Arquivo da categoria: 17. Auriel de Almeida

Heróis Futebol Clube – Niterói / RJ

Mais um escudo inédito dos clubes participantes do campeonato fluminense, do antigo Estado do Rio, pesquisado pelo historiador Auriel de Almeida.

Heróis Futebol Clube disputou o campeonato niteroiense profissional em 1960 e 1961, considerados também como classificatórios para as finais do estadual. Mais um clube do bairro do Fonseca, seu uniforme era listras verticais alviverdes e calções brancos.

 

Fonte: Auriel de Almeida.

 (*)  O desenho do modelo utilizado para representar o uniforme foi redesenhado do “Guia Oficial 2009 do Campeonato Paulista”, do editor Rodolfo Kussarev.

Como já publicamos no artigo do Pery AC, em 1960 e 1961, o Fonseca, clube do mesmo bairro, foi declarado Tri-campeão fluminense  e classificando para as  Taça Brasil de 1959, 1960 e 1961.

 

Campeonato Carioca e as Ligas que organizaram em mais de um século

Como é de praxe, o pesquisador e historiador Auriel de Almeida fez um belo levantamento. Desta vez  sobre o Campeonato Carioca e as ligas que organizaram a competição em mais de um século. No final, um ranking das equipes que mais vezes disputaram o Carioca.

 De 1915 a 1924 o campeonato foi organizado pela Liga Sportiva Fluminense (houve outra liga, Associação Fluminense de Desportos Terrestres, em 1917). A LSF exigia que todos os jogos fossem disputados em Niterói, o que afastava o interior do campeonato (exceto São Gonçalo), e por essa razão a mídia preferia considera essa competição um mero campeonato de Niterói.

 Em 1925 surgiu a Associação Fluminense de Esportes Athleticos, que organizou sozinha o campeonato a partir de 1926. Permitindo que cada clube mandasse os jogos em suas cidades, foi mais respeitada enquanto competição estadual.

 Em 1928 o campeonato trocou os clubes por seleções municipais, devido à pressões das ligas do interior.

 Em 1941 a AFEA fundiu-se com a rival profissionalista FFE (fundada em 1933) e tornou-se a Federação Fluminense de Desportos, e organizou o bem-sucedido Campeonato Fluminense de Campeões Municipais, em formato de Copa.

 A partir de 1945 clubes e seleções disputavam o campeonato ao mesmo tempo, e à exceção de 1945 apenas seleções foram campeãs a partir deste momento.

 Em 1952 começou o campeonato estadual de profissionais (organizado pelo Departamento Estadual de Profissionais – DEP), e nesse mesmo ano foi disputado um campeonato extra (há dúvidas se esse campeonato era contado junto aos outros).

 Entre 1953 e 1955 os campeões de Niterói e Campos não disputaram o estadual do DEP, e foi disputado um supercampeonato entre o campeão profissional fluminense e os campeões municipais profissionais niteroiense e campista, a princípio para apontar o verdadeiro campeão fluminense – mas em 1962 a FFD passou a reconhecer ambos como campeões compartilhados. A mídia se dividiu entre os campeões, alguns julgavam os supercampeões os verdadeiros campeões fluminenses, outros os campeões do DEP conforme originalmente estabelecido.

 Em 1956 o DEP foi fechado e foi criado o campeonato por zonas. Nesse ano as finais não foram disputadas, e não está claro se os finalistas Campos, Serrano, Central e Guarani foram proclamados campeões divididos.

 Em 1963 a Zona Centro foi organizada mas não conseguiu ser disputada, e o Goytacaz sagrou-se campeão por falta de um adversário na final. Em 1964 a Zona Centro finalmente foi disputada, mas houve um entrave burocrático pois nos papéis aquela zona pertenceria à temporada de 1963 (embora totalmente disputada em 1964), e o Americano exigiu ser proclamado campeão estadual enquanto – teoricamente – único campeão profissional de 1964. A FFD “contornou” a briga declarando o Americano campeão de 1964 mas promovendo um “super” com o Eletrovapo, que venceu a disputa entre as equipes. A mídia ficou do lado do Eletrovapo, considerando-o o único campeão da temporada.

