Arquivo da categoria: 08. Gilberto Maluf

Comentário sobre o Torneio Pentagonal de Aspirantes de 1955

Este artigo do Walter Íris proporcionou-me uma saudosa viagem no túnel do tempo. Bons tempos. Na época eram seis clubes grandes no Rio. O Vasco não sei porque não participou. Certamente seria o campeão. O Vasco tinha dois timaços. O segundo era cognominado de “expressinho”. Enquanto o time principal disputava os torneios oficiais o expressinho excursionava.

Saudades de um Fluminenese padrão de organização. Time campeoníssimo com jogadores medianos. Suas armas imbatíveis? Organização e disciplina.

Vendo as escalações constatei que mais tarde alguns se consagraram como bons jogadores. A lista é grande.

Acompanhava-se o campeonato de aspirantes com o mesmo interesse dos profissionais. Eu chegava ao Maracanã às 13:00 h. Os jogos dos aspirantes começavam às 13:15 h.

E o que fizeram com o Maracanã? Inacreditável!!!!!!!!!

Haja imbecilidade!!!!. Vc. vai à Europa e observa a convivência do passado com a modernidade. Um estádio novo, segundo a própria Fifa, custa em torno de 750 milhões. A reforma do Maracanã vai passar de 1 bilhão e o estádio ficará descaracterizado. Era um símbolo mundial. Na condição de esportista dói-me na alma ver a transformação de um símbolo.

O brasileiro vai a Itália e curte as ruínas do Coliseu e por aqui destruímos tudo.

Jairo de Salles

História da capa n° 1 da revista Realidade

 história de capa

Em 1966, Pelé posou para a capa da primeira edição da revista Realidade, publicada pela Editora Abril. Um ano depois, o redator-chefe Paulo Patarra contou os bastidores da famosa foto do rei do futebol

Princípios de março de 1966, num hotel de Buenos Aires. O fotógrafo argentino está nervoso diante da figura séria do homem negro, que tem na cabeça um estranho chapéu cheio de pelos por todos os lados. O negro está sem camisa e a corrente dourada do chapéu se prende em seu queixo. Atrás dele, na parede mais iluminada do quarto, fora pregada uma folha de papel azulada. Quando o fotógrafo ajeita a máquina, Sérgio de Souza, repórter de REALIDADE, vira-se para o negro e diz:

– Vai começar, crioulo, abra o sorriso!

E Pelé, o mais conhecido e amado dos brasileiros, sorriu 92 vezes para as que deveriam ser as 92 fotos a cores, do assustado fotógrafo profissional argentino. Só que as primeiras 36 batidas de nada adiantaram: o fotógrafo havia esquecido de pôr o filme na máquina. Três semanas depois, o melhor dos sorrisos de Pelé estava na capa dos 251.250 exemplares do número 1 de REALIDADE, em abril de 1966. Ele trazia na cabeça o busby usado pelos guardas da rainha Elizabeth da Inglaterra e a imagem simbolizava a esperança da revista, e de todos os brasileiros, na conquista do campeonato mundial de futebol. (Nota da redação: a Copa da Inglaterra, que, contrariando a chamada de capa, não ganhamos).

A idéia da capa nasceu numa reunião geral de redatores e repórteres. Queria-se uma capa diferente, otimista, alegre. A solução foi Pelé – o mais fotografado dos brasileiros – visto como nunca até então ninguém imaginara. Então, foi uma correria: primeiro para convencer Pelé a posar, depois para conseguir alguém que fabricasse o chapéu dos guardas da rainha. Nesse meio tempo, o Santos voou para a Argentina, para uma série de jogos. Com o Santos foi Pelé, atrás de Pelé o homem de REALIDADE. Lançada a revista, três dias bastaram para que ela se esgotasse no país inteiro. Mais algumas semanas, e o “Paris Match”, uma das maiores revistas do mundo, reproduzia, em página inteira, a capa do número 1.

revistaalfa.abril.com.b

História INACREDITÁVEL: Nanico do Efeito

Na da década de 1950, o Avaí trouxe do Olímpico, de Blumenau, o ponta-esquerda que chamavam de Nanico, naturalmente pela sua estatura. Rápido, veloz, chutava com tanto efeito que foi apelidado de Nanico do Efeito. E bota efeito nisso!

