de uma hora da madrugada, sendo recebido por membros da diretoria do Brejuí Esporte Clube. A delegação do Inter de Natal ficou hospedado no Grande Hotel, situado na grande cidade de Seridó.

Sob as ordens  do árbitro José Bezerra, a partida começou às 15h45min., com o Brejuí tomando a iniciativa do jogo. Aos poucos a equipe grená conseguiu equilibrar a peleja. Mas foi o time local que abriu o marcador. Piloto deu passe para Tico, que cruzou para a extrema direita, onde estava Toinho. Este acossado por Eliezer, levou vantagem e chutou de forma inapelável, sem chances para o goleiro Zé Silva, levando para o intervalo a vantagem para o Brejuí

Na etapa complementar, com um certo equilibro de parte a parte até que um pênalti de Dromé, a favor dos donos da casa, veio a influir decisivamente na produção do Inter de Natal. O atacante Tico cobrou com classe, ampliando o marcador para o Brejuí.  

A partir daí a equipe grená sentiu o golpe e se tornou presa fácil. Assim, o Brejuí marcou mais quatro tentos: Tico marcou mais dois gols (num total de três), Gena e 58 completaram o placar. Mota marcou o tento de honra para o Inter de Natal.

Brejuí: Didié; Zito e Kelé; Zé Carvalho, Doca e Maçaroca; Toinho, Gena, Tico, Piloto e Moisés (58). Técnico: Seu Binoca.

Inter de Natal: Zé Silva; Joca e Eliezer (Dromé, depois Ivan); Luzan, Amauri (Gilvandro, depois Luzan), Mota, Aurino, Béu (Barros Lima), Djalma e Paulomar (Ninil, depois Béu). Técnico: Chagas de Souza.

Inter de Natal goleia e deixa tudo igual

O 2º jogo, aconteceu na tarde de domingo, do dia 27 de Julho de 1952, em Currais Novos. O Brejuí precisava de um simples empate para ficar com a taça. No entanto, O Inter de Natal jogou com autoridade e goleou por 4 a 1, levando a disputa pela taça para o terceiro e último jogo.

Novamente sob a arbitragem do Dr. José Bezerra, deu início a peleja às 15h55min. Os “Gaviões de Brejuí” começaram a todo vapor e logo aos sete minutos, abriram o placar por intermédio de Toinho.

Ao contrário do último jogo, o gol não abalou o Inter de Natal, que cresceu na partida e chegou ao empate aos 14 minutos. Após passe de Béu na medida para Gilvandro, que driblou Zezinho e chutou forte, vencendo a meta de Didié.

A virada aconteceu aos 38 minutos, quando num ataque coordenado a bola chegou par Mota que finalizou com categoria, deixando os visitantes em vantagem.

No segundo tempo, o Inter de Natal seguiu se impondo até aos 14 minutos, aumentar o placar, por intermédio de Gilvandro. O golpe de misericórdia veio aos 31 minutos. O zagueiro Kelé entrou forte em Gilvan, dentro da área. Pênalti, que o próprio Gilvan cobrou com categoria, transformando a vitória em goleada. Aos 42 minutos, Maçarocaperdeu a cabeça” e tentou atingir Gilvan com um pontapé. O árbitro não titubeou e expulsou o meia do Brejuí, terminando a partida com um jogador a menos. 

 Brejuí: Didié; Zezinho e Kelé (Doca); Chaguinha, Zé Carvalho e Maçaroca; Helio, Toinho, Piloto, Moisés e Dinorah. Técnico: Seu Binoca.

Inter de Natal: Zé Silva; Dico e Cuica; Ney (Wallace), Djalma e Luzan; Mota, Aurino, Gilvan, Gilvandro e Béu. Técnico: Chagas de Souza.

Brejuí vence e fica com a taça

A 3ª e última peleja aconteceu, na tarde de domingo, do dia 14 de dezembro de 1952, o Brejuí Esporte Clube bateu o Sport Club Internacional de Natal, por 3 a 1, em Currais Novos, ficando em posse do “Troféu Desembargador Tomaz Salustino“. O árbitro da partida foi o Dr. José Bezerra.

O Brejuí abriu o placar aos 10 minutos, por intermédio de Gilvan. Aos 20 minutos, Gena ampliou para os donos da casa. Porém, aos 35 minutos, Mota diminuiu o placar, colocando mais emoção para a etapa complementar.

No segundo tempo, o jogo foi equilibrado, mas após uma jogada infeliz de Luzan, Gena arrancou em velocidade e fuzilou o arqueiro Edson, dando números finais a peleja!

Brejuí: Didié; Kelé e Cuica; Doca, Zé Carvalho e Dico; Moisés, Gena, Tico, Gilvan e Pernambuco (Toinho). Técnico: Seu Binoca.