 Em 1976 os estados já estavam fusionados, mas as federações carioca e fluminense permaneceram separadas. Americano, Volta Redonda e Goytacaz disputavam o campeonato da Federação Carioca como convidados, e parte da mídia preferia chamar o enfraquecido campeonato da FFD de “Campeonato de Profissionais do Interior”.

 Em 1978 a FFERJ foi criada, mas organizou dois campeonatos distintos – um da capital e outro do interior. O título estadual de 1978 seria disputado no começo de 1979 entre os melhores do campeonato da capital e do interior, mas a FFERJ desvinculou essas competições e transformou esse título extra em “Campeonato Especial de 1979”. Por essa razão os campeonatos da capital e do interior de 1978 são considerados como os últimos campeonatos representativos da Guanabara e do antigo Estado do Rio.

 Não é claro se a FFD contava como equivalentes todas as competições acima (campeonatos da LSF, AFEA, Campeonato de Campeões Municipais e Era Profissional) ou se contava apenas de determinada fase para baixo.

TOTAL DE PARTICIPAÇÕES EM CARIOCAS – 1906 a 2012

Nº.      CLUBES                              EDIÇÕES

Fluminense

108

Botafogo

107

América

102

Flamengo

101

Bangu

097

Vasco da Gama

091

São Cristóvão

071

Madureira

066

Olaria

062

10º

Bonsucesso

058

11º

Portuguesa

039

12º

Americano

037

13º

Campo Grande AC

029

14º

Volta Redonda

031

15º

Canto do Rio

024

16º

Andaraí

020

17º

Friburguense

019

18º

Cabofriense

014

19º

Goytacaz

013

20º

Itaperuna

012

21º

SC Brasil

011

22º

Vila Isabel FC

009

23º

SC Mangueira

008

24º

Rio Cricket

008

25º

Paysandu

007

26º

Carioca EC

007

27º

Boavista (Saquarema)

006

28º

Macaé Esporte FC

005

29º

Resende FC

005

30º

Duque de Caxias FC

005

31º

Nova Iguaçu FC

004

32º

América de Três Rios

004

33º

Syrio Libanez

004

34º

Mesquita FC

004

35º

Serrano  de Petrópolis

003

36º

Entrerriense FC

003

37º

Barreira (Saquarema)

003

38º

Americano (Vila Isabel)

003

39º

Riachuelo

003

40º

Tigres do Brasil

002

41º

Engenho de Dentro

002

42º

Confiança (Andaraí)

002

43º

Mavílis, do Caju

002

44º

Modesto

002

45º

River, da Piedade

002

46º

Nova Cidade (Nilópolis)

002

47º

ADN (Niterói)

002

48º

Palmeiras (São Cristóvão)

002

49º

Haddock Lobo

002

50º

Internacional

002

51º

São Paulo-Rio

001

52º

Fidalgo

001

53º

Everest (Inhaúma)

001

54º

Cocotá, da Ilha

001

55º

Metropolitano

001

56º

Helênico

001

57º

Campo Grande FC

001

58º

Paulistano

001

59º

Cardoso Moreira

001

60º

Esperança (Bangu)

001

61º

Mackenzie

001

62º

Jequiá (Ilha)

001

63º

Ramos

001

64º

Independência

001

65º

Germânia

001

66º

Cattete

001

67º

Football & Athletic

001

68º

Progresso

001

 

Petropolitano FBC, de Petrópolis – Campeão de 1927

Atual

Pelas minhas andanças, pesquisando novas histórias, me deparei com uma foto intrigante, cujo texto dizia: “Petropolitano Foot-Ball Club – Campeões de 1927 – 2º Team”. 

