Arquivo da categoria: 17. Auriel de Almeida

Byron Football Club – Niteroi (RJ): Uniforme de 1922, com as linhas em zigue-zague

 

Byron, do Barreto, fez história e até jogo contra o Flamengo

O bairro do Barreto, em Niterói, é marcado por uma histórica relação com o futebol. Na mesma época em que o Rio Cricket já havia se consolidado e disputava o Campeonato Carioca, surgia naquela região da Zona Norte, o Byron. Fundado no dia 21 de outubro de 1913, o clube foi uma das “potências” da região, que revelou um dos maiores craques do futebol nacional e mundial, tão admirado quanto Pelé e Garrincha: Zizinho, ou Mestre Ziza.

A sede do clube ficava num campo pertencente a Companhia Manufatora de Tecidos, situado ao lado da sede da empresa, na Rua Doutor March. Para desenvolver as atividades, a diretoria pagava aluguel à empresa, que ainda não explorava a prática do futebol. Para atrair os funcionários de família de origem britânica da fábrica, os fundadores do clube o batizaram com o nome do poeta inglês George Gordon Byron, um dos maiores do século XIX.

Com ajuda de comerciantes e diretores da fábrica de tecidos, o clube conseguiu se estruturar para montar também times em categorias de base e até se aventurar em outras práticas esportivas, como o boxe e o basquete. Venceu o primeiro Campeonato Niteroiense em 1917. E repetiu o feito nos anos de 1922, 1924 e 1925, nas chamadas modalidades ainda amadoras e já com respeitado elenco profissional, levantou outras duas taças, em 1928 e 1934.

 

O poeta e escritor George Byron deu nome ao clube do Barreto
O poeta e escritor George Byron deu nome ao clube do Barreto

 

 

A performance no Campeonato da Liga Niteroiense de 1934 rendeu ao clube o convite para disputar uma competição no Rio – o Torneio Aberto da Liga Carioca de Football, em 1935, que reuniu 23 equipes, a maioria da Capital, nos estádio do Fluminense (Laranjeiras) e do América (Campos Sales). A equipe do Barreto acabou eliminada após ser goleada pelo Flamengo, por 9 a 2 e também perder para o Anchieta por 3 a 2.

Declínio – O declínio do clube veio no fim da década de 40, quando a direção da fábrica Manufatora decidiu montar sua própria equipe. O “racha” acabou na Justiça e o Byron foi despejado. Enfraquecido, o clube acabou abandonado o futebol em 1953, vindo a se dedicar apenas a eventos sociais, e foi extinto em 1978.

Barreto e Ypiranga também marcaram década

Na década de 30, outras duas equipes de Niterói também fizeram fama. O Barreto, grande rival do Byron, na Zona Norte, e o Ypiranga, de São Lourenço, disputaram duas edições do Torneio da Liga Carioca de Footbal nos anos de 1935 e 1936, junto com Fluminense, América, Flamengo, Bangu, América e outras equipes de diferentes pontos da Região Metropolitana. Mas não passaram da primeira fase da competição.

O Barreto Football Club foi fundado no dia 14 de julho de 1912 por funcionários da Companhia de Fósforos Fiat Lux. As partidas entre essa equipe e o Byron arrastavam ‘multidões’ nas décadas de 20 e 30. O apelido do Barreto era “Leão do Norte”, e sua antiga sede, na Rua General Castrioto, era ornamentada com duas estátuas do animal. Suas cores eram o azul escuro e branco.

O Barreto conquistou a divisão principal da Liga Sportiva Fluminense em 1921 e 1923, além dos torneios início de 1919, 1920, 1924 e 1925, segundo registros da Liga Niteroiense de Futebol. Em 1941, o clube montou um time caríssimo para disputar com o Canto do Rio uma vaga no Campeonato Carioca, mas acabou preterido. A empreitada acabou por deixá-lo em situação financeira difícil. Em 1942, já sem condições de manter o futebol profissional, encerrou as atividades, com apenas 30 anos de existência.

O Ypiranga fez fama no futebol fluminense na década de 1930, quando chegou a ter jogadores convocados para a Seleção Brasileira, como Manoelzinho e Oscarino. O clube se manteve atuante até a década de 70, quando acabou extinto.