Avaí x Guarani, campeonato da cidade, jogo igual, restam poucos minutos. Se terminar empatado, vai à prorrogação. Torcida azurra tensa no Adolfo Konder, e não era pra menos!

Eis que numa jogada rápida, Nanico é derrubado na área: pênalti. Era gol, porque ninguém tinha sido capaz de defender um pênalti cobrado por ele. Com o jeito peculiar de bater na bola, ela saía rodopiando, com efeito mortal.

Saul Oliveira, o técnico, já comentava com os reservas: “É, com este gol, está de bom tamanho. Pelo menos vencemos”.

Inacreditável! Era a primeira vez que aquilo acontecia! Nanico dá um peteleco e o goleiro Berimbau segura a bola, abraçando-a contra o peito.

Saulzinho, o técnico, escabelou-se no banco, surpreso, mas mantendo a postura. Os adversários davam salto de alegria. Empatar com o Avaí? Era demais! Jogadores avaianos queriam comer vivo o tal Nanico do Efeito. Só ele estava tranquilo, olhando para o goleiro abraçado à bola.

O juiz, também surpreso, mandou que o goleiro recolocasse a bola em jogo. Nanico do Efeito fixou os olhos no goleiro Berimbau. Orgulhoso e certo de que acabara de defender o pênalti do homem do efeito, Berimbau bateu a bola no chão, mas, oh! Livre dos braços que a prendiam, a bola, ao quicar no chão, possuída por um estranho efeito, saiu como uma perereca aos pulos e foi parar dentro das redes. Gol: 1 a 0 para o Avaí. Todos correm para o Nanico cheios de alegria, mas ele, soltando um monte de palavrões, não aceitou os abraços, voltando solenemente ao meio do campo.

Vozes da paixão nacional

 

Homenagem do site www.clubedavoz.com.bra aos profissionais que fizeram das transmissões de futebol “uma paixão nacional”.

Para quem gosta das narrações da época do rádio e  que  nunca ouviu narração de Edson Leite, Ari Barroso etc.

Osmar Santos, Flávio Araújo, Raul Tabajara, Peirão de Castro, Pedro Luiz,  Edson Leite, Silvio Luiz, Walter Abrahão, Waldir Amaral, Ary Barroso, Fiori Gigliotti, Geraldo José de Almeida, Fernando Solera e Oduvaldo Cozzi.

*Fontes: Nicola Lauletta, Milton Neves, Silvio Luiz, Museu da Televisão Brasileira e Rádio da Verdade.

Osmar Aparecido dos Santos, ou Osmar Santos como o conhecemos estabeleceu uma fronteira na narração esportiva no rádio brasileiro. Depois dele, todos queriam ser Osmar Santos, inimitável em suas frases, seus comentários inteligentes, sua criatividade, sua voz.

Sem dúvida alguma, sem medo de se correr riscos, pode-se afirmar que Osmar Santos foi um dos melhores narradores esportivos do rádio brasileiro. Infelizmente um acidente de automóvel o incapacitou para a narração esportiva, pois tirou dele um dos seus dons mais especiais,sua voz. Nunca é demais repetir. Depois de Osmar Santos, a narração esportiva nunca mais foi a mesma e outro igual, com todo o respeito a todos os narradores deste país, vai demorar. É isso aí “garotinho”. “Ripa na chulipa e pimba na gorduchinha”

Flávio Araújo nasceu em Presidente Prudente, interior de São Paulo, em 1934. Locutor esportivo e jornalista, iniciou sua carreira em rádio na sua cidade natal, em 1950. Em 57, transferiu-se para a Rádio Bandeirantes de São Paulo onde ficou até 1981. Depois, passou pela Rádio Gazeta de São Paulo como superintendente de esportes, cumprindo uma jornada de trinta anos de atividades. Como comentarista esportivo, militou até 2002 na Rádio Central de Campinas.Aqui você ouve, na voz de Flávio Araújo, a narração do milésimo gol de Pelé.