 Contudo, ao confrontar os dados, as peças não se encaixavam, uma vez que em 1927, o Sport Club Internacional foi o campeão Municipal de Petrópolis ( o Petropolitano terminou na 3ª posição). Já no Campeonato Fluminense o campeão foi Grupo de Regatas Gragoatá, de Niterói (nessa competição, o Petropolitano sequer participou).

 Então recorri aos conhecimentos do Historiador e Pesquisador Auriel de Almeida, que esclareceu. Naquela época o “2º  Team”, no amadorismo, queria dizer ‘reservas’. Naquela época não tinha substituição, então quem não era escalado jogava uma partida preliminar, chamada ‘Segundos Teams’ ou “Segundos Quadros”.

Escudo de 1927

 Existia uma classificação paralela e o campeonato de segundos teams também valia taça. Eventualmente os times tinham até terceiros teams, de tantos jogadores e sócios.  Assim, o Petropolitano foi o Campeão do Campeonato de Petrópolis de 1927. Além disso, pela qualidade da foto fica comprovado que levantar a taça no 2º Team tinha uma importancia para o clube. 

Não confundir com ‘Aspirantes’, que eram atletas novos, que tinham ultrapassado a idade de juvenis, mas não tinham espaço no time principal. Jovens adultos, pode-se dizer que eram times Sub-23, e tentavam mostrar serviço no time de aspirantes almejando chegar ao principal (daí o nome, aspirar e almejar são sinônimos).

Marítimo Futebol Clube – Niterói (RJ)

A narrativa sempre varia da quantidade de informações. Contar a história dos grandes clubes há uma gama de subsídios, possibilitando uma matéria rica. Mas quando a equipe é humilde, modesta e com poucas informações? Aí o que vale é contar com o carinho e o respeito que todos os times merecem ser tratados.

Seguindo esse enfoque, apresento mais um time esquecido e que foi “desenterrado” pelo Pesquisador e Historiador Auriel de Almeida: Marítimo Futebol Clube. Abaixo mais um escuro raro encontrado.

O time niteroiense, Fundado em 1917 por Euclides Corrêa, ficava no charmoso Bairro de Charitas, localizado na Avenida Quintino Bocaiúva, sem número. O seu uniforme (desenho abaixo): camisa vermelha, calções brancos, mais um clube inspirado no América Football Club. Desenhado a partir de uma foto encontrada.

O Marítimo começou a ganhar algumas linhas nos jornais, nos anos 30, quando venceu a Sub-Liga da Associação Niteroiense de Esportes Atléticos (ANEA). Depois faturou alguns campeonatos da Segunda Divisão de Niterói nos anos 40 e só ganhou espaço com a separação do amadorismo com o profissionalismo na década de 50. Em 1957, o Marítimo Futebol Clube conquistou o Campeonato de Niterói, no amador, enquanto o Fonseca levou a taça no profissional.

Da mesma forma como não há informação sobre a sua fundação, o Marítimo naufragou silenciosamente. Atualmente, existe o Aero Clube Charitas, na Avenida Quintino Bocaiúva, contudo não há nenhum indicio que os dois tenham alguma relação em comum. Assim, mais um time desapareceu dos gramados, mas, ao ser resgatado ganhou vida eterna no coração dos apaixonados pela historia do futebol carioca, fluminense e brasileiro.

Esporte Clube Metalúrgico – São Gonçalo (RJ)

Um ‘operário patrão’ na década de 40, foi o Esporte Clube Metalúrgico, de São Gonçalo. Respeitado na região, o clube ao lado Tamoio e do Mauá formavam o “Trio de Ferro” do futebol gonçalense. Fundado numa quinta-feira, no dia 4 de Agosto de 1938, o grande momento do Metalúrgico aconteceu em 1942, quando foi vice-campeão do Campeonato Fluminense.