Zizinho, o craque mais ilustre

O filho mais “ilustre” que o Byron produziu foi o meia Zizinho, considerado o primeiro grande craque da história do futebol brasileiro em âmbito mundial. Nascido em São Gonçalo, no dia 14 de setembro de 1921, ele daria seus primeiros chutes nos campos de terra batida da cidade. Thomáz Soares da Silva iniciou a adolescência nas divisões de base do Byron. Chegou a fazer “peneiras” nas equipes do América, São Cristóvão e Bangu, quando ainda trabalhava no Loyd Brasileiro. As boas atuações no time de Niterói o levaram a fazer o teste que culminaria na ida para o Flamengo, em 1939, aos 18 anos.

À beira do campo, ele viu o lendário atacante Leônidas da Silva se contundir e incrédulo, foi chamado pelo técnico Flávio Costa para substituir o ídolo. “Menino, você é o meia lá de Niterói? Entra no lugar de Leônidas”, ordenou o técnico. O ‘garoto’ não apenas entrou como fez dois gols em dez minutos. Era a “senha” para começar a brilhante carreira, como mostrou o livro “Os 11 maiores camisas 10 do futebol brasileiro”, de Marcelo Barreto. A ida de Zizinho para o Flamengo é cercada por uma curiosidade, que levou o clube da Gávea a atravessar a baía para um histórico amistoso contra o Byron. Antes da contratação, acabou suspenso por causa de uma confusão no chamado “clássico da Zona Norte”, entre o Byron e o Barreto. Para facilitar a ida para o Rio, o time carioca, sugeriu o jogo, que aconteceu no campo do clube niteroiense. Com Zizinho atuando pelo rubro-negro, o jogo terminou empatado em zero a zero graças a uma atuação inesquecível do goleiro Leônidas, do Byron.

Apogeu no FLA e eterna tristeza pela perda da Copa

 

Injustamente, Zizinho foi apontado como ‘vilão’ da Copa de 50
Injustamente, Zizinho foi apontado como ‘vilão’ da Copa de 50

 

Zizinho teve dias de glória no Flamengo, onde conquistou o tricampeonato carioca nos anos de 1942, 1943 e 1944, mas caiu em descrédito com a perda da Copa do Mundo de 1950, no Maracanã. Foi sua primeira e única participação na competição. Acabou vendido para o Bangu, sem tomar conhecimento da transação, já que servia à Seleção Brasileira.

Na Copa de 50, machucado, ficou fora das partidas iniciais. No terceiro jogo que decidiria uma vaga para a fase seguinte, contra a Iugoslávia, marcou um dos gols na vitória por 2 a 0. Uma atuação tão impressionante que recebeu da imprensa o apelido de ‘Mestre Ziza”.

Depois das goleadas por 7 a 1 contra a Suécia e 6 a 1 sobre a Espanha, a equipe precisava apenas do empate para chegar ao título, mas perdeu por 2 a 1 para o Uruguai, naquele que seria a pior tragédia do futebol brasileiro, até a goleada sofrida para a Alemanha, por 7 a 1, no Mineirão, na última Copa.

A derrota ficou marcada na carreira do jogador, que defendeu também o São Paulo, onde se tornou campeão paulista em 1957. “Ele nunca esqueceu a perda do título. Ficava triste e cabisbaixo quando se falava no episódio”, declarou Jair Marinho, ex-lateral direito e amigo inseparável de Zizinho. O São Paulo e o Audax Italiano, do Chile, foram os últimas equipes onde atuou. O craque chegou a lançar uma autobiografia antes de morrer em casa, no Ingá, em fevereiro de 2002, de causas naturais, aos 79 anos.

 

FONTES: Jornal O São Gonçalo – Sergio Soares – Ari Lopes

Victoria Football Club – Niterói (RJ): Fundado em 1915

O Victoria Football Club foi uma agremiação da cidade de Niterói (RJ). A sua Sede ficava localizada na Rua Bonfim, nº 132, no Bairro do Fonseca, em Niterói. O clube Alvianil foi Fundado na quinta-feira, do dia 10 de Junho de 1915. O Victoria disputou a Segundona da Liga Sportiva Fluminense (LSF), no final de 10 e início de 20.

O Jornal O Paiz descreveu assim, o surgimento da nova agremiação: “Fundou-se na vizinha capital, o Victoria Foot-Ball Club e que é composto por meninos da melhor sociedade fluminense. Para a estreia do “team“, será jogado, por esse Club e o Canto do Rio Foot-Ball Club, um “match”, que se realizará domingo, 13 do corrente, às 8 horas da manhã, no “ground” desta última sociedade“.