Raul Tabajara, está ligado ao início da televisão no Brasil. Logo no começo da TV Record, ele ao lado de Geraldo José de Almeida apresentavam um programa que foi precursor das mesas redondas esportivas de hoje. Quem está na casa dos 60 anos, lembra muito bem das narrações das tardes de domingo quando a Record transmitia os jogos do Santos. Faleceu em um 18 de abril de 1978. Há 33 anos atrás.

Peirão de Castro, um santista louco por futebol dono de uma voz marcante que quem conheceu e ouviu, basta fechar os olhos por alguns segundos e se lembrará dela. Começou no rádio em Santos e veio para São Paulo onde passou a trabalhar em televisão. Atuou em várias  emissoras: TV Excelsior, Bandeirantes e Gazeta, onde permanceceu muito tempo. De 1960 a 1970 atuou ao lado de Milton Peruzzi na famosa Mesa Redonda que mais poderia ser chamada de “Mesa Quente” porque era um debate esportivo prá lá de acalorado e por isso mesmo tinha uma enorme audiência. Faleceu em 1989 em Santos, sua cidade natal.

Pedro Luiz estava lá, ao lado de Edson Leite na Suécia, em 1958, ambos na Rádio Bandeirantes na época, formavam a dupla dos melhores narradores esportivos, considerados  mestres na arte. Passou pelas mais importantes emissoras de rádio de São Paulo, foi considerado o mais perfeito narrador de todos os tempos. Como comentarista esportivo atuou ao final da carreira na Radio e TV Gazeta.

Edson Leite, inesquecível voz que em 1958 transmitia pela Rádio Bandeirantes, desde a Suécia, a nossa primeira Taça do Mundo. Brasil campeão com placar de 5 x 2 em cima dos anfitriões. Este grande narrador esportivo nascido em Bauru, passou por várias emissoras de rádio e televisão na capital paulista. O Brasil teve e tem grandes talentos na narração esportiva. Edson Leite, falecido em 1983, foi uma de suas maiores expressões.

Silvio Luiz,   irreverente, polêmico, mas acima de tudo um grande talento. Também passou por várias emissoras de São Paulo. De voz marcante e versátil, foi ator, apresentador, repórter. Comentarista dos bons, sempre ácido e engraçado, em suas narrações esportivas deixou uma marca com o bordão: “Olho no lance” que se transformou no nome de livro sobre sua vida.

Walter Abrahão é descendente de imigrantes árabes que desde garoto, gostava de esportes, mas principalmente de irradiar esportes. Participava de um jogo de botão, em que jogava e descrevia alegremente as jogadas. Veio para S.Paulo na tentativa de fazer curso superior e com a intenção também, de fazer rádio, pois ele já havia participado da programação da Lins Rádio Clube. O começo foi muito difícil, não só por sua inexperiência, como por ser um ambiente muito restrito. “Quebrou a cara”, como ele diz, mas bateu em várias portas. Tentou rádio Cultura, Piratininga, e várias outras. Por esse tempo já tinha desistido de medicina, sem primeiro sonho, e havia entrado no curso de direito na USP (Universidade de São Paulo). Estava resolvido: faria rádio e Direito. Começou a trabalhar em rádio e posteriormente na televisão Tupi onde fez sucesso criando um estilo novo. Não mais a transmissão-espetáculo, como faziam os locutores esportivos de rádio, mas a descrição mais realista, serena e atenta. Agradou. Viajou pelo mundo todo, várias vezes, como narrador esportivo. Esteve em muitas Copas do Mundo. Uma voz marcante e inesquecível para quem acompanhou sua carreira no rádio e na televisão.