Inter de Natal: Edson; Djalma e Joca; Valdetário, Josebias e Luzan; Mota, Bira, Abel, Dedé e Béu. Técnico: Chagas de Souza.

Em 1957, Inauguração do Estádio Municipal

A partida entre o ABC de Natal (RN) e o Sport Club do Recife (PE), marcou a inauguração do Estádio Municipal, em Currais Novos. A partida aconteceu, às 16 horas, no Domingo, do dia 06 de Janeiro de 1957.

Graças ao arrojo e boa vontade do Dr. Silvio Salustino foi construído o estádio. No final, numa partida de oito gols, o Sport do Recife venceu o ABC, pelo placar de 5 a 3, ficando com a Taça Mina Brejuí, ofertada pela Mineração Tomaz Salustino S.A. A partida gerou uma renda de 56.030 cruzeiros. Na preliminar, o Currais Novos Esporte Clube goleou por 5 a 0, o Caicó.  

O Brejuí Esporte Clube se sagrou Bicampeão do Campeonato Citadino de Currais Novos, em 1956 e 1957.

Declínio acontece na década de 60

Depois que Dr. Tomaz morreu, em 30 de Junho de 1963, aos 83 anos, o Brejuí começou a cair de produção, o time continuou forte, porém sem o brilho de antes. Didier e Kelé foram efetivados como funcionários da Mineração Tomaz Salustino S/A, detentora da Mina Brejuí.

Didier deixou o futebol no começo dos anos 70, foi motorista da empresa, montou um Bar lá mesmo na Mina Brejuí e deixou a Mineração na década de 80. Em Currais Novos, instalou um Mercadinho em sua residência e continuou como motorista, desta feita a serviço dos Postos Toscano, de Siderley Meneses até 2003.

No entanto, apesar de ter perdido a força, o Brejuí Esporte Clube seguiu nas décadas seguintes participando do Campeonato Citadino de Currais Novos, sempre entre os grandes favoritos ao título.

Brejuí venceu o América de Natal

Na segunda-feira, do dia 06 de Setembro de 1971, o Brejuí venceu, em amistoso, o América de Natal, por 1 a 0, em Currais Novos. A partida, que fez parte dos festejos pelo ‘dia do mineiro’, foi realizado na própria Mina Brejuí, uma promoção da Mineração Tomaz Salustino.

Quem foi o Sr. Tomaz Salustino?

O Sr. Tomaz Salustino Gomes de Melo, nasceu no sítio Alívio, no município de Acari (RN), no dia 06 de Setembro de 1880. Representou os municípios de Currais Novos e Florânia, em três legislaturas, além de ter sido deputado estadual na Constituinte de 1915, que reformou a Constituição Estadual do Rio Grande do Norte.

Primeiro Juiz de Direito designado para a comarca de Currais Novos, nomeado Desembargador do Tribunal de Justiça do RN em 1940. Exerceu o cargo de Vice-Governador do Rio Grande do Norte, em 1947.

Tomaz Salustino foi um dos maiores realizadores de sua época no Rio Grande do Norte e do Nordeste, um verdadeiro visionário. Foi o responsável pela construção nas comunicações Campo de Pouso em 1946, e um outro campo de pouso  em 1954.

Sem falar na Rádio Brejuí Ltda., Teatro Desembargador Tomaz Salustino, Tungstênio Hotel erguido em 1953, Agência Banco do Brasil S/A, Capela de Santa Tereza, Grupo Escolar Manoel Salustino, Posto de Puericultura, todos na década de 50. Faleceu, no dia 30 de junho de 1963, em Natal.

Algumas formações:

Time base de 1949: Moacir (Gegê); Nicolau e Tinteiro; Maçaroca (Carvalho), Doca (Zé Lindolfo) e Garimpeiro (Eugênio); Geraldo (Mel), Jaime (Cazuza), Gena (Manequim), Fantasma e Xixico.

Time base de 1950: Moacir; Binoca e Cenema; Carvalho, Doca e Maçaroca; Dedé, Toinho, Piloto, Chaguinha e Ranulfo.

Time base de 1951: Gordo (Caruá); Binoca e Maçaroca; Chaguinha, Zé Carvalho e Doca; Moisés, Petit (Toinho), Sida (Americano), Piloto e Luiz (Solon).

Time base de 1952: Didié (Etinha); Kelé (Binoca) e Maçaroca; Chico (Gazeta), Carvalho e Doca (Gena); Tavuga (Toinho), Chaguinha (Raimundo Cruz), 58 (Solon), Moisés (Baiano) e Bidorá (Tico).