FONTES: A Rua – A Razão – O Paiz

Sport Club Curupaity, do Catete – Rio de Janeiro (RJ): Uma história rica e com personagens famosos

O Sport Club Curupaity foi uma agremiação da cidade do Rio de Janeiro (RJ). A “Petizada (quer dizer: ajuntamento de crianças) Alvirrubra” foi Fundada na sábado, do dia 13 de Junho de 1914. O clube nunca teve um campo próprio. Atuava em diversos campos da região, como o Carioca F.C., o campo na Rua do Russell, entre outros.

História da Fundação

“Reunidos na residência do grande escriptor Dr. Coelho Netto, o ‘festejado homem de letras’, foi dado por Emmanuel Coelho Netto, o “Mano” (que era filho de Coelho Netto); o nome de Sport Club Curupaity. O nome dos demais fundadores:

George Coelho Netto; Paulo Coelho Netto; João Coelho Netto, o “Preguinho”; Francisco Paes Figueiredo, o “Chiquinho”; Manoel Correa; Ernesto, Sylvio de Sá; Gerdal Boscoli; Nilo Murtinho Broga; Floriano Guimarães; Joaquim Travesedo; Ricardo Salazar; Manuel Aarão; Álvaro de Sá; Evaristo Juliano de Sá; Dino; Galvão; Seabra e Euclydes Joaquim da Silva, o “Cuca” (1º Presidente).

A 1ª Diretoria foi constituída da seguinte forma:

Presidente – Euclydes Joaquim da Silva, o “Cuca” ;

Vice-Presidente – Álvaro de Sá;

1º Secretário – Gerdal Boscoli;

1º Tesoureiro – George Coelho Netto;

Capitão – Paulo Coelho Netto;

Fiscal de Campo – Joaquim Travesedo.

 

Significado do nome e uniforme

O nome “Curupaiti vem do Tupi-guarani, que pode significar: “a água do angico (curupaí+ti)” ou “lugar abundante em angicos (curupaí+ti [ba])“. O clube possuia o uniforme semelhante ao América Football Club: camisa rubra, escudo branco, calção branco e meiões negros.

Quem foi Coelho Neto?

Natural de Caxias, Henrique Maximiano Coelho Neto nasceu em 21 de fevereiro de 1864 e faleceu no Rio de Janeiro,  em 28 de novembro de 1934. Foi um escritor (cronista, folclorista, romancista, crítico e teatrólogo), político e professor brasileiro, membro da Academia Brasileira de Letras onde foi o fundador da Cadeira número 2.

Foi considerado o “Príncipe dos Prosadores Brasileiros“, numa votação realizada em 1928 pela revista O Malho. Apesar disto, foi consideravelmente combatido pelos modernistas, sendo pouco lido desde então, em verdadeiro ostracismo intelectual e literário.

Sobre Paulo Coelho Netto, foi autor do livro sobre o primeiro cinquentenário da História do Fluminense, historiador e dirigente deste clube.

Quem foi Preguinho?

 João Coelho Netto, mais conhecido como Preguinho (Rio de Janeiro, 8 de fevereiro de 1905 — Rio de Janeiro, 1º de outubro de 1979), foi um multi-esportista brasileiro. Filho do escritor Coelho Netto, e da professora de música Maria Gabriela Brandão Coelho Netto, Preguinho era sócio do Fluminense antes mesmo de nascer, ingressando nas equipes infantis do clube carioca em 1916, com 11 anos.

Clube Esportivo e Categorias de base

Apesar do futebol ser o “carro-chefe” da Petizada Alvirrubra, possuíam outros esportes Pingue Pongue (Tênis de Mesa), Water Polo, entre outros.  O futebol, além da categoria adulta, contava ainda com as categorias Infantil e Juvenil, onde enfrentou diversas vezes forças da época como o Clube de Regatas Flamengo e Fluminense Football Club, ambos no Infantil.

 

Sedes

A 1ª Sede ficava na Rua Pinheiro, nº 73, em Botafogo – Zona Sul do Rio. No Sábado, dia 29 de Março de 1919, se mudou para a Rua Dois de Dezembro, nº 52, no Bairro do Catete – Zona Sul do Rio. Enfim, em 1925, adquiriu a grandiosa Sede da Rua do Catete, nº 300, no Bairro do Catete – Zona Sul do Rio.