O clube era muito querido pelos gonçalenses, inclusive o avô do Historiador e Pesquisador Auriel de Almeida foi jogador e sócio do clube, onde foi possível desenhar o escudo por meio da carteirinha do clube. Seu uniforme número 1 era: camisas azuis com golas vermelhas e calções brancos. Eventualmente jogava com um uniforme tricolor, semelhante ao segundo uniforme do Bahia (BA). O raro escudo está abaixo.

Campeonato Fluminense de 1942

A competição contou com a participação de 16 clubes. A Região Sul Fluminense contou com seis representantes: Resende Futebol Clube (Resende); Barra Mansa Futebol Clube (Barra Mansa); Entrerriense Futebol Clube (Três Rios); Royal Sport Club (Barra do Piraí); Central Ferroviário Clube (Valença) e Riachuelo Esporte Clube (Paraíba do Sul).

No Norte Fluminense vieram três times: Goytacaz Futebol Clube (Campos); Ypiranga Futebol Clube (Macaé) e Cordeiro Futebol Clube (Cordeiro). Já a Região Serrana também contou com três equipes: Teresópolis Futebol Clube (Teresópolis); Petropolitano Football Club (Petrópolis) e Fluminense Atlético Clube (Nova Friburgo). Da Região Metropolitana dois clubes: Icaraí Futebol Clube (Niterói) e Esporte Clube Metalúrgico (São Gonçalo). A Baixada Fluminense um time: Esporte Clube Belford Roxo (Belford Roxo); da Região dos Lagos uma equipe de Cabo frio: Tamoyo Esporte Clube.

 

Na Primeira fase, o Resende e Barra Mansa empataram em 2 a 2, no sábado(13 de dezembro de 1942). No segundo jogo (20/12/42) no Estádio do Leão do Sul, novo 2 a 2. Melhor para o Barra Mansa, que avançou pelos critérios de desempate.

Na Segunda fase, nas mesmas datas acima, o Entrerriense eliminou o Riachuelo; o Petropolitano passou pelo Teresópolis; e o Barra Mansa passou para a próxima fase ao bater o Centro Ferroviário, todos em dois jogos (ida e volta). Já o Fluminense de Friburgo definiu a sua passagem para a próxima fase ao golear o Cordeiro por 11 a 1, em casa.

Outro que não encontrou dificuldades foi o Icaraí que goleou o Belford Roxo: 4 a 0 e 3 a 0. O Goytacaz depois de golear o Ypiranga de Macaé por 8 a 2, no jogo de volta arrancou um empate em 2 a 2, e também seguiu na competição.

O classificado que mais sofreu foi justamente o EC Metalúrgico. Em dois jogos com 11 gols, o Metalúrgico bateu, for a de casa, o rival Tamoyo por 3 a 2 (13 de dezembro). Uma semana depois num grande jogo, o Metalúrgico conseguiu um empate em 3 a 3, diante de seus torcedores e festejou a suava vaga.

 

Metalúrgico elimina o Goytacaz

Se na etapa anterior, o Metalúrgico sofreu, na Terceira fase a situação foi ainda mais complicada. Afinal, o adversário era o temido Goytacaz de Campos. Contudo, o Metalúrgico não se intimidou e largou na frente, ao vencer em casa, no domingo (27/12/42) por 3 a 1. No jogo de volta, numa partida dramática, o Metalúrgico segurou o empate em 2 a 2 (03/01/43), no Estádio Ary de Oliveira e Souza, e garantiu a sua presença na fase semifinal.

Após dois empates em 4 a 4 e 2 a 2, o Fluminense de Friburgo eliminou o Icaraí nos critérios de desempate. Já o Petropolitano não teve problemas para se classificar, ao vencer, em casa, o Entrerriense por 3 a 1 (10/01/43) e depois por 3 a 2 (17/01/43), em Três Rios.

Outro que suou foi o Royal SC, que venceu o Barra Mansa por 4 a 2 (24/01/43), no Estádio da Chacrinha, em Barra do Piraí. Uma semana depois o Royal foi derrotado no Estádio Leão do Sul por 3 a 2, mas avançou as semifinais pelo saldo de gols: 6 a 5.