Waldir Amaral, foi um dos pioneiros na transformação das jornadas esportivas do rádio num verdadeiro show. Criou bordões que atravessaram todo o Brasil e tornaram-se referência nacional como “indivíduo competente”, “o relógio marca”, e “tem peixe na rede”. Criou também o apelido “Galinho de Quintino” que acompanha Zico até os dias de hoje. Vindo de Goiânia, foi para o Rio de Janeiro onde trabalhou em várias emissoras de rádio. Faleceu com 71 anos, em 1997.

Ary Barroso, dispensa qualquer comentário e maiores apresentações. Um dos nossos maiores nomes na música, amante da boemia, advogado, também era locutor esportivo. Torcedor confesso do Flamengo, torcia descaradamente a favor do rubro-negro nas transmissões que eram feitas pelo rádio. Quando o Flamengo era atacado, ele dizia mensagens do tipo: “Ih, lá vem os inimigos. Eu não quero nem olhar.”, se recusando claramente a narrar o gol do adversário. Quando o embate era realizado entre equipes que não fossem o Flamengo, sempre que saía um gol, primeiro ele narrava, e depois tocava uma gaita.

Fiori Gigliotti. “Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo…”  É provável que as novas gerações não imaginam o que seja isso. Mas ainda dá para se ouvir ecoando pelos campos do mundo essa frase no início das partidas de futebol. Fiori Gigliotti um dos principais narradores esportivos da história do rádio brasileiro, a cada vez que ia falar sobre o tempo de jogo dizia: “O teeeeempo passa” alongando o “e” criando a imagem clara do tempo passando e com isso, aumentava a tensão das torcidas ouvintes. Fiori trabalhou durante 38 anos na Rádio Bandeirantes e lá marcou época. Sempre será um dos grandes ídolos de Milton Neves, que o chamava de “Mestre Fiori”. Fiori faleceu em 2006 em São Paulo.

Geraldo José de Almeida (São Paulo, 12 de março de 1919 — 16 de agosto de 1976) foi um dos mais incríveis narradores esportivos do rádio e da TV. Passou por várias emissoras e esteve com a seleção brasileira em todas as Copas desde 1954 até 1974. Foi marcante sua narração na transmissão da TV Globo na Copa do Mundo de 1970 no México porque uniu seu estilo único de “cantar” as jogadas, à melhor seleção de todos os tempos. A batizada por ele, “Seleção Canarinho do Brasil.” Geraldo José de Almeida, emocionava até em “narração de corrida de tartarugas” por seu estilo vibrante, envolvente ao extremo.

Fernando Solera. Decano do jornalismo esportivo, começou na rádio Difusora em 1957 como repórter de campo. Trabalhou durante 25 anos na Rádio e TV Bandeirantes, como narrador e diretor de Esportes da rede. Em 83, foi narrador da TV Record e desde 89, integra a equipe de comentaristas do departamento de Esportes da Rede Gazeta, atuando também como narrador. O timbre da voz de Fernando Solera é muito especial e não se poderia deixar passar uma homenagem a este grande profissional.

Oduvaldo Cozzi foi um grande locutor esportivo do rádio brasileiro, nas décadas de 40, 50,60. Em 1947, quando a transmissão de futebol vira uma febre, Oduvaldo Cozzi é considerado o melhor. Todos os demais procuram imitá-lo, sem conseguir. Era considerado o locutor lírico, assim chamado por ter uma maneira mais lenta e macia de falar e transmitir as partidas. Os gaúchos consideraram que Oduvaldo revolucionou as estruturas das transmissões esportivas no sul. Ele era capaz de falar por duas horas seguidas, sem dizer bobagens. Dono de um estilo bem diferente para a época, fez enorme sucesso.

Breve histórico: Narradores esportivos de São Paulo

A intenção era lembrar apenas alguns narradores esportivos e também de mencionar apenas por onde passaram . No final está colocada lista de narradores na ativa e daqueles que nos deixaram. Como a lista é extensa fica apenas a lembrança.