 

Dia que o Curupaity goleou o Tricolor das Laranjeiras

Em 1914, se filiou a Liga Veronista onde foi campeão no 1º e 2º Quadros, ambos de forma invicta, em 1915. Em 1916, o time infantil do Sport Club Curupaity contava com bons valores.

E, teve um teste de fogo para provar o seu potencial. Na época enfrentou o Fluminense, o melhor time daquela época, no campo do Carioca F.C., no Jardim Botânico.

No final, a Petizada Alvirrubra arrasou o Tricolor das Laranjeiras pelo elástico placar de 9 a 2. Vale lembrar, que no time do Fluminense haviam grandes jogadores que depois fizeram história no clube: Fortes, Mutz, China, Joel, C. Augusto, entre outros.

 

Campeonato Infantil de 1916, fez o Curupaity só retornar em 1917

Um fato curioso! A esmagadora vitória sobre o Fluminense, somado a criação do Campeonato Infantil, organizado pela Liga Metropolitana de Desportos Terrestres (LMDT), acabou causando, involuntariamente a paralisação do Sport Club Curupaity.

Por quê? Após ter arrasado o Fluminense, meses depois foi criado o Campeonato Carioca Infantil. Os jogadores empolgados com a notícia queriam participar da competição a qualquer custo. No entanto, naquele momento o clube não era filiado a LMDT, e por isso, não poderiam jogar.

Então, os jogadores se reuniram para buscar uma alternativa. A primeira ideia foi disputar pelo Carioca Football Club, que gentilmente sedia o seu campo para que o Curupaity pudesse jogar.

Contudo, os jogadores não chegaram a um consenso. No final, parte dos jogadores disputaram o certamente pelo Fluminense Football Club (Moreira, Mano, Preguinho e Zezé foram destaques no profissional) e a outra parte pelo Clube de Regatas Flamengo.

Porém, o resultado desse entusiasmo geral uma paralisação do Sport Club Curupaity, que sem jogadores, só retornou na temporada seguinte, em 1917. O retorno foi triunfal, mesmo perdendo alguns jogadores que optaram em continuar no Tricolor das Laranjeiras e no Rubro-Negro. Fechou a temporada de forma invicta, conquistando o Torneio no Mavilis.

Clube ajuda a fundar a Liga Sportiva Carioca (LSC)

Em 1918, o Sport Club Curupaity, juntamente com o Combinado Humaytá; Aymoré FC; Sport Club Emulação; Benjamin Constant AC; Paysandu AC; Leme AC e Pedro Ivo FC, fundaram a Liga Sportiva Carioca (LSC).

Naquele ano, o clube foi campeão no 1º e 2º Quadros, em ambos de forma invicta. O time adulto jogou com: Ramos; Peixoto e Dadá; Travesedo, Solntive e Dino; Chermont, Sylvio, Chiquinho, Merecker e Dedê.

Antenor Mayrinck Veiga foi o pivô da decadência do clube início dos anos 20

No Sábado, dia 29 de Março de 1919, o Curupaity adquiriu a sua Sede própria, na Rua Dois de Dezembro, nº 52, no Bairro do Catete. O que era para ser a alavancada do clube, acabou ocorrendo o contrário.

Três depois, por motivos que não foram divulgados, o então presidente do clube, David Villela retirou-se do clube. Em solidariedade os demais membros da diretoria também saíram.

O que se sabe é que dois dias antes da saída em massa da diretoria, tinha sido proposto que o conceituado industrial Antenor May             rinck Veiga que assumisse a presidência do Curupaity.

Diante do imbróglio Antenor May   rinck Veiga assumiu e realizou diversas melhoras. No entanto, ao notar que os demais membros da diretoria não deram o devido valor, o industrial decidiu sair, causando a decadência completa do clube, tendo perdido a Sede, móveis, etc.

Emmanuel Coelho Netto, o “Mano” morre e Seleção Brasileira jogou de luto

Filho do escritor Coelho Netto e irmão mais velho do também futebolista João Coelho Netto, o “Preguinho”, Mano veio falecer depois de um traumatismo ocorrido em confronto contra o São Cristóvão no qual o Fluminense venceu por 2 a 1.

Apesar de sentir fortes dores no abdômen, que lhe causou infecção generalizada, vindo a falecer na véspera de confronto entre a Seleção Brasileira e a Seleção Uruguaia pelo Campeonato Sul-Americano de Futebol de 1922, quando a Seleção Brasileira jogou com braçadeiras negras em sua homenagem, aos 24 anos.