Nas Semifinais, parecia que o Metalúrgico viveria outro enorme obstáculo ao ser derrotado pelo Fluminense por 2 a 1, no domingo(27/01/43), em Nova Friburgo. Contudo, o que parecia ser um drama se transformou num show de bola. Diante da sua torcida, no domingo do dia 7 de fevereiro der 1943, o Esporte Clube Metalúrgico goleou o Fluminense por 7 a 3, chegando a inédita final do Campeonato Fluminense.

Na outra partida, o Royal SC não conseguiu tirar vantagem do fator campo e ficou no empate em 1 a 1 com o Petropolitano(07/02/43), no Estádio da Chacrinha, em Barra do Piraí. Porém, no jogo de volta (14/02/43), o Royal SC foi até Petrópolis e conquistou uma vitória heróica por 3 a 2, garantindo o seu lugar na decisão.

Na Decisão deu Royal SC

Após tantas superações, o EC Metalúrgico chegou confiante na decisão. No primeiro jogo de final, numa partida de sete gols, melhor para o Royal, que venceu o Metalúrgico por 4 a 3 (domingo: 21/02/43), no Estádio da Chacrinha, em Barra do Piraí.

A esperança agora estava no jogo de volta, onde o Metalúrgico contava com o apoio da torcida gonçalense para uma vitória simples para ficar com o caneco. Entretanto, no domingo do dia 28 de fevereiro de 1943, o Royal Sport Club foi melhor e venceu por 3 a 1, levando a taça para Barra do Piraí.

Apesar da derrota, o Metalúrgico foi um time guerreiro, que superou várias adversidades ao longo da competição, e encheu de orgulho os gonçalenses. O clube disputou ainda o Campeonato Fluminense de 1944 e 1945.

CAMPEONATO FLUMINENSE – 1913 até 1974

Seguindo a sugestão e compartilhando com os amigos a belíssima pesquisa feita pelo Pesquisador e Historiador Auriel de Almeida.  Na realidade o Fonseca conquistou 11 títulos na 1ª Divisão de Niterói (RJ). A lacuna dos quatro títulos a menos pode ser que na conta, tenham somando o famoso Tetracampeonato do Fonseca na categoria de Aspirantes, mas isso não é quadro principal.

 Vejam abaixo os Campeões Fluminenses / Niteroienses de futebol (1913 até 1974):
1913 – Guarany
1914 – Ararigboya (1)
1915 – Ararigboya
1916 – Parnahyba
1917 – Odeon (LSF) / Byron (AFDT)
1918 – Nictheroyense (LSF) / não concluído (AFDT) (2)
1919 – Fluminense
1920 – Fluminense
1921 – Barreto (3)
1922 – Byron
1923 – Barreto
1924 – Byron
1925 – Byron (LSF) / Serrano (AFEA) (4)
1926 – Ypiranga (LSF/FFE) / Elite (AFEA)
1927 – Gragoatá (AFEA) (5)
1928 – Byron (6)
1929 – Ypiranga
1930 – Ypiranga e Fluminense (7)
1931 – Ypiranga
1932 – Fluminense
1933 – Canto do Rio
1934 – Canto do Rio (ANEA) / Byron (LNF) (8)
1935 – Ypiranga
1936 – Ypiranga
1937 – Nictheroyense e Fonseca (9)
1938 – Fluminense
1939 – Fonseca
1940 – Fluminense
1941 – Icaraí (10)
1942 – Icaraí
1943 – Icaraí
1944 – Fluminense
1945 – Canto do Rio (11)
1946 – Humaitá
1947 – Fluminense
1948 – Canto do Rio
1949 – Ypiranga
1950 – Fonseca
1951 – Oliveiras
1952 – Cruzeiro
1953 – Fonseca (profissional) / não concluído (amador) (12)
1954 – Fonseca (profissional) / Canto do Rio (amador)
1955 – Fonseca (profissional) / Oliveiras (amador)
1956 – Serrano (profissional) / Cruzeiro Atlético (amador) (13)
1957 – Fonseca (profissional) / Marítimo (amador)
1958 – Ypiranga (profissional) / Heróis (amador) (14)
1959 – Fonseca (profissional) / Pery (amador)
1960 – Fonseca (15)
1961 – Fonseca
1962 – Fonseca
1963 – Eletrovapo (profissional) / Manufatora (amador) (16)
1964 – Eletrovapo (17)
1965 – Ypiranga
1966 – Bangu
1967 – Ypiranga
1968 – Canto do Rio
1969 – Manufatora
1970 – Manufatora
1971 – Espanhol
1972 – Espanhol
1973 – Espanhol
1974 – Tiradentes (18)