HAROLDO FERNANDES

O ex-narrador esportivo Haroldo Fernandes, “o homem da camisa 10” da equipe 1.040 da Rádio Tupi de São Paulo, está aposentado – também como advogado-, e alterna sua vida mansa em dois endereços: no bairro do Campo Belo em São Paulo e na bela São Lourenço em Minas Gerais. “Quem ganhou, ganhou, quem não ganhou, não ganha mais”. Quem não se lembra?

Haroldo Fernandes, brilhante, defendeu também os prefixos das rádios Bandeirantes, Difusora, Record, Panamericana e, na galeria dos grandes locutores esportivos do rádio brasileiro, joga no mesmo time de gênios da história como Jorge Cury, Oduvaldo Cozzi, Osmar Santos, Pedro Luiz, Edson Leite, Fiori Giglioti, José Silvério, Flávio Araújo e Joseval Peixoto.

MILTON CAMARGO

Quem não se lembra de Milton Camargo, o chefe do departamento de esportes da saudosa e célebre equipe 1.040 da Rádio Tupi de São Paulo? Pois, saibam que o cafelandense Milton Camargo César mora hoje em São Paulo (SP) ao lado de sua esposa Celeste Irene, ex-atriz da TV Tupi, e está aposentado como jornalista e como assessor de imprensa do TCM, o Tribunal de Contas do Município. Milton Camargo tem quatro filhos, oito netos e fez sua brilhante carreira praticamente nos Diários Associados, criados por Assis Chateaubriand. Só na Rádio Tupi, Milton Camargo trabalhou de 1950 a 1982, tendo começado no rádio em 1947, na Rádio Clube Marília (SP). Lá, ficou até 1950, quando veio para São Paulo. Também comentarista da TV Tupi, Camargo brilhou ainda em jornal, tendo sido colunista dos extintos “Mundo Esportivo”, de Geraldo Bretas, “Equipe”, de Wilson Brasil, e dos Diários de São Paulo e da Noite, de Assis Chateaubriand. No rádio, ele foi o criador da célebre “Looooteeeeeriiiiiiaaaaa….. espooooortiiiiiivaaaaa… Tupiiiiiiii…. Quem não se lembra? E você sabia que a atriz Celeste Irene, esposa de Milton Camargo, fez o quadro “Somos Dois” ao lado de Luiz “Tatá”” Gustavo, que foi o embrião do célebre “Alô, Doçura”, consagrado por Eva Vilma e Carlos Zara, na TV Tupi?

EDEMAR ANNUSECK

Trabalhou na Rádio Jovem Pan-AM, de São Paulo. Também chegou a narrar alguns jogos para a antiga TV Jovem Pan, canal em UHF, no começo dos anos 90 e depois retornou para o Sul do país.

Em 2003, o narrador chegou a transmitir futebol pela extinta Rádio News de São Paulo. Dentre as principais coberturas jornalísticas de que participou, destacam-se as Copas de 1974, 78, 82, 86 e 90. Em todos estes mundiais, atuou como narrador

ENNIO RODRIGUES

Famoso narrador esportivo, veio de Araraquara (interior paulista) onde era diretor e narrador da Rádio “A Voz da Araraquarense”, depois de ter iniciado sua carreira na Rádio Cultura local.

Ennio trabalhou por 27 anos na Rádio Bandeirantes AM. Sua estreia foi num Ferroviária 3×3 Corinthians, no dia 23 de outubro de 1963.

Quando saiu da Rádio Bandeirantes foi para a Tupi, onde trabalhou, em 1991 e 1992, ao lado de Barbosa Filho. Em seguida foi para a Rádio Gazeta, onde era chefe da equipe de esportes e narrador da emissora. Ficou por lá até 1996, quando a direção da emissora optou por mudar radicalmente sua programação e desfez a equipe de esportes.

Como narrador Ennio Rodrigues esteve em oito copas do mundo (Inglaterra-1966, México-1970, Alemanha-1974, Argentina-1978, Espanha-1982, EUA-1994, França-1998).