Entre idas e vindas, o em torno em 1924

Mediante o quadro catastrófico que o clube atravessava, David Villela resolveu colocar as magoas de lado e retornou para reorganizar Sport Club Curupaity. Objetivo este alcançado. Em 1919, se filiou a Associação Carioca de Sports (ACS). O Curupaity não terminou o Campeonato por não concordar com uma resolução da diretoria da ACS.

Após esse incidente o clube paralisou o futebol, só retornando em 1921, quando ingressou na Associação Sportiva Rio de Janeiro (ASRJ). Posteriormente, ocorreu outra paralisação, só retornando em 1924.

Nesse ano mostrou a velha forma e se sagrou campeão do Torneio Início, realizado no campo do Metropolitano. E realizou duas excursões a Região Serrana: Teresópolis e Petrópolis, onde obteve destaque.

Curupaity adquire suntuosa sede e volta a crescer

Em 1925, buscando os status de outra, o presidente David Villela resolveu chamar antigos sócios para solidificar o clube. Os frutos dessa empreitada foi boa.

Em seguida, o Curupaity adquiriu a grandiosa Sede da Rua do Catete, nº 300, no Bairro do Catete – Zona Sul do Rio. O resultado elevou o número de sócios para 300, três times de futebol, três equipes de Ping Pong e diversos atletas de outras modalidades.

Em 10 de abril de 1926, se filiou a Federação Brasileira de Esportes Athleticos (FBEA). No mesmo ano se filiou a AMEA (Associação Metropolitana de Esportes Atléticos), onde foi campeão da AMEA II, em 1926.

No início de 1927, David Villela renunciou mais uma vez ao cargo de presidente do clube. Mas dessa vez, o clube se manteve em pé. Na tarde da terça-feira, do dia 28 de Fevereiro de 1928, se filiou a Liga Metropolitana de Desportos Terrestres (LMDT). Nesse momento, o Curupaity chegou a ter incríveis 400 sócios.

Ainda nessa temporada disputou o Campeonato da AMEA (1928), que contou com grandes forças como o Americano FC(do bairro Riachuelo); Campo Grande AC (do bairro Campo Grande); Esperança FC (Bangu); Fidalgo FC (Madureira); Mavilis FC (Caju); Modesto FC (Quintino Bocaiúva); Magno FC (Madureira); entre outros.

A Luz, enfim, se apagou!

Após duas décadas de alegrias, tristezas, conquistas, fracassos, união, desunião, o Sport Club Curupaity foi saindo do cenário futebolístico. Seus fundadores já não eram mais os mesmos. O interesse tinha mudado. O clube passou a ser social. Aquele brilho, se apagou! O fim chegou. Mas essa história se perpetuará por muito tempo! Onde grandes intelectuais fizeram parte do clube, deixando para aqueles que conheceram uma ponta nostalgia e saudade!

Hino do Sport Club Curupaity

(Hino de 1915: versos de Miranda Horta e música de Manuel Aarão)

“Glória, Glória, Aleluia,

Curupaity é Campeão,

Mano, George, Floriano,

Honório, Atilio, Galvão,

Miranda, Cadinho, Alcindo,

Zezé, esquerda inteira,

É o menino de ouro,

O Centerforward Raul Ferreira,

 

Nós temos bons directores,

Desde o Captain ao cobrador,

Um presidente afiado,

Um secretário cavador,

Atitude, não temor campo,

É uma cousa que eu não nego,

Se preciso ser expulso,

O Chiquinho come prego”.

Time-base de 1914-15: Renato (Atilio); Rodolpho (Crockat) e Moreira; Cadinho (Galvão), Honório e Floriano; Mano, Corregal, Raul, Zezé e Manduca (Miranda Horta).

 

Time-base de 1916: Gerdal; Chagas Leite e Armando; Joaquim Travesedo, Seabra e Lanzarotti; Nogueira, Floreano, Chiquinho, Nilo e Paulo Coelho Netto.

 

Time-base de 1918: Alberto Ramos; Edgard Andrade (Dudu) e Francisco Peixoto; Dimas M. Castro (Victor), Carlos Santivi e Joaquim Travesedo; Chermon Brito (Sylvio), Reynado Cintra (Torquato), Francisco P. Figueiredo, Jorge Merker (Guiol) e Edgard (Dedê).