Colaborou: Adeilton Alves

Desenho do escudo e uniforme: Sérgio Mello

FONTES: A Cigarra (SP) -Site Mina Brejuí -Ricardo Morais Zip.Net – Blog Escrete de Ouro (Currais Novos/RN) – Luiz Sátiro de Matos – Diário de Natal (RN) – A Ordem (RN)

Centro Esportivo Açuense – Município de Assu (RN): Fundado na década 40

O Centro Esportivo Açuense foi uma agremiação do Município de Assu (RN). O rubro-negro assuense ou CEA foi Fundado na década 40, pelo prefeito da época de Assu, Sr. Arcelino Costa Leitão (que depois foi presidente do Fortaleza-CE).

Durante a sua existência há registros de jogos contra grandes do futebol nordestino: ABC de Natal (três jogos), América de Natal (dois jogos), Fortaleza-CE, Caicó Esporte Clube e Cruzeiro de Macaíba (um encontro).

Inauguração do 1º Estádio de Assu, e goleada em cima do Caicó E.C.

O Estádio Senador João Câmara, no município de Assu, foi inaugurado na tarde de sábado, às 16 horas, do dia 19 de Novembro de 1949. A partida entre Centro Esportivo Açuense e Caicó Esporte Clube, da cidade de Caicó, marcou a estreia do campo.

Com uma Renda de 10 mil cruzeiros, o Açuense goleou o Caicó pelo placar de 5 a 0. Uma curiosidade sobre a peleja, é que a partida foi transmitida para Assu, pela rede de auto-falantes da amplificadora “Voz do Município“.

Açuense enfrentou o ABC, em Natal

Na tarde de domingo, do dia 13 de Agosto de 1950, o ABC bateu o Açuense por 4 a 2, no Estádio Juvenal Lamartine, na Avenida Hermes da Fonseca, no bairro do Tirol, em Natal.

Os ingressos foram vendidos a 15 cruzeiros (arquibancada) e 10 cruzeiros (populares) e três cruzeiros (Geral). O atacante Jorginho abriu o placar para o ABC aos 14 minutos. Lino empatou para os assuenses aos 24 minutos. Porém, Paulo Isidro voltou a colocar o alvinegro em vantagem aos 42 minutos do 1º tempo.

Na etapa final, Paulo Isidro ampliou logo aos 2 minutos e Albano transformou em goleada aos 15 minutos. O atacante Valdir diminuiu aos 30 minutos, dando números finais ao jogo.

ABC de Natal          4          x          2          AÇUENSE

LOCALEstádio Juvenal Lamartine, na Av. Hermes da Fonseca, no bairro do Tirol, em Natal
CARÁTERAmistoso estadual
DATADomingo, do dia 13 de Agosto de 1950
RENDA6.546 cruzeiros
ÁBITROJoão Bezerra Lira
AUXLIARESSilva e Argemiro Bertino
ABC Zome; Toré e Paulo; Romão, Gonzaga e Dico; Pageu (Caveirinha e depois Zé Domingos), Jorginho, Gonçalves, Albano e Paulo Isidro.
AÇUENSEManinho; Dedito e Regalado (Baiano); Carmelito, Edson e Melado; Lino (Mundoca), João de “Seu Né”, Cachorrinho (Neném), Mundoca (Cachorrinho) e Valdir.
GOLSJorginho aos 14 minutos (ABC); Lino aos 24 minutos (Açuense); Paulo Isidro aos 42 minutos (ABC); no 1º tempo. Paulo Isidro aos dois minutos (ABC); Albano aos 15 minutos (ABC); Valdir aos 30 minutos (Açuense), no 2º tempo.

Amistoso em Assu, diante do ABC de Natal

No domingo, do dia 14 de Janeiro de 1951, O Açuense foi derrotado pelo ABC de Natal por 2 a 0, no Estádio Senador João Câmara, em Assu. Os gols saíram no segundo tempo. Paraíba de pênalti, abriu o placar para os visitantes aos 32 minutos. Depois, novamente Paraíba aproveitando um cruzamento da direita marcou de cabeça, o último gol do jogo. Claudionor Pacheco, o Nono foi o árbitro.

Excursão à Natal para enfrentar América e ABC

Na noite de sábado, do dia 26 de Maio de 1951, o ABC recebeu e venceu o Açuense por 3 a 0, no Estádio Juvenal Lamartine, na Avenida Hermes da Fonseca, no bairro do Tirol, em Natal. Os gols foram de Jorginho aos 6 minutos no primeiro tempo; de novo, Jorginho aos 7 minutos e Tidão aos 27 minutos do segundo tempo.