FIORI GIGLIOTTI

Natural de Barra Bonita, interior do Estado de São Paulo, Fiori Gigliotti nasceu no dia 27 de setembro de 1928.

Sua carreira começou em 1947, na Lins Rádio Clube, onde apresentava o programa “Alô Gurizada”. Mas foi como narrador esportivo que se destacou e marcou história no Rádio.

Em toda sua carreira, cobriu 10 Copas do Mundo e participou de outras 3 como comentarista. Passou pelas Rádios Jovem Pan, Bandeirantes, Record, Tupi de São Paulo e Capital.

OSMAR SANTOS

Nascido em Osvaldo Cruz em julho de 1949, Osmar Santos, o “Pai da Matéria”, transformou-se ao longo de sua carreira, no mais popular locutor esportivo do Brasil.

Seu início de carreira foi em 1963, aos 14 anos, na Rádio Clube de Osvaldo Cruz, destacando-se mais tarde no Rádio de Marília, até ser contratado pela Jovem Pan (SP) em 1972.

Em São Paulo, Osmar Santos foi o pivô de uma revolução no Rádio esportivo, tendo introduzido uma forma diferenciada e criativa nas transmissões esportivas. Em 1977, aceitou o desafio de comandar o Sistema Globo de Rádio, na época ainda Rádio Nacional, onde transmitiu a histórica final de 77, cujo campeonato marcou o fim da agonia corintiana de 23 anos sem títulos.

Osmar Santos foi ainda, a voz das Diretas em 1984, num dos momentos mais importantes da “História do Brasil”. Fenômeno de comunicação, atuou também com destaque na TV.

Sua trajetória vitoriosa foi interrompida bruscamente no dia 22 de dezembro de 1994, quando foi vítima de um grave acidente na BR 153, trecho que liga Marília a Lins. Esse acidente calou a voz do maior locutor esportivo do Rádio brasileiro, que mais do que um mito se transformou num verdadeiro… A-NI-MALLLL da comunicação.

FLAVIO ARAUJO

Maravilhoso narrador esportivo da Rádio Bandeirantes AM, durante quase 25 anos nos tempos do “Scratch do Rádio”, era o locutor que andava em cima da bola.

Natural da cidade paulista de Presidente Prudente, Flávio Araújo foi coproprietário da Rádio Cultura-AM de Poços de Caldas-MG, hoje de propriedade de seu irmão Chico de Assis. Flávio trabalhou também na Rádio Gazeta-AM, de São Paulo, e na Rádio Central de Campinas-SP (de propriedade do ex-governador de São Paulo Orestes Quércia).

Ele teve quatro filhos (um deles morreu no trágico acidente da TAM no Jabaquara em São Paulo em 1996) e tem nove netos.

Flávio militou no Rádio esportivo e na imprensa esportiva de São Paulo durante 30 anos. Foi locutor da Rádio Bandeirantes de 1957 a 1982 e encerrou suas atividades em São Paulo na Fundação Cásper Líbero como superintendente de esportes da Rádio e TV Gazeta, nos tempos do saudoso Constantino Cury no comando do tradicional grupo de comunicação da Avenida Paulista.

Narradores que já nos deixaram:

Antonio Rangel, Aurélio Campos, Darcy Reis, Edson Leite, Fiori Gigliotte, Galeano Neto, Geraldo José de Almeida, João Batista, Jorge de Souza, José Carlos Silva, José Italiano, Marco Antonio Mattos, Mário Garcia, Milton Peruzzi, Nelson Balançando Oliveira, Nelson Spinelli, Otávio Muniz ( o pai ), Pedro Luís, Rebelo Júnior, Roberto Leite, Valter Fonseca, Walter Abraão e Pedro Luiz.