 

Time-base de 1921: Annibal; Raul e Carlinhos; Joaquim Travesedo, Moreira e Merker; Jovianiano, Maruico, Santos, Sylvio e Matre.

 

 

FONTES: Wikipédia – Jornal A Rua – A Razão – Gazeta de Notícias – Correio da Manhã – O Paiz – O Brasil – A Noite – Jornal do Brasil – O Malho

 

Sport Club Brasileiro – Rio de Janeiro (RJ): Existiu entre 1916 a 1918

O Sport Club Brasileiro foi uma agremiação da cidade do Rio de Janeiro (RJ). Fundado na quinta-feira, do dia 31 de Agosto de 1916. A sua Sede e a Praça de Esportes (que pertencia ao Sport Clube Minerva), ficava na Rua Itapiru, 137 (atualmente o local fica o Cemitério do Catumbi) – Rio Comprido, Rio de Janeiro.

Em 1917, o Sport Club Brasileiro disputou o Campeonato Carioca da Terceira Divisão, organizado pela Liga Metropolitana de Desportes Terrestres (LMDT). Num total de nove clubes, o Brasileiro terminou na 8ª posição, com 10 pontos.

No dia 12 de Maio de 1918, o Royal Football Club  se fundiu ao Sport Club Brasileiro do Rio Comprido, dando origem ao Metropolitano Athletico Club (que herdou a praça de sports do Royal e a vaga do Brasileiro na Liga Metropolitana).

 

Clássico Vovô marcou a inauguração do campo da Rua Itapiru

O campo do Sport Club Brasileiro merece uma menção à parte. Campo da Rua Itapiru era o campo de jogo do Sport Clube Minerva, clube social e esportivo da cidade do Rio de Janeiro, então localizado no bairro do Rio Comprido. O Minerva, na rua Itapiru, cujo ponto forte era o “futebol de salão“, atual “futsal

O SC Brasileiro fez melhorias no campo e realizou um grande festejo, que contou com a partida principal entre Fluminense e Botafogo, o maior clássico naquela época.

A Inauguração ocorreu na quinta-feira, do dia 03 de Maio de 1917, com três jogos. O , aconteceu às 9 horas, com vitória do Americano por 2 a 0 sobre o Progresso.

Na 2ª partida, às 11 horas, o Hellenico venceu o Sport Club Brasileiro, dono da festa, por 3 a 2. No 3º jogo, às 13 horas, o América, campeão Carioca de 1916, diante do Andarahy, que surpreendeu e venceu pelo placar de 2 a 1.

Na última partida, às 15 horas, Fluminense e Botafogo fizeram um grande jogo, que terminou empatado em 2 a 2.

Após a sua inauguração, o campo da Rua Itapiru, passou a receber jogos, como partida do Vasco da Gama pelo Campeonato Carioca Segunda Divisão daquele ano.

Sobre as partidas de inauguração, o jornal “O Imparcial”, de 4 de maio de 1917, publicou o seguinte, mantida a grafia original: “Conforme annunciado, foi hontem levado a effeito a inauguração official do ground do Sport Club Brasileiro à rua Itapiru. A esse local affluiu elevada concorrencia, que acompanhou com vivo interesse o desenrolar das partidas que faziam parte do programma”.

Em 1920,  o Vasco venceu o Helênnico por 3 a 0, em 20 de junho neste campo, em partida válida pela Segunda Divisão. Em 1927, na Rua Itapiru, foi disputado um denominado “Festival Esportivo do São Paulo Rio F.C.“, reunindo três jogos entre seis clubes menores do Rio de Janeiro, todos disputados no dia 27 de julho.

Time de 1917: Peres; Tenório  e Armond; Abílio (Quinola), Laudelino e Vivi; Ernesto (Waldemar), Mario (Paulista), Procópio, Henrique e Mira (Moyses).

Time de 1918: VI; Baguet e Bahiano; Pedro, Lagreca e Peres; Neném, Frani, Eugenio, Ramiro e Homero.

 

FONTES: O Imparcial – Estatuto do clube – O Paiz – O Malho

Byron Football Club – Niterói (RJ): Foto de Zizinho, nos anos 30

O Byron Football Club foi uma agremiação do bairro do Barreto, em Niterói (RJ). Fundado na terça-feira, no dia 21 de Outubro de 1913. A sua Sede, salão de festas, quadra poliesportiva e campo de futebol ficavam na Rua Dr. March, nº 170, no Bairro do Barreto, em Niterói.