ABC de Natal          3          x          0          AÇUENSE

LOCALEstádio Juvenal Lamartine, na Av. Hermes da Fonseca, no bairro do Tirol, em Natal
CARÁTERAmistoso estadual
DATASábado, do dia 26 de Maio de 1951
RENDANão divulgado
ÁBITROFrancisco Lamas
AUXLIARESEdval Cavalcanti e Geraldo Cabral
ABC Ribamar; Dico e Romão; Arlindo, Toré e Gonzaga; Albano (Cachorinho), Jorginho, Tidão (Gonçalves), Tico (Albano) e Paulo Isidro.
AÇUENSEJairo; Mimi e Saraiva; Zezinho, Edson (Piolho) e Zé de Zezinho (Edson); Mundoca (Lino), João de “Seu Né”, Juarez, Piolho (Zé de Zezinho) e Valdir.
GOLSJorginho aos seis minutos (ABC); no 1º tempo. Jorginho aos sete minutos (ABC); Tidão aos 27 minutos (ABC), no 2º tempo.

Na noite de segunda-feira, do dia 28 de Maio de 1951, o América venceu o Açuense por 3 a 1, no Estádio Juvenal Lamartine, na Avenida Hermes da Fonseca, no bairro do Tirol, em Natal.

No 1º tempo, Franklin, de cabeça, deixou o Mecão em vantagem aos 30 minutos. Na etapa final, Pernambuco ampliou aos 9 minutos. Dois minutos depois, Melado diminuiu para Açuense. Mas aos 15 minutos,  Franklin deu números finais a peleja.

América de Natal   3          x          1          AÇUENSE

LOCALEstádio Juvenal Lamartine, na Av. Hermes da Fonseca, no bairro do Tirol, em Natal
CARÁTERAmistoso estadual
DATASegunda-feira, do dia 28 de Maio de 1951
RENDANão divulgado
ÁBITROEugenio Silva
América Gerim; Artemio e Barbosa; Ozi, Pretinha e Ernani; Gilvan, Diebe, Franklin, Pernambuco (Tido) e Gilvandro.
AÇUENSEJairo; Mimi e Saraiva; Zé de Zezinho, Edson (Carlos) e Dedito; Bira (Mundoca e depois Lino), Melado (Seu Né), Juarez, Piolho e Valdir.
GOLSFranklin aos 30 minutos (América); no 1º tempo. Pernambuco aos 9 minutos (América); Melado aos 11 minutos (Açuense); Franklin aos 15 minutos (América), no 2º tempo.  

Após a excursão, o ABC de Natal acabou contratando o atacante Juarez, enquanto o Santa Cruz, também da capital potiguar contratou o goleiro Jairo, ambos do Açuense.

Açuense bate o América de Natal

Na tarde de domingo, do dia 09 de Setembro de 1951, o Açuense recebeu o América de Natal, e devolveu o placar, vencendo por 3 a 1, no Estádio Senador João Câmara, no município de Assu.

Em jogo de seis gols, Açuense e Fortaleza (CE) empatam

Uma das partidas mais sensacionais aconteceu no domingo, 16 de novembro de 1952, quando o Açuense empatou em 3 a 3 com o Fortaleza, o famoso tricolor da capital cearense. O embate ocorreu no Estádio Senador João Câmara, assim denominado em homenagem ao político norte norte-rio-grandense morto quatro anos antes.

Certamente o jogo do CEA com o Leão do Pici teve o endosso do paraibano radicado em Assu, Arcelino Costa Leitão, que, na época, chegou a presidente do clube da capital do Ceará, e, nos anos 60, prefeito no município açuense.

O jogo foi noticiado, sem mais detalhes (exceto placar, data e local) no jornal diário vespertino católico A Ordem, na página 3, edição da segunda-feira. Em meio ao informe do ‘Domingo esportivo – Os jogos disputados no Brasil’.

Inauguração do Estádio Dr. José Jorge Maciel, em Macaíba

O Açuense fez parte dos festejos da inauguração do Estádio do Cruzeiro Futebol Clube, da cidade de Macaíba (RN). Após ter sido derrotado duas vezes pelo rubro-negro assuense, a diretoria do Cruzeiro escolheu o adversário para inaugurar no domingo, do dia 6 de dezembro de 1953, às 15h30min.,e tentar uma revanche. Infelizmente, o resultado não foi noticiado.

Curiosidades: Décadas depois, o Estádio Senador João Câmara foi demolido para assentar a antiga CIBRAZEN, atual CONAB. No local, além de casas residências, foram erguidas lojas comerciais. Outro aspecto interessante é que o Estádio Senador João Câmara foi o 1º campo de futebol em Assu.

Colaborou: Adeilton Alves

FONTES: Blog Tatutom Sports – A Ordem (RN) – Diário de Natal (RN) – Blog Assu na Ponta da Língua – Jornal da Grande Natal