Narradores na ativa:

Alberto César, Antonio Edson, Carlos Batista, Dirceu Maravilha, Douglas Porto, Eder Luís, Edmar Anuseck, Ennio Rodrigues (agora comentando), Fausto César, Gustavo Vilani, Hélio Claudino, Hugo Botelho, Ivo Morganti, João Guilherme (atualmente na tevê e no rádio carioca), Jorge Vinicius, José Maia, José Manoel de Barros, José Silvério, Nilson César, Odinei Edson, Odinei Ribeiro (no Sportv), Oscar Ulisses, Osvaldo Maciel, Cacá Fernando (hoje no BandSports), Paulo Soares, Reinaldo Costa, Reinaldo Moreira, Reinaldo Porto, Rogério Aquiles, Silva Júnior, Ulisses Costa, Vander Luís (hoje plantonista da Pan), Vanderlei Ribeiro, Willie Gonzer.

FONTES: www.bastidoresdoradio.com – http://blogjotajr.blogspot.com

História e depoimentos do gol de placa de Pelé

PELÉ – 50 ANOS DO GOL DE PLACA

O Instituto Mais Memória relembra o famoso gol de Pelé marcado contra o Fluminense, no Maracanã exatamente há 50 anos atrás. Era o dia 5 de março de 1961.  Fluminense e Santos se defrontaram pelo Torneio Rio-São Paulo, que seria vencido pelo Flamengo.

Após driblar vários adversários, Pelé marcou o gol, fazendo com que o Maracanã e o jornalista JOELMIR BETING explodissem em euforia. O jornalista, empolgado com o fantástico gol que havia visto, disse que tal gol merecia uma placa tamanha sua beleza. Assim, uma placa de bronze foi feita e colocada na entrada do Maracanã onde permanece até hoje. Desde então, todos os gols marcados com rara beleza são intitulados “gols de placa”.

O jogo do gol de placa – 1961-

No dia 5 de março de 1961, no Maracanã, o Santos venceu o Fluminense por 3-1. Nesta partida o Rei do Futebol – EDSON ARANTES DO NASCIMENTO – Pelé, então com 20 anos,  marcou o  gol que ganhou a homenagem, em decorrência de sugestão do jornalista Joelmir Beting.

Eram decorridos 40′  do primeiro tempo, o Santos vencia de 1-0 gol de Pelé. Depois de uma defesa do goleiro santista, a bola sobrou para Dalmo que passou  a Pelé na entrada de sua área. Ele controlou a bola e partiu para o gol do adversário. Numa velocidade extraordinária passou pela linha média e entrou na intermediária do Fluminense.  Seus companheiros abriram para receber.  Os deslocamentos de Coutinho, Dorval e Pepe confundiram a defesa adversária.

Narra Pinheiro o seguinte:

“Quando a bola veio para o “criolo” a defesa naturalmente se postou para identificar onde seria seu passe.  Porém, Pelé partiu em linha reta, numa velocidade extraordinária.  Passou pelo meio-campo e chegou em nossa intermediária.  Eu estava na sobra e quando dei o combate, pensando que ele iria passar a bola, ele driblou três jogadores ao mesmo tempo, com sua ginga de corpo.  Ficamos preocupados ainda, onde ele daria a bola.  Mas ele continuou e entrou na área deslocando o Castilho. Não foi uma jogada de dribles seguidos.  O que houve foi uma velocidade em linha reta e quando o Pelé partia para o gol era terrível. Foi um gol bonito sem dúvida “.

Sobre o gol Altair contou o seguinte:

” Foi um lance muito rápido. Estávamos no ataque e quando olhamos Pelé recebeu no meio de campo e partiu em velocidade, pegando todo mundo de surpresa. Como era um contra-ataque a defesa estava mal postada. Eu estava voltando e fiquei preocupado com meu lado.  Mas o negão era f.  Ganhou de todos nós na corrida e fez o gol. Quando chegamos juntos, ele deu um corte, e aí não dava mais para segurá-lo”.