Foi um dos maiores clubes do esporte fluminense pré-fusão com o Estado da Guanabara. Surgiu em um terreno alugado da Fábrica Manufatora de Tecidos, e seu nome, inspirado no poeta inglês Lord Byron, foi uma homenagem aos britânicos da fábrica. Seu maior rival era o Barreto, clube da Fábrica Fiat Lux de Fósforos de Segurança.

Zizinho no Byron, nos anos 30

O jogador da Seleção Brasileira, Zizinho iniciou-se no futebol nas categorias de base do Byron. Sua decadência se iniciou em 1950, quando uma após briga judicial, foi despejado do terreno onde estava instalado, já que a fábrica formara o seu próprio time, denominado Manufatora Atlético Clube, posteriormente mudado para Associação Desportiva Niterói. O Manufatora simplesmente ficou com tudo o que o Byron construiu no terreno alugado.

Enfraquecido, enfrentou duas mudanças de sede, culminando por abandonar o futebol, em 1953, vindo a se dedicar apenas ao boxe, basquete e eventos sociais. Em 1978, a sede foi derrubada para a ampliação da BR-101, e seus sócios decidiram não reerguê-lo em outro local, encerrando uma história de mais de 60 anos.

Os títulos mais relevantes fora: Campeão Fluminense de Futebol; Campeonato da AFDT, em 1917;

LSF, em 1922, 1924 e 1925;

ANEA, em 1928;

LNF, em 1934 (este último na era profissional);

Campeonato Niteroiense de Futebol, em 1928 e 1934 (este último, profissional).

 

FONTES: O Imparcial – O Fluminense – Wikipédia

Royal Football Club – Rio de Janeiro (RJ). Fundado em 1913

O Royal Football Club foi uma agremiação da cidade do Rio de Janeiro (RJ). A equipe Alvirrubra foi Fundada na quinta-feira, do dia 31 de Julho de 1913. A sua 1ª Sede ficava na Rua da Piedade, nº 98, no Bairro Piedade – Zona Norte do Rio. Depois, em 1917, se transferiu para a Rua Arquias Cordeiro, 314/230 – Méier – Zona Norte do Rio. Ainda no Méier, teve uma sede provisória, em 1918, na Rua Torres Sobrinho, 44. Por fim, a Sede ficava na Rua Souto, nº 105 – Cascadura – Zona Norte do Rio. A sua Praça de Esportes ficava na Rua Dias da Cruz, nº 196 (próximo a Estação do Meyer), no Bairro do Méier, na Zona Norte do Rio.

Na esfera futebolística, após diversos torneios, festivais e excursões, o Royal Football Club ingressou na Associação Athletica Suburbana (AAS), em 1915. Na temporada seguinte trocou de entidade, se transferindo para a Liga Suburbana de Football (LSF), em 1916. No dia 12 de Maio de 1918, o Royal Football Club  se fundiu ao Sport Club Brasileiro do Rio Comprido, dando origem ao Metropolitano Athletico Club (que herdou a praça de sports do Royal e a vaga do Brasileiro na Liga Metropolitana).

 Time de 1913: Julinho; Cotia (Cap.) e J. Lourenço; Lino, Bulhões e Pequenino; Joaquim, Prata, Raul, Goivan e Attila.

 Time de 1916: Miro; Hergmann (Rubem) e Quintella (Joaquim Silva); Filóca, Danton e Lourenço; Aguinaldo (Nonô), Sampaio, J. Leite, Haroldo e Graciano.

 

FONTES: O Imparcial – Correio da Manhã- Jornal do Brasil – Lanterna

Flamengo Futebol Clube – São Gonçalo (RJ): Campeão Gonçalense de 1941

O Flamengo Futebol Clube foi uma agremiação da cidade de São Gonçalo (RJ). A sua Sede ficava no Bairro Sete Pontes, em São Gonçalo. Apesar da escassez de informações, sabe-se que o Flamengo foi vice-campeão Gonçalense de 1931 e uma década depois conquistou o título inédito do Campeonato Citadino de São Gonçalo de 1941.

Com inédito título, rendeu ao Rubro-Negro Gonçalense o direito de debutar no Campeonato Fluminense de 1941. Não confundir o Flamengo F.C. com o Flamenguinho Futebol Clube (campeão do Campeonato Citadino de São Gonçalo de 1932).