 

TOTAL DE CONQUISTAS:

Nº.

Equipes

11

Fonseca

10

 Ypiranga

08

Fluminense

06

Byron

06

Canto do Rio

03

CR Espanhol

03

Icaraí

03

Manufatora

02

Ararigboya

02

Barreto

02

Eletrovapo

02

Nictheroyense

02

Oliveiras

02

Serrano

01

Bangu

01

Cruzeiro Atlético (Barreto)

01

Cruzeiro de Pendotiba

01

Elite

01

Gragoatá

01

Guarany

01

Heróis

01

Humaitá

01

Marítimo

01

Odeon

01

Parnahyba

01

Pery

01

Tiradentes

 

  Esclarecimentos importantes:

(1) Por um equívoco de pesquisa, o título de 1914 já foi atribuído erroneamente ao Rio Branco, por ocasião do jogo Rio Branco 3×1 Ararigboya. Este jogo foi à rodada final do campeonato, mas o Ararigboya já era campeão, com muita antecedência. Por confusão de “rodada final” com “a final do campeonato”, entendeu-se que o Rio Branco tinha sido campeão, o que não foi verdade.

(2) Campeonato interrompido por conta da gripe espanhola, que fez muitas vítimas no Ararigboya, e jamais continuado. O Byron liderava o campeonato.

(3) Em várias matérias sobre a história do Canto do Rio é dito que o clube conquistou a sua primeira taça em 1921. Muitos entenderam tratar-se da taça do campeonato niteroiense, e por isso várias fontes colocam o clube como o campeão de 1921. Porém, o que Canto do Rio conquistou em 1921 foi uma taça amistosa contra o Fluminense (de Niterói), ficando longe do título niteroiense (fez uma má campanha, o campeão foi o Barreto).

(4) O Serrano era de Petrópolis. Os campeonatos, até então, valiam pelo título do Estado do Rio, mas eram quase sempre exclusivamente disputados por equipes de Niterói, o que conferia certa ambigüidade ao campeonato. Um bom exemplo é o torneio de 1925: Fluminense (de Niterói) e Serrano (de Petrópolis, o único clube de fora de Niterói na competição) terminaram empatados em primeiro lugar. No jogo-extra, o Serrano venceu e ficou com o título de “campeão fluminense”. Porém o Fluminense recebeu uma taça, como o “campeão de Niterói” – título, provavelmente, meramente simbólico de “melhor equipe da cidade”, já que o mesmo não consta em nenhuma relação encontrada de campeões da cidade.

(5) Em 1927, pela última vez, o campeonato foi diretamente organizado pela federação estadual. Até então ele valia, oficialmente, o título de campeão do estado, embora a opinião pública o considerasse municipal. De certa forma, pode-se dizer que valia pelos dois. Os campeonatos seguintes foram organizados por Sub-ligas ou departamentos da federação fluminense.

(6) O verdadeiro campeão de 1928 é o Byron. Byron e Ypiranga terminaram empatados na primeira colocação, mas o Byron conseguiria os pontos de um empate contra o Ypiranga e ficaria com o título. A insatisfação foi tamanha que no começo de 1929 os clubes disputaram uma taça amistosa, que a opinião pública considerou uma “decisão moral do título”, taça esta vencida pelo Ypiranga, que passou a se considerar o “verdadeiro campeão”, confundindo a vida de muito pesquisador… O fato é que o Byron é o campeão de 1928 e o Ypiranga de uma taça amistosa, e apenas isso.