Jair Marinho dá seu testemunho:

“Eu voltei preocupado com o Pepe.  Já era terrível marcar o Pepe. Quando vi o Pelé partindo para cima de nossa defesa, vi que a coisa tava preta.  Foi um lance muito rápido. Se não me engano uma reposição de bola e ele recebeu no campo dele. Partiu em linha reta.  É aquela coisa de matar o jogo. Tem de parar quando há este tipo de lance, sem machucar o adversário. Quando a defesa é pega do jeito que foi, a chance de sair o gol do adversário é muito grande, sendo mais Pelé com a bola. Fiquei preocupado da bola chegar no Pepe.  Ele partiu, passou pelo meio de campo, saiu Pinheiro e aí “Inêz já era morta”. Barbante”

Pelé e Pinheiro no lance do gol de placa em 1961.

JOELMIR BETING após o jogo, voltou para São Paulo e tomou a iniciativa de mandar fazer, por  conta própria, uma placa para imortalizar aquela obra prima. Com bom humor, costuma dizer que é o autor da “placa do gol” – o que é a mais cristalina das verdades.

A homenagem da ADEG e dos Cronistas  ao Rei do futebol.

Detalhamento do lance segundo O Globo:

Atravessando todo o gramado sob a vigilância dos adversários. Já na área tricolor, Pelé driblou Pinheiro que estava ao seu encalço, se livrou do desesperado Jair Marinho e, diante de Castilho, tocou fora do alcance do goleiro que se atirou todo mas seu esforço foi inútil. Alguns mais exaltados, afirmavam que aquele gol teria que valeu por dois. De fato, o gol foi tão espetacular que arrancou aplausos de todos os torcedores que, de pé, esquecendo-se de suas paixões clubísticas e embora empunhando bandeiras tricolores, proporcionaram uma cena jamais vista no Maracanã. Foram quase dois minutos de palmas, contados a relógio, enquanto Pelé desaparecia debaixo dos abraços dos companheiros.

Com relação ao jogo, podemos afirmar que, tornar-se cada vez mais difícil encontrar adjetivos para traduzir o que está jogando a equipe do Santos. No mínimo, teríamos que repetir o chavão, frisando que é verdadeira máquina. Máquina que se encontra bem ajustada, engrenada e azeitada, peças perfeitas e que se ajustam de forma incrível. Começaríamos por Pelé e Coutinho que, no futebol, repetem os fechos das histórias românticas: nasceram um para o outro. Quando uma parte, o outro sabe o que fazer, como se tivessem estudado as jogadas dentro da pensão onde moram, em Santos. Eles se juntam aos demais jogadores que forma um conjunto harmônico de futebol bonito, rápido e eficiente.

O Fluminense, antes de tudo, teve um comportamento técnico e disciplinar exemplar. Jogou bem, mas o Santos está numa forma esplendorosa. Um clube difícil de ser vencido. Castilho realizou milagres e se tornou uma das grandes figuras da partida.

Data: 5 de março de 1961.
Competição: Torneio Rio São Paulo.
Placar: Fluminense 1 x Santos 3.
Gols de : Pelé (2) e Pepe (Santos)  e Jaburu (Fluminense).
Local:Estádio Jornalista Mário Filho – Maracanã.
Juiz: Olten Ayres de Abreu.
Renda: 2.685.317,00.

Santos: Laércio. Fiotti. Mauro. Calver e Dalmo. Zito e Mengalvio (Nei). Dorval. Coutinho. Pelé e Pepe (Sormani).

Fluminense: Castilho. Jair Marinho. Pinheiro. Clovis (Paulo) e Altair. Edmilson e Paulinho. Telê Santana (Augusto). Valdo. Jaburu e Escurinho.

Joelmir Beting foi o jornalista responsável pela homenagem. Atualmente atua na REDE BANDEIRANTES.   Nasceu em Tambaú, interior de São Paulo, em 21 de dezembro de 1936. Tem dois filhos.  Mauro Beting um dos filhos, é comentarista esportivo da mesma Rede de televisão e de alguns jornais. Na época  da partida – 1961 -JOELMIR BETING  atuava na área esportiva.

INSTITUTO MAIS MEMÓRIA

RESPEITO À HISTÓRIA – RESPEITO AO BRASIL.

 

Por Izaias Nascimento