 

 

FONTES: Jornal dos Sports – Diário Fluminense

Civil Sport Club – Rio de Janeiro (RJ): Fundado em 1919

O Civil Sport Club foi uma agremiação da cidade do Rio de Janeiro (RJ). O clube azul e branco foi Fundado no domingo, do dia 06 de Julho de 1919, por profissionais da guarda civil da cidade do Rio, no Bairro de Olaria. Três meses depois, em 07 de Outubro de 1919, o estatuto foi aprovado.

A comissão de Sport do clube conseguiu o campo na Barreira do Senado, cedido gentilmente pelo São Paulo-Rio. Apesar de ser da Zona Norte, a Sede foi longe. Na Rua dos Inválidos, nº 194, no Centro do Rio.

Na sexta, do dia 17 de junho de 1921, o Civil SC se mudou para a nova Sede (Foto abaixo, portão amarelo) na Rua Catumbi, nº 29, no Bairro do Catumbi, na Zona Central do Rio, onde funcionava o Clube Recreativo Boêmios de Paula Mattos. Nesse período, o clube treinava, às vezes, no Campo da Praia do Russell, no Bairro da Glória, na Zona Sul do Rio.

Sede (portão amarelo): Rua Catumbi, nº 29, no Bairro do Catumbi, na Zona Central do Rio

O início da história do Civil SC, em termos de estrutura, foi promissor. Em menos de um mês, em 10 de novembro de 1920, o clube saltou de 603 para 753 sócios. Ou seja, 150 sócios a mais, algo raro para clubes recém criados.

Três meses depois, da mudança para a nova Sede, na Rua Catumbi, nº 29, no Bairro do Catumbi, o Civil mudou o seu pavilhão. Trocou o azul e branco, pelo vermelho, branco e preto, no dia 22 de setembro de 1921.

Durante esse período, o clube realizou diversas excursões, como no domingo, do dia 21 de dezembro de 1919, quando viajou à Paracambi, onde enfrentou o Paracamby Football Club. Ou para São Gonçalo, onde jogou contra o CA Mutondo e Tamoyo; o Niteroiense, em Niterói.

Enfrentou adversários fortes como o Sport Club União; Americano FC do Rio; e até realizou um Festival no campo do Botafogo Football Club (atual: Botafogo de Futebol e Regatas).

Mas não apenas de pétalas viveu o Civil Sport Club. Após uma tentativa de se filiar a Liga Metropolitana de Desportes Terrestres (LMDT), o clube foi informado que os seus atletas não poderiam serem inscritos pelo simples fato de atuarem como policiais civis, que segundo o regulamento proibia que fossem aceiros.

Assim, o clube tornou público esse ato preconceituoso, na sexta-feira, dia 30 de Abril de 1920, quando o Civil SC enviou uma carta para a LMDT e com cópia para os principais jornais da época. Lamentavelmente, a entidade não aceitou e manteve o veto.

No mês seguinte, na Quarta-feira, do 05 de Maio de 1920, se filiou a Liga Carioca de Desportos (LCD). Menos de seis meses, na terça-feira, de 09 de novembro de 1920, se filiou a Liga Suburbana de Football (LSF), Sub-Liga da LMDT.

Cinco meses depois, nova filiação! Dessa vez, na Alliança Sportiva Municipal (ASM), na segunda-feira, 04 de abril de 1921. Em 1922, se filiou a Liga Brasileira de Desportos (LBD), Sub-Liga da LMDT.

Talvez a obra mais grandiosa do Civil Sport Club foi a inauguração da bela Praça de Esportes da Rua Leopoldina Rego, em frente da Estação de Olaria, no domingo, de 07 de novembro de 1920.

No entanto, o que era para ser a alavancada para seguir rescendo, o efeito foi inverso. O Civil Sport Club ainda seguiu até meados dos anos 30, até desaparecer sem deixar nenhum vestígio.

Time de 1919: Sizenando; Saissé e Gilberto; Braga, Barbosa e Ávila; Lincoln (Cap.), Cunha (Julinho), Manarelli, Dutra (Leonel) e Djalma.

 Time de 1922: Alberto; Saissé e Barifouse; Manduca, Cabral e Julinho; Torres, Nesl, Ávila, Caetano e Cunha.

 

FONTE: Google Maps – O Imparcial – A Razão – O Paiz – A Rua – Correio da Manhã