(7) O Ypiranga liderava o campeonato, com certa folga, quando o mesmo foi interrompido por uma crise na federação niteroiense. A maioria dos clubes, liderada pelo Fluminense, optou por continuar o certame à revelia da entidade, disputando os jogos restantes da tabela. O Ypiranga não aceitou, preferindo aguardar o fim da crise. Assim sendo, pela tabela dos clubes “rebeldes” o Ypiranga perdeu vários jogos por W.O., e terminou na segunda colocação. Quando a entidade voltou da crise, declarou os jogos “independentes” como não-válidos, porém não os remarcou e decidiu encerrar o torneio sem esses jogos, com o Ypiranga na primeira colocação. O Fluminense protestou, e posteriormente foi proclamado co-campeão… Para atrapalhar as pesquisas, volta e meia alguma lista considera apenas o Ypiranga campeão ou apenas o Flu…

(8) O campeonato da ANEA só teve um turno realizado. O Canto do Rio foi declarado campeão, porém nenhuma lista posterior considera esse título. O campeonato da LNF, vencido pelo Byron, foi profissional.

(9) O campeonato de 1937 foi semiprofissional. Fonseca e Nictheroyense disputaram 4 jogos para desempatar o campeonato. Após Quatro empates seguidos, o título foi dividido. Algumas listas consideram apenas o Fonseca como campeão, sem explicação.

(10) O campeonato, a partir de 1941, oficialmente foi apenas amador, em respeito à lei dos Desportos de Getúlio Vargas. O Icaraí, porém, era descaradamente profissional (amadorismo marrom, melhor dizendo). Também em respeito à tal lei a liga de Niterói foi desmanchada e o campeonato passou a ser organizado por um departamento autônomo da federação fluminense.

(11) O Canto do Rio disputava o campeonato carioca com seu quadro profissional e o niteroiense com o amador.

(12) A partir de 1953 foi disputado um campeonato profissional e um amador, em Niterói, com clubes diferentes. Como os principais se tornaram profissionais todas às listas consideram como “o” campeão de Niterói desses anos apenas o profissional, esnobando o amador. Porém, coloco o amador como informação. O campeonato amador de 1953 teve pouquíssimos jogos, e não foi concluído.

(13) O Serrano de Petrópolis, a exemplo de 1925, foi participante solitário de um campeonato com clubes de Niterói. A título de curiosidade, não sei qual foi o “campeão moral” de Niterói desse ano, se Fonseca ou Niteroiense. No amador, o Cruzeiro Atlético Clube, do Barreto, chamado pela imprensa de “Cruzeiro Atlético” para diferenciar do Cruzeiro FC de Pendotiba, foi campeão.

(14) O Manufatora foi vice do profissional, classificando-se para as finais do Campeonato Fluminense, do qual seria campeão, com a desistência do Ypiranga.

(15) A partir de 1960 o campeonato foi unificado, com a adoção dos clubes amadores ao regime misto (semiprofissional).

(16) O campeonato profissional de 1963 não saiu do papel, e os clubes voltaram a disputar um campeonato amador (que foi resolvido na justiça, em uma briga pelo título entre Ypiranga e Manufatora). Em 1964, porém, o campeonato profissional de 1963 acabou sendo disputado. Porém houve confusão sobre há qual ano a competição profissional, vencida pelo Eletrovapo, deve fazer parte, se 1963 ou 1964.

(17) A partir de 1964, todos os campeonatos amadores, embora com alguns clubes profissionais ou semiprofissionais campeões, como Canto do Rio, Manufatora, Eletrovapo, Tiradentes, Espanhol, Bangu. Seus campeões, embora por vezes requisitassem, nunca participaram das finais dos campeonatos fluminenses profissionais, pois a FFD não aceitava a inscrição de campeonatos onde alguns clubes fossem amadores.

(18) Em 1974 o campeonato niteroiense, diretamente ligado á antiga Federação Fluminense de Desportos, foi disputado pela última vez. Depois o Departamento Niteroiense de Futebol (ex-Departamento Autônomo) foi fechado. Essa competição não teve relação com a participação do Tiradentes no campeonato fluminense de 1974 – as zonas centro profissionais da FFD dos campeonatos de 74 a 77 valiam taças avulsas. Em 1977 foi fundada a Liga Niteroiense de Desportos, exclusivamente amadora, e a mesma não considera os títulos do período “clássico” do futebol de Niterói.

C.R. ESPANHOL – O TRICAMPEÃO NITEROIENSE (RJ)

 

 

O Centro Recreativo Espanhol de Niterói (escudo inédito acima) surgiu num período turbulento da história do nosso país. Afinal, quando 25 pessoas rapazes fundaram o clube na quinta-feira, no dia 26 de março de 1964, nem imaginaram que cinco dias depois aconteceria o Golpe Militar no Brasil, e que culminaram no dia 1º de abril, com um golpe de estado que encerrou o governo do presidente João Belchior Marques Goulart, o Jango.

Jango havia sido democraticamente eleito vice-presidente pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) – na mesma eleição que conduziu Jânio da Silva Quadros do Partido Trabalhista Nacional (PTN) à presidência, apoiado pela União Democrática Nacional (UDN).

 

O golpe estabeleceu um regime alinhado politicamente aos Estados Unidos da América e acarretou profundas modificações na organização política do país, bem como na vida econômica e social. Todos os cinco presidentes militares que se sucederam desde então se declararam herdeiros e continuadores da Revolução de 1964. O regime militar durou até 1985, quando Tancredo Neves foi eleito, indiretamente, o primeiro presidente civil desde 1960.

 

Voltando ao Centro Recreativo Espanhol de Niterói, foi idealização da comunidade galega para reunir os espanhóis residentes na cidade e nos municípios adjacentes. E a modalidade escolhida no início para ser o carro-chefe para atrair sócios foi o futebol.

O uniforme do Espanhol era idêntico ao da Seleção Espanhola: camisas vermelhas, golas amarelas, shorts azuis. No  seu escudo, o mapa representa a Península Ibérica (formada por:  Portugal, Espanha, Gibraltar, Andorra e uma pequena parte da França).

Nos anos 70, o Español fez bonito, ao conquistar o Tri do Campeonato de Niterói: 1971 – 1972 – 1973. Nesse período a equipe era semiprofissional. Apesar dos bons resultados do Espanhol no futebol, em 1972, um grupo de quinze espanhóis se juntou e comprou um terreno de 75.000 m2  em Itaipu (Niterói), para que fosse construída uma sede destinada às solenidades sociais e esportivas do Club. Aos poucos o clube se afastou do futebol profissional para dedicar-se a vida social. Longe do futebol, o clube decidiu mudar de nome e escudo em 15 de abril de 1981, passando a se chamar: Club Español de Niterói.

 

Escudo atual

 Site: http://www.clubespanol.com.br/

Pesquisador: Auriel de Almeida

Texto: Sérgio Mello

Byron Football club – Niterói / RJ

 Catalogando o Byron FC, do bairro do Barreto em Niterói, um dos clubes com mais títulos do campeonato fluminense, pesquisado e publicado pelo historiador e membro deste blog Auriel de Almeida.

 

Fonte: Auriel de Almeida.

 (*)  O desenho do modelo utilizado para representar o uniforme foi redesenhado do “Guia Oficial 2009 do Campeonato Paulista”, do editor Rodolfo Kussarev.

A seleção de Niterói foi campeã em 1928. O Byron foi campeão niteroiense neste, assim foi declarado como representante oficial do estado do Rio de 